Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 2
Debate




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_ Não adianta soltar o ar.. Ninguém mandou você ficar em cima de mim querendo me beijar lá no corredor. _ A morena sussurrou sentando ao lado de Quinn.

Quinn já ouviu falar sobre amor a primeira vista, mas começava a acreditar na hipótese de que essa teoria se abrangesse ao ódio também. Resolveu ignorar a morena e prestar atenção na aula, já que foi pra isso que ela se dedicou tanto.

Já havia se passado 30 minutos de aula e Quinn resistia bravamente a vontade que tinha de mandar aquela morena insolente a merda. Não que fosse comum Quinn usar esse linguajar em sua rotina, mas em sua concepção a garota merecia ouvir algumas palavras de baixo calão. Por sua visão periférica conseguia enxergar a morena olhando-a com cobiça, mas não estava tão certa disso, poderia ser cobiça ou só mais um deboche vindo da garota. Sentiu a mão delicada da garota roçar em seu braço e deixar um pedaço de papel dobrado em cima da sua carteira. Quinn deu uma passada rápida de olhos pelo rosto da garota que não foi notada pela mesma e resistiu a vontade de desdobra-lo e ver o que continha. Contudo, tudo o que fez foi voltar a sua atenção para seu professor e a explicação que ele dava, mas sentiu seus pêlos eriçarem quando escutou a voz aveludada da morena pronunciando-se:

_ Se me permite. _ A morena levantou o braço chamando a atenção de seu professor. _ Eu tenho uma dúvida sobre essa ordem de restrição. Se eu entendi bem, qualquer um pode solicitar essa ordem, basta delatar a justiça os acontecimentos passados. A minha dúvida é: Se uma pessoa desconhecida ficar te olhando de uma forma suspeita e logo depois tentar te beijar, neste caso a vítima pode pedir a aplicação dessa ordem de restrição?

Quinn respirou fundo, estava a ponto de voar em cima daquela garota insolente. A contra partida a morena estava adorando como estava deixando Quinn inquieta.

_ Pode-se dizer que sim. O procedimento a ser tomado é que, após ouvido o suspeito e o requisitante pelo juiz, o suspeito é avisado para não mais bater, ameaçar ou se aproximar da vítima/requisitante. Toda via, senhorita Berry, geralmente a ordem de restrição é aplicada em casos mais sérios do que seu exemplo. _ Explicou o professor.

_ Ah, sim, obviamente.. Mas e se a vítima tiver total certeza que o autor voltará a tentar de novo aproximação e pior, agravar as investidas...

_ ELA É UMA MENTIROSA! _ Quinn estourou interrompendo a morena.

_ Srta. Fabray, quem é mentirosa? _ O professor perguntou franzindo o cenho.

Era facilmente perceptível ver como a veia do pescoço de Quinn pulsava violentamente. Isso não acostumava acontecer com ela. Nunca se estressava, tampouco aumentava o tom de voz, porém aquela morena de estatura baixa e olhos chocolates despertava isso nela, e ela não gostava nada disso. Respirou fundo e pôde sentir dezenas de pares de olhos nela, precisava contornar a situação, mas como? Ficar quieta não era um começo, por isso resolveu responder a pergunta de seu professor.

_ A que se diz vítima. _ Virou-se para morena e deixou que seu olhar encontrasse com o da garota prosseguindo. _ A minha colega, Berry, nos apresentou uma situação intrigante pois em nenhum momento podemos constatar que o suspeito tenha realmente feito o que a " vítima" diz ter acontecido. Já que, pelo que parece, não há testemunhas e consequentemente fica a palavra da declaradora contra o acusado. Bem, o que estou querendo dizer é que não é de costume pedir uma ordem de restrição para uma pessoa que te olha ou tenta te roubar um beijo, já que vemos muito desses acontecimentos na juventude em geral. Entretanto, a de se levar em consideração a atitude da declaradora, pois, para que a ordem de restrição seja concedida é necessário que a ofensa chegue ao conhecimento de uma terceira pessoa, além da própria vítima. Se a tentativa for dirigida pelo autor do fato diretamente à vítima e a ninguém mais, não há crime e sim calúnia por parte da declarante. _ Quinn terminou sua resposta vendo o sorriso de deboche da morena sumir.

_ Eu estou com ela! _ Um rapaz de óculos falou sendo seguido por vários outros alunos.

Quinn se sentia bem melhor por ter cortado a crista daquela garota, A morena não tinha o direito de fazer aquela brincadeira de mau gosto com ela. Ela poderia suportar bastante coisa, menos que pessoas não a levassem a sério. A morena não sabia pelo que ela tinha passado e ela não deixaria que uma garota aparentemente mimada interferisse no seu estudo.

_ Srta. Fabray, devo dizer que estou impressionado com sua resposta, seria uma bela defesa. Por isso, como sou um professor justo, te darei um ponto pela análise do caso, mas ainda terá que entregar a introdução sobre direito civil junto com sua colega semana que vem. Por hora, voltemos para a explicação..

Quinn ouviu o sinal bater e reparou que a morena saiu antes de todo mundo. A princípio não ligou, mas lembrou que teria que fazer o trabalho com ela e não tinham marcado uma hora para faze-lo. Ajeitou sua bolsa e saiu da sala apressada em busca da morena. A garota seguiu pelo corredor que ocorrera o acidente e não conseguiu achar a morena; estava quase desistindo quando passou pelo arco central e esbarrou nela.

_ Ai! _ A morena chiou alisando o braço onde tinha esbarrado. _ Não é possível, você de novo! Você deve estar me seguindo, só pode.

_ Não, se eu estivesse seguindo alguém seria, provavelmente, uma pessoa menos arrogante que você. _ Quinn fingiu um sorriso.

_ Arrogante, eu? Arrogante é você com aquele discurso todo lá dentro da sala, senhorita sou nerd e vou deixar que todos saibam disso.

_ Se você diz que nerd é uma pessoa que lê sobre a matéria que vai ser estudada, talvez eu seja uma mesmo. Melhor que ser uma insolente mentirosa. _ Irritava-se.

_ Eu estava brincando com você e você praticamente decorou o livro e o dissertou para a turma. _ Cruzou os braços. _ "Insolente mentirosa" você diz, posso saber aonde eu menti?

_ Não admito esse tipo de brincadeira comigo.. Talvez seja na parte inventada que dizia que eu queria te beijar. _ Arqueou a sobrancelha direita.

_ E não queria? _ A morena descruzou os braços chegando mais perto de Quinn.

Quinn por um momento esqueceu de rebater e ficou olhando para aqueles olhos chocolates que tinham um efeito hipnotizante sobre ela. Desceu o olhar para a boca carnuda que a morena possuía e refreou os pensamentos libidinosos que passavam por sua cabeça. Sentiu que seu corpo e o da morena se aproximavam até ficar a poucos milímetros de distância, bruscamente fechou os olhos se afastando.

_ É claro que eu não queria! Você se acha, não é? Sua pretensão me causa asco, como poderia beijar alguém que me desperta essas sensações? _ Questionou mais a si mesma do que a garota.

_ Tanto faz, eu não preciso ouvir isso.. _ A morena disse se retirando.

_ Espera! _ Quinn a chamou. _ Eu não tenho o seu número.

A morena se virou e perguntou:

_ Você por um acaso sofre de transtorno bipolar? _ Perguntou de forma rude.

_ Não, nós temos que fazer o trabalho e não tenho o seu contato. _ Sustentou o olhar da garota.

A morena se virou e entre um sorriso sacana falou:

_ Tenta o bilhete, gênio!

Quinn assistiu a garota se afastar até que não conseguisse ver sua silhueta. Colocou a mão no bolso e retirou o bilhete que havia guardado. Ali, com uma caligrafia fina, estava escrito a seguinte mensagem:

Me ignore o quanto quiser, mas quando cansar, Srta. Fabray, aqui está meu número: ( 212 ) 790-2121
Att: Rachel Berry.


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Notas finais do capítulo

Apenas digo uma coisa: Direito é difícil pra carai! Haha
Ah, quase me esqueci, estão gostando da personalidade dos personagens?