República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 13
Uma notícia preocupante.


Notas iniciais do capítulo

Arrá! Eu disse que ia tentar menininhas, e fico feliz em dizer que o capítulo 13 está prontinho!
Agradeço o carinho de sempre! s2
Espero que gostem amorinhas!
Boa leitura!!



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Eles não sabiam como, mas no curto período de acomodação de Zelão, ele e Juliana já haviam criado uma certa “intimidade” prematura, tendo em vista que os dois estavam agora em um terno abraço na cozinha.

– Uhuuum... – Ferdinando fez um som com a garganta, para avisar-lhes de sua chegada.

Juliana e Zelão se afastaram na hora. Gina percebeu que a amiga estava com os olhos vermelhos, e tentava enxugar algumas lágrimas que escorriam de seus olhos.

– Ara Juliana, o que foi?! –Ela se aproximou da professora, fazendo Zalão lhe abrir caminho, indo ficar ao lado de Ferdinando.

Juliana segurou as mãos de Gina e a olhou com pesar, tentando fingir um sorriso.

– Doutorzinho esta não é a mulher-homem lá da vila?! – Zelão questionava Ferdinando aos sussurros. Apenas agora conseguia reparar no rosto da garota ruiva que havia visto no jardim quando chegou.

– Ora essa Zelão, ela não é nada disso! Ela é Gina Falcão, isso sim, filha de senhor Pedro... – Ferdinando respondia à Zelão também aos sussurros, com o olhar preso nas moças a frente tentando entender o que Juliana falava baixinho para Gina, fazendo ela também mudar verazmente sua expressão.

– Meninas, vocês, por favor, me contem logo o que houve! Estou ficando preocupado! – O engenheiro disse, demonstrando sua pressa em saber.

O clima na cozinha era de tristeza. A notícia, não era das melhores.

– Nando, - Juliana disse se encaminhando ao amigo. – Eu acho que perderemos nossa casa. – Uma lágrima solitária lhe escorreu. – A república vai fechar.

Gina se apoiara na mesa, olhando para o nada, incrédula com a notícia. Estava lá há pouco tempo, é verdade, mas o carinho que já possuía pelo lugar e pela convivência com todos ali, a fizeram não querer acreditar nas palavras que a amiga repetia.

Ferdinando puxou uma cadeira e desabou-se nela ao ouvir as palavras de Juliana.

– Como assim Juliana?! – Ele dizia já com os olhos úmidos. Aquela havia sido sua casa por toda a graduação, e estava sendo novamente, ele tinha um carinho enorme por aquele espaço. Ainda mais agora.

– Pois é o que estou lhe dizendo... – Ela começou a andar em círculos com as mãos na cintura. – Dona Margareth acabou de me ligar, eu estava preparando o almoço, conversando com Zelão... E então ela me disse que não vai conseguir voltar... A irmã dela está muito debilitada e precisa de ajuda... – Juliana respirou fundo, e lançou – Ela pretende se mudar definitivamente para lá, decidiu isso a pouco e me informou aos prantos.

Ferdinando não podia acreditar no que estava ouvindo. Agora entendia o porquê de Zelão estar abraçando a moça de forma tão terna. Juliana possuía tanto amor quanto ele pelo local. Ela estava morando lá há bastante tempo também.

Os três jovens se entreolhavam com os olhos marejados. Sentiam-se desamparados. Tudo se tornava ainda mais difícil para cada um ao verem os olhos dos amigos, tão tristonhos.

– Dona Juliana...? – Uma voz grave surgiu, cortando o silêncio pesado do ambiente.

– Não me chame de “dona”, Zelão... – Juliana disse ternamente. Havia percebido o caráter dele, ao querer lhe confortar a dor. – O que foi?
Zelão se impressionou com o pedido feito pela moça.

– Se a senhora, o doutorzinho e a menina me permitirem, eu gostaria de sugerir uma ideia... – Ele dizia incerto, como quem estava formulando um plano.

– Pois então você diga Zelão, ainda que recente, é também um morador desta casa. – Ferdinando disse não muito animado, mas disposto a ouvir.

Gina não estava gostando daquele um se intrometendo na conversa. Ele entendia era de fazenda. O que tinha a ver com isso agora?!
– Sim, nos diga Zelão, por favor. – A professora esboçou um sorriso um pouco mais animador.

Ela lhe sorriu, com os belos olhos azuis o olhando (ainda que lacrimejados). Zelão se encantou com a expressão da moça. Com a doçura com que ela proferia seu nome. Com a doçura que transmitia também em seus cabelos rosados. Ele perdeu o foco, e ficou observando-a.

– Zelão?! – Gina o despertou de maneira grosseira de seus devaneios. – Você desembuche de uma vez!

Zelão olhou contrariado para ela. Também não possuía grande simpatia por Gina. Mas era respeitador. Não lhe retrucou, apenas prossegui sua fala.

– Bão, - Ele ainda era um pouco rústico em sua fala. Agradava Juliana, sua autenticidade. - Se vocês me permitirem ligar, eu gostaria de conversar com a dona da casa, e fazer uma proposta pra ela.

Todos o encararam confuso. “Como assim?!” Pensavam a mesma coisa.

– Do que você tá falando, Zelão?! – Ferdinando tentava compreender a ideia do amigo.

– Olha, ela pode não continuar morando aqui, mas alugar a casa pra vocês... Como administrador da fazenda, eu posso não entender muito de valores, mas entendo um pouco do que é preciso pra gente alugar essa casa aqui, e mantermos a república, nós quatro.

Os olhares dos três demonstravam certo ânimo com a ideia. Mas Juliana fez uma breve correção.

– Na verdade, nós cinco, o Doutor Renato também mora aqui conosco. – Ela pontuou.

Zelão ainda não o havia conhecido, e se sentiu um pouco incomodado pela maneira carinhosa que a moça dizia o nome do quinto morador.

– Tá certo... - Zelão disse olhando a cada um. – Eu posso tentar falar como ela...?! – Ele indagou por fim


[...]

Todos aguardavam ansiosos pelo retorno de Zelão à cozinha. Ele havia se fechado em uma pequena salinha, utilizada como escritório, para falar com Dona Margareth ao telefone.

O tempo demorava a passar e a ansiedade só aumentava. Ferdinando se levantou para respirar melhor e foi na direção de Gina. Enquanto chegava até ela, passou por Juliana e a questionou:

– E onde está o Renato, Juliana?! Eu mal o vi nessa semana de feriados.
– Ele chegou até Gina, que estava posicionada atrás de Juliana, encostada na pia e lhe acariciou as adoradas mãos. Se pudesse lhe afagaria a alma, ao ver o quanto ela estava apreensiva.

– Ele está de plantão para variar Nando... Nem eu o tenho visto. Ele anda muito chato pelo estresse de final de faculdade. - Ela cruzou os braços e fez um bico descontente se virando para a direção dos amigos, não acreditando muito no que via. Mas extremamente feliz por ver.
Ferdinando estava acariciando as mãos de Gina, e eles estavam trocando um olhar extremamente carinhoso. Juliana nem sabia se ele havia escutado sua resposta, dada a concentração com que se olhavam. Ela nem se importava, queria era saber o que estava acontecendo, de fato.

– Ora essa! – Ela disse sorrindo descabidamente, fazendo os dois a olharem corados. Gina ainda mais. – Então quer dizer que resolveram tornar público o romance, pombinhos?!

– Ara, que pombinhos o que Juliana... – Gina refutava com um tom de leve desagrado, não havia gostado do apelido. A expressão para ela lembrava o título namorados, e ela não almejava isto.

– Nós estamos apenas ‘ficando’, não é Gina?! – Ferdinando sorria levemente, a encarando, pela alegria que tinha em poder anunciar isto.

– Urrum. – Ela consentiu também com a cabeça, olhando para a amiga extremamente envergonhada.

– Ah meus queridos, vocês não sabem como fico feliz por esta chance que estão dando um ao outro... – O olhar e as palavras de Juliana eram doces. - Apesar de eu ainda achar difícil de crer! – Ela riu tampando a boca com os pequenos dedinhos.

– Ora essa menininha... Acho que vamos ter que provar pra essa uma! – Ferdinando sorriu maliciosamente para Gina e lhe roubou um selinho, enquanto ela estava distraída com as carícias que trocavam com as mãos.

– Nando! – Ela se soltou do beijo extremamente vermelha. – Na frente da Juliana?

Juliana e Ferdinando riram pela falta de jeito da ruiva.

– Minha amiga, você não deve se envergonhar de beijar seu “ficante”- Ele riu ao proferir o termo. – Ainda mais na minha frente, que sou amiga de vocês.

Gina ficou um pouco mais aliviada ao perceber que a amiga não havia ficado intimidada.

Ficaram ali conversando, por um momento esquecendo um pouco do nervosismo que tinham.

Até que Zelão apareceu na porta da cozinha, com um semblante indecifrável.


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Notas finais do capítulo

Bem minhas lindas, espero que tenham gostado e se preparem para fortes emoções no próximo capítulo...afina, pegaremos um cineminha! rs
Um grande beeeeeijo a todas! s2



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