POV BELLA

- Quem está ai? – Perguntei. E NADA me respondeu. – Quem está ai? – Perguntei novamente.

E dessa vez eu fui respondida. Um raio roxo quase me acertou, se não fosse no último segundo, meu ato de reflexo, eu estaria no chão, caída. A partir daí eu já sabia quem era.

- Saia detrás do arbusto, eu sei quem você é! – Gritei.

Fui respondida mais uma vez, mas desta, me arrisquei e tentei controlar o raio roxo. Para minha surpresa, era tão fácil quanto controlar matéria, sendo assim, consegui.

Atirei o raio roxo o mais longe de mim e de supostamente, Violet.

Depois disso fez-se um longo silêncio, estranho até. Após um minuto assim, o arbusto se mexeu mais uma vez, de lá dentro, saiu uma pequena e graciosa criatura.

Parecia mais uma menininha pálida demais. Violet era pequena, branca como papel, e seus lindos cachos loiros escorriam por suas costas, que eram cobertas por seu magnífico vestido roxo. Cara, que garota fissurada em roxo! Me distrai um pouco com seu dedo, que apontava para mim, me acusando.

- Você pegou o meu raio! – Exclamou birrenta.

- Eu não peguei nada. Você que o atirou em mim, apenas me defendi. – Esclareci.

A pequena foi se aproximando, e por mais perigosa que fosse, eu não sentia medo.

- Como você fez isso? – Perguntou com os olhos brilhando em minha direção. Eram estranhamente violeta.

- Usei meu poder. Eu posso controlar a matéria. – Expliquei. Violet parecia agora mais uma criança curiosa, em vez de um ser letal.

- Meu raio roxo é matéria? – Me indagou. – É assim que ele é chamado?

- Hm, acho que sim. – Respondi francamente. Eu não sabia ao certo de qual nome dar ao poder da pequenina.

- Por que você não me atacou, nem fugiu? Todo mundo faz isso. – Falou chorosamente com os bracinhos cruzados encostados em sua cintura.

- Porque não houve necessidade. – Dei de ombros.

- Então você me atacaria? – Me encarou, os olhos fulminando, o ódio transparecendo entre eles.

- Não. – Fui verdadeira novamente.

- Eu também não quero te atacar mais. – Ela me contou, ainda séria, sentando-se no chão. Estou indo bem! Menos uma arqui-inimiga, mesmo ela parecendo mais uma garotinha de sete anos, mas a gente supera isso e tals...

- Obrigada. – Agradeci e me sentei no chão, relaxando.

- Por que você confia em mim? – Me perguntou.

- Porque eu achei você legal e bonita. – Respondi, mesmo que sem nexo, eu confiava na garotinha de sete anos. Eu precisaria de uma desculpa plausível e tals, mas por que não falar algo bem retardado? Parecia-me uma boa idéia.

- Você não devia confiar em mim. Às vezes eu perco o controle. – Murmurou baixinho, fitando seus joelhos. Enchi-me de compaixão pela pequenina ali, mesmo com sua pouca idade (ou cara de pouca idade), ela já tinha problemas. Algo que eu só havia tido agora, agradeci por alguém lá em cima ter me permitido viver e desfrutar de coisas boas antes desse final triste.

- Sei como é. – Mostrei minha compreensão.

- Não, você não sabe. – Sussurrou, ainda séria.

- Acredite se quiser, eu sei. – A fitei por um momento e continuei – Larguei minha família e o homem que amo, por essas questões de perder o controle, sabe? Se eu usar muito meus poderes, vou perder minha sanidade. O melhor fim para mim, ainda é a morte. – Comentei. A garota loira me encarou por um tempo, e depois resolveu falar também.

- Minha mãe estava cansada de mim, então com sete anos ela me largou com o tio Jack. – Desabafou. Pobre criança!

- Sua mãe devia ser absurdamente louca! – Exclamei. – Largar uma menina tão bonita, nos braços de um cara como o Jack. – Grunhi o último nome.

- Você conhece o tio Jack? – Perguntou-me curiosa.

- Infelizmente sim. – Sorri tristemente para ela.

- Eu não gosto dele. – Ela admitiu. – Mas fico com ele, porque ele é o único que me quer, e que cuida de mim.

- Você nunca tentou se aproximar de outros vampiros? – A indaguei. Era quase impossível pensar em alguém que não se apaixonasse pela pequenina ali na minha frente.

- Já, mas eles têm medo de mim, me atacam, fogem, ou os dois. – Admitiu, com raiva.

- Não entendo eles. – Bufei.

- Eu também não. – Ela concordou dando um sorriso fraco.

- Então, o que você está fazendo aqui, Violet? Você sabe, se te acharem podem tentar algo contra você. – A alertei.

- Eu sei. Mas eles nunca vão me pegar! – Ela parecia convicta disso. – Por que você está do lado deles, Bella? Você não sabe que eles são do mal?

- Estou defendendo o que acho certo, Violet. Jack quer dominar o mundo, não acho certo, acho que cada um merece ter pelo menos, o direito de possuir sua individualidade. Liberdade, sabe? – Tentei explicar.

- Também não gosto dele, mas ele pelo menos cuida de mim. E os Volturi, eles me odeiam, eles me seqüestraram para me pesquisar, como se eu fosse um E.T. – Bufou. – Sou igualzinha a eles, apenas menor, e mais nova. – Acrescentou.

- Eu sei. Olha, Violet, os Volturi podem parecer do mal agora para você, mas isso é porque você só consegue enxergar o lado do Jack. Se você tentasse ver o lado deles...

BELLAAAAAAAAAAAAA!

- Hm, acho que tenho que ir. – Falei sem graça.

- Tudo bem, tchau Bella, foi bom te conhecer. – Ela disse, já se levantando.

- Tchau Violet e... – Pausa – tome cuidado, por favor, os Volturi não são maus, mas também não irão poupar os que estiverem do lado do Simply.

- Você está preocupada comigo? – Me indagou.

- Sim. – Respondi francamente. Eu já me sentia envolvida pela pequena criatura.

- Obrigada. – Me agradeceu e depois se atirou na floresta, correndo como um flash.

BELLAAAAAAAAA!

Dei um suspiro e me pus a andar, indo em direção a parte das cabanas, origem dos gritos que me chamavam.

Ao chegar lá, encontro uma Jane sorridente, piscando maliciosamente para mim.

- O que foi, Jane? – Perguntei confusa.

- Tcham, tcham, tcham! – Ela fez mistério. – SURPREEEEEEESA! – Gritou e me girou.

Me deparei com algo que eu realmente não esperava.

- BELLA! – A voz aveludada que eu mais amava nesse mundo, gritou me chamando.