Duas Luas escrita por Aninha


Capítulo 2
Algo estranho


Notas iniciais do capítulo

E aiii genteee, como vocês estão ?? E aqui vai mais capítulos........................... tcharaaaam, espero que gostem :)



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O sinal tocou, era o fim da aula. Arrumei as minhas coisas às pressas para o grupinho infernal não me atormentar.

Estava saindo da escola quando algo me segurou por trás. Dei um leve gritinho de menininha, pronta para golpear quaisquer “encheção de saco” que viesse, quando ele me abraçou.

–Só sou eu Luazinha. –falou Marcos acariciando minha nuca e me tranquilizando.

Suspirei de alívio por estar aconchegada aos braços quentes de um amigo, de um namorado e, acima de tudo, de um irmão.

Marcos foi dizendo coisas doces, mas eu não as captava, apenas me concentrava em seu aconchego, deixando ondas de lágrimas escoarem dos meus olhos. Ele percebeu algo molhado em seu moletom e me abraçou com mais força, dizendo:

–Vamos Luazinha... Vamos sair daqui.

Acompanhei Marcos até uma ruela dois quarteirões atrás da escola, torcendo para ninguém ver o meu rosto vermelho de choro.

A rua estava deserta e serena com todos aqueles lotes desocupados.

Eu e Marcos costumávamos ir lá brincar quando éramos criança. Atualmente vamos para essa ruela para conversar e... Beijar. Não, eu não sou uma tarada, ou talvez só um pouquinho.

Nos sentamos no final do passeio. Marcos chegou mais perto e me puxou para seu colo.

–Foram as maritacas infernais? –perguntou Marcos.

Concordei com a cabeça e coloquei meu braço sobre o rosto.

–Ah que merda, Lua! –Gritou ele pegando meu punho apontando para as marcas das unhas de Alessandra. –Que bosta é essa?

–Foram as maritacas infernais...-Eu disse quase em um sussurro.

–Como você permite que essas meninas toscas façam algo desse tipo com você?

–Eu não permiti... É só que eu não posso fazer nada. –falei baixinho.

–Você é idiota? –Marcos ficou paralisado olhando perplexo em meus olhos e eu permitia as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto.

Eu queria que aquele pesadelo acabasse. Eu queria ter uma amiga para conversar e dizer o quanto estou feliz, magoada, triste, etc. Eu queria não ser odiada pela escola inteira ou comparada com um monstro...

–Eu só queria ser uma adolescente normal... Desculpe.

–Lua, para! Não tem como você ser normal. –Disse Marcos rindo –Você veio de Salém, sua família toda é de bruxos cabulosos, você é uma bruxa linda e perfeita. Você conversa com as plantas....Pera, você já viu alguém conversar com as plantas? E pior, você conversa e depois elas ficam lindas, elas florescem. Lua, você é especial. –Marcos segurou meu rosto e me beijou. Suas palavras eram sábias e realmente me remeteram a real ideia de que não sou uma “adolescente normal” e tenho que aceitar isso.

Seu lábios eram quentes e amargos, eu deveria parar com esse meu blablabla imaginário e me deixar levar pela onda de desejo que invadia o meu corpo.

Passei as minhas mãos entre os cabelos loiros dele, sendo acariciada por uma mão (super tarada) na minha bunda, que subia e descia pelo meu corpo. Fui agarrada para mais perto dele e então suas mãos subiram e foram direto para a parte da frente, ele então começou a acariciar meu peito. Eu desci a mão para o ponto alto em sua calça e podia quase tocar por dentro, se não fosse a vergonha que eu ainda tinha. Ele colocou as mãos por debaixo da minha blusa e por lá ficou.

Nossa respiração estava agitada e dotada de prazer. Segurei seu rosto e pedi para ele parar, pois estávamos indo rápido demais para apenas “amigos”.

–Lua, eu amo você... –sussurrou Marcos me abraçando.

Era estranho como tudo parecia fazer sentindo quando Marcos estava por perto, era como se eu não precisasse de mais nada e de mais ninguém, mas no fundo eu sabia que algo estava faltando.

Ficamos um bom tempo sem dizer nada, observando o movimento dos pássaros e do vento, curtindo um bom abraço.

Meu celular vibrou, sinalizando que recebi uma mensagem.

–Ah espere um pouco, meu celular... –eu disse abrindo minha mochila e pegando o meu Nokia Asha azul.

Abri no painel inicial e não havia nenhuma mensagem.

–Que estranho... –sussurrei.

–O que foi, Lua? –perguntou Marcos passando a mão nos meus cabelos.

–Ah, deixa pra lá. –falei sorrindo para ele.

Quando fui guardar o meu celular novamente no bolso da mochila, o mesmo estava tocando. Era a minha mãe.

–Oi mãe.

–Meu pedaço da Lua, como você está?

Estou bem...

–Onde você está? –a voz dela soou preocupada e nervosa.

–Com Marcos, atrás da escola.

Escute, tive um pressentimento ruim... Você poderia vir logo para casa, antes que fique totalmente escuro?

Tudo bem mamãe.

Pede para Marcos acompanhar você! Não a quero sozinha. Se ele quiser pode até ficar aqui em casa e dormir aqui por hoje. Não estou confiante quanto a essa noite.

Eu falo com ele. –eu estava começando a ficar realmente assustada. Mamãe sempre teve a certeza de tudo, seu sexto sentido é muito forte. O medo começou a dominar meu peito, até porque eu também estava com a mesma sensação de que algo, ou alguém, estava por perto. E isso não poderia ser bom.

Ótimo! Vem logo Lua, não demore. Estarei queimando Verbena e orando para a Deusa proteger a sua volta para a casa.

–Obrigada mãe. Tchau. –falei desligando o celular.

Marcos olhava confuso para o meu rosto, fazendo gestos com os braços e movendo os lábios dizendo “o que aconteceu?”. Guardei o celular na mochila e me levantei.

–Aonde você vai, menina? –perguntou Marcos, não entendendo a situação.

Eu pensei se queria Marcos atrás de mim hoje o dia inteiro, analisando a proposta da minha mãe para convida-lo para ir à minha casa. Eu realmente queria isso? Não.

Talvez mamãe estivesse exagerando quando disse para Marcos dormir lá em casa... Ou talvez ela estivesse certa. Merda.

–Vamos seu molenga, temos que ir embora. –falei puxando Marcos para ele levantar.

–Estava tão bom aqui com você... Ainda são 17 horas.

–Marcos, é serio, temos que ir agora!

Aff, Lua... Eu não quero ir para casa e me deparar com o bêbado do meu pai, e suas putas no sofá trepando. –Falou Marcos, nem um pouco educado, se levantando.

–Eu não precisava escutar isso...

–Que seja, é a verdade e eu não quero ir para casa.

–Mamãe disse que você pode dormir lá em casa.

Marcos pareceu bem feliz quando eu disse que ele poderia dormir lá em casa, pois deu um longo sorriso no rosto e beijou a minha testa.

Ao contrário do seu pai, Marcos não era do tipo de cara que bebe o dia inteiro e fica com qualquer menina. Ele era responsável, educado (talvez só um pouco exaltado na maneira de se expressar em relação ao pai), e em toda sua vida só beijara uma menina: eu.

Sua mãe morrera quando ele tinha cinco anos de idade, e desde então seu pai se afogou em um vício de sexo e bebidas. Então, desde sempre Marcos se cuida sozinho, porém mamãe o tratava como filho.

Fomos voltando para casa e as ruas pareciam ainda mais desertas, e estavam dotadas com um ar sombrio e misterioso. Eu não vou mentir, estava com medo.

Agarrei os braços de Marcos e fui seguindo as ruas, que pareciam eternas, com os olhos serrados ao redor. O que será que era aquela sensação? Segurei mais firme os braços dele e o vento rugiu entre as árvores, como se alguém não tivesse aprovado minha ação.

Na porta da minha casa, Marcos me segurou pera cintura e esfregou seu nariz no meu.

–Antes de entrarmos, quero mais um beijo. –disse ele indo me beijar.

Fui fechando os olhos, quando algo me chamou a atenção. Do outro lado da rua havia uma loja de vidro. Mesmo quando era noite ninguém a fechava, ela sempre continuava aberta. Porém não era a loja que me chamara atenção, e sim um rosto refletido no vidro. Uma afeição distorcida, e eu realmente não sabia se aquilo era algo ou alguém. Estremeci.

–O que foi minha Lua?

–N...nada. –disse com dificuldade, puxando Marcos para dentro de casa.

Fomos subindo as escadas de pedra e me senti aliviada ao ser envolvida com o cheiro de Verbena.

–Estamos seguros, agora. –disse após um longo suspiro. Marcos riu, passou a mão na minha cabeça e seguiu em frente.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que é isso que está acontecendo??? :ooo estou ansiosa... E vocês?



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