– Você não vem?

– Hãn...

– Você dorme na cama da Wendy, enquanto eu coloco ela para dormir comigo na minha cama, ou achou que eu deixaria você dormir no sofá e depois me cobrar alguma coisa por ter ferrado com a sua coluna?

– Ok, mas precisamos mesmo tirar a Wendy da cama? –ele sorriu e caminhou seguindo-a até o quarto da ruiva – Eu posso dormir aqui com você.

– Nem pensar.

– Por quê? Já dividimos a cama antes, e olha que fizemos bem mais que dividir.

– Exatamente por isso, e além do mais, eu nunca dormi com alguém com a Wendy em casa.

– Então quer dizer que eu seria o único namorado que dormiu na mesma cama que Erza Scarlet?

– Não se ache só por isso.

– Erza eu não sou um homem qualquer, e do jeito que eu estou cansado não vou nem notar se estarei deitado do seu lado ou do lado de uma pedra, eu só quero dormir.

– Err... Tudo bem, mas nem pense em chegar perto de mim na cama.

– Vou fazer de tudo para me controlar – disse erguendo os braços – Mas se você quiser abusar de mim, fique a vontade.

– Hahaha engraçadinho, até parece que eu te agarraria – disse enquanto arrumava a cama – Tem preferencia de lado?

– Direito, mas a cama é sua, não sei em que lado você prefere dormir e...

– Tudo bem, eu sempre durmo no meio, e quando a Wendy aparece no meio da noite eu fico do lado esquerdo toda vez, parece que vocês têm mais isso em comum.

– Bom saber que a minha filha se parece comigo, mas preferia que ela fosse igual a você.

– Por quê?

– Por que aí ela seria perfeita.

– Ela já é perfeita, é a junção de nós dois em uma única pessoa.

Ele sorriu com a comparação – Você tem razão, ela é perfeita, mas ficaria mais linda se tivesse os cabelos da cor dos seus.

– Lá vem você com a sua obsessão pelos meus cabelos de novo.

– Eu amo seus cabelos Scarlet, não posso mudar isso.

Ela se deitou – Deixa de besteiras e vamos dormir logo.

– Se alguém me dissesse na semana passada que hoje eu estaria dividindo a cama com você, eu teria dito que essa pessoa devia estar tendo delírios.

– Digo o mesmo, acho que até espancaria quem dissesse – ela dizia pensativa – Como isso foi acontecer? Eu te odeio, pelo menos deveria depois de tudo que você me causou.

– O amor que sentimos um pelo outro supera tudo, acho que foi isso que aconteceu, desde que te vi naquela cafeteria o meu coração e meus pensamentos são cercados apenas por você.

– Jellal... Venha dormir logo, amanhã vai ser um dia cheio.

– E coloca cheio nisso – disse suspirando e deitando-se ao lado da ruiva – Meu pai vai me dar um sermão enorme no trabalho por ter saído de casa sem dizer nada, e a Ultear vai pirar quando não souber onde eu estou e ainda mais por você ter atendido o meu celular.

– Hahaha você parece um adolescente que deve satisfações para os pais de onde vai e a que horas volta.

– Tem razão, acho que vou deixa-los sofrer um pouquinho, pelo menos eu sei que pelo Natsu ou pelo Mystogan eles não vão saber onde eu estou morando, se continuar assim vai ser até bom.

– Por que diz isso? E se eu disser onde você está morando?

– Duvido, você odeia a Ultear e o meu pai, jamais trocaria nem duas palavras com eles – Ele se virou para a ruiva – Erza, essa é a minha chance de viver uma vida normal, sem ser controlado por ninguém, sem estar preso a uma pessoa que não me ama e que eu não amo.

– Mas vocês ainda estão noivos.

– Um mero detalhe, que eu já devia ter dado um jeito a muito tempo – foi a vez dele suspirar encerrando o assunto e abrindo os braços – Vem aqui, não aguento mais te ver se forçando a ficar acordada e se encolhendo de frio, pode deixar que eu te esquento, como nos velhos tempos.

– Que eu saiba você disse que não faria nada comigo.

– E não vou, apenas quero te esquentar sua teimosa – disse puxando-a para o abraço e deitando a cabeça dela em seu peito – Melhor assim?

– Uhum... – ela praticamente ronronou nos braços do azulado ao sentir as mãos dele e seus cabelos – Queria saber de onde vem a sua fixação pelos meus cabelos.

– Eu também gostaria, mas não sei explicar, eles simplesmente me atraem e me hipnotizam, não sei como sobrevivi tanto tempo sem você.

Era tarde demais para a ruiva responde-lo, ela já havia adormecido devido aos carinhos do azulado, e o mesmo ao constatar que a mesma dormia serenamente em seus braços, permitiu-se sorrir, entes de beijar o topo de sua cabeça e adormecer abraçado a sua amada, e como prometera, ele não fez nada a não ser dormir com ela na mesma cama.

O que eles não esperavam, era que uma linda garotinha de cabelos azuis tivesse acordado no meio da noite e andado até ao quarto da mãe e visto a cena que fez o seu pequeno rostinho se iluminar em um sorriso.

– Sabia que a mamãe gostava do Jelly – ela sussurrou para si, mas logo depois foi correndo até seu quarto buscar sua pequena câmera fotográfica para registrar aquele momento, e quando voltou não pensou duas vezes antes de disparar a mesma e guardar aquela cena.

A pequena depois de cumprir a sua missão. Voltou para o seu quarto e achou que apenas por aquela noite ela poderia ceder a companhia de sua mãe na cama para o azulado, quem sabe assim ela conseguisse a família com a qual ela tanto sonhara, e foram com esses pensamentos que a pequena pegou no sono.

Na manhã seguinte a ruiva foi acordada pelo estridente som de seu celular tocando na cabeceira da cama, ela esticou-se sentindo um leve peso sobre sua cintura, mas decidiu ignorar para atender o bendito que não parava de tocar.

{LIGAÇÃO ON}

– Alô... – ela boceja.

– Não me diga que ainda está dormindo Er-chan?! Já são quase sete da manhã, cadê você mulher?

– Lucy... Ai meu Deus! Perdi a hora! – A ruiva se espantou arregalando os olhos – Desculpa Lucy, em meia hora eu estou aí, só tenho que deixar a Wendy na escola se der tempo...

– O que te fez perder a hora? Você não é assim.

– Quando eu chegar aí, eu juro que te conto tudo.

– Tudo bem, eu vou ficar esperando você chegar, mas por favor esteja aqui na hora da reunião, você sabe que eu fico perdidinha sem você para me auxiliar.

– Já estou indo, beijos.

{LIGAÇÃO OFF}

A ruiva saltaria da cama se não fosse pelo braço preso a sua cintura e que ela logo reconheceu de que era. Quem diria que ela passou a noite com o azulado, ainda mais sem rolar absolutamente nada, ninguém acreditaria em tal façanha, mas não era hora para devaneios, ela tinha que acorda-lo, se arrumar e arrumar a Wendy, e tudo isso em menos de meia hora.

– Jellal... Acorda!

– Hum... Só mais cinco minutos.

– Se eu tivesse todo esse tempo eu te deixaria dormir pela eternidade, mas eu estou atrasada para o trabalho e ainda tenho que levar a Wendy para o colégio em tempo recorde hoje.

– Tudo bem, eu tô acordado – disse se sentando na cama, sendo acompanhado pela ruiva – Aliás, bom dia.

– Bom dia – disse já se levantando e pegando uma muda de roupas no guarda-roupa - Você poderia ver se a Wendy já acordou e pedir para ela se arrumar depressa?

– Claro, mais alguma coisa?

– Só isso, obrigada.

Enquanto a ruiva se encaminhava apara o banheiro, o azulado se levantou e seguiu até o quarto da pequena e notando que a mesma não estava mais na cama, então decidiu procura-la pelo apartamento e a encontrou sentada a mesa, já vestida para o colégio.

– Bom dia princesa, parece que alguém pulou cedo da cama hoje hein?

– Bom dia Jelly, o que você está fazendo aqui essa hora? – disse se fazendo de desentendida.

– Eu dormi aqui pequena, por isso eu ainda estou aqui, mas me diga o que a senhorita vai querer para o café da manhã?

– Cereais.

– Ótimo, eu não sei fazer muita coisa mesmo, e com a sua mãe disse que estamos atrasados eu acho que isso vai servir.

– Você vai jantar aqui hoje de novo Jelly, sabe seria muito legal se você viesse hoje de novo.

– Quem sabe, tudo depende da sua mãe.

– O que estão falado de mim por aqui – disse a ruiva entrando na cozinha – Jellal, se quiser tem toalhas limpas no banheiro e uma escova de dentes nova sobre a pia, pode ir se arrumar enquanto eu preparo o café.

– Valeu Erza, eu já volto, não sintam a minha falta – disse piscando para a ruiva e saindo da cozinha.

– Mamãe você está gostando do Jelly?

– De onde você tirou isso? É claro que não.

– Então por que vocês dormiram agarradinhos?

– O que? – a ruiva instantaneamente ficou com a face da cor de seus cabelos – Quem disse que eu dormi abraçada com aquele idiota?

– Não finja mamãe que nada aconteceu, eu vi e sabe de uma coisa, eu até que gostei – a pequena sorria – Sabe, se você quiser namorar com ele mamãe eu dou o maior apoio.

– Esqueça Wendy e trate de não contar que nos viu para ninguém.

– Tudo bem – concordou contendo o sorriso – Mamãe o Jelly pode jantar aqui de novo, eu gosto dele.

– Vou pensar – ela olhou para o relógio – Droga, vou ter que te levar correndo para o colégio e ainda por cima a Lucy vai me matar por me atrasar para a reunião.

– Se quiser eu te levo – o azulado disse entrado na cozinha – Eu te deixo no escritório, levo a Wendy para o colégio e depois vou trabalhar se isso te deixar mais tranquila.

– Sério?! Obrigada – disse pulando nos braços dele o abraçando – Fico te devendo...

– Eu sei como você pode me pagar.

– Falei demais...

– Não é nada grave, apenas quero te levar como minha acompanhante ao aniversário da Lucy.

– Sério que é isso? Eu achei que você já tinha desistido dessa ideia.

– Então, aceita?

– Eu não volto atrás na minha palavra, eu vou com você, mas só se sairmos agora!

– Então vamos, só tenho que pegar as minhas chaves no apartamento do Natsu, encontro com vocês no elevador.

O azulado saiu apressado apara o apartamento ao lado, trocou de roupa e pegou as suas chaves, tudo muito depressa, não queria deixar as mulheres de sua vida o esperando. Assim que saiu pela porta viu que ambas estavam o esperando.

Jellal dirigiu até o escritório de Lucy, parando em frente ao mesmo para que a ruiva, sendo a primeira a ser entregue já que a mesma era a mais atrasada.

– Certifique-se de que ela entre dentro do colégio ouviu bem, eu nunca confiei a minha filhinha a um estranho e eu espero que você cuide dela como uma princesa e não faça ela se atrasar.

– Tudo bem, calma, e eu não sou um estranho, você me conhece desde pequeno e sabe que eu tenho motivos de sobra para que a Wendy esteja em segurança, confie em mim.

– Tudo bem – a ruiva suspirou – E você se comporte mocinha, na saída eu vou te buscar e te levar pra aula de natação e depois a titia vai te buscar lá, ok?

– Tudo bem mamãe – ela sorriu para a ruiva – Mamãe, você não está se esquecendo de nada? – disse apontando para a bochecha.

– Ah sim – a ruiva se inclinou e beijou a bochecha da filha – Boa aula minha linda, mamãe te ama.

– Também te amo mamãe.

– Bom, tenho que ir, obrigada Jellal.

– Disponha vizinha.

A ruiva saiu do carro, mas se inclinou na janela de Jellal ao escutar a filha lhe chamar.

– O que foi Wendy? Esqueceu alguma coisa?

– Não, foi você que esqueceu.

– O que?

– Isso – disse apontando para a bochecha.

– Eu já te dei um beijo Wendy.

– Mas faltou o Jelly, ele também merece um beijo.

– Opa, isso me interessou.

– Calado – ela suspirou – E não se acostume.

A ruiva foi certeira para dar apenas um beijinho no rosto do azulado, mas não esperava que o mesmo movesse o rosto e acabasse por dar um selinho no mesmo. No mesmo instante a ruiva sentiu o seu rosto esquentar e se afastou rapidamente, sem nem mesmo se despedir.

– Eu também te amo Erza! – gritou o azulado de dentro do carro e logo em seguida dando partida e saindo para levar a pequena para o colégio, deixando uma ruiva paralisada na porta do enorme prédio.

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Continua...