Amor a prova de fogo escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 5
Thalia


Notas iniciais do capítulo

Capítulo não muito grande, porém eu acho que vocês vão gostar. Pelo menos eu gostei muito de escrevê-lo. Está cheio de sentimentos e tudo mais...



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Quando chegamos ao hospital, eu estava quase inconsciente. As palavras dos médicos se tornavam cada vez mais distintas, então apaguei.
Só fui despertar cinco horas depois. John segurava firmemente minha mão, sentado numa poltrona ao lado da minha cama. Ele estava lívido, mas quanod me viu, a felicidade transbordou de seus olhos e ele me abraçou.
— Como está meu bebê? — foi a minha primeira pergunta, minha voz fraquejou.
— Ela está bem. — ele sorriu. — Mas você precisa repousar agora, nada de missões, Jane.
Eu toquei minha barriga, agradecida e aliviada. Sua expressão agora era séria, e eu sabia que ele não me deixaria trabalhar tão cedo. Fui liberada algumas horas depois, e o médico me alertou a repousar totalmente até o dia do parto, só andar quando necessário e comer coisas leves e saudáveis. Ele até me ofereceu uma cadeira de rodas, mas eu não julguei necessário.
John arrumou o quarto todo para mim, deixando a cama feita com várias almofadas e cobertores confortáveis.
— Não precisa de tudo isso, John.
— É claro que precisa. Jane, isso é sério. Vou mandar uns colegas de trabalho vigiarem a casa 24 horas por dia, se seu irmão resolver atacar...
— Ele não vai.
Se acontecer, temos que estar preparados. Telefone para as meninas, você não vai trabalhar por longos seis meses.
Eu fiz cara feia e revirei os olhos, mas não podia culpá-lo por querer seguir ordens médicas para a saúde de nossa criança.
...
5 meses depois
Os cinco meses seguintes passaram muito rapidamente. Mesmo estando de cama, não podendo levantar nem para preparar comida, ou seja, totalmente dependente de John (que não era um cozinheiro muito habilidoso). Quando as contrações começaram eu estava naturalmente em casa.
John estava no trabalho, chegaria daqui a umas duas horas. Eu sabia que precisava cronometrar as contrações, mas a dor era tão lancinante que eu liguei para ele no segundo seguinte. Ele se apavorou no telefone, eu o ouvi gritando com Edd e derrubando o telefone.
— Estou a caminho, querida!
Eu já passei por muitas situações dolorosas. E digo de verdade, muitas. Mas ter um filho nem se compara a nenhuma dessas. Quando chegamos ao hospital, a enfermeira me colocou numa sala de espera até que meu cérvix estivesse 10 centímetros dilatado. Deixando-me sentindo todas aquelas contrações. Era como se o bebê quisesse me matar de dentro para fora pisoteando-me. John ficava aflito com meus gritos e gemidos, a única coisa que ele podia fazer era segurar minha mão bem forte e deixar-me apertá-la como um brinquedo de criança.
— John! Ainda não escolhemos um nome. — eu tentei desviar minha atenção da dor, mas não estava funcionando.
— Ahn... Que tal Vicky?
— Não! — eu berrei.
Ele sugeriu mais alguns e eu recusei todos. Devia ter pensado nisso antes, mas o bebê, seja lá qual fosse o nome, ainda devia esperar um mês para sair. Quando fui levada para a sala do parto, eu quase não conseguia mais pensar claramente.
Pov John
Jane sempre foi um tanto feminista. E agora, vendo-a ali quase morrendo de tanta dor, eu concordava com ela: as mulheres são muito mais fortes que os homens.
Aguentar o que ela aguentou seria difícil, quase impossível, para mim. Ela urrava de dor, alternando entre sons guturais e gemidos fracos. Eu pensei que duraria no máximo uma hora, como nos filmes, mas depois de quatro horas seguidas de dor, Jane continuava sendo forçada a empurrar.
Ela já se recusava a fazer isso, dizendo que não conseguia. Jane nunca dizia que não conseguiria algo. A dor devia ser insuportável. Ela estava chorando e implorando para que pudesse acabar com aquilo de uma vez. Meus olhos marejaram, eu não queria vê-la sofrer daquela forma.
Mas quando finalmente ela conseguiu expulsar o bebê de seu corpo, embora tenha sido um pouco nojento, foi como se todos os momentos de desespero anteriores tivessem sido apagados. Jane era mãe, e eu era pai. Ela estava ensanguentada, chorando, e ainda com o cordão umbilical preso ao de Jane, mas era a criaturinha mais fofa que eu tinha visto em toda minha vida.
Jane sorria enquanto fitava nossa filha e os enfermeiros limpavam o suor de sua testa e perguntavam-na se tudo estava bem. Ela não parecia bem. Os cabelos estavam empapados de suor e empregnados em sua testa, os olhos estavam cansados e cabisbaixos, e seu sorriso era tão fraco... Então as máquinas ligadas ao seu corpo começaram a apitar mais fracas, e os enfermeiros entraram em modo alerta.
Eu fiquei em pânico. Sabia que ela estava perdendo a consciência. Mas ela não podia morrer. Uma enfermeira insistia em me empurrar para fora da sala, alegando:
— O senhor não pode ficar aqui!
Eu me sentei na sala de espera, o que pareceu uma eternidade. Algum tempo depois, um deles trouxe meu bebê para meus braços, e quando perguntei de Jane, ele balançou a cabeça:
— Ela ainda está sendo tratada, senhor. Ela perdeu muito sangue.
Eu empacotei a menininha nos braços e chorei. Foi quando ela tocou sua mãozinha minúscula na minha bochecha. Aquele toque era tão quente e reconfortante. Ela abriu os olhos tão negros e os fixou nos meus. Eu beijei sua testa e ela emitiu um barulho tão fofo e delicado... Seu cheiro de recém nascida entrava nas minhas narinas e me acalmava.
— Qual vai ser o seu nome, ein lindinha?
— Ela se parece mesmo com Jane. — uma voz me fez saltar.
O homem se sobretudo preto estava pairando na minha frente, encarando minha filha com olhar voraz.
— O que você quer?
— Eu só queria ver minha sobrinha.
Ele esticou a mão para tocá-la, mas eu o interceptei.
— Saia daqui.
Ele sorriu, sádico.
— Se Jane morrer, você vai junto, entendeu? É melhor cuidar muito bem da garota.
Então ele se virou e foi embora com as mãos no casaco. Eu não tentei impedi-lo, estava pasmo demais.
Os minutos se transformaram em horas e o dia se transformou em noite. Jane continuava na sala de cirurgia, sem nenhuma notícia. Eu já havia pensado em um milhão de nomes para nossa filha, mas precisava de Jane.
— Senhor Smith? — uma enfermeira chamou.
Meu coração gelou. Se ela me dissesse que algo tinha acontecido com Jane... Eu não sei o que eu faria sem ela.
— Sua mulher está na sala de recuperação, o senhor pode ir vê-la, mas ela ainda está tonta por conta dos sedativos.
Eu me levantei muito rápido, me esquecendo por um momento do bebê em meu colo, e ela começou a chorar. Eu corri até o quarto de Jane, e a encontrei deitada, quieta, porém acordada.
— Jane? — eu adentrei cautelosamente.
— John... — ela murmurou. — Traga ela aqui. — ela estendeu os braços e pegou a pequenha garotinha chorosa neles. Imediatamente ela parou de chorar, calando-se e ficando atenta a pessoa que a segurava. Seus olhos se arregalaram enquanto ela olhava para sua mãe, e quando Jane falou, suas mãozinhas tremeram de animação. Era como se ela já a reconhecesse, como se fossem velhas amigas.
Jane riu e soluçou ao mesmo tempo, emocionada com aquela imagem. Eu mesmo lutava contra as lágrimas. Segurei sua mão livre, e nossa filha agarrou o dedo mindinho dela com toda sua força.
— Ela vai se chamar Thalia. — Jane sussurrou.
Thalia. O nome era perfeito.
— Olá, Thalia. — eu disse, acariciando sua cabeça frágil.
Jane sorriu e fez todo aquele sofrimento anterior valer a pena. Não éramos simplesmente casados agora. Tínhamos uma filha incrivelmente linda.


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Notas finais do capítulo

O nome Thalia foi inspirado na personagem de pjo, porque sou fã kk. E pra mim se pronuncia Thalía, não Thália, ok? Pelo menos a filha deles é assim. É claro que eu não deixaria ela perder o bebê, não sou tão má! Espero que tenham gostado, obrigada! Beijinhos