Beautiful Obsession escrita por Asynjurr


Capítulo 12
Eleventh Chapter


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, mil perdões pela demora, estava terminando a fanfiction e terminei, bom... espero ainda ter leitoras hehehehehe, vamo que vamo, capítulo enorme hehehehehe.

Boa leitura!!!



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Leonard Vargas-Point Of View

Quase perco os meus sentidos ao vê-la no estado em que se encontra, completamente inconsciente.
Culpado. Essa é a palavra correta para definir-me no presente momento. Falei o certo no momento errado e o resultado do meu pequeno equívoco não poderia ter sido pior. Olho para minha esposa caída sobre o azulejo gélido do banheiro e não sei o que fazer de imediato. Ainda consternado, vou ao seu encontro e me ajoelho ao seu lado. Violetta está inconsciente e desprovida de cor. Ainda incerto, a seguro em meus braços e a levo até a cama, rezando internamente, para que ela acorde logo. Seu pulso está mais lento que o adequado e isso me preocupa... ainda mais. "Você é um cretino León!", grita o meu subconsciente ensandecido e sou obrigado a concordar.

Me ocorre mil suposições e nenhuma favorável. Não quero levá-la a enfermaria do transatlântico e criar alardes desnecessários, em contrapartida, não posso deixá-la como está... inconsciente e tão pálida quão um cadáver. Caminho de um lado para o outro e não sei o que fazer exatamente. Ela continua desacordada e isso me parte o coração. Me aproximo e enxugo as suas lágrimas com os meus polegares. É como se eu estivesse preso ao meu próprio corpo, sinto-me impotente. Sei que a machuquei indiretamente, entretanto isso não importa.

Completamente fora de mim, decido falar com a única pessoa que poderia me ajudar nesse momento: Dr. Gregário. Procuro meu BlackBerry pela cabine e finalmente o encontro em cima de um móvel, próximo a cama. Tento e não consigo completar uma chamada para o meu médico, por estarmos distantes da costa irlandesa, o sinal telefônico tornou-se péssimo, quase inexistente. Cada minuto que se passa, eu fico ainda pior e minha preocupação alcançou um nível alarmante. Como um último esforço antes de procurar outro médico, decido tentar enviar um e-mail.

De: Leonard Vargas
Assunto: Preciso de ajuda
25 de maio de 2015 20:15
Para: Dr. Gregário

"Doutor... não sei o que fazer... estou em pânico. Minha esposa desmaiou após discutirmos. Já faz alguns minutos e ela ainda recobrou a consciência.
Ps: Antes que me questione, eu não a agredi em momento algum."

Meus olhos estão fixos a tela do BlackBerry, enquanto ansiosamente espero uma resposta do meu médico e para o meu desespero não ha nenhum retorno de imediato. Sem nenhuma opção restante, me direciono a porta da cabine e a um passo de estar fora do cômodo, escuto um alerta vibratório de um novo e-mail.

De: Dr. Gregário
Assunto: Fique calmo
25 de maio de 2015 20:23
Para: Leonard Vargas

"Verifique o pulso da sua esposa e em seguida faça com quê ela inale algo forte o suficiente para provocar uma irritação nasal. León... não pode perder o controle justamente agora. Você sabe o que precisa ser feito adiante. Seja forte!"

Vejo as palavras na tela do meu BlackBerry e minha mente parece que vai explodir a qualquer momento. Dou risada ao assimilar o que vejo escrito no aparelho. Meu médico é tão bipolar quanto eu e sempre deixa-me mais confuso do que já estou, nem sei porque insisto em suas consultas.

"Meus medos parecem mais reais agora"

Sigo todas as recomendações do meu médico e sinto que ela está recobrando sua consciência, aos poucos. Tenho medo de falar a verdade, que mais do que nunca faz-se necessária e acabar com algo que custei tanto a conquistar. Ganhei seu amor e agora me vejo obrigado a abdicá-lo, isso é tão injusto. Violetta se movimenta na cama e faz uma carranca quando aproximo o frasco de álcool das suas narinas. Sento-me ao seu lado na cama e acaricio os seus cabelos calmamente. Pego novamente o meu BlackBerry e envio outro e-mail para o Dr. Gregário

De: Leonard Vargas
Assunto: Meu casamento
25 de maio de 2015 20:47
Para: Dr. Gregário

"Andei pensando bastante em tudo o que conversamos ultimamente sobre a Vilu, meus medos, meu casamento e... por mais que isso me machuque, eu preciso admitir que... talvez o senhor esteja certo e deixá-la seja minha única opção nesse momento."

Eu pressiono enviar. Alguns momentos depois o silêncio paira no ambiente. Eu espero... espero até que o meu BlackBerry vibra, no prenúncio de um novo e-mail.

De: Dr. Gregário
Assunto: Seu casamento
25 de maio de 2015 20:52
Para: Leonard Vargas

"A segurança dessa mulher depende de você, León. Alex tentará te atingir e nós dois sabemos que machucar a mulher que 'você diz amar', é o caminho mais curto para isso. É uma pena que essa seja a única solução viável para solucionar seu problema. Sofrerá menos dessa forma, e quando menos esperar, você terá superado essa fase ruim."

Leio a mensagem na tela do BlackBerry e sinto que o chão sobre os meus pés sumir. A dor que eu estou sentindo é real e não mais abstrata como antes. "Violetta faz parte de mim... preciso tanto dela... eu posso viver sem ela?" Ainda com meu raciocínio lento, deslizo meus dedos sobre a tela do aparelho para enviar um novo e-mail.

De: Leonard Vargas
Assunto: Meu casamento
25 de maio de 2015 20:56
Para: Dr. Gregário

"Sua hostilidade com o meu casamento é absurdamente irritante doutor. Não importa o que eu faça ou o que eu diga, o senhor nunca vai acreditar que eu realmente amo minha esposa! Eu desisto. Poderia ser menos calculista comigo... só por hoje?"

As vezes, a sensação que eu tenho, é que o meu psiquiatra me odeia, por alguma razão ele me inspira confiança. É estranho... Enquanto analiso meus pensamentos noto uma leve movimentação da minha esposa. Meu coração se acelera gradativamente e se enche de esperança. Olho para ela sem pestanejar e constato sua beleza única. "Minha esposa é muito bonita e..." interrompendo meus pensamentos, sinto meu BlackBerry vibrar e logo constato um novo e-mail.

De: Dr. Gregário
Assunto: Seu casamento
25 de maio de 2015 21:16
Para: Leonard Vargas

"Não sou seu amigo, Harry. Poderia dizer o que você quer ouvir, mas não posso e não o farei. Há meses você está fugindo de si mesmo e por uma irresponsabilidade colocou a vida de uma inocente em risco, tudo isso apenas por um capricho. Se continuar... se insistir nesse erro que transformou-se o seu casamento, acabará em um sanatório e falo sem duplo sentido. Novamente você está começando a perder o controle e mesmo que me afirme que ama a sua esposa, eu sei que isso não é possível, não em decorrência das circunstâncias em que casou-se. Usou essa mulher para sanar a ausência de alguém que você perdeu. Precisa entender de uma vez por todas que, Violetta Castillo e Lenna Hanks, não são a mesma pessoa. Pare de se enganar por favor!"

"Isso já virou tortura emocional", grita o meu subconsciente e sou obrigado a concordar. Frisar, Leena em um momento como esses é demais para mim.

De: Leonard Vargas
Assunto: Meu casamento
25 de maio de 2015 21:20
Para: Dr. Gregário

"Não deveria ter tocado nesse assunto. As lembranças da, Leena ainda me fazem muito mal e me atormentam constantemente, mas hoje eu percebo que ela trata-se de um fantasma e que... Doutor eu aprendi a amar minha mulher independentemente de sua aparência física. Eu consigo enxergá-la como ela é, sem ligar sua imagem a única mulher que eu amei na vida. Sabemos o que aconteceu com a Leena por minha culpa, pode não parecer, entretanto, eu tenho a real consciência dos meus atos e vou protegê-la de quem quer que seja. Eu preciso... depois conversamos doutor. Tenha uma ótima noite e obrigado pela 'ajuda' significatória. Lhe darei um aumento de salário, pelas consultas extras."

Sinto o anúncio vibratório de um novo e-mail, porém, não me importo em respondêt-lo, o Dr. Gregário já me atormentou o suficiente por hoje. Mantenho os meus olhos presos a minha esposa e vejo seu despertar lento. Deslizo os meus dedos por seus cabelos macios e sinto um desejo enorme em beijá-la, porém não sacio minhas vontades carnais e me mantenho afastado. Seu estado de ânimo me apavora. Violetta deve estar irritada com o que ouviu de mim e com razão, fui imprudente. É frustrante saber que eu interrompi um momento íntimo tão propício e ansiado por mim.

Nosso relacionamento evoluiu gradativamente. Nos conhecemos tanto e ao mesmo tempo não sabemos nada um do outro... na verdade ela não sabe nada sobre mim e sobre a sua irmã... sua irmã gêmea. "Sim, minha esposa tinha uma irmã gêmea". Interrompendo os meus devaneios insolentes, ouço o som doce de sua voz.

– León... eu estou um pouco tonta... enjoada - Violetta murmura serenamente e arqueija seu corpo na cama. Tento e não consigo olhar em seus olhos. Viro-me na direção contrária e sinto as suas mãos em meus ombros. É aliviante saber que ela está razoavelmente bem. Ainda relutante seguro as suas mãos e lhe puxo para o meu colo. - Eu desmaiei por quanto tempo? - ouço o seu questionamento em total silêncio e não consigo externar nenhuma reação de imediato. - León... você está bem?

– É... sim... estou bem querida! - digo em um tom quase inaudível e pressiono os meus braços em sua cintura com um pouco mais de intensidade. - Quase me matou de susto, Sra. Vargas! - murmuro e acarico sua face, tentando quebrar a tensão entre nós dois, minha voz parece mais suave enquanto falo. Violetta sorri ao ouvir-me e mexe em meus cabelos de forma descontraída. - Sobre o que eu falei anteriormente... eu só queria que...

– Por favor não insista, León! - ela protesta com sua voz em um nível alterado, se levanta do meu colo rapidamente e vai em direção a janela da cabine. Seus olhos se estreitam em minha direção e seus lábios se afinam deliberadamente. "Ah... ela realmente está irritada comigo". - Posso não ser a esposa perfeita para você... não sou rica tão rica ou bonita quão a Srta. Reys, não fui educada nos melhores colégios de Buenos Aires e...

– Calma Violetta! Eu não quis assustar você, quando falei na possibilidade de deixá-la - murmuro tentando me controlar para não explodir e contar-lhe toda a verdade, porém não quero falar bobagens ou algo que me afaste ainda mais dá minha esposa, só quero aproveitar essa viagem ao seu lado. Violetta suaviza as suas feições e seu semblante muda, de repente. Por um momento ela fica séria. Ela parece pensativa, enquanto caminha de uma lado para o outro. Seu silêncio me enlouquece... completamente.

– Você não me assustou - afirma cessando os seus passos. Sinto que ela está mentindo, porém, não lhe interrompo e permito que ela continue a falar. - Eu sinto que precisamos um do outro para alcançar a tão sonhada "felicidade". Sei que você me ama e não existem motivos para uma separação. - murmura movendo seus lábios graciosamente. Inalo bruscamente e só então me levanto da cama para direcionar-me a ela, que por sua vez, me fita consternada. É quase impossível ter argumentos para rebater os suas afirmações. - Estamos bem... pela primeira vez nos comportamos como um casal normal e eu gosto disso - suas palavras pairam sobre mim e continuo em silêncio. Posso sentir meu semblante endurecendo. Tento manter-me firme e ignorar a vontade esmagadora de envolvê-la em meus braços. - Não adianta me olhar assim, Sr. Arrogância! Você é somente meu e não permitirei que ninguém ou até mesmo você destrua o nosso casamento.

– Desde quando tornou-se tão possessiva, querida? - resmungo mordiscando o meu lábio inferior. Violetta revira os olhos e cruza os braços à sua frente. - Essas palavras deveriam serem apenas minhas, Sra. Vargas! - meu tom é absurdamente irônico. Mesmo sabendo que não devo, caminho em sua direção e pouso minhas mãos em sua silhueta, mas ela ainda está amuada e inclina-se para trás, virando sua face na direção contrária. - Estará mais segura se estiver longe de mim. Não sou suficientemente confiável. Preciso que entenda isso... Não torne as coisas mais difíceis.

– León! - reclama irritada e me empurra para longe de si. - Não insista ou realmente me verá irritada e isso não será algo bom! - me adverte e por mais que eu tente, não consigo conter um riso debochado. Adoro vê-la irritada. - Prefiro morrer estando ao seu lado, do que está segura longe de você. Acredite em mim, por favor não repita essas sandices e... - ela parece sentir dores e se senta na cama com os olhos vidrados em mim. - León...

– Preciso levá-la a um médico, agora - sigo em sua direção e tento aproximar-me, porém ela se esquiva de mim. - Você não quer ir ao médico? - questiono-lhe sentando-me ao seu lado na cama e novamente ela se afasta. Seu sobressalto é realmente estranho. Olho em seus olhos e vejo medo... receio. Seu comportamento é no mínimo suspeito e deixá-me intrigado.

– Não quero e não vou a nenhum médico! - diz ríspida e por mais que eu tente, eu não consigo compreender a sua reação. - Estou bem meu amor e... amanhã eu prometo que eu procuro um médico. Agora temos uma festa para irmos e...

– Violetta, você desmaiou e eu sei que você não está bem... - contesto as suas palavras e não consigo alcançar o meu tom moderado de voz. De alguma forma, ela sempre me faz perder o controle. - Por favor não seja imprudente! - ela ouve o meu apelo em silêncio e firma os lábios em uma linha dura. Seu semblante está mais escuro agora. Sei que eu vou me arrepender, mas eu realmente preciso fazer essa pergunta - Realmente deseja ir a essa festa?

– Sim. Não quero continuar com essa maldita conversa, que só causará mais discórdia entre nós dois. Não insista nessa história absurda de me deixar e se a sua preocupação resume-se em, Alex, pode ficar despreocupado - "eu realmente estou ouvindo isso?", ela parece ter certeza do que diz e isso me entorpece. - Ele foi bastante amável comigo - murmura firmemente e minha única ação é me afastar. "Agora é definitivo, ela realmente quer discutir comigo, defender o homem que eu detesto, é demais pra mim". - Não adianta me olhar horrorizado qerido! Sei que suas ações o condenam, contudo, eu não acredito que ele seja capaz de me machucar... mesmo que seja apenas para te atingir e pode não parecer, mas eu sou grande o bastante para me cuidar sozinha - diz, destilando o seu sarcasmo sobre mim com um sorriso espontâneo irritante. - Não sou tão frágil quanto pensas e posso me defender sozinha de quem quer que seja.

– Você é mais ingênua do que pensei - ronrono cautelosamente e seu sorriso some rapidamente. - Não fale do, Alex como se o conhecesse, porque isso não é verdade e se insiste tanto em ir a essa festa, nós iremos e...

– Por favor me fale que a minha persuasão funcionou e eu consegui fazer com que você mudasse de ideia? Me diz que você desistiu dessa ideia maluca de me deixar? - seus questionamentos perpetuam em meu subconsciente de forma contínua. Nunca imaginei que seria tão difícil desistir de alguém, todavia em meio a tantas mentiras, a única verdade é que eu não quero e não posso desistir dela. Vejo expectativas em seus olhos e meu corpo implora por um pequeno contato com o seu. - Diga León!

– Tudo bem querida! - me desarmo completamente e cheio de más intenções, caminho até ela, que sorri vitoriosa. - Nunca pensei que eu pudesse ser tão manipulável Sra. Vargas - murmuro envolvendo-a em meus braços, com o máximo de sutileza possível no momento. - Pode conseguir tudo o que quiser de mim - roço meus lábios em seus ouvidos e sinto os nossos corpos se aquecendo. - Podemos simplesmente esquecer essa tal festa e...

– Não León! - contesta minhas insinuações e descido não intervir, temendo um novo desentendimento, entretanto, não posso ocultar minha frustação, algo perceptível a quilômetros de distância. - Iremos a essa festa e esqueceremos tudo o que foi dito anteriormente. Não quero ficar sem você. - Violetta me beija brevemente nos lábios e trilha seus beijos até a região do meu pescoço, me fazendo gemer internamente. Não se preocupe. Eu vou aprender a viver com isso, - sussurra em um tom divertido e corre o nariz ao longo do meu queixo e suavemente morde a minha orelha "Ela realmente quer ir a essa festa?"

– Iremos deixar essa festa em segundo plano, porque agora eu quero você Sra. Vargas... completamente...

***

Fazer amor após um breve desentendimento, é a melhor coisa do mundo, algo incomparável... para mim. Apenas alguns minutos perdido em seus braços e tudo foi esquecido, ou quase. Toda a tensão desprendeu-se de mim. À cada dia me torno mais dependente da minha esposa e sinto que ocorre o mesmo com ela. Seu desmaio perturba os meus pensamentos, ultimamente ela está estranha e se cansa com muita facilidade. Talvez esteja doente ou... prefiro ignorar a possibilidade de uma gravidez não planejada, isso definitivamente tornaria as coisas mais difíceis para mim. Se ela soubesse das ameaças do Hernández, sua irmã, meus pesadelos, que tornam-se cada vez mais estranhos e reais, com certeza não hesitaria em me deixar. Eu realmente não sou o homem ideal para ela.

Já são 22h:27min e mesmo a contragosto, irei a recepção oferecida pelo transatlântico à tripulação do navio. A ideia de estar tão próximo ao tal, Diego Twaites novamente, me desanima completamente. É tão óbvio que ele também deseja minha esposa, sequer dar-se ao trabalho de ocultar sua extensa admiração pela mesma. "Não seja inseguro, León ela é só sua!". Felizmente o traje que consta no convite é: sport, sendo assim, não foi difícil escolher algo para vestir-me. Após horas e horas de arrumação minha esposa finalmente está pronta para irmos ao salão de festas e o resultado de tanta arrumação não poderia ser melhor, - tirando a parte do minúsculo vestido - Violetta está lindíssima. Sinto-me honrado por ocupar o cargo do seu marido.

– Você está maravilhosa querida! - comento, enquanto saímos de nossa cabine. Assim que estamos fora do cômodo, prenso-a contra a porta e dou-lhe um beijo rápido. Seu perfume é suave como flores e seus cabelos estão trançados, mas o que realmente me incomoda é o seu minúsculo vestido. "Não acredito que paguei por isso!" - Com tantos vestidos, você escolheu justamente esse? - questiono, deslizando as minhas mãos por suas pernas nuas e recebo seu olhar mortal de indignação.

– Melhor irmos querido ou chegaremos atrasados. - Violetta segura as minhas mãos e por mais que eu queira, não insisto na troca de roupas . - Foi uma indicação da sua irmã! - comenta, enquanto caminhamos pelo extenso corredor que dá acesso ao salão de festas e me enfureço com o que ouço. "Pensei que, Ludmila gostasse de mim!". - Você é tão inseguro em relação á mim e confesso que também me sinto insegura em relação a você. Acredito que tudo o que nos ocorre seja culpa do nosso casamento precoce. Fizemos os caminho oposto dos outros casais... nos casamos primeiro e só agora começamos a nos conhecer intimamente. - diz suavizando suas palavras, ouço tudo em silêncio. Seu semblante está sereno e seu sorriso coeso me controla, anulando todos os meus pensamentos ruins. - O que eu estou tentando te dizer é que...

– Não precisa continuar meu amor. Sei o que vai dizer e eu concordo, mas ainda acho que você deveria trocar essa vestido - murmuro despretensiosamente e não posso conter meu riso debochado. Não consigo ignorar a possibilidade de irritar a minha esposa que revira os seus olhos e logo depois libera um sorriso terno. - Se alguém se afogar hoje, a culpa será totalmente sua. - de repente ela para de caminhar e em sua boca forma-se um "O". Seus olhos estão ligeiramente arregalados. - A verdade é que eu nunca tive uma mulher para chamar de minha. Meus relacionamentos sempre foram abertos e agora que as coisas mudaram de figura, eu sinceramente não sei como agir - confesso e ela parece me ouvir atentamente. - Não insistirei mais, contudo, eu ainda acho esse vestido exageradamente curto para uma mulher casada... uma senhora... a minha senhora.

– Você é terrível Sr. Arrogância! - diz ironicamente com um sorriso entre dentes e por mais que eu tente, não consigo conter um sorriso. - Pode desistir dessa ideia da mudança do meu maravilhoso vestido, pois não irei trocá-lo por nenhum outro. Não insista querido... é uma perca de tempo! - sentencía-me com um tom moderado e volta a caminhar. - Adoro desobedecê-lo... as vezes é bom sentir-me dona das minhas próprias ações - resmunga olhando em meus olhos e sou obrigado a concordar, durante muito tempo, ela foi uma espécie de prisioneira e sinto-me mal por isto.

Silenciados e pensativos, caminhamos vagarosamente para o lugar onde seremos recepcionados. Luzes vermelhas e verdes iluminam o ambiente, tornando-a ainda mais atrativo aos meus olhos. Logo ao chegarmos, somos recebidos pelo comandante, Lavoisier, que externa satisfação e felicidade. O salão de festas está completamente cheio, todos os espaços estão preenchidos, por mesas rigorosamente decoradas de acordo com a ocasião festiva. Toda a tripulação é distinta e do mesmo nível social que a minha família, sendo assim, sinto-me em casa. Violetta observa tudo com um deslumbramento eminente. Posso sentir seu nervosismo através das mãos trêmulas, respiração pesada, ela parece apavorada, mas segue com a sua postura altiva e soberana que tanto gosto. À cada dia se parece mais com a irmã e isso me confunde um pouco

– Espero que divirtam-se. Essa recepção foi organizada apenas com intuito de confraternização entre nossos tripulantes. - enfatiza, Lavoisier com um imenso sorriso de satisfação nos lábios enrugados. Ele parece feliz. - Aquela mesa... - diz com o dedo indicador direcionado a uma das mesas -... está reservada para o casal. Aproveitem a noite, que por sinal, está belíssima. - Após nos levar até nossa mesa, Lavoisier se afasta e em poucos instantes, some de nossas vistas.

– Tudo parece perfeito - Violetta comenta, enquanto seus olhos passeiam pelo grandioso espaço. - Violetta... obrigada por ter vindo comigo a essa festa, mesmo a contragosto. - seguro a sua mão e dou-lhe meu melhor sorriso no momento. - Acho que teremos companhia, querido! - não gosto nenhum um pouco do que ouço e assim que olho para trás, deparo-me com a única pessoa que não gostaria de rever naquela noite: Diego.

"Isso deve ser um pesadelo", resmungo em meu subconsciente exasperado e em seguida recebo o primo inconveniente da minha esposa com um falso sorriso entre dentes. Não gosto da forma como ele olha para ela, realmente parece interessado em algo que me pertence e isso me enlouquece.

– Mr. Vargas - saúda-me e lhe cumprimento, cedendo a minha mão. - Violetta... você está maravilhosa e sexy com esse micro-vestido! - sua voz está mais arrastada que o normal e seus olhos vermelhos. Seu comentário infame me faz querer esmurrá-lo até a morte, porém, com bastante esforço... muito auto-controle emocional, não sucumbo aos meus instintos de 'marido possessivo', e permito que ele prossiga com seus comentários desnecessários. - Se você fosse a minha esposa, eu não deixaria que se vestisse assim... tão vulgarmente - murmura, pousando suas mãos na silhueta da minha esposa e a proximando-a de si. Diego ignora a minha presença de forma grotesca. "Acho que estou invisível". Violetta parece constrangida com o que ouve e eu bem mais. Esse cretino não deve ter amor à vida ou deve esta bêbado.

– Você andou bebendo? - questiona, Violetta, visivelmente incomodada com a atitude equivocada do seu primo. Violetta sorri debochadamente e se dirige a um dos garçons, voltando logo depois com duas taças preenchidas por um líquido escuro. - Não sabia que era permitido bebida aos comandantes do transatlântico! - satiriza e novamente, Diego sorri.

– O transatlântico dispõe de quatro subcomandantes, sendo assim, posso me divertir da maneira que eu quiser... pelo menos hoje! - informa titubiando um pouco, ele praticamente atropela as palavras e mesmo irritado, não consigo evitar me divertir com a situação inusitada. - Vêm... vamos dançar um pouco, querida. Você adorava dançar comigo - Diego segura as mãos de Violetta e lhe puxa para próximo de si, afastando-a de mim, completamente. Prendo os meus lábios entre os dentes, quando vejo as suas mãos situadas na cintura da minha esposa - Você não vai se importar... vai? - questiona direcionando seu olhar á mim e sinto o sangue fervendo em minhas veias. Prestes a explodir, firmo o meu olhar ao da minha esposa e espero uma atitude de sua parte, mas ela se anula diante a situação.

– Violetta... por favor... me solte... - minha esposa exigi tentando desvencilhar-se dos braços do seu odioso primo, que não se intimida e lhe segura com mais força, apenas observo a cena em silêncio. - Já chega, Diego! Desde quando tornou-se tão inconveniente?

– Você é a culpada por nunca me obdecer! - disparo em um momento de ira extrema. Ela imediatamente cresce os olhos em minha direção, enquanto, Diego continua bebericando sua bebida. - Eu falei que não seria uma boa ideia vir à essa maldita festa! - resmungo contra sua face perdendo o pouco de paciência que ainda me resta e em seguida seguro sua mão direita e lhe puxo para perto de mim. - Melhor irmos embora, ou posso cometer uma loucura! - murmuro ignorando por completo a presença de Diego, mas para minha infeliz surpresa, Violetta desvencilha-se de mim e se afasta.

– Pode ir embora se quiser, todavia, eu não irei com você! - diz com um tom petulante e quase não posso reconhece-la enquanto fala. É a primeira vez que lhe vejo com esse nível de irritação. - Você decide; vá embora e me deixe sozinha ou fique comigo - desafía-me sem nenhuma cerimônia e por um momento fico estático. Ela realmente é outra e não gosto nenhum pouco dessa nova 'Violetta'. Sem pensar duas vezes, saio do salão de festas e caminho para minha cabine apressadamente. Me surpreendendo - como sempre - ela vêm atrás de mim, porém não é a única. - León... Léon me espere por favor - pedi discretamente e eu finjo não ouvir o seu pedido. Sem olhar para trás, caminho com um pouco mais de pressa. - Porque não podemos conversar como pessoas civilizadas? - questiona o óbvio e prestes a explodir me apresso um pouco mais em direção a minha cabina, até que sinto suas mãos em meus ombros. - León me escuta por favor... eu... - suas mãos estão gélidas e trêmulas. Seus olhos marejados ameaçam transbordar, entretanto, ela não deixa que isso aconteça. Violetta, parece desnorteada.

– Venha comigo por favor, eu não quero discutir com esse bêbado... não quero machuca-lo ou fazer algo que eu posssa me arrepender mais tarde! - após ouvir meu apelo, ela parece concordar, porém, o que seria uma discussão estava apenas no início.

– Não pode obrigá-la a ir com você seu imbecil! - afronta-me, enquanto se aproxima, mas eu lhe ignoro completamente. - Solta ela León, ou então... - inciou Diego sendo interrompido imediatamente por mim:

– Ou o quê León? Vai me bater?... É isso? - ele sorri ironizando a situação e aproxima-se de nós dois, ainda mais - Não quero discutir com você! A melhor coisa que você tem a fazer agora é ir embora e deixar a minha mulher em paz - silibilo as palavras com os meus dentes semicerrados, encarando-o. - Sei que você não está totalmente consciente dos seus atos, mas isso não lhe o direito de agir dessa forma. Precisa entender que sua prima agora é minha mulher e as coisas entre vocês dois não são as mesmas. - afirmo com muita seriedade e com um tom de superioridade em minha voz, logo depois seguro a minha mão da minha esposa e serpenteio meus braços em sua cintura.

– Sua mulher? - questiona, Diego sorrindo debochadamente da minha afirmação, deixando-me ainda mais furioso. - Fala da sua mulher como se ela fosse um objeto qualquer. A Violetta não nos pertence seu calheorda. Pra falar a verdade, ela nunca quis esse casamento e você bem sabe que eu falo a verdade! É bem provável que ela o deste... sei que você a intimida - murmura secamente com seu olhar fixo á mim e movimentando o seu queixo, que parece fora do lugar.

– Você não sabe de nada seu cretino! - esbravejo, e rapidamente aproximo-me. Uma vez frente a frente, eu prenso-lhe contra a parede e seguro a gola de sua blusa, erguendo-o - A Violetta é minha esposa e você sabe perfeitamente disso. Não fale do meu casamento... não fale do que você não sabe - pontuo cada palavra, falando bem próximo a sua face. - Antes era só uma suspeita íntima, mas agora... agora eu tenho certeza que você a deseja... Você. Deseja. Sua. Prima. Admite logo! - continuo a pontuar as palavras e ele inala abruptamente e recua um pouco. Atingi seu ponto fraco. Eu tenho razão em sentir ciúmes. Transtornado, lhe empurro contra a parede. Ele não revida e por um momento fica cabisbaixo.

– Já chega, León, largue-o por favor! - Violetta me pedi aos gritos, temendo uma confusão e tudo que ela consegue é piorar ainda mais a situação. Seus olhos começam a lacrimejar. É estranho está no meio daquela situação. - Não pode resolver tudo com violência e o Diego...

– Vai defendê-lo? - questiono, com um tom bastante rude. - Esse desgraçado a noite inteira me desafiou e tentou me atingir de todas formas possíveis. Ouviu o que ele falou e mesmo assim o defende? - ela parece sem respostas e sequer me olha nos olhos. Sei perfeitamente que os meus argumentos são plausíveis, entretanto, não são suficientes para minhas atitudes, mas não consigo me controlar.

– León... eu não... é...

– Já entendi tudo. Não preciso de sua resposta. Pode ficar com ele se quiser. Você quis tanto vir a essa festa. Aproveite a noite Sra. Vargas! - dizer essas palavras me dilacera intimamente. Completamente desapontado, empurro-o, para longe e dou-lhe as costas para ir embora.

– Vai fugir? Está com medo de mim, León? - assim que, ouço aquelas palavras, paro imediatamente de caminhar e quando olho para trás, tenho certeza que ele sou capaz de matá-lo. Ele bufa como um touro bravo e seus olhos faíscam. Seu peitoral sobe e desce. Seus olhos se estreitam minimamente na minha direção e dou o meu sorriso mais cínico, deixando-o ainda mais irritado que antes.

– León... León por favor não... - Violetta tenta persuadir-me a não ir até seu primo, mas é algo inútil. Estou enfurecido demais para atender ao seu pedido de não partir para uma discussão e chegar as vias de fato.

– Não deveria ter falado isso, Diego Thwaites! - falo enquanto me aproximo do mesmo e o cretino permanece com um sorriso cínico nos lábios. Ele deve está testando minha paciência.

– Vai me bater? - questiona, me desafiando e explodo intimamente. Sempre soube que esse homem me traria problemas, só não pensei que fosse tão rapidamente. - Você não me assusta! - afirma, enquanto me aproximo dele.

Antes que, Diego tenha a chance de falar mais alguma bobagem, o jogo para longe e logo em seguida o golpeio-lhe fortemente na barriga, ao ponto de fazer espirrar sangue dá sua boca, entretanto, ele revida com um soco em meu rosto, deixando-me completamente tonto. Não consigo exerga-lo nitidamente e ele aproveita-se disso, me golpeando com chutes por todo o corpo. Violetta começa a gritar por socorro, mas ninguém parece ouvi-la, o barulho alto da música ao fundo anula completamente qualquer ruído ou fala. Um pouco mais atento aos meus reflexos, consigo recuperar-me e então seguro o seu pescoço.
Começo a estrangulá-lo e por mais que ele tente se soltar, não permito que isso aconteça. Estou completamente fora de mim. Por mais que eu queria de certa forma, não consigo parar e aperto o pescoço de Diego com bem mais força, deixando-o vermelho como uma pimenta.

– Vai matá-lo - Violetta me alerta e lhe encaro rapidamente. - Não valerá apena... não vai valer apena, acabar com a vida dele - argumenta com a voz bastante trêmula. Ela está completamente apavorada e teme pelo pior. Posso sentir seu desespero e tanto me controlar.

– Esse verme merece algo bem pior que a morte - aperto com bem mais força o pescoço do seu primo, deixando-o praticamente inconsistente. Nunca pensei que fosse capaz de chegar a esse extremo com alguém.

– Pare... pare por favor, eu lhe imploro! - minha esposa grita em uma súplica desesperada, chamando rapidamente a minha atenção para si.

– Mas, Vilu... ele...

– Por favor largue-o - pedi firmente e só então eu lhe largo. Diego luta em busca de oxigênio e cai de joelhos no chão. - Fez o certo, meu amor e você, Diego... você precisa ir embora. - praticamente exigi, indo em sua direção. Ela parece desapontada com ele. - Você mereceu o que acabou de lhe acontecer. Não consigo te reconhecer mais. Transformou-se num completo cretino e definitivamente não gosto de você como antes.

– Isso não vai ficar assim! - ameaça, enquanto se recupera do estrangulamento. - Você merece alguém bem melhor que esse daí. Sei que você não é feliz... você me disse isso quando casou-se - novamente volta a provocar-me, mas eu consigo me conter e não avanço em sua direção.

– Já chega Diego! - dispara exasperada, deixando o seu primo incrédulo. - Vamos meu amor... - murmura sorrindo em minha direção. Violetta segura a minha mão direita e caminhamos para a nossa cabine, deixando um cretino desnecessário para trás.

Ao chegarmos ficamos nos entreolhando como dois estranhos. Por mais que eu tenha superado certas coisas, não consegui manter o controle. Eu só precisava ignora-lo, entretanto, não o fiz. A verdade é que não estou desapontado com minha esposa ou com seu primo, estou desapontado comigo mesmo. Nunca mudarei inteiramente. Sigo em direção a uma poltrona próxima a cama e relaxo meu corpo completamente. Violetta continua estática e me olha assustada. Tudo muda tão rapidamente entre nós dois. Ainda pouco estávamos bem e agora ha um grande abismo entre nós. Sorrateiramente, ela caminha em minha direção e assim que chega até mim, ajoelha-se e segura as minhas mãos.

– Eu sou assim, Sra. Vargas... um verdadeiro monstro! - sibilo as palavras com desgosto. Meu peito está apertado, parece menor agora. Ela inala pesadamente e enruga o seu cenho. - Não queria... eu não queria perder o controle e agir com tamanha brutalidade. Sou digno de pena. - desabafo aterrorizado por minhas ações. Ela apenas me ouve atentamente. É tortuoso admitir minha fragilidade, todavia, eu não me importo.

– Não se preocupe. Eu vou aprender a viver com isso - sussurra em um tom sério e corre seus dedos ao longo do meu queixo. Violetta, leva minha mão até sua face e espontaneamente acaricio seus cabelos. Lhe puxo para o meu colo e aninho-a em meus braços. - A culpa não foi sua meu amor. Não deixe que isso nos afaste... não deixe.

– Não deixarei... eu não deixarei...

***

Em uma espreguiçadeira próxima à uma das piscinas do Allure, leio o meu habitual jornal. O resultado da pequena discussão de ontem foi um belo olho roxo. Para esconder o indesejado hematoma, uso meu óculos escuro que comprei há alguns dias atrás. "Pra um simples comandante, ele tem a mão bem pesada", zomba o meu subconsciente e lhe respondo com um gesto obsceno. Após muito esforço consegui levá-la a enfermaria do transatlântico, porém, ela dispensou minha presença na consulta e por alguma razão me obrigou a sair do ambulatório. Agora são 10h:45min AM e já estamos chegando no litoral sul da França. Pelo que soube, Cannes é uma das cidades litorâneas mais belas do mundo. Será muito bom está em terra firme novamente. Como ainda é cedo, sou um dos poucos que circulam pelo transatlântico. Tento e não consigo relaxar completamente. Mil pensamentos me invade, subitamente.

"A segurança dessa mulher depende de você, León"

"Prefiro morrer ao seu lado, do quê está segura longe de você"

"Precisa entender de uma vez por todas que Violetta Castillo e Leena Hanks não são a mesma pessoa. Está preso a uma ilusão."

"Eu preciso de você, León, por favor não me deixe"

"Deixe-a livre, León. Só assim ela estará segura de tudo o que te persegue. Deixe-a."

"Eu amo você, Sr. Arrogância..."

– Licença... é... Mr. Styles, eu preciso falar com o senhor imediatamente - murmura, Andrew, me libertando do pequeno transe em que eu me encontrava. Ainda atordoado, conserto minha postura na espreguiçadeira e subo meu olhar ao seu. Ele parece bastante preocupado. Seu semblante enervante está mais sombrio que o de costume. - Recebi uma ligação do tenente Julián e... pelo que tudo indica, Alex está lhe seguindo por todos lados - estremeço totalmente com o que ouço, entretanto, não externo nenhuma reação. - Ele foi visto na costa irandesa há poucos dias atrás e o provável é que ele tenha vindo para Cannes. Senhor... saiu o resultado do inquérito referente ao seu sequestro e... segundo o tenente, Alex foi o mandante. Ele já está sendo procurado pela "Interpol"... é considerado fugitivo. Para a sua segurança e da vossa esposa, o correto seria voltarmos para, Buenos Aires o quanto antes - afirma seriamente, me deixando estático.

– Você está certo, Rupert - concordo com a voz rachada e meu insubordinado me observa atentamente sem pestanejar. Estou apavorado com a possibilidade de voltar a vê-lo depois de tudo o que aconteceu e por mais que eu queira, não consigo omitir isso. - Por favor... é... providencie tudo para o nosso regresso à Buenos Aires - ordeno em tom quase inaudível.

– Para o reforço da segurança, uma equipe de apoio nos aguarda no porto. Com sorte, amanhã estaremos em casa. - diz com os dentes semicerrados. - Não se preocupe senhor. Tudo está sobe controle - me tranquiliza e em seguida some de minha vista rapidamente.

Deixá-la não é mais uma mera opção, agora é algo necessário e indispensável. Darei minha vida para defende-la de tudo e de todos... custe o que custar... e se isso custar minha vida morrei feliz. Mesmo dilacerado intimamente, preciso ser forte e pela primeira vez em minha vida fazer o 'certo', embora isso custe a minha felicidade. Não pensei que seria tão difícil abdicar algo... Olho sua fotografia que serve de plano de fundo do BlackBerry e sinto uma imensa vontade de chorar. Meu único erro foi me apaixonar verdadeiramente por ela. Me desarmei completamente.

Pairando sobre lembranças, não percebo sua aproximação sorrateira e repentina. Uma brisa cheia de melancolia, me trás seu cheiro doce que tanto amo. Violetta me beija brevemente e senta-se entre as minhas pernas, repousando sua cabeça em meus ombros. Seu semblante está sereno e sóbrio, contudo, posso sentir sua tensão através dos gestos incertos.

– Ainda está chateado comigo? - indaga subindo os seus olhos incobertos aos meus e nego com a cabeça. Por mais que eu queira, não consigo proncuciar uma palavra sequer. Minha garganta está em chamas, embora o clima ameno. - Não está demonstrando isso - contesta meu gesto isolado com seu tom mais irônico possível no momento. - Meu amor... eu sei que fui impulsiva, na verdade eu sempre sou impulsiva e só agi daquela forma ríspida com você, por... ah... León você também foi culpado por ser tão intransigente comigo... - ouço suas explicações em total silêncio, na verdade o tal Diego é o menor dos meus problemas. - Desculpe-me se...

– Voltaremos para Buenos Aires amanhã - disparo avidamente e ela me observa atentamente. - Quando chegarmos em casa... é... daremos entrada em um processo de divórcio. Hoje nos hosperadaremos em um hotel em Cannes e... - olho em seus olhos enquanto falo e a sensação que eu tenho é de está cometendo um homicídio emocional. "Continue León". - Faço isso pela sua segurança e... nada mais.

– Não seja infantil! - prostesta e logo em seguida levanta-se do meu colo bruscamente e toma uma distância considerável. Por um momento ela fica séria. - O que aconteceu ontem não é motivação suficiente para uma separação e... León por favor me explica o que está acontecendo. Eu sei... eu sinto que você não quer afastar-se de mim. - Ela me implora aos gritos. Seu transtorno me entorpece completamente. - Me diz... por favor!

– Já chega! - dou-lhe um ultimato e sigo em direção a cabine, acompanhado de perto por ela, que caminha logo atrás de mim. - Não tenho mais nada para falar a respeito. - minto usando o meu tom mais frio e calculista, na verdade estou tentando despistar o meu desânimo com a decisão tomada. - Não torne as coisas ainda mais difíceis para nós dois. Te colocar na minha vida foi um erro... agora eu entendo isso. Você não merece alguém como eu na sua vida, logo entenderá que eu tenho razão.

– Sou tão descartável assim? - questiona e atravessa em minha frente. "Não, você é descartável querida". - León... eu preciso te contar uma coisa e se isso não interferir na sua decisão... eu... eu juro que me afasto de você... definitivamente. Só preciso que você me escute por um momento e...

– A decisão já foi tomada - afirmo fingindo desinteresse e ela fica cabisbaixa. É doloroso desistir dela. - Não há nada que você possa fazer para que eu...

– Não pode me deixar... não agora que eu... León, eu...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Hummm próximo capítulo a fic terá andado 4 anos OKAY? Até logooooo suas Liamdas. COMENTEM, FAVORITOS SÃO IMPORTANTES, então... amoooh vocês. Obrigada por tud. Até logooooo