A canção da Lua Vermelha escrita por Samuel Lua Vermelha


Capítulo 1
Mensagem


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esta é minha primeira fiction postada neste site, embora eu já tenha escrito e engavetado outras. Pretendo criar essa história a partir de capítulos curtos de no máximo 3 mil palavras. Caso goste, por favor, favorite para receber os próximos capítulos.

Música sugerida para acompanhar a leitura: Placebo - Meds.

Boa leitura!



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Foi numa manhã de outono quando ele finalmente chegou. O apartamento mantinha-se como havia deixado antes de sua partida. Ele girou a chave e a porta se abriu. Cada móvel, cada tapete, cada livro... tudo no mesmo lugar de sempre. Ele entrou, cansado da longa viagem, tirou os tênis e, deixando-se cair no sofá, consultou o celular.

Uma nova mensagem. Será que era a mensagem pela qual tanto esperou durante os últimos três dias? Só havia uma maneira de saber, porém hesitou uma vez mais. Mas não era para menos, afinal aquela notícia contida na mensagem tinha o poder de decidir seu futuro dali para diante.

Convicto em adiar aquela situação, ele pousou o celular sobre a mesinha de centro, levantou-se do sofá e foi até a cozinha. Chegando lá, checou a geladeira. Vazia. “Harley esqueceu outra vez”, pensou por fim. Um copo d’água foi o bastante. Voltou ao telefone.

“Sinto muito, Sr. Cortázar.”

Harley – 20/08/2014 – 09h32min

As palavras de Harley resumiam o fracasso. Após ler aquela breve mensagem, ele, o Sr. Cortázar, sentiu uma dor súbita percorrer por todos os seus ossos. Naquele momento ele teve certeza de que suas últimas esperanças morriam junto com seu poderoso império.

Há uma semana, Christian Cortázar era dono de fortuna quase incalculável. Agora sua funcionária Harley Andrade anunciava o esgotamento de toda fonte dourada. Christian estava falido.

Fragilizado pela inaceitável notícia, ele cambaleou languidamente até a sacada do apartamento. Estava só. Sentia-se só. Uma força amarga pesava em seus membros. A derrota. Começou a pensar nas inúmeras situações que passara desde que assumira a grandiosa empresa do pai. Fora ameaçado pela concorrência, dirigira com punho firme, manteve o império da melhor forma que pôde. Todavia, seu tempo acabava naquele instante.

A varanda era ampla o suficiente para permitir que o vento de outono entrasse, invadindo todos os cômodos do apartamento. Christian sentia aquele vento secando em seu rosto os últimos vestígios de esperança. A desilusão açoitava a mente. E foi ali, naquela devastadora sacada, que o Sr. Cortázar, um rapaz de vinte e oito anos, tomou a derradeira decisão de sua vida: o fim.


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