A canção da Lua Vermelha escrita por Samuel Lua Vermelha


Capítulo 3
O Homem


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui vai um capítulo curtinho, mas que trará certo mistério à história. Caso goste, por favor, comente sobre quem você acha que "o homem" possa ser.

Música sugerida para acompanhar a leitura: Imagine Dragons - Radioactive.

Boa leitura!



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O vento de outono açoitava as copas das árvores no Parque do Tordo. Parecia prenunciar uma longa temporada de geada intensa. A tarde seguia com céu de nuvens pesadas sobre as cabeças dos poucos transeuntes. Ninguém ali haveria de notar a figura espectral que há poucos minutos surgira detrás de um grande carvalho.

Um homem sinistro. Trajava longo sobretudo, negro, tão leve que parecia dançar ao sabor do vento. O rosto se protegia dentro de um cachecol de lã vermelho, de modo que só os olhos ficavam para fora. Olhos amarelos, soturnos. Na cabeça um chapéu de três bicos confeccionado a partir do mesmo couro das botas.

O homem pôs-se a vagar pela estreita via que levava à saída do parque. Tinha um objetivo em mente: encontrar a pessoa certa. Sua busca o levara até aquele lugar, pois acreditava que ali haveria grande movimentação de pessoas. Todavia, estava errado. O maldito vento e o tempo ruim espantaram a maior parte dos transeuntes, que optavam por não sair a passeio naquela tarde.

Frustrado, o homem do sobretudo negro deixou o Parque do Tordo para trás e seguiu o caminho até o centro da cidade. Observava todos que cruzassem seu caminho, na esperança de alcançar seu objetivo. Era uma situação de vida ou morte. A urgência emanava de seu olhar. Precisava encontrar a pessoa certa o quanto antes.

A ansiedade do homem era tão grande que, ao atravessar uma determinada rua, não percebeu que o farol ainda não havia fechado para os carros, e acabou quase atropelado. O susto lhe deixou estatelado ao chão, arfante, e por fim foi notado pelo dono da banca de jornal mais próxima, que lhe ofereceu ajuda para se levantar.

Alguns passos mais adiante, o homem foi acometido por outro susto, mas dessa vez o motivo era algo muito mais grave e importante. O homem de sobretudo observou, do outro lado da calçada, um casal: uma mulher elegante em seu blazer escuro, acompanhada de um rapaz mal-humorado, de cabelos compridos pelos ombros e roupa social preta.

“Finalmente encontrei você”, pensou o homem dos olhos amarelos, sentindo-se aliviado por sua busca ter chegado ao fim.


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