A-ya escrita por Aninha


Capítulo 4
Apaixonada


Notas iniciais do capítulo

Oooooi genteeee, como vocês estão? Bom, estão gostando da minha versão da história da A-ya???? Tô curiosa para saber o que vocês estão achando e se estão curiosos, hahaha .Well, vamo que vamo!!!



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O "Anjo da Noite" me colocou em terra firme e permaneceu bem próximo de mim por um longo tempo.

–A senhorita está bem? -Ele perguntou com um ar de preocupação.

–Acho que sim...

Ele não perguntou o que havia acontecido para eu me colocar naquela situação, era como se ele já soubesse e não queria tocar no assunto. Deixei quieto.

–Seu pescoço... -Ele apontou para o meu pescoço, e foi quando me dei conta de que existia um enorme corte e que o mesmo derramava um longo rio de sangue.

Coloquei a minha mão sobre o ferimento e senti o quente da água vermelha, escorrendo e pingando sem piedade. Fechei os olhos e me contentei com o prazer de ter sangue nas veias, e não apenas ar.

O belo anjo retirou o seu pano -que era o seu vestimento- ficando completamente nu. Senti as minhas bochechas corarem, e ficava cada vez mais envergonhada por não conseguir parar de olhar para a sua saliência.

Ele se aproximou e amarrou com força o pano sobre a minha ferida.

–Obrigada. -Consegui dizer. Ele sorriu e beijou a minha testa.

–Qual o seu nome, senhorita? -Perguntou caminhando em direção ao pequeno lago que havia em nossa frente. -Eu nunca a vi.

Eu queria dizer meu nome, e queria dizer de onde eu vim, porém algo me impedia. As palavras simplesmente não saiam da minha boca, por isso soube que era para eu ficar calada.

–Me chamo Ay.

–E de onde veio Ay?

–Eu moro na caverna. -Eu disse passando a mão no pano em meu pescoço. Ele entrou no rio e ficou paralisado ao ouvir minha resposta, parecendo analisar todas as informações.

–Quem mora com você?

–Kamama. -O Anjo deu um sorriso lateral malicioso e soltou um pequeno "hum", virou sua cabeça para trás e deixou a água se apossar do seu cabelo.

–Kamama sabe que você saiu da caverna? -Ele perguntou olhando fixadamente em meus olhos.

–Não. -Eu logo respondi.

–Imaginei...Então você também não poderá contar para ela sobre mim. -Concordei com a cabeça ao ouvi-lo.

Ficamos alguns minutos sem dizer nada e eu apenas apreciava a sua beleza, ele era como algo divino. Fui até uma pedra em frente o rio e me sentei. Ele mexeu no cabelo e voltou seu olhar sexy para mim.

–Parou de sangrar? -O Anjo me perguntou.

–Sim. -Eu respondi dando uma conferida no machucado.

–Sabe, Kamama tem razão, você não pode ficar saindo da caverna. Há criaturas perigosas... -O medo voltou a tomar conta do meu corpo ao me lembrar daqueles sombrios olhos vermelhos e da língua passando -e ferindo- o meu pescoço. Estremeci.

–Como aquela coisa que me perseguia... - Eu disse.

–Digamos que... -Ele deu uma pausa e continuou. -Há coisas bem piores do que aquilo Ay.

Imaginei algo pior do que aquilo e engoli em seco.

–Acho que você tem razão. -Falei sem perceber. Olhei para uma pequena estrela no céu, ela pulsava forte e imaginei que ela estivesse brilhando apenas para mim. Se eu não tivesse saído e supostamente atacada por aquele "troço", eu não teria conhecido Ele. Olhei para seus olhos e ele estava esperando que eu dissesse algo. -Mas se eu não tivesse saído, eu não teria conhecido você. -Repeti em voz alta. - Ele parecia surpreso com o que escutara e soltou uma longa risada, super, super -super mesmo- sensual.

–Você não vai entrar? -Ele perguntou ignorando o meu comentário. Soltei um "ah" e concordei com a cabeça. Desamarrei o pano em meu pescoço e já ia desabotoar meu vestido, quando ele -em uma velocidade e tanto- veio para trás de mim, colocou meus cabelos para frente. -Deixe que eu tiro para você. -Ele disse suavemente.

Fui sentindo seu toque sobre a minha pele, desamarrando e desabotoando o meu vestido branco -que estava sujo de terra e sangue- e fechei os olhos pela ternura da sua mão. Meu vestido caiu sob meus pés e eu também estava agora, nua.

Fomos caminhando de mãos dadas para o lago. A água estava fria e cristalina. Senti meu corpo se arrepiar ao adentrar naquele gelo. Seus braços passaram pelos meus ombros me envolvendo em algum tipo de abraço. O calor entre os corpos era diferente do que sentira com mamãe, era algo novo e rico em um calor diferente. Meu coração palpitava e me dizia para ir em frente, eu queria ser dele, queria amar, afinal eu estava viva.

–Ay... -Ele sussurrou em meus ouvidos. Arrepiei. -Você precisa ir embora. -Ele disse rápido e "cortando o clima". Abri meus olhos e olhei para ele com cara de "não estou entendendo nada".

–Você precisa ir agora. -Ele repetiu se afastando de mim. Meu corpo suplicava para ele ficar e meu coração palpitava e quebrava junto com os passos dele para trás.

–E...eu não estou entendendo. -Eu disse. Ele apertou as mãos contra a cara, como se precisasse acordar. Suas veias estavam dilatadas e era como se ele estivesse sentindo uma dor terrível. Estiquei meus braços a fim de acalma-lo.

–Não! -Ele gritou,e com um movimento com os braços queimou uma parte da minha mão. Soltei um leve gritinho de dor-O que estava acontecendo?- e recolhi meus braços, saindo as pressas do lago. Vesti meu vestido e estava pronta para sair correndo, mas suas mãos me seguraram por sima do ombro me levantando para o ar.

–O que você está fazendo, seu maluco? -Perguntei chorando.

–Estou te levando para casa. -Ele falou rispidamente.

O voo de volta foi silencioso e mesmo com uma noite maravilhosa, eu não conseguia prestar atenção em nada.

Chegando na porta da caverna o Anjo me colocou no chão e, sem dizer nenhuma palavra, sumiu de vista. Corri de volta para o subterrâneo e me joguei na minha -aparentemente- cama. Me permiti chorar, afinal estava viva. As lágrimas eram quentes e brotavam dos meus olhos de maneira descontrolada.

O que diabos estava acontecendo comigo? Quem era aquele homem? O que foi aquela criatura? O que era aquela dor em meu peito? Amor?

Eu estava apaixonada por um "cara" que acabara de conhecer. Um "cara"que pelo visto me odiou. E essa era, com certeza, a pior dor.


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