A-ya escrita por Aninha


Capítulo 1
Criada


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal essa é a minha primeira fic e espero que vocês realmente gostem... Bom, aceito sugestões e críticas construtivas. Criei essa história para proporcionar, além dos demais livros da série 'House of Night', um contentamento para os fãs lembrarem, eternamente, desse maravilhoso enredo.



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Tudo estava preto enquanto trabalhavam com o barro, criando e modelando as minhas curvas.Eu sabia que teria longos cabelos negros, pois via lá de cima toda a obra.Elas teciam o meu belo vestido branco como a lua cheia,e todas o decoravam com conchas, contas e plumas.

Estendendo as mãos, as Ghiguas (mulheres,Sábias de poder, do povo Cherokee) me davam dons e velocidade. Sussurravam palavras doces em meus ouvidos, me enchendo de alegria e paz.

Meu corpo foi tomado por símbolos que representavam os Sete Sagrados. E como um sopro de vento gelado, uma onda de calmaria, o arder do fogo e o doce aroma de uma rosa, eu fui criada.

Abri os meus olhos, assustada por agora ter vida.Sem me levantar observava os rostos sorridentes das belas mulheres, todas com longos vestidos pretos. Olhei para a direita e vi velas acessas e percebi suas cores, que eram vermelhas, verdes, azuis, brancas e roxas.

Haviam pedras contornando o meu corpo e estava tudo absolutamente lindo. Pisquei e notei que estávamos em algum tipo de caverna, pois era pouco iluminado.

Tentei dizer alguma coisa, mas eu não conseguia falar. Tentei me mover, mas eu não conseguia mexer nenhum músculo.

–Minha doce A-ya, tente manter a calma e se concentre.-Falou uma mulher alta e de pele bronzeada, saindo do meio das outras demais.

Fechei meus olhos e sussurrei em minha mente, pedindo ajuda para o vento e assim conseguir falar.

–Eu não consigo me mexer. -Falei.

Elas então sorriram, como formosas cópias, e cantaram uma canção já familiar. Suas vozes escoavam em meus ouvidos me fazendo sorrir. Era mágico aquele momento e pela primeira vez eu escutara de fato.

Contrai meus músculos das pernas, firmei minhas mãos no chão e me levantei com dificuldade. A medida que ia me erguendo, as Ghiguas faziam curtos movimentos com o corpo, como se me dissessem "bem vinda".

Olhei para as minhas mãos e mexia meus dedos encantada. Apalpei meus longos cabelos negros como a noite, e notei como eram macios. Passei a mão pelo meu corpo, agora não mais de barro, e sim de carne e osso, dotado de vida.

U-we-tsi-a-ge-hu-tsa,bem vinda ao mundo. -Falou a mesma mulher.

Estiquei uma perna e depois a outra, com cuidado, e sai daquele amontoado de pedras. Abracei a alta mulher, que me esperava com os braços abertos, e ri. Estava feliz, era o meu nascimento.

Ela me segurou pelo rosto e acariciou minha face, dizendo doces palavras Cherokees.Seus olhos negros estavam emocionados, transbordando esperança.

–Está aqui com um único objetivo, u–we-tsi-a-ge-hu-tsa.E supomos que você já saiba qual é.

–Sim, senhora. -Respondi com um largo sorriso.

–Muito bem.-Ela falou beijando a minha testa.

Todas foram se ajeitando e eu fiquei ali, imóvel, brincando de respirar profundamente. Contava os dedos dos pés e os das mãos, percebendo que a soma dos mesmos é igual a dez. Ria enquanto passava a mão nos meus cabelos, e aquilo me causava um prazer jamais sentido antes.

Me virei para a bela mulher alta, a qual falara comigo antes, e notei que ela estava me observando, sua afeição era serena e mesmo já sendo mais velha, era incrivelmente bonita. Então ela começou a se mover para perto de mim.

–Querida, como está se sentindo? -Perguntou docemente.

–Eu estou bem. -respondi calorosamente.

–Espere tudo se ajeitar aqui embaixo e conversaremos, para então você descansar.

–Qual é o seu nome?

–Me chamo Kamama, porém pode me chamar de mãe. Apesar de todas as Ghiguas terem dado a você vida, eu soprei a sua força vital e graças a isso você está aqui.

Sorri para ela, e sem a menor malícia a abracei. Seus braços eram quentes e era bom sentir o calor entre os corpos. Eu me sentia viva, me sentia humana, e acima de tudo já me sentia amada.


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