P.O.V Regina

Acordei com o despertador tocando ao lado da minha cama.Eu me levantei e por impulso,fui até o quarto de Henry para ver se ele ainda estava dormindo mas lembrei que ele tinha dormido na casa de Emma como vinha fazendo já haviam várias semanas.Eu me sinto incrivelmente só sem meu filho junto comigo,aquela casa parece ser grande demais para se viver sozinha.Claro que nesses momentos ser a Evil Queen não ajuda muito.Ninguém quer se meter com o monstro que eu sou,ninguém quer tentar a sorte.

Com um movimento de minha cabeça espanto aqueles pensamentos que estavam atormentando minha cabeça.Tomei um bom banho,coloquei um vestido preto e meus saltos básicos da mesma cor,além de tomar café em casa resolvi ir até o Granny's para pegar um pouco de ar antes de me enfurnar naquela prefeitura pelo resto do dia.

Muitos acham que ser prefeita é um trabalho bacana e é sim,mas cansativo.Eu não tenho tempo nem de respirar que já surgiu mais algum problema que tenho que resolver.Venho passando bastante tempo sozinha,de vez em quando eu faço coisas com os outros como: ir na casa da Snow,levar Henry para a escola mas nada muito frequente.O momento em que mais convivo com as pessoas é quando estou na delegacia com David e Emma.Sendo prefeita,tenho que decidir se os presos serão liberados ou não.Não é algo animador nem trabalhoso,quando acontece eu simplesmente faço algumas perguntas e analiso as possibilidades,mas sempre acabo liberando-os com a condição de que não repitam o que fizeram caso isso aconteça seriam presos permanentemente.

Caminho até o estabelecimento em passos lentos,com meu próprio ritmo.Quando entro,percebo que o lugar está pouco lotado.Me sento em uma das mesas sozinha,observando a rua pela janela extensa ao meu lado.

–O que vai querer?-me viro e vejo Ruby,a garçonete,a lobinha.Ela era até simpática,mas não minha amiga.

Amigos de verdade eu poderia contar nos dedos.Eu tinha Snow,Charming e Tinker.Tinker Bell era a mais próxima que eu tinha alguém para quem eu contava meus segredos e gostava de passar o tempo.A fada me entendia de modo que ninguém mais podia ou se podia guardava isso consigo.Só depois de um bom tempo pensando sobre minha vida me lembro de responder a garota com mechas vermelhas na minha frente.

–Um café por favor.

A garota anota e sai andando,se afastando até o balcão.Alguns minutos depois ela me entrega o pedido e saio do local com meu café em mãos.Como estava olhando para o chão,esbarro em alguém sem perceber derrubando todo meu café quente no chão.

Levanto o olhar e vejo quem é.Robin Hood.Eu tenho uma raiva muito grande dele.Não é por causa dele em si,mas porque Snow e Emma vivem tentando empurrar ele pra mim.Ele é bonitinho claro,mas não daria certo.Ele é muito persistente e eu sou muito estressada podesse assim dizer então acabaríamos nos matando nos primeiros cinco minutos juntos.

–Desculpa Regina.-ela dá um sorrisinho.

–Não tem problema.-minto,na verdade eu tinha acabado de perder meu café.Meu energético para um longo dia de trabalho.-Até mais tarde Robin.-eu saio andando antes que ele comesse a puxar assunto e eu estava totalmente sem cabeça para isso agora.

Droga! Eu não podia voltar lá e comprar outro,já estava na hora de eu ir para a prefeitura.Eu fui a pé trabalhar hoje,sinto que se fosse dirigindo acabaria dormindo no volante.

Cheguei em meu destino uns 20 minutos depois,entrei e fui direto para o meu escritório fechando a porta atrás de mim.Fazendo o que eu era melhor em fazer.

Me distanciar do resto do mundo.

P.O.V Dean

–Tem certeza de que estamos no caminho certo Sammy?-pergunto ao meu irmão que enquanto eu dirigia tinha um mapa em mãos.

–Tenho.Storybrooke é muito pequena,poderíamos passar reto sem nem ao menos perceber que ela existe.-ele me explica.-Dean tem algo que eu não te contei.

Eu fiquei imaginando o que era,já que na mensagem se dizia para levar todos os tipos de armas que tivéssemos,ficar alertas com todo sinal estranho,não confiar especialmente em ninguém e muitas outras coisas.O que será que ele não tinha me contado?

–Nessa cidade,-Sam começou.-todas as pessoas são personagens de contos de fadas que foram trazidos para o nosso mundo através de uma maldição.

–Como a Branca de Neve e os sete anões?-pergunto esse era um dos poucos contos que eu conhecia.

–Sim.-ele responde.

Uma dúvida importante então vem a minha mente.

–E os vilões? Eles também moram aí?

–Moram,mas foi realizado uma espécie de acordo para que eles vivessem em paz uns com os outros.Todos são personagens.-ele repete o que já havia dito antes como se quisesse se assegurar de que eu não me esqueceria.

–Será que tem algumas gatinhas por aí?-levanto uma sombrancelha para Sam que olha para o alto frustrado.

–Isso é sério Dean não viemos aqui para curtir temos um trabalho a fazer.

–Tá certo.Mas isso não quer dizer que eu não possa me divertir um pouquinho não é?!-pergunto.

–Quer saber faz o que você quiser.-Sam suspira.Ele levanta o olhar e chama minha atenção com um cutuco em meu braço.-Olha.Chegamos.

Em uma placa de aparência velha estavam escritos os dizeres:

Bem vindos a Storybrooke

Parece uma cidade sem nada de mais para mim,não sei direito o porque de eu ter aceitado ir até lá mas algo me diz que eu deveria fazer isso.O motivo? Se eu soubesse.

Depois que eu e meu irmão adentramos a cidade percebemos que era uma como qualquer outra,as casas de diferentes cores estavam espalhadas,uma lanchonete a qual eu adorei logo de cara pelo cheiro delicioso que se espalhava pelo ar,as lojas e etc.Tudo muito normal.Mas era sempre assim que as coisas pareciam,normais no início e depois revelam a forma que realmente são.

Enquanto passávamos com o carro pelas ruas,víamos pessoas comuns mas que não eram tanto assim.Meu irmão tinha uma espécie de "catálogo" que continha uma foto de cada pessoa e dizia qual personagem ela era.Não pergunte.Isso também veio anexado na mensagem anônima.Nós vimos o Grilo Falante,Bela de a Bela e a fera e vimos também vários outros que não consigo nem lembrar o nome.

Passamos o dia fazendo isso e quando caiu a noite,nos dirigimos a um lugar que tinham nos indicado para passar a noite,a pensão da Vovó(da chapeuzinho vermelho).Sam entrou e começou a arrumar suas coisas mas eu tinha outros planos.

–Maninho,vou dar uma volta.Me divertir um pouco.Faz um favorzinho? Arruma minhas coisas?-pergunto para ele pegando as chaves do meu carro.

–De jeito nenhum!-ele responde irritado comigo.

–Sabia que ia dizer isso.-eu digo a ele e então saio deixando ele sozinho.

Eu vou até a lanchonete que tinha me chamado a atenção e vejo que o nome do lugar era "Granny's" sabia que decoraria aquele nome.Eu me dirijo para dentro e sento em um dos bancos que ficam ali no balcão.

–Quer o quê?-viro o rosto e vejo uma moça de cabelos castanhos mechas ruivas e olhos escuros.Ela era bonitinha e usava roupas curtíssimas.Eu sem importância corri os olhos pelo seu corpo e ela nem ligou.

–Uma cerveja.

Quando dei por mim,já tinha bebido 3 garrafas e estava totalmente grogue.Minha visão começou a embaçar e eu fiquei meio mole.

Joguei algum dinheiro que nem me dei ao trabalho de contar em cima do balcão e sai andando até meu carro.Como estava bêbado,não fazia ideia do que estava fazendo.Eu em um distúrbio dirigi até a saída da cidade e quando ia sumir daquele lugar perdi o controle do volante e bati com tudo na placa da cidade.

Só me lembro de fechar os olhos e dormir ali mesmo para não ter que aguentar a lição de moral que meu irmão daria em mim.

P.O.V Regina

Eu fui acordada no dia seguinte de um jeito diferente.Não por um despertador como era de costume mas com o maldito toque do meu celular em cima da cabeçeira.

Por um bom tempo deixei ele simplesmente tocando,mas quando as chamadas persistiram eu me levantei e irritada peguei o telefone.Era Emma.Eu estava explodindo de raiva mas me segurei para não atirar aquele aparelho na parede.Só atendi pelo fato de que poderia ter acontecido algo com Henry.

–Alô?-digo com voz firme.

–Regina.Faz bastante tempo que estou te ligando.-a loira diz do outro lado do telefone.

–Eu durmo sabia Swan? Não passo a noite em claro agora o que você quer?-pergunto indo direto ao ponto de tão estressada que eu estava com a Salvadora.

–Eu preciso que venha decidir se o cara que foi preso vai ser solto ou não.-ela me explica.

–Quem é dessa vez?-pergunto em dúvida.Talvez Leroy de novo? Ele vinha arranjando umas encrencas...

–Ninguém que eu conheça.Nunca o vi aqui antes,deve ser visitante.Mas ele bebeu e acabou batendo na placa da cidade que fica na estrada.-"que ótimo" penso ironicamente.-Pode vir?

Eu queria arranjar uma desculpa ou dizer que ela poderia esperar um pouco mas não podia.Aquele era o meu trabalho afinal.

–Claro.Eu já vou.-desligo e jogo o telefone em cima da cama.

Em menos de uma hora tomo banho,coloco a mesma roupa que usei no dia anterior.Eu me sentia bem com aquelas roupas.Elas eram confortáveis e discretas,adequadas para um dia de trabalho,perfeitas para mim.

Eu decidi novamente ir caminhando até a delegacia,porque depois eu tinha combinado de ir tomar sorvete com Henry e como queria que esse momento durasse não ir de carro era uma vantagem a mais que eu tinha.

Cheguei na delegacia e assim que entrei o vi.Ele estava deitado na cama que foi feita para as pessoas ali trancadas descansarem com o tempo.Os cabelos loiros e os olhos claros encaravam o teto com certa despreocupação,como se já estivesse acostumado a passar a noite em prisões.

Emma tinha saído,disse que ia tomar um café.(Coisa que eu gostaria de ter feito mas infelizmente não foi possível).Quando entrei,ele se sentou na cama e me analisou dos pés a cabeça com um sorriso e uma piscadela que eu respondi com muita indignação.

Quem aquele cara pensava que era? Ele estava preso e ainda assim tinha coragem de dar uma piscada pra mim?

Ele era bonito.Os cabelos claros davam destaque aos olhos que pareciam pérolas claras que foram colocadas ali para embelezar seu rosto mais do que já era bonito.

Puxei uma cadeira e me sentei ao lado de sua sela.Eu podia sentir os olhares nada discretos que ele lançava sobre mim,o que me deixou um pouco nervosa.

–Quem é você?-perguntei ao loiro bonito que estava atrás das grades.

–Dean Winchester.-ele responde.-Quando eu sair daqui aceita uma bebida?

Eu fico chocada com seu modo de agir.Ele era bem diferente dos caras que conheço.

–Você é louco?-eu tinha certeza que ele era só queria ter certeza.

–Só tenho uma queda por morenas.

Foi isso o que recebi como resposta.Ele só podia estar de brincadeira comigo.

–O que tem a me dizer em sua defesa?-eu o encaro e percebo que ele me encarava mais atentamente ainda.-Porque está me olhando assim?

–Porque você é linda.

Tá bom.Isso não é algo que eu escuto todo dia,nem são todos os dias que situações dessas acontessem comigo.

–Olha só Dean,eu não sei o que você veio fazer nessa cidade mas eu sugiro que não beba mais ou se beber não saia por aí dirigindo um carro.Eu vou te soltar mas isso não deve se repetir.

Eu queria me livrar dele o mais rápido possível.Não estava mais aguentando aqueles olhares diferenciados que estava recebendo.Eu pego as chaves em cima da mesa e em vez de abrir,dou na mão dele.No momento em que vou entregar nossas mãos se encostam de leve e nos olhamos nos perdendo nos olhos um do outro.

Antes que aquilo se estenda eu saio pela porta e começo a caminhar em direção a minha casa,mas escuta ele me chamar.Paro e vejo que ele está atrás de mim.

–Está a pé?-ele me pergunta.

Faço que sim com a cabeça.

–Te dou uma carona.-ele diz,apontando para um Impala 67 estacionado na frente da delegacia.Percebi que tinha um outro cara lá dentro.

–Não obrigada.-recuso a oferta.-Não quero correr o risco de você ainda estar bêbado.-digo ironicamente e me viro indo embora dali.

–Qual seu nome?-ele grita para mim.

Eu respondo de costas sem conseguir encará-lo.

–Regina.

P.O.V Dean

Eu entro no carro e me acalmo no banco do passageiro.Regina.Aquele nome não sairia da minha cabeça por um bom tempo.Que mulher! Aqueles cabelos negros e olhos profundos eram tão encantadores que eu pensei estar babando em certo momento.

Olhei para o meu irmão no banco ao meu lado e perguntei algo que estava louco para saber.

–Sammy,que personagem a Regina é?

Ele olha em seu "catálogo" e finalmente encontra o que eu queria saber.

–Rainha Má.

Então era isso.

Ela era a vilã.

O mal nunca me pareceu tão atraente.