"Eu vejo a dor em seu olhar, e mesmo sem querer te deixo partir."

Memorias - Banda Malta

Droga, eu sempre me divirto tentando irritar a esquentadinha! Eu realmente estou surpreso com ela, não que eu goste dela, mas quando a vi chorando algo realmente doeu em mim. Fui mais cedo para Ribalta porque precisava falar com Nando, mas assim que entrei escutei um choro, e quando vi que era Karina, esqueci de tudo e na verdade me deu uma vontade de estrangular quem fez ela chorar. Tentei consola-la mas a menina é osso duro, mas sei que consegui fazer ela distrair um pouco, e quando estava indo embora, acabei sendo impulsivo e lhe dei um selinho, e juro que ouvi o sorriso dela ao gritar “Moleque”, na verdade até gosto quando me chama assim. Essa menina está mexendo demais comigo.

Vou direto para sala de música, já que não encontro o Nando. Pego o violão e começo a dedilhar, tento pensar em algo pra compor mas nada vem na minha cabeça, sempre vem umas coisas sem noção, acho até melhor eu desistir, meu negocio é tocar mesmo.

– Chegou cedo, menino. - Nando diz entrando na sala.

– Queria falar com você, mais não te achei em nenhum lugar. - eu digo.

– Não estou mais dormindo aqui, to no porão, foi onde colocaram meu sofá.

– Ah! Que bom que conseguiu.

– Então o que você queria? - ele pergunta.

– Estava pensando em fazermos uma demo da banda, já que somos bons.

– Concordo, mas não vamos atropelar as coisas, primeiro vocês precisam de um nome, e melhorar outras coisas.

Ele continua a falar sobre varias coisas, até todos chegarem para sua aula.

A aula começou e cantamos “Tempo Perdido” - Legião Urbana, depois fomos para a aula de dança, que eu odeio profundamente pois tenho usar aquela malha que fica enfiando.

Enquanto estou na aula tentando dançar, sempre faço alguma gracinha, mas sem querer sou pego pela Lucrécia que fica uma fera e me manda pro meio do estúdio.

– Espero que agora você entenda que minha aula não é lugar das suas palhaçadas. - ela diz super brava. - Agora você vai levantar uma perna e fazer um 4.

Faço o que ela manda, estou com vergonha mais não darei o gostinho a ela de saber disto.

– Equilibra-se e balance os braços. - faço essa coisa idiota, todos começam a rir, o pior que eu também quero rir, estou tão ridículo. - E a cabeça também.

– Bianca, preciso de você .... - escuto a voz da esquentadinha assim que entra, mas ela para e me vê fazendo essa “estranhise”, na hora paro pois não preciso passar vergonha na frente dessa garota, mais Lucrécia ordena que eu continue.

Karina está olhando pra mim totalmente chocada, mas então ela começa a gargalhar e todos vão juntos com ela.

– Eu tenho que tirar uma foto, cara. - ela diz e pega rapidamente o celular e registra o momento,

– Pode parar, Pedro. - Lucrécia diz. - E garotinha, como entra na aula das pessoas assim?

– Desculpe aew. Preciso falar com Bianca. - ela explica, e esquece completamente de mim.

– K o que você quer? - Bianca fala.

– Bianca venha comigo e não reclama. - a esquentadinha pega o braço da irma e a sai puxando, mas antes de sair se vira pra mim. - Bonita a malha, moleque.

– Eu sei que você gosta, esquentadinha. - eu grito.

– Só nos seus sonhos, imbecil. - ela grita de volta.