Segundo capítulo – Irmãos ou inimigos?

Eiko corria em direção ao grupo da Fairy Tail rangendo os dentes e de punhos fechados. Parecia que não havia ninguém em sua frente apenas Gray Fullbuster. E então quando os olhos deles se encontraram o rapaz ficou paralisado, boquiaberto não acreditando no que estava vendo.

Suas mãos estavam guardada dentro do bolso da calça, o corpo estava relaxado, porém sua expressão transbordava pânico e espanto. Aquilo era impossível

E sem ninguém esperar por aquilo Eiko com os punhos fechados socou o rosto do rapaz com ódio e dor nos olhos. Todos no lugar ficaram pasmos, de olhos arregalados.

Lucy e Erza deram um passo para trás assustadas, enquanto Natsu continuava a encarar a cena de olhos arregalados ao lado de Elfman, que não sabia o que fazer. Eiko não parou de dar socos no moreno até o mesmo segurar seus punhos com força, impedindo os ataques.

Azumi e Hide correram até onde a cinzenta estava e a seguravam pelos braços, afastando a garota do rapaz, que limpou o rosto, respirando fundo e com dificuldade. Todos ficaram encarando Eiko como se ela fosse louca, menos Gray, que continuava a ter o olhar de pânico nos olhos.

– Mas o que é isso minha gente? Mal começaram os jogos e já está tendo briga? – o locutor disse, olhando para os companheiros de cabine. Todos estavam em choque com a atitude de Eiko.

– Você! – Eiko disse tentando se soltar, enquanto rangia os dentes e chorava, encarando Fullbuster. Juvia estava sendo segurada pelos braços por Gajell, pois ela queria bater em Eiko por ter agredido seu amado

– Quem é você? – Erza se colocou na frente de Gray, que não conseguia tomar nenhuma atitude em relação a garota. Ela e Natsu ficaram entre Eiko e Gray, olhando assassinamente para a garota, que não parava de chorar de raiva.

– Eu? – ela finalmente havia conseguido se soltar dos amigos, que a seguravam com força, caso eles deixassem ela continuar com a agressão eles iriam será expulsos e todos os planos iriam por água a baixo - Meu nome é Eiko Fullbuster, irmã mais nova de Gray Fullbuster.

Os espectadores não entendiam nada do que estava acontecendo, porém quem estava dentro da arena parou de respirar por longos segundos após a afirmação de Eiko. Toda a família de Gray havia sido morta e apenas ele havia sobrevivido graças a Ur, ou era aquilo que todos imaginavam, inclusive ele.

Então o Fullbuster passou pelos dois amigos e foi ao encontro de Eiko, que fechou os punhos mais uma vez, preparada para bater no próprio irmão.

Antes de desmaiar Eiko viu Gray ser salvo por Ur e outro garoto, ela tentou chamar a atenção de seu irmão, mas aquilo foi em vão, ninguém ali iria reparar em um corpo infantil imóvel sob pedras. Se não fosse por Hana, a velha senhora que a encontrou nos escombros provavelmente Eiko estaria morta.

Gray estava com os olhos inundados de lágrimas, o que era algo inusitado, ele nunca sentiu tanta felicidade por ver alguém. Então enrolou os braços no corpo pequeno da irmã e a prensou contra o seu, sentindo o cheiro de sua pele pela primeira vez em muitos anos.

– Eu não sabia que você estava viva – ele sussurrou para que Eiko ouvisse, enquanto a mesma estava paralisada, entre os braços do irmão chorando como um bebê.

Ninguém sabia como reagir. E ao fundo de toda aquele aglomerado de rostos pasmos estava Lyon, o rapaz que viveu toda a infância com Gray, aprendeu magia com o rapaz e sabia praticamente tudo sobre o passado do Fullbuster não conseguia parar de tremer. Nunca passou em sua mente que a irmãzinha do outro poderia ter sobrevivido ao ataque de Deliora, pois todo o restante do vilarejo havia morrido.

Quando Eiko deu por si se afastou dos braços do mais velho e limpou o rosto pálido. Eles não eram nenhum pouco parecidos fisionomicamente, mesmo aparentando terem a mesma idade, Eiko era mais baixa do que o rapaz, aparentando ser dois ou três anos mais nova do que realmente era.

Fechou os punhos e encarou o garoto, que limpava o rosto, tentando manter o semblante de durão.

– Não viemos aqui para isso – disse a garota se afastando do irmão sem olhar para trás, onde o resto da sua guilda estava, sendo seguida por Hide e Azumi, que se entreolhavam abismados com a mudança de humor que a acizentada tinha.

– Você não pode se desfocar, Eiko – Azumi disse cruzando os braços assim se posicionaram ao lado dos outros dois. Eiko olhou para Charry, que tinha um sorriso irritante nos lábios, tão feliz que fazia a outra ter vontade de soca-la inúmeras vezes, até a rosada parar de ser irritante. Eiko não ouviu absolutamente nada do que o locutor disse, apenas encarando o grupo na sua frente: Fairy Tail A.

– Acho que a Charry deve ir – disse ela dando de ombros, nem ouvindo que tipo de prova da, ou o que deveriam fazer. Azumi rangeu os dentes e encarou a cinzenta com as sobrancelhas arqueadas – Será um bom treino – sussurrou para a loira, que bufou e assentiu, deixando a rosada se aproximar do homem baixinho com a cabeça de melancia.

– Você está provocando a loirinha – Hide sussurrou no ouvido da Fullbuster, que sorriu. Havia esquecido sobre seu irmão e até mesmo sobre o que deveriam fazer naqueles jogos, apenas queria se divertir, rir um pouco da cara de Charry e talvez de Azumi.

Se afastou assim como foi pedido e quando se posicionou no local mandado para observar a prova. Então uma cidade se materializou no campo e inúmeras cópias de todos os competidores se espalharam pelo local. Inúmeras cópias de seu irmão.

Seu coração deu uma leve falha, tão leve que Eiko não notou, mas mesmo assim, internamente e sem notar a Fullbuster torcia para que Gray vencesse aquela prova e a deixasse orgulhosa.

Era uma prova muito bem elaborada, deveriam encontrar o verdadeiro jogado e ataca-lo, quem fosse encontrado mais vezes perdia. Por alguns momentos Eiko achou aquilo entediante, até ver seu irmão sendo várias vezes atacado por um mesmo jogado, um homem estranho da Raven Tail. Seu estômago revirou e seus punhos se fecharam, quase pediu para que alguém fizesse alguma coisa, porém não podia fazer aquilo, não devia e não queria. Seu orgulho era muito maior.

Charry estava indo suficientemente bem, se escondendo bem e encontrando algumas pessoas. Sua magia, de controlar cerejeiras, era útil para se esconder sem que ninguém notasse que uma nova árvore havia aparecido.

Então um rapaz loiro de cabelos longos e um chapéu extravagante apareceu no pico de um dos mais autos prédios da “cidade”. Eiko não pode ouvir direito o que ele disse, mas então viu raios de luz chocarem nos participantes da prova, eletrocutando todos, até mesmo seu irmão

Ela precisou respirar fundo, se sentando e recusando a assistir qualquer coisa a mais. Não demorou para a prova acabar e o rapaz de chapéu ganhar a prova. Logo em seguida o primeiro duelo de todo o jogo foi anunciado: Lucy vs Flare.

Lucy era da Fairy Tail e a outra era da Raven Tail. Eiko franziu o cenho e se levantou, observando melhor o início da batalha. Era bom que não a chamassem primeiro, pois queria economizar magia, para poder surpreender todos e acabar logo com aquilo.

– Amanhã – Eiko começou a falar, dando de costas para a batalha – Você irá conversar com algumas pessoas, não podemos prolongar muito isso, temos que por um fim nessa missão!