Fazia alguns dias desde a consulta médica e as coisas continuavam tensas, Regina ainda sofria com as consequências da maldição do sono e apesar de está muito lentamente melhorando seu estado de espírito nem sempre se sentia bem. Não só estava sofrendo por conta dos enjôos e náuseas decorrentes da gravidez como já era afetada pelos hormônios e se para a maioria das mulheres esses hormônios desregulavam um pouco seu humor,para a prefeita vinha numa carga muito maior. Ela ainda não se sentia segura e mesmo que durante essas semanas nunca tenha ficado sozinha ainda se sentia assim por vezes e nem mesmo seu príncipe conseguia afastar esses sentimentos negativos. David por sua vez tentava de tudo para nunca deixar Regina sozinha e estava com ela a maior parte do dia,ele sabia que ela estava enfrentando um momento terrível e sabia que a gravidez só estava piorando as coisas. Antes de descobrirem sobre os trigêmeos ela estava assustada,mas ele sentia que ainda existia um pouco de confiança nela,mas desde que souberam que seriam três bebês ela mudou, e o príncipe acreditava que apesar de tudo Regina estava mais assustada que antes,mesmo com as coisas mais calmas ela parecia acreditar que algo daria errado e que esses bebês não seriam dela.

Era uma sexta-feira quando David teve que deixar Regina sozinha pela primeira vez em duas semanas, ele precisou ir até o abrigo de animais e Henry finalmente tinha concordado em passar o dia com Emma, desde que a maldição fora quebrada o menino se recusava a sair de perto de sua mãe,mas com muito custo ele fora convencido de que algumas horas longe não fariam mal. Regina não queria que seu filho ficasse fora de casa por temer que fizessem algo com ele e também por ainda acreditar que ele não voltaria, mas ela sabia que não era bom pra ele ficar só dentro de casa e por isso colocou seus medos de lado e o encorajou a sair, ela não sabia ainda que ficaria sozinha pela primeira vez desde que tudo acontecera. Quando David disse que precisaria sair por algum tempo ela ficou mais tensa e ele tratou de acalmá-la e até mesmo a convidou pra ir com ele, mas a morena não tinha a menor segurança para sair de sua casa e recusou o convite. O príncipe ficara preocupado,mas realmente precisava sair e com o coração pesado ele deixou sua bela namorada em casa. Após a saída do David a rainha se vira completamente sozinha com seus demônios interiores, eles a estavam consumindo e sem perceber acabou sucumbindo a escuridão do mundo dos sonhos. Eles eram em sua maioria memórias,mas depois mudaram para um lugar já conhecido.

“Regina se encontrava num quarto com paredes grossas e uma porta de vidro,na frente havia uma parede de fogo que cada vez se aproximava mais do quarto e do lado de fora dessa parede de fogo ela podia avistar David,Henry e Emma e cada um deles segurava um pequeno pacote envolto em cobertores idênticos, ali estavam seus bebês sendo levados pra longe dela pelas pessoas que ela acreditava que a ajudariam. Nenhum dos três estava fazendo nada para tirá-la daquele quarto que cada vez ficava mais e mais quente, eles só se afastavam e apesar de suas suplicas ninguém se importava com o que acontecia do outro lado. Sua família estava feliz sem ela,eles a deixaram sozinha, ela não tinha mais ninguém e a dor em seu coração estava cada vez maior. Sem mais suportar a morena começara a atravessar aquela parede de fogo numa vã tentativa de chegar a seus filhos, a dor que sentira assim que colocou o braço pra fora foi intensa,porém antes que ela atravessasse de vez ouviu ao fundo uma voz a chamando...”

– Regina! Regina,acorda! – falava David aflito. Fazia algumas horas desde que ele tinha saído e assim que chegou em casa foi direto para o quarto vê como Regina estava e se deparou com ela choramingando em seu sono e só ficava mais intenso, ele então imaginou ser mais um sonho causado ainda pela maldição do sono e logo tentara acordar a morena.

– Dói. – disse a morena assim que abriu os olhos.

– Onde dói? – perguntou o príncipe preocupado.

– Meu braço. – respondeu a morena que mostrou onde doía para o seu príncipe e ele assim que viu se assustou. O braço direito da morena estava com marcas de queimadura e pelo que ele percebera era sério. Ele tentando não machucá-la ainda mais pegou gentilmente o braço queimado e o olhou mais de perto, as queimaduras eram sérias e precisavam ser tratadas.

– Regina, eu preciso que você mantenha a calma, mas seu braço está queimado e vou precisar levar você ao hospital. Não posso fazer nada aqui e também não posso arriscar machucar mais você ainda.

– Eu não quero ir David. Por favor... – respondeu a morena com a voz embargada devido a dor e ao medo residual causado pelo seu pesadelo.

– Nós precisamos ter certeza de que não vai infeccionar, meu amor. – veio a replica calma do veterinário.

– Não me tira de casa,David. Por favor, não me leva pra fora, não posso sair. – disse a morena que mostrava medo além da dor.

– Não posso fazer isso, babe. Seu braço tá realmente queimado e eu nem sei o que causou isso. – David respondeu amorosamente.

– Eu acho que sei... – disse timidamente a prefeita. – Eu não podia ficar ali,David... Vocês estavam se afastando e eu só queria poder olhar os nossos bebês,mas vocês tinham me deixado e eu só queria poder chegar perto deles... – disse a rainha não fazendo sentindo algum pro príncipe.

– Do que você tá falando? – questionou preocupado o loiro. Assim que essas palavras saíram de sua boca ele viu os efeitos que tiveram, Regina estava com o rosto coberto de lágrimas e ela então lhe contara sobre o pesadelo. Ele cuidadosamente a abraçou e com garantias de que não a deixaria nunca conseguiu levá-la ao hospital para tratar as queimaduras.

Algumas horas depois eles estavam de volta,ela tivera que fazer um curativo no braço e ele estava protegido, as queimaduras não foram tão graves quanto pareciam e com aplicação correta das pomadas seu braço ficaria bom logo. Assim que chegaram perceberam que Emma e Henry já estavam lá e após uma rápida explicação a família se estabeleceu na cozinha para comer, Emma e Henry haviam comprado o jantar no Granny’s. O resto da noite fora mais calmo e não muito tempo depois todos seguiram seus caminhos, Henry foi se preparar para dormir, Emma fora para casa,David arrumou tudo e Regina estava já no quarto, a morena estava desgastada devido a tensão do pesadelo e a viagem ao hospital que assim como da primeira vez fora muito assustadora. O resto da noite passara em paz, dormir nos braços do veterinário deixava a morena um pouco mais calma e serena e com a sensação de paz que a fazia se senti segura. David era seu porto seguro.