Hope escrita por Amanda Viana


Capítulo 14
Para sempre Larissa


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, boa tarde!
É, confesso que meus olhos encheram-se de lágrimas ao escrever esse capítulo, espero que eu tenha conseguido transmitir toda a emoção que ele merece!
Boa leitura e até lá embaixo! :)



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O dia amanheceu com um clarão no quarto, despertando as meninas às 07:00Hrs da manhã. Olívia arrumou suas coisas junto com Maria Clara, que  por sua vez não dera uma só palavra enquanto as garotas corriam para deixar tudo pronto antes da viagem. Cecília terminou tudo por volta das 08:00Hrs, colocou seu biquíni e uma saída de praia. Desceu rapidamente as escadas para comer alguma coisa, encontrando Leila, Rafael e Bernardo na sala e Otávio e Mariana tomando café da manhã na cozinha.

—Bom dia! –cumprimentou todos sentando-se a mesa.

—Bom dia, querida. Pronta para se despedir da praia? –perguntou o Dr.Otávio sorrindo gentilmente para a jovem.

—Infelizmente, sim. Por mim ficaria aqui durante toda a minha vida. –respondeu com sinceridade, visto que tudo naquele lugar havia lhe encantado por inteira.

—Querida, cadê a Olívia e a Maria Clara? Elas ainda não vieram tomar café da manhã? –perguntou Mariana olhando para Cecília.

—Bom, quando eu desci elas estavam se arrumando, já já estão por aqui. –respondeu rapidamente.

—Tudo bem. Preciso falar com minha filha, espero que ela não se atrase –disse apenas, demonstrando certa impaciência.

— Pessoal, eu vou aproveitar o tempinho que me resta, até mais. –disse levantando-se com uma maçã na mão.

—Certo, Cecília. Preste atenção no horário para não se atrasar. –disse Mariana olhando para Cecília.

A garota saiu da casa à passos largos em direção a bela praia. Cecília caminhava calmamente na areia branca guardando cada detalhe daquela praia quase paradisíaca, ao longe ela viu uma criança brincando com seus pais e a menininha sorria correndo na frente do pai, então ela lembrou, no mesmo instante, de Larissa. Cecília sorriu ao lembrar do rostinho da menina, enquanto lhe contava sobre suas bonecas e seus sonhos. Um nó se formou na garganta da moça ao rememorar que o diagnóstico da garota era fatal. Ela continuou caminhando e parou por conta do sol que estava muito quente, resolveu tirar sua saída de praia e mergulhar. Cecília saboreava aquele momento e quando emergiu viu Maria Clara se preparando para entrar na água. Cecília notou uma expressão diferente no rosto da moça, quando ela se aproximou, parecia estar preocupada com alguma coisa.

—Oi, cade a Liv? Pensei que ela viria com você! –disse Cecília sorrindo.

—Ela preferiu ficar com o Bernardo na piscina. –disse apenas.

—Sei, acho que agora ficaremos um pouco de lado na vida da Liv. –disse sorrindo largo, mas a expressão da morena não mudava, ela estava completamente tensa.

—Aconteceu alguma coisa, Maria Clara? –perguntou rapidamente.

—Não,não. Está tudo bem. –disse apenas mergulhando e sumindo do campo de visão. Cecília mergulhou mais uma vez e depois de algum tempo as duas voltaram pra casa.

Maria Clara e Cecília caminharam de volta para a mansão da família Carvalho. Já passavam das 10:30 quando todos estavam se arrumando para partir. Cecília colocou uma calça jeans e uma camiseta justa com um cardigã preto, Olívia optou por um shorts jeans escuro e curto e uma T-shirt branca, Maria Clara colocou um vestido rodado simples e um cardigã rosa. As três garotas pegaram suas malas e desceram para a sala onde Mariana já gritava por elas. Pedro e Leila estavam sentados no grande sofá lado a lado, ela mantinha uma expressão fechada enquanto Pedro mexia em seu aparelho celular distraidamente. Bernardo estava junto a Rafael no jardim e Olívia rapidamente foi ao seu encontro. Cecília olhou com o canto dos olhos para o moreno que, rapidamente, levantou o rosto encontrando o olhar da moça, Leila percebeu a troca de olhares e do nada agarrou o namorado fazendo Cecília respirar fundo e sair da sala rapidamnete. A garota caminhava em direção a garagem deixando uma lágrima escorrer por seu rosto, percebendo que seria impossível ficar ao lado de Pedro.

Todos chegaram ao aeroporto no horário combinado e embarcaram, pousando em Guarulhos por volta das 13:30. Logo, estavam em Pinheiros , bairro nobre onde a família de Olívia morava. Ao entrarem em casa, Cecília foi direto ao seu quarto guardar suas coisas e descansar um pouco sem pensar nem no almoço, pois não queria ficar perto da Leila e do Pedro.

Cecília cochilava tranquilamente em seu quarto, quando, de repente, seu celular tocou, ela procurou o aparelho que estava em sua mesinha de cabeceira e atendeu no terceiro toque.

—Cecília? –perguntou uma voz feminina prontamente.

—Sim, sou eu. Quem é? –perguntou confusa e meio sonolenta.

—Aqui é do Centro de apoio a criança com câncer, meu nome é Lúcia , assistente do Dr. Mário.  Ele pediu para que você comparecesse o mais rápido possível, tudo bem? –perguntou a mulher um pouco rápido demais. Cecília pensou em Larissa assim que ouviu o nome do Dr. Mário, pois ele estava responsável pelo tratamento da menina.

—Tudo bem, mas aconteceu alguma coisa? –perguntou aflita.

—Bom,eu não posso lhe dar mais informações, o doutor disse que lhe explicaria quando você chegasse aqui. Agora preciso desligar, até mais. –disse apenas.

—Obrigada, até mais. –respondeu educadamente.

Cecília olhou o visor do celular que mostrara o fim da ligação, ela o colocou de volta na mesinha e levantou, correndo para o banheiro, tomando um banho rápido e mudando apenas a blusa, colocou suas sapatilhas e saiu em disparada.

—Onde você vai? –perguntou Olívia que estava na sala assistindo a um programa de TV ao lado de Pedro, notando a agonia da amiga.

—Preciso ir lá no centro, acabaram de me ligar pedindo para que eu comparecesse o mais rápido possível. –disse ofegante verificando se tinha dinheiro o suficiente para o táxi em sua bolsa.

—Aconteceu alguma coisa? –perguntou Pedro olhando diretamente para a garota.

—Eu, sinceramente, não sei, mas algo me diz que tem alguma coisa errada com a Larissa. –disse apenas olhando para o rapaz.

—Vamos, eu te levo. –disse o rapaz levantando-se, pegando a chave do carro.

—Não precisa, Pedro. -suspirou olhando em seus olhos. _ Eu posso pegar um táxi. –disse rapidamente.

—Larga de besteiras, Cecília. Eu também quero saber se está tudo bem com a Larissa.

Cecília hesitou, mas resolveu ceder a proposta do rapaz, afinal o quanto mais rápido eles chegassem ao local, melhor seria. Pedro estava dirigindo atentamente quando percebeu que Cecília mantinha uma expressão aflita ao olhar os carros pela janela. Ela estava completamente perdida em pensamentos, seu coração estava apertado e um nó se formara em sua garganta ao lembrar-se de uma de suas conversas com a pequena Larissa...

—Tia, a senhora tem algum sonho? –perguntou a menina com os olhos brilhando segurando sua boneca junto ao peito.

—Sim, meu amor, tenho muitos. –respondeu a jovem enquanto ajeitava o travesseiro da garotinha.

—Humm, e qual é o maior deles? –perguntou curiosa.

—bom, eu sonho com um mundo melhor, onde as pessoas se amem e sejam felizes umas com as outras. –disse Cecília sorrindo largamente para a pequena. _ E você, meu anjo, tem algum sonho?

—Claro, né!? Eu tenho vários. Mas tenho dois que são os meus preferidos. –disse sorridente ainda olhando para sua boneca e alisando os longos fios loiros da Barbie.

—E o que é que está esperando? Vamos, pode me contar! –disse Cecília acariciando os ralos cabelos da menina, que por ainda estar no começo da quimioterapia, eles resistiam no coro cabeludo.

—Tá. O primeiro é ficar boa, e o segundo é me tornar uma grande médica e viajar o mundo ajudando as pessoas que não tem dinheiro para se tratar. –disse olhando para os olhos marejados da moça ao seu lado, pois Cecília percebeu que Larissa tinha o mesmo sonho que ela.

—Sabe, que eu também sempre sonhei com isso, você roubou o meu sonho, dona Larissa! –brincou a jovem tentando conter as lágrimas que insistiam em cair.

—Não roubei nada, a senhora que me imitou! –disse a garota sorrindo para a jovem, que a olhava com imensa ternura.

—Cecília, não fique assim, minha flor. Não deve ser nada demais, talvez a Larissa tenha sido apenas transferida ou algo do tipo. –disse Pedro tocando a mão tremula da jovem, que já soluçava sem se importar com seu estado emocional.

—Eles não iriam me chamar se não fosse algo grave, Pedro. Eu não posso acreditar que ela pode ter ido embora... –disse coma voz embargada por conta do choro.

—Calma, Cecí. Vai ficar tudo bem. Olha, chegamos! Vem, enxuga essas lágrimas, a Larissa não pode te ver assim! –disse o rapaz estacionando e saindo do carro.

Cecília e Pedro foram às pressas para a entrada do hospital, pegaram o elevador e foram direto para a sala do Dr. Mário. Quando chegaram, bateram duas vezes na porta até que ouviram um “entre” vindo do interior da sala. Cecília entrou com Pedro ao seu lado e notou uma tristeza no rosto do homem de meia idade a sua frente. Ela respirou fundo e cumprimentou o médico que pediu para que ela sentasse na cadeira em frente a sua mesa.

—Bom dia, Cecília! –disse gentilmente o doutor olhando para a jovem.

—Bom dia, Dr.Mário! o que houve? A Lúcia me ligou ainda agora pedindo para que eu viesse com urgência. –disse rapidamente aflita, olhando diretamente nos olhos do médico, afim de reconhecer alguma antecipação do que estaria por vir.

—Foi, eu pedi para que ela ligasse. –disse olhando para a jovem ansiosa, sem ter como começar o assunto de outra maneira o médico respirou fundo e disse: _Bom, Cecília, eu não tenho boas notícias e infelizmente não há outro modo de lhe dizer o que aconteceu. – Cecília respirou fundo e uma lágrima escapou molhando o seu rosto, Pedro segurou a mão da moça fortemente, tentando lhe passar conforto.

—Certo, o que houve? Por favor, não me esconda nada, foi alguma coisa com a Larissa? Ela piorou? Foi transferida? –perguntou nervosa olhando nos olhos do homem grisalho.

—Certo, ela não foi transferida, Cecília, mas ela piorou nesse final de semana, e como o tratamento não estava surtindo efeito, o corpo da menina não resistiu e ela faleceu ontem à tarde. Eu sinto muito, fizemos de tudo para que o tratamento desse certo, mas o corpo da Larissa já estava muito cansado, como você já sabe, ela lutava contra a doença há dois anos. Infelizmente, nossa pequena guerreira não aguentou. –explicou o médico com os olhos marejados olhando para a jovem, que já se debulhava em lágrimas.

Cecília não conseguia acreditar no que estava ouvindo, uma dor forte tomou o seu peito, ela chorava sem parar, era como se uma parte de seu coração tivesse ido embora, pois ela via em Larissa uma irmã caçula que nunca teve. Pedro também chorava, porém não com tanta intensidade, ele se levantou e puxou Cecília para um abraço, e ali eles permaneceram por alguns instantes enquanto acariciava os cabelos da jovem tremula em seus braços.

—Onde ela está? –perguntou Cecília entre soluços para o médico, se afastando do abraço de Pedro, porém ainda segurando sua mão.

—O corpo partiu hoje para Ribeirão Preto, onde está acontecendo o velório, o enterro será amanhã pela manhã. O pai de Larissa deixou o endereço para quem quisesse comparecer e se despedir da garota. –disse o médico levantando-se e se aproximando do casal.

—Você poderia me passar o endereço, hoje mesmo eu vou para lá. –disse Cecília tentando conter as lágrimas e se recompor.

—Tudo bem, aqui está. –disse entregando um pedaço de papel onde estava anotado o endereço, o homem se aproximou e abraçou Cecília fortemente e logo depois abraçou Pedro.

Os dois se despediram do médico e saíram da sala rumo ao elevador. Chegaram à recepção e caminharam de volta ao estacionamento. Cecília ainda soluçava baixinho e Pedro a abraçava pela cintura ainda com os olhos vermelhos. Eles entraram no carro e saíram do hospital acelerando de volta para casa.

—Uma vez ela me disse que seus dois maiores sonhos era se curar e salvar vidas. –disse Cecília olhando para frente com as palavras saindo entrecortadas por causa do choro.

—Ela era uma criança incrível, mas estava sofrendo muito, meu amor, veja pelo lado bom, agora ela está descansando. -disse Pedro ternamente, acariciando os cabelos de Cecília com sua mão livre.

—Eu sei, é que dói demais saber que ela não irá mais me contar suas histórias, ou sorrir largamente ao me ver pela manhã, e dói ainda mais saber que o mundo perdeu mais uma criança que sonhava com um futuro melhor. –disse Cecília olhando para Pedro e deitando sua cabeça em seu ombro.

—Eu sei, meu anjo, eu sei. Não se preocupe, eu só vou arrumar minhas coisas e iremos para ribeirão dentro de uma hora, okay? –perguntou o rapaz, depositando um beijo na testa da morena.

—Não, eu posso ir sozinha. Não quero causar mais problemas. –disse enxugando as lágrimas com as costas da mão.

—Cecília, você acha mesmo que eu me importo com isso? Eu quero e preciso ir com você, já está decidido. –disse rapidamente.

Cecília sorriu levemente para o rapaz e se aconchegou mais uma vez em seu ombro. Os dois entraram rapidamente na casa e correram para os seus quartos. Olívia não entendeu o que estava acontecendo, mas pelas lágrimas da sua amiga, sabia que tinha acontecido alguma coisa, então sem pensar duas vezes, ela subiu as escadas e bateu no quarto de Cecília. A morena abriu a porta e abraçou a amiga fortemente, soluçando em seu ombro.

—Ela foi embora, Liv, a Larissa morreu e eu não estava lá! –disse Cecília em sussurros, ao ouvir a notícia Olívia chorou junto com a amiga e assim permaneceram por alguns instantes.

—Calma, Cecí, vem, senta aqui! –disse a loira gentilmente caminhando com a amiga até a beirada da cama.

—Ela faleceu ontem, e agora eu e o Pedro estamos indo para Ribeirão Preto, o enterro será lá amanhã pela manhã. –disse a jovem olhando para suas mãos.

—Tudo bem, mas você já arrumou suas coisas? Precisa de ajuda? Não fica assim, Cecí, agora a Larissa está descansando, se acalma. –pediu a loira enxugando as lágrimas da amiga.

—Eu já estou terminando de arrumar minha mochila, está tudo bem, não se preocupe. –disse respirando fundo.

—Okay, saiba que estou aqui para o que você precisar. –disse abraçando mais uma vez a amiga.

—Vamos, Cecí? Já estou pronto. –chamou Pedro na porta do quarto, com uma mochila nas costas.

—Vamos, mas me dá só mais um minuto, vou terminar de arrumar minhas coisas. – pediu a morena ao rapaz, que apenas assentiu e desceu indo em direção a garagem.

Olívia desceu com Cecília e a levou até o carro que já estava estacionado na porta da casa, ela se despediu da morena e entrou em casa com a cabeça baixa. Cecília entrou no carro e jogou sua mochila no banco de trás ao lado da de Pedro. O carro começou a se mover e em meia hora pegaram a rodovia 348 bandeirantes. Cecília estava calada, ela não queria quebrar o silencio que se instalara no veículo e Pedro respeitou esse silencio, estava com os olhos vidrados na estrada. Depois de quase três horas de viagem eles chegaram numa igrejinha no centro da cidade, onde haviam muitas pessoas do lado de fora. Pedro estacionou o carro em frente a igreja o que acabou chamando a atenção dos demais que fitavam cada movimento do jovem casal.

Cecília caminhou para dentro da igreja com Pedro ao seu lado, quando entraram, viram o pequeno cachão rodeado por flores de diversos tipos. Um casal de mais ou menos 40 anos choravam ao lado do cachão com algumas pessoas consolando-os. Cecília se aproximou lentamente e Pedro a enlaçou pela cintura, quando ela viu o rostinho meio esverdeado de Larissa, enfiou o rosto no peito de Pedro que a envolveu num abraço no mesmo instante, e ali Cecília tornou a se debulhar em lágrimas, tremendo nos braços de Pedro por causa da ferocidade do seu choro. O rapaz tentava se manter forte apenas derramando algumas lágrimas ao olhar o cachão. Os pais de Larissa se aproximaram e tocaram nos ombros de Cecília, ela se afastou do abraço de Pedro para abraçar a mãe da garota enquanto Pedro cumprimentara o pai da pequena Larissa. Já passavam das 22:00Hrs, quando o pai de Larissa pediu para que eles dormissem em sua casa, Cecília hesitou mais aceitou o convite. Todos foram para a casa de Larissa, e a mãe da garota colocou um colchão de casal na humilde sala para que o casal dormisse. Cecília deitou-se um pouco tensa ao lado de Pedro, pois mesmo depois de muito tempo namorando o Miguel, eles nunca haviam dormido juntos.

Pedro ouviu os soluços sôfregos da garota ao seu lado e em um movimento rápido a envolveu, fazendo com que ficassem um de frente para o outro. A garota colocou sua cabeça no peito de Pedro e o abraçou e assim, depois de algum tempo, adormeceram.

A mãe de Larissa os acordou as 06:30 da manhã para tomarem café e se arrumarem para o enterro. A mesa era simples em cada detalhe, havia ali apenas café preto, pão, queijo e torradas. Cecília comeu um pedaço de pão com queijo e um pouco de café. Os pais de Larissa mantinham o olhar baixo e nada falavam, apenas comiam lentamente. Todos terminaram o café da manhã e entraram no carro de Pedro, que dirigiu pelas ruas de Ribeirão Preto até chegarem ao cemitério onde já haviam algumas pessoas rodeando o cachão da garota. Cecília e Pedro cumprimentaram mais alguns familiares e foram se sentar num banquinho que havia ali perto. Pedro segurava a mão de Cecília e a acariciava levemente fazendo círculos com o polegar. Cecília lhe contava mais algumas coisas sobre Larissa, quando avistou o pequeno Bruno caminhando ao lado de uma senhora, quando ele a viu soltou-se da mão da mulher e correu para abraçar Cecília.

—Ela foi embora, Tia! –disse baixinho nos ouvidos da jovem com a voz chorosa.

—Eu sei, meu amor, mas vai ficar tudo bem. –disse apenas beijando a testa do irmão mais velho de Larissa.

—Quando é que vão enterrar ela? –perguntou olhando nos olhos marejados da jovem.

—Daqui a pouco, meu amor, vai atrasar um pouquinho. –disse forçando um sorriso para o pequeno.

—Tudo bem, posso ficar aqui com vocês? –perguntou contendo as lágrimas.

—Claro, venha sente aqui. –disse a garota se afastando para que o menino sentasse entre ela e Pedro, depois de algum tempo, o pequeno se aconchegou no colo de Cecília e adormeceu.

Pedro observava o carinho que a jovem fazia nos cabelos do garoto, e ficou maravilhado com a afetividade de Cecília.

—Você será uma ótima mãe! –disse olhando para a garota, sem medir as palavras e mantendo um leve sorriso nos lábios.

—Eu não sei, só sei que é um dos meus sonhos. Acho que a maternidade é a maior realização de uma mulher. –disse olhando nos olhos verdes do rapaz.

Pedro sorriu largo e Cecília retribuiu o sorriso permitindo-se imaginar um lindo futuro ao lado de Pedro. O garoto despertou depois de quase uma hora dormindo, Pedro sugeriu uma volta pelos arredores, já que o enterro só iria acontecer por volta das 11:00Hrs.

Depois de comprar um sorvete para o pequeno Bruno, os três foram para a praça da cidade e ficaram lá por algum tempo, voltando 10 minutos antes do enterro. Ao entrar no cemitério novamente, o garoto abraçou Cecília pela cintura e pediu para que ela não o deixasse ver as pessoas jogando terra na sua irmã. Cecília conteve as lágrimas e segurou a mão de Pedro. Eles ficaram um pouco atrás da multidão, enquanto Larissa era enterrada. Quando tudo acabou, o garoto pediu para que o jovem casal ficasse mais um pouco em sua casa. Pedro assentiu e por volta das 14:00Hrs chegaram na pequena casa. Eles sentaram na sala e a mãe de Larissa pegou o álbum de fotos da família para mostrar a Pedro e a Cecília. A tarde passou rapidamente, e as 18:00Hrs, eles se despediram, Cecília abraçou os pais de Larissa demoradamente, e depois se ajoelhou e abraçou o pequeno Bruno prometendo voltar para visita-lo em breve.

Pedro e Cecília entraram no carro e partiram de volta para casa, já estava escuro e por volta das 19:30, na rodovia anhagueira, o carro de Pedro deu um estalo brusco e ele freiou de ímpeto. Cecília desceu do carro junto com Pedro no meio da estrada, Pedro verificou o veículo e percebeu que o motor estava sem funcionar e soltando bastante fumaça. Ele ligou para o reboque e explicou a Cecília o que havia acontecido.

—Cecí, isso vai demorar bastante, eles disseram que viriam buscar o carro daqui a pouco, mas que só o levariam de volta para São Paulo quando amanhecesse. –disse Pedro um pouco exasperado.

—Nossa! E agora, como faremos para voltar? –perguntou Cecília rapidamente.

—Acho que teremos que encontrar algum lugar para passar a noite, e assim que amanhecer voltamos para casa. –respondeu Pedro olhando para a garota.

Cecília hesitou, mas resolveu aceitar a sugestão do rapaz, pois o cansaço a dominava. Eles esperaram o reboque e após levarem o carro, começaram a caminhar em buscar de algum hotel. Depois de quase um quilometro de caminhada, encontraram uma placa que piscava num vermelho florecente com o nome Hotel. O lugar não era um hotel de cinco estrelas, mas eles resolveram entrar e pagar por um quarto. Ao entrarem no pequeno ambiente onde iriam passar a noite, perceberam que só havia uma cama de casal ali, Cecília ficou tensa no mesmo instante, ela ficou de frente para Pedro e o rapaz percebeu o embaraço da garota e arrematou:

—Não se preocupe, eu durmo no chão. –disse sorrindo, colocando sua mochila em cima da cama.

—Não, você está cansado, podemos dormir juntos, mas iremos dormir, apenas, okay? –perguntou com as bochechas vermelhas.

—Claro, eu não pensei que faríamos outra coisa, Cecília. –disse Pedro olhando para a garota com um sorriso no canto dos lábios.

—Tudo bem. –disse apenas.

Cecília pegou uma roupa em sua mochila e foi até o banheiro do quarto para tomar um banho. Pedro observava os movimentos da bela morena sem a constranger. Ele sentou na cama e tirou seu sapato, desabotoando sua camisa. Cecília tomou um banho demorado e colocou um shorts de tecido e uma blusa de algodão branca de mangas. Ela saiu do banheiro e encontrou Pedro olhando a vista pela janela, percebendo seu olhar, ele se virou e encarou a morena, que também não conseguiu desviar o olhar, e no mesmo instante os dois puderam sentir o desejo que emanava entre eles.

Continua...


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Notas finais do capítulo

É isso meus amores, se chegaram até aqui por favor deixem seus reviews!
Muito obrigada a todas que favoritaram, vocês não tem noção de como fazem essa criança aqui feliz! Ain ain, a algum tempo venho sonhando com uma recomendação... que tal alguém realizar meu sonho?? srsrs beijoôs minhas lindas, e até o próximo *-*