Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 7
Saindo da rotina part-1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Dessa vez nem demorei..
Bem, estou pensando em fazer um post duplo! se vocês quiserem, é claro.
Se o capítulo for bem aceito eu posto a segunda parte.
Sem mais delongas, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/535123/chapter/7

A sensação de bem estar foi substituída por uma mistura de ansiedade e medo. Não sabia o que esperar quando fechou a porta atrás de si, não sabia como agir. Tinha medo de Rachel, medo do olhar, do corpo, da personalidade da morena. Entretanto, o seu maior medo, naquele instante, era não resistir aos seus desejos.

Ela estava atraída e não tinha como negar tal fato. Beijou a morena para cala-la, porém ansiava, inconscientemente, saber a sensação que era beijar Rachel. Era como se tudo que vivera fosse uma preparação para este dilema que estava enfrentando. Gostava de Rachel, mas também odiava algumas coisas nela. Prepotência, por exemplo. E via que a cada minuto que se passasse ela ia ficando mais imparcial sobre.

Não sabia como agir depois do que tinha feito, beijar Rachel foi um cruzar de linha perigoso, não sabia se a morena a beijaria a qualquer momento ou a trataria como se não tivesse acontecido nada entre elas.

_ Eu posso, você sabe, fazer agora? _ Rachel, perguntou.

Quinn arregalou os olhos com a pergunta da morena, achou que ela esperaria um pouco antes de beija-la novamente.

_ Eu, bem, pensei que a gente iria tomar café primeiro e depois..

_ Eu prefiro fazer isso antes, vou me sentir melhor, mais leve.

_ Eu não sei como isso vai funcionar, não tenho muita experiência nisso..

_ Em pentear o cabelo?

Rachel questionou, interrompendo-a.

_ Ah, eu pensei que você estava falando do, do _ Pensou no que dizer. _ Banho. Banho, foi isso que eu pensei. _ Tentou passar confiança.

_ Não, eu estava falando do cabelo mesmo. Pensando bem, acho que vou fazer os dois. Se importa?

_ Nem um pouco, fica à vontade. _ Percebeu que Rachel reparou no seu balançar de cabeça excessivo e parou na hora. _ Se quiser, pode pegar uma roupa mais confortável no closet. _ Ofereceu.

_ Eu vou aceitar. _ Andou em direção ao quarto e parou no meio do caminho. _ Quinn. _ Chamou.

_ Sim.

_ Obrigada.

_ Não por isso.

Esperou Rachel entrar no quarto e soltou o ar que estava prendendo. Nossa, como eu sou idiota! Divagou indo para cozinha.

Enquanto tirava os ovos e o pote com as tiras de bacon da geladeira, evitou pensar muito como agiria. Há uma semana atrás tudo estava na mais perfeita ordem e ela não deixaria um beijo bagunçar sua cabeça.

Apenas um beijo.

Já havia beijado antes, Finn, o seu ex "noivo". Finn era uma pessoa boa, um pouco submisso aos deveres de um cristão, mas ainda assim uma pessoa boa. Quando ficavam sozinhos conseguiam conversar sobre coisas não relacionadas à igreja e até que o garoto se saia bem. Tinha todo aquele jeito desengonçado por ser alto demais e um sorriso que Quinn achava muito bonito, falava algumas coisas sem sentido e, embora só quisesse a amizade dele, sentia saudades de sua presença.

O beijo que dera em Rachel não se comparava com nenhum outro; Ainda podia sentir o gosto e toda a adrenalina que inebriou seus sentidos. Entretanto, pensar no beijo não a estava ajudando, focou-se em preparar o café da manhã.

Não demorou muito para preparar o café da manhã, mesmo fazendo mais comida do que o de costume. Deixou tudo pronto em cima da mesa e foi até seu quarto para pegar uma muda de roupa e tomar banho no quarto que seria de Santana.

_ Não sabia que gostava de música. _ Rachel falou quando saiu do banheiro encontrando Quinn mexendo no closet.

Quinn virou-se para ela e observou como a morena olhava para seu pôster dos Beatles.

_ Eu gosto, não acho que exista alguém que não goste.

_ Verdade. _ Tocou o pôster e reparou que estava autografado. _ É verdadeiro o autógrafo? _ Perguntou, passando a mão por cima da assinatura.

_ É sim. _ Sorriu.

_ Como conseguiu o autógrafo do Paul McCartney? _ Perguntou, virando-se para Quinn.

Quinn sorriu com a surpresa de Rachel.

_ Eu sabia que o Paul iria fazer um show em Lima, e também sabia que meus pais não deixariam e muito menos pagariam para eu ir. Juntei dinheiro por três meses, vendi algumas coisas no eBay e consegui comprar o ingresso. No dia do show saí escondida pela janela. _ Balançou a cabeça, se lembrando do ato. _ Cheguei cedo e consegui ficar na grade. Foram as duas melhores horas da minha vida! Qualquer punição valeria a pena. No finalzinho, ele chegou mais perto da onde eu estava e todo mundo começou a se empurrar para chegar mais perto dele e foi aí que eu desmaiei.

_ Como assim?

Rachel estava tão envolvida com a história que nem notou que suas feições mudavam a cada parte contada por Quinn.

_ Minha pressão baixou e junto com a aglomeração e o empurra- empurra, acabei desmaiando. Mas foi a melhor coisa que já aconteceu comigo. _ Rachel franziu a testa. _ Ele viu que eu desmaiei e parou o show, foi o que me contaram. Eu só lembro de acordar no palco com o Paul na minha frente perguntando se eu estava bem. Eu disse que sim e, mesmo nervosa por estar de frente a ele, o abracei. Foi incrível! Não consegui falar nada, apenas tirei o pôster da mochila e o desenrolei para ele autografar. Ele riu do tamanho do pôster e autografou.

_ Nossa, você é uma sortuda! _ Disse Rachel, admirada.

_ Eu sei! Nunca pensei que um desmaio me fizesse conhecer um dos Beatles. É a minha melhor lembrança.

Rachel observou, por alguns segundos, o sorriso genuíno de Quinn. Nunca o presenciara, ela sempre viu Quinn séria ou somente relaxada. Mas agora, assistindo as feições da loira se curvarem em sincronia com o que dizia, um simples sorriso a fez querer ficar escutando histórias ou qualquer lembrança que fizesse o sorriso de Quinn aparecer.

Quinn reparou que Rachel a olhava com um brilho estranho nos olhos e resolveu saciar sua curiosidade:

_ Que foi?

_ Nada. _ Sorriu. _ É que você está sorrindo.. É uma coisa boa _ continuou. _ Acho que eu nunca te vi sorrir, você sabe, de verdade. Fica bonita assim.

A Habilidade que Rachel tinha de deixar Quinn sem graça era infinita. A loira sorriu sem graça e pegou a roupa que deixou em cima da cama.

_ Eu vou tomar banho. _ Foi até a porta do banheiro e virou-se antes de fechar. _ Eu deixei o café pronto na mesa.

_ Ah, não precisava se incomodar..

_ Não foi um incomodo.

Quinn disse tão rápido que fez Rachel sorrir.

_ Então, eu vou. _ Rachel falou, apontando para a porta do quarto.

_ Eu vou aqui também. _ Quinn disse, fazendo o mesmo.

O clima de ansiedade se instalou sobre elas. Estavam sem graça, sem saber com agir, ou falar depois do beijo. Era uma situação cômica, digna de filmes água com açúcar que passavam na sessão da tarde. Entretanto, parar de agir feito bobas era uma coisa dificílima. Depois do beijo as duas ficaram mais vulneráveis uma com a outra, coisa que há algumas horas atrás era impossível.

Rachel resolveu esperar Quinn para tomar o café. Na verdade, parecia um banquete, tinha de tudo um pouco: Pães, torradas, geléias, ovos com bacon, algumas frutas, sucos e o café que cheirava muito bem. Em sua casa tinha tudo àquilo e muito mais, porém eram várias pessoas que preparavam, e não uma.

Enquanto Rachel ficava impressionada com a atenção e o capricho de Quinn, não reparou que Freddie parou do lado dela fazendo cara de cachorro sem dono.

_ Nem adianta fazer essa cara porque eu te conheço, Scar. Sei que estar esperando o melhor momento para dar o bote no prato de bacon, não é mesmo? _ Questionou-o, fazendo uma careta.

_ Ele não vai pegar o prato de bacon, pode ficar tranquila. _ Quinn entrou na sala vestindo uma blusa polo e um short pequeno que fez Rachel desviar a atenção do cachorro. _ Ele só come ração.

_ Se você diz, não consigo confiar no projeto de Scar ainda. _ Confessou, sentando na cadeira.

_ Pensei que tivesse tomado o café enquanto eu estava no banho.

_ Na verdade, eu resolvi esperar porque não sabia por onde começar. _ Olhava para a mesa farta.

_ Eu não sabia o que você gostava, então resolvi fazer de tudo um pouco. _ Confessou, sentando na cadeira em frente a Rachel.

_ Acho que nunca preparam uma mesa com tanta coisa pra mim. Quer dizer, por livre e espontânea vontade.

_ Não é um grande coisa. _ Quinn serviu um pouco de café na xicara das duas. _ Eu não sabia o que você gostava e fiz um pouco de tudo. Mas confesso que estou morrendo de fome, não como nada desde que Santana veio aqui ontem.

Ouvir o nome de Santana a incomodou um pouco. Colocou uma porção de ovos mexidos com bacon no prato e comentou:

_ A latina que se acha engraçada. _ Fez uma pausa apreciando o gosto dos ovos com bacon. _ Isso aqui está muito bom! É diferente do que eu como, é mais. _ Buscava a palavra. _ Cremoso! _ Falaram juntas.

_ Receita de família. Minha mãe sempre disse que a maneira mais fácil de conquistar um homem é pela boca. Esses ovos cremosos já uniram muitos casais.. Bem, é o que ela diz.

Quinn ofereceu mais um pouco e Rachel aceitou.

_ Isso me leva a crer que você quer me conquistar pela boca. _ Insinuou, mas parou quando Quinn engasgou com os ovos mexidos.

_ Eu não.. _ Tossiu algumas vezes limpando a garganta. _Eu fiz porque é gostoso e..

_ Quinn, foi uma brincadeira. _ Assumiu, rindo da reação da loira. _ Você só é ingênua. E antes que você comece a se defender, foi um elogio.

A loira franziu o cenho, pensando no que ouvira. Como ser ingênua poderia ser um elogio?

_ Eu não entendo. _ Afirmou, chamando a atenção de Rachel. _ Como pode ser um elogio? _ Perguntou, curiosa.

Rachel colocou algumas torradas no prato e respondeu calma.

_ Você não espera o mal, sabe, acredita no que as pessoas falam. Isso é uma coisa boa porque nós sempre estamos esperando alguma coisa ruim acontecer, sempre desconfiados das segundas intenções. Eu sou assim. _ Admitiu. _ E sua ingenuidade é uma coisa boa, não é questão de ignorância, isso é o oposto do que você é, você espera o melhor das pessoas. Eu não posso dar uma opinião mais profunda porque te conheço há pouco tempo, mas acreditar em algo mesmo sabendo que aquilo tem uma grande chance de dar errado é uma grande qualidade que eu nunca vi alguém possuir.

Difícil era imaginar uma Rachel aberta, não sarcástica. Quinn a olhou passar geléia nas torradas e se perguntou de onde surgiu essa Rachel sincera. Sempre soube que era era ingênua, contudo, nunca conseguiu enxergar sua ingenuidade como qualidade, sempre achou que era um defeito.

Ela não fez nenhum comentário sobre o que a morena falou, apenas ficou observando Rachel fazer caras e bocas com tudo que comia.

_ Ok, qual o nome da sua mãe? _ Perguntou, limpando a boca no guardanapo.

_ Judy. _ Disse, franzindo o cenho com a pergunta.

_ Diga a Judy que eu aceito casar com você! Sério, passaria a vida inteira comendo esses ovos e bebendo o seu café.

Mesmo sabendo se tratar de uma brincadeira, Quinn sorriu e deixou que seu cabelo cobrisse o tom avermelhado que tomou conta das bochechas dela.

_ Claro, ela vai amar descobrir que seu futuro genro na verdade é nora.

_ Legal, então tenho chance com a filha da Judy. _ Disse, mantendo o rosto sério, mas acabou gargalhando.

_ Se tinha alguma, agora elas foram reduzidas a zero! _ Brincou e riu da cara de decepção que Rachel fez.

_ Ah, qual é, mesmo minhas chances reduzidas a zero você ficaria comigo. Admita! Sou bonita, elegante, esperta, corajosa..

_ Humilde, Pretenciosa, irresponsável..

_ Ok, entendi. _ Pegou uma uva e mordeu. _ Como seria uma pessoa ideal para você? Você sabe, tipo um namorado.

Quinn pensou um pouco e percebeu que nunca havia pensado sobre o assunto.

_ Eu não sei, pra ser sincera nunca pensei nisso. _ Mordeu o lábio inferior pensando no que dizer. _ Acho que se a pessoa for leal, responsável e gentil está bom pra mim.

_ Sério? Quinn, você está escolhendo um namorado não um colega de trabalho.

_ Sério! Se fosse escolher um namorado eu escolheria por essas características. _ Afirmou, séria.

_ Não sei não.. Pra mim, você está escolhendo pela segurança, não por gostar. Quando a gente namora alguém o que você disse vem por último. Eu optaria pela paixão, a entrega, às coisas em comum e, principalmente, as que diferenciam. Se fosse para namorar alguém eu gostaria que a pessoa fosse o oposto de mim, me desafiasse a gostar dela todo dia. Claro, a longo prazo eu pensaria no que você disse, mas se não rolar química, em tudo, eu nem tentaria.

Sua boca estava aberta e demorou um pouco para Quinn perceber o seu gesto. Rachel estava a impressionando cada vez mais, não seria surpresa que ao final do dia sua opinião sobre a morena fosse oposta do que pensava anteriormente.

_ Então _ Ajeitou-se na cadeira. _ Você deve ter experiência em namoros. _ Supôs.

Quinn não deixou transparecer, porém queria saber se Rachel estava namorando ou interessada por alguém.

_ Eu convivo com relacionamentos todos os dias, sei de todas às coisas boas e, felizmente, sei das ruins. Acho que é por isso que eu nunca namorei. _ Afirmou.

Inconscientemente, Quinn deixou os ombros caírem como se tivesse tirado um grande peso de suas costas.

_ Só é difícil de acreditar que uma garota como você nunca namorou.

Rachel ficou curiosa com o comentário e perguntou:

_ Uma garota como eu?

_ Você sabe, bonita, desencanada esperta.. Só pensei que teria um monte de garotos formando fila para namorar você.

_ Modéstia a parte, tem sim. _ Chegou mais perto de Quinn. _ Mas eu prefiro às mulheres. _ Riu da expressão tímida de Quinn. _ Como você mesmo disse, eu sou esperta e é por isso que eu não namoro.

_ Acho que entendi seu ponto. _ Disse mais tímida ainda.

Rachel observou Quinn por alguns segundos tomando um gole de café quase de uma forma regrada. Suspirou. A garota a sua frente era linda e, com toda a certeza, teria uma fila bem maior que a dela de pretendentes. Quanto mais Rachel a olhava, mais queria que Quinn fizesse algo que quebrasse aquele jeito certinho e regrado de ser. Olhou por cima do ombro da loira e levantou atraindo a atenção dela. Andou até à estante e ligou o rádio. O som estava baixo e numa estação que seus ouvidos gritavam para que fosse mudada. Mudou algumas vezes à frequência e escutou as vozes de Justin Timberlake e Michael Jackson em Love never felt so good.

_ O que você está fazendo? _ Quinn perguntou, em pé, junto ao sofá.

_ Mandando a rotina pro espaço!

Continua..


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem para eu saber! Ah, se tiver boa aceitação, eu posto a segunda parte ainda hoje. Beijos e até o próximo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hate that i love you" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.