Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 15
Capitulo 14 - O Quarto


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo reescrito em 19/02/2021.
Nesse nós aproveitamos algumas coisinhas, mas mudou MUITO! eu particularmente gostei bastante.
Dedicado à Melani Uchiha, obrigada pela recomendação.
Enfim, espero que gostem.
Boa leitura!



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O Quarto

Ino não esperou que eu a questionasse e logo começou a me contar sobre todas as dúvidas que tanto ela, quanto Naruto compartilhavam acerca de Tenten.

— Ele é poderoso, eu consigo sentir a magia que emana dele todas as vezes em que me aproximo dela. – A Yamanaka enfatizou aquilo com uma expressão pensativa. – Ninguém o usaria como um simples adereço se soubesse disso. – Ela olhou para Naruto esperando ouvir a opinião dele.

— A menos que ela pense que ninguém perceberia. – Naruto falou com obviedade. – De qualquer forma, não acho que Tenten tenha intenções ruins com a Sakura. Eu teria percebido isso.

— Vocês acham que ela tem alguma coisa a ver com os ataques?

Meu olhar cruzou-se com o de Naruto e Ino, mas nenhum dele soube me dar uma resposta imediata.

— Não acho. – Ino respondeu ao ver que eu já apresentava sinais de frustração. – Mas de qualquer forma, vamos encontrar alguém que pode nos contar sobre isso hoje.

— Então da próxima vez que encontrar Tenten eu saberei se ela é ou não nossa inimiga? – A loira aquiesceu e eu suspirei tentando aliviar todo o receio que havia me tomado. – E quando voltaremos ao colégio?

— Você se importa com aquele lugar? – Ino arqueou as sobrancelhas e eu não soube o que responder. – Voltaremos em breve. Muito mais rápido do que você pensa.

— Não sei se fico aliviada por saber disso.

— Fique tranquila. – Naruto quem disse antes de levantar. Ele estendeu a mão para ajudar Ino e a mim. – Nós estaremos com você.

— Isso é reconfortante. – A ironia em minhas palavras não os afetou.

— É o que podemos oferecer por enquanto. – O Uzumaki sorriu e logo a expressão gentil em seu rosto endureceu aos poucos como se ele houvesse notado uma nova presença na casa. – Precisamos ir. Hinata está aqui.

Ino aquiesceu e eles se despediram brevemente de mim antes de correr na direção da mansão. Pelo que entendi, aquela era a primeira de muitas reuniões que aconteceriam na mansão pelos próximos dias.

Eu não conseguia imaginar que tipo de assunto eles tratariam, mas sabia que todos eram cautelosos o suficiente para não me contar nada. Ainda assim, nenhum deles parecia preocupado com o que eu podia fazer quando estava sozinha.

Era claro que eu não ia fugir. Não depois do que aconteceu, mas isso não me impedia de pensar no único lugar que Itachi havia dito que eu não podia entrar.

O quarto.

Esse pensamento me fez pegar o diário da senhora Uchiha e correr para o quarto que eu dividia com o Sasuke apenas para ter certeza de que ele não estava lá. No meio do caminho, parei uma das mulheres que estavam trabalhando na mansão e perguntei sobre o paradeiro do meu pacto, tendo a resposta satisfatória de que ele também estava na reunião que acontecia no andar mais alto de toda a casa.

Era perfeito.

Isso me deu a chance de revirar todo o quarto em busca da maldita chave. E nem mesmo a frustração por não encontrá-la foi capaz de me impedir de ir até a porta do quarto.

Meus passos eram cautelosos e eu sentia que a qualquer momento alguém apareceria, ainda assim, não recuei.

Minha intuição normalmente era uma merda, mas eu sabia que aquele quarto poderia ter respostas para as minhas dúvidas.

Principalmente sobre a noiva que ele nunca me disse que tinha.

Aproximei-me da porta em passos lentos. Mordi o lábio inferior e prendi a respiração esperando sentir qualquer coisa que me repelisse para longe da porta. Esperei a dor que Itachi havia descrito e me vangloriei mentalmente por estar cara-a-cara com a porta. Toquei a maçaneta sentindo um leve formigamento na ponta dos meus dedos.

Quando finalmente consegui abrir a porta, entrei no quarto o mais silenciosamente que consegui. Não havia nada para trancá-la por dentro, mas achei que não era necessário me preocupar com isso.

— Uau. – Murmurei ao observar a decoração do lugar com calma. Era realmente surpreendente.

Os moveis eram rústicos, repletos de detalhes que pareciam ter sido talhados à mão. As paredes eram brancas e haviam desenhos dourados por toda sua extensão, as cortinas eram peroladas e pareciam ter pequenos brilhantes por toda a sua extensão e tinham detalhes também dourados, igualmente a cama que tinha sua cabeceira repleta de metais moldados que formavam flores e tinham algumas pedras brilhantes nas mesmas. O dossel da cama era dourado e sua cortina era quase que transparente.

Havia um manequim com um vestido verde em um dos cantos, tão belo que não resisti em passar a mão delicadamente por todos os detalhes de seu busto, me surpreendendo ao encontrar esmeraldas presas entre os fios como meros adereços.

— Esmeraldas, porra. – Decidi me afastar do vestido com medo de estraga-lo e caminhei até a mesa que estava próximo do que eu julguei ser outra porta. Esta, por sua vez, estava trancada. – Quem dormia aqui? – Murmurei abrindo as caixinhas de joias e me surpreendendo com cada uma que encontrava ali.

Haviam perfumes, pentes dourados e tantos vestidos no roupeiro do quarto que me surpreendiam a cada descoberta.

A cama tinha lençóis macios e tão delicados que temi que pudessem rasgar quando me sentei sobre ela. O cheiro de flores que exalava dos tecidos me faz pensar se Sasuke era o responsável por manter aquele lugar organizado.

— Devia ser da noiva dele. – Murmurei abraçando-me a uma almofada. Mesmo que eu soubesse que devia ir embora, não sentia nenhuma atmosfera hostil dentro do quarto.

E isso me fez retornar pelos próximos dias. Sempre no horário em que as reuniões aconteciam eu dava um jeito de entrar no quarto misterioso.

Algumas vezes eu mexi nas roupas e até ousei me vestir com uma delas, sem muito sucesso, a quantidade de laços transformava essa missão em algo impossível para uma única pessoa.

Provei as joias e até passei os batons que tinham sobre a penteadeira, observando meu reflexo no espelho com graça antes de me deitar sobre a cama macia e ler mais do diário da senhora Uchiha.

As páginas contavam muito sobre a rotina dela, sobre seus anseios e as desconfianças acerca de Sasuke. Da noiva e da garota que não tinha sido escolhida.

Às vezes eu tinha a sensação de que mergulhava na história de tal maneira que conseguia visualizar tudo o que ela descrevia. E algo sempre me dizia que eu deveria ir embora, todas as vezes em que eu voltava para o meu próprio quarto o sol estava quase se pondo, mas não parecia preocupar Sasuke o suficiente para que ele ficasse em alerta.

— O que fez hoje? – Era o que ele me perguntava todas as vezes em que me via. Às vezes parecia atento ao batom que eu me esquecia de tirar ou em algum detalhe que eu carregava comigo do quarto misterioso. – Onde esteve?

— Li o dia inteiro. – A meia verdade o convencia. – Você sabia que tem uma quantidade interminável de livros na biblioteca? – Eu comentava para trocar o assunto sutilmente.

Eu sabia que Sasuke não me encontraria se resolvesse me procurar na biblioteca, mas por enquanto, deveria servir. O Uchiha, no entanto, parecia agoniado em seus próprios problemas.

— Estou te sentindo agitado. – Murmurei antes de entrar no banheiro. – Aconteceu alguma coisa? – O controle dele sobre os próprios sentimentos estava instável.

— Só estou cansado. – Ele me respondeu antes de esfregar as mãos nos olhos. Me surpreendi ao notar as olheiras ali. – Preciso sair para...Me alimentar. – Os olhos de Sasuke constantemente estavam vermelhos, mas eu não havia associado isso à sede.

— Sasuke... – Eu me sentia culpada. A última vez em que Sasuke havia bebido do meu sangue tinha sido quando eu fui envenenada, logo antes de nos mudarmos para o colégio Senju. – Eu...

— Não se preocupe. – Sasuke me interrompeu antes de levantar-se da cama. – Tome seu banho, logo alguém trará o seu jantar.

Todas as noites alguém batia a porta e me deixava algo para comer. Este alguém também não conversava comigo e nem me perguntava se aquilo era do meu agrado, pois parecia me conhecer bem o suficiente para não me dar motivos para reclamar.

Algumas horas depois os talheres e os pratos eram retirados. E eu nunca me perguntei o porquê de não jantar nos cômodos inferiores com todos os outros que estavam na casa.

Nenhum deles tinha necessidade de comer como eu.

No dia seguinte, retornava para o quarto da mulher misteriosa e ficava lá por horas, enquanto tentava desvendar os fragmentos de sentimentos de Sasuke que tomavam meu coração.

Meus olhos estavam fechando-se enquanto eu teorizava sobre o que podia acontecer. Era possível que algo discutido na reunião estivesse deixando Sasuke tão desconcentrado?

Pela primeira vez em dias, dormi como se não houvesse nada mais para me preocupar.

X-X-X

Não sei por quanto tempo dormi, mas quando acordei, me surpreendi ao ver a sombra sentada no canto mais distante da cama.

Reprimi o grito em minha garganta ao perceber que era Sasuke, na versão mais tranquila que eu já tinha tido o prazer de presenciar.

— Finalmente acordou. – Ele murmurou desviando seus olhos na minha direção. As olheiras ainda estavam lá, mas suas orbes escuras me fitavam com atenção. – Há quanto tempo sabe sobre esse lugar?

Eu não havia movido um único musculo e ainda assim, não senti medo por ter sido descoberta. Uma parte minha sabia que ocasionalmente Sasuke descobriria sobre minhas visitas ao seu quarto secreto.

— Há quanto tempo sabe que estou vindo aqui?

— Desde o primeiro dia.

Suspirei e me sentei na cama, aproveitei que precisava organizar o meu cabelo para ganhar tempo. Então nunca foi um verdadeiro mistério, ele só estava esperando a hora propícia para me desmascarar.

— Não estou chateado.

Ficamos em silencio.

Não se ouvia som algum, nem ao menos das nossas respirações. O Uchiha baixou o olhar para o carpete, parecia que ele estava perdido em seus próprios pensamentos.

— Este quarto...Pertencia a alguém especial? – Perguntei em um murmúrio incerto. Não sabia qual seria a reação de Sasuke ao ouvir aquilo, principalmente levando em consideração que ele sequer me contou sobre a história daquela mulher.

— Eu a amava. – Sasuke concordou e a sensação de nostalgia voltou com mais intensidade. – Mesmo que não soubesse o significado disso, durante todos esses anos que se passaram... Eu percebi que a amava tanto que chegava a doer.

— Eu sinto muito. – Ousei me aproximar dele um pouco, tendo ciência do aperto em meu coração. Aquelas não eram lembranças agradáveis à ele. – Não deve ser fácil perder alguém.

— Não é. - Sasuke murmurou a resposta após um tempo. – Mas o que te faz pensar que ela está morta?

Mordi meu lábio inferior e mantive meus olhos fixos nos de Sasuke embora não soubesse o que dizer. Aquele olhar dele repleto de expectativa consumia minhas palavras antes mesmo que eu conseguisse formula-las.

— O que aconteceu então? – Sussurrei.

— Ela foi tirada de mim. – Sasuke esclareceu com tamanha tristeza que meus olhos lacrimejaram. Aquela dor antiga voltava a nos consumir e me arrebatava por inteira. – De muitas maneiras. Eu não pude protege-la...Eu falhei.

— Tenho certeza de que você fez o que conseguiu. – Contive o impulso de segurar em sua mão e me contentei em apertar os lençóis que estavam entre nós. – Não é sua culpa.

— Você sabe que não posso me perdoar pelo que aconteceu.

— Sasuke...

— Não posso, Sakura. – Ele ergueu a mão para afastar uma pequena lágrima solitária que ousou escorrer por meus olhos. – Eu me odeio todos os dias por ter sido fraco. Por não poder protege-la.

— Sasuke, eu...

— Não diga que sente muito. – Havia rigidez nas palavras dele. – Não sinta pena de mim. – A advertência em suas palavras me incomodou.

— Não sinto pena de você.

Sasuke aproximou-se de mim e não posso dizer que ele foi o único que o fez. Eu me sentia ligada à ele como nunca havia acontecido, a proximidade entre nós não era o suficiente.

— Então o que há com os seus olhos? – Cochichou ele tão baixo que mal pude ouvi-lo. Nossas testas estavam quase coladas, eu conseguia sentir a respiração dele batendo sutilmente contra o meu rosto. – O que mudou?

— Eu não sei. – Murmurei em resposta fechando meus olhos ao sentir que ambas as mãos de Sasuke estavam sobre o meu rosto. O toque dele era quente, familiar e parecia apaziguar todo o conflito dentro do meu coração. – O que está acontecendo?

— Sempre foi você. – O nariz de Sasuke roçou ao meu e prendi minha respiração sentindo que meu coração estava pronto para correr uma maratona. – Aquela que eu perdi e quem eu encontrei através do tempo. Aquela que me domina. – Os lábios dele encostaram sutilmente sobre os meus e antes que pudéssemos aprofundar o beijo, ele acrescentou: - Aquela que eu amei por toda a minha vida.

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? Recomendações? Criticas? Puxões de orelha? SUAHAUH
O comentário de vocês é ultra importante para o desenvolvimento da fic! *-*
Inté semana que vem ♥