Pessimismo escrita por Miss Kwon


Capítulo 1
Seguro, confortável e bem.


Notas iniciais do capítulo

Aviso de gatilho/disparador: ataque de pânico. Caso não se sinta confortável com descrições sobre isso ou que lidem com isso, não leia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/535203/chapter/1

Portas trancadas. Confere.

Janelas, trancadas também. Confere.

Deitar confortavelmente na cama para adormecer. Confere também. Olhos fechados, deitar relaxado no meio dos cobertores, só esperando adormecer. O que não deveria demorar muito, com certeza não deveria demorar tanto. Não pode acontecer de novo, não agora. Ele quer pegar o celular no pequeno criado-mudo ao lado da cama, apertar qualquer botão para ver há quantos minutos ele estava deitado ali, sem sono.

Provavelmente não mais de quinze minutos, mesmo assim, a luz forte demais vai machucar seus olhos e sua cabeça vai doer e isso não pode acontecer. Ele quer dormir, então luta para ficar perfeitamente quieto na cama, onde ele está seguro, confortável e bem.

Ele realmente fechou as janelas antes de ir deitar?

Ele se lembra de fechar e re-abrir apenas para fechá-las de novo, para ter certeza de que estão trancadas. Mas e se ele se esqueceu de fechar na segunda vez? Ou e se foi só a imaginação dele dizendo que ele fez aquilo porque é automático e na verdade ele se esqueceu de fechar todas as janelas?

Não está seguro.

Ele poderia se levantar mas já fazia mais de vinte minutos e pelo amor de deus, ele precisa dormir. Se ele não conseguir... Irá absolutamente cansado à reunião, não vai prestar atenção suficiente e pode fazer algo ruim esquecer algo para trás ter problemas na fala, o que faria as pessoas rirem dele e ele obviamente cairia fora dali porque ele sabe como as pessoas na reunião vão reagir se algo der errado e tudo estará arruinado e não não não não pode acontecer.

Ele sente o coração acelerar e uma necessidade súbita por ar e droga, por quanto tempo ele esteve segurando o fôlego? Ótimo, agora tem que normalizar a respiração para tentar dormir.

Não vai acontecer.

E ele ignora o pensamento de "mas e se acontecer?" assim que este aparece. Arthur é um homem calmo, sério, educado, perfeitamente confiante em falar em público que não vai passar por isso de novo. Nada disso. Ele só precisa relaxar e isso vai passar.

Ele se vira para o outro lado, apertando o travesseiro porque tem certeza de que já havia se passado mais de uma hora e por que ele não consegue dormir? Por quê por quê por quê? Ele está - não exatamente - seguro, está confortável, está bem. Por que seu coração está acelerado e por que ele não consegue respirar e por que está acordado? Ele joga o travesseiro do outro lado do quarto e de jeito nenhum ele vai sair da cama para pegá-lo.

Não está confortável.

Obviamente ele não será capaz de prestar atenção e vai errar tudo ou vai dormir tão pouco que não será capaz de se levantar pela manhã e portanto vai estragar tudo. De qualquer jeito, tudo estará arruinado, mas é uma droga de reunião, é importante, vai decidir coisas importantes com outras nações e ele não pode estragar nada.

Não não não. Vai dar tudo certo, ele consegue.

...

Mas e se ele adormecer dirigindo? E se confundir uma palavra com outra enquanto fala e acabar sendo ridicularizado e não finalizar seu discurso? E se ele gaguejar na frente de todo mundo? E se não acordar a tempo? E se ele se perder? E se não não não. Não. Pode. Acontecer.

Ele está suando, o coração bate rápido e forte demais e, espera, isso é uma lágrima? Droga, é uma lágrima muitas lágrimas e sua vista está severamente embaçada agora, quando suas mãos começaram a tremer tanto? A cama está bagunçada e ele sabe que não vai dormir e só precisa sair dali então ele se vira, pronto para pular da cama e, por ora, escolhe ignorar seu corpo trêmulo.

Ele realmente trancou a porta?

Não está bem.

Enquanto se levanta, por que infernos o chão está tão frio?, ele tem certeza de que o pânico tomou conta. É algo familiar para ele. Arthur chora e sua garganta está irritada e ele estremece e treme tanto que é difícil pegar o celular. 4:07 da madrugada.

Anda até a cozinha para beber água - muita água, água demais - e começa a checar tudo de novo enquanto ignora a sensação de que alguém havia invadido sua casa e estava pronto para matá-lo.

Ele se joga no sofá. Não está seguro, nem confortável, nem bem. Mas está ali e precisa de distração então ele relê seu discurso e todos os seus planos, talvez levasse algumas horas para ler tudo. O pânico e tensão ainda passam por seu corpo e ele demora para conseguir ler normalmente, mesmo que saiba que suas mãos trêmulas vão dificultar o trabalho de qualquer maneira.

Ele está acostumado, mas estar acostumado não torna mais fácil de lidar.

Arthur puxa os joelhos para o peito, tentando ao máximo organizar seus pensamentos, respirando profundamento e repetindo algumas palavras para si que talvez ajudassem. Isso vai levar algum tempo.

Mas, pelo menos, ele sabe que estará melhor pela manhã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler.
Eu sei que não está bem escrito, escrevi primeiro em inglês e depois traduzi, então provavelmente baguncei alguma coisa e errei uns trechos aí, também porque quando escrevi, estava tentando evitar ficar ansiosa (não, não faz sentido) e editei depois.

Eu não pesquisei de verdade, já que eu mesma sofro por causa de ansiedade extrema (nunca fui ao psicólogo para falar sobre isso, então não sei se tenho um transtorno ou não), espero que se você tiver um transtorno de ansiedade também, não se sinta ofendido/a (como eu escrevi com base no que já experienciei, pode ser impreciso. Se você achar algo errado/discordar, fale comigo e me diga o que você acha que eu deveria mudar).

Não sei porque escolhi Arthur Kirkland. Talvez porque na minha cabeça ele tem T.A.G (transtorno de ansiedade generalizada) e um tanto de fobia social e T.O.C..
É isso, obrigada por ler.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pessimismo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.