Party in Apocalipse escrita por Yuuko Kurai


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal! Eu não postei esse capítulo antes pois estava muito doente mas agora já melhorei consideravelmente. Queria agradecer a Luna Morales, por estar acompanhando a fic. Obrigado, significa muito! Beijos e vamos ao capítulo!



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Eu, Jules e meu pai tínhamos organizado algumas caixas no canto da sala.
— Que tal você e Jules irem la no porão levar algumas caixas enquanto eu termino a divisão das caixas - meu pai era tão organizado, que as vezes irritava.
— Sim, beleza. Né, Jules? - perguntei, olhando sugestivamente para o menino
— Uhum! - disse ele com um sorriso estranho.
Então eu peguei duas caixas e Jules uma. Fizemos um caminho curto até uma porta na cozinha e descemos as escadas. Ao contrário dos porões de filmes, este era claro, iluminado pelo sol e por suas grandes luzes, e aconchegante. Havia apenas uma parte escura ao canto.
Deixei as caixas em cima de uma enorme mesa de madeira que estava encostada na parede, quando ouvi um pequeno ruído, longe.
— Você ouviu isso? - Jules olhou em volta, assustado.
— Ouvi. - me fingi de assustada - São ratos. Tava bom demais...
— Não. Ratos não.
— Que foi? Medo de ratos, Jules?
— Não é medo, só não quero que eles resolvam fazer uma visita noturna no meu quarto!
— Okay, menino roedor. Vamos lá pra cima.
— Eu tô com fome.
— Yeah, eu sei. - eu esfreguei a barriga. Já não comia fazia um bom tempo. - Também estou. Talvez possamos pedir pizza, sentar no chão e comer até cansar.
— Isso iria ser ótimo.
Subimos as escadas que davam para o corredor. Papai agora estava na cozinha, encostado relaxadamente em um pilar e rindo ao telefone. Aquilo despertou minha curiosidade e a de Jules também já que ele me puxou e nós ficamos escondidos atrás da parede, escutando. Mas não dava pra escutar nada, ele falava muito, muito baixo. Papai normalmente era escandaloso ao telefone, não era de seu costume falar tão baixo. Jules franziu a testa enquanto se inclinava em direção a parede. Então tossiu. Eu fechei os olhos e comprimi os lábios. Tinha certeza de que meu pai havia escutado.
— Sim. Aham, hey, eu preciso desligar ok? Tchau - então houve uma pausa - Meninos saiam dai agora!
Jules foi primeiro, ainda franzindo o cenho.
— Quem era?
— O que? - meu pai olhou incrédulo para ele
— Quem era no telefone?
Eu sai, curiosa pra ver a cara dele quando inventasse sua desculpa.
— Era a Melissa. Ela está a caminho com os gêmeos. E parece que eles só pioram com os anos.
— Ah. - eu ainda não acreditava, mas era melhor não falar nada
— Uhum - Jules olhou desconfiadamente para ele e depois deu ombros - Tanto faz. Eu estou com fome.
— Sim, eu também. Acho que vamos pedir pizza, hambúrgueres ou algo do tipo.
Uma batida na porta interrompeu qualquer tipo de comentário que viesse. Depois a campainha tocou nervosamente.
— Eu atendo - falei baixo
Abri a porta. A figura que estava do outro lado estava coberta com cachos ruivos por todo o rosto. Tia Melissa. Ela carregava duas sacolas pardas. Atrás dela estavam Harry e Cameron, carregando, cada um, uma sacola.
— O que nós precisamos fazer para arranjar um pouco de cavalheirismo aqui, Nicholas? - ela disse por entre os cachos que cobriam sua cara. - Venha aqui e me ajude, seu imprestável!
— É sempre ótimo ver você Melissa. Sempre de bom humor! - disse ele, com as duas sacolas nos braços
Então minha tia fez uma careta e o abraçou. As sacolas que os gêmeos carregavam agora estavam no balcão, junto com as outras.
— E ai priminha! - Harry me pegou pela cintura e me sentou em cima de seu ombro
— Me solta, cara! - comecei a estapear o peito dele, inutilmente.
— Ok, eu solto. Hey, você ta pesada - ele fingiu ajeitar ombro - Acho que dei um jeito no ombro.
Empurrei ele para o lado. Harry e Cameron eram gêmeos idênticos. Mas era fácil distinguir um do outro. Harry tinha se vestia como rapper drogado e Cameron se vestia como um emo. Não, Cameron não usava maquiagem ou coisa do tipo, só usava preto. Harry tinha olhos verdes claros e Cameron olhos veres escuros e ambos tinham o mesmo tom de ruivo queimado no cabelo. Eles sempre foram como irmãos para mim. E tínhamos a mesma idade.
— E ai, prima - era a vez de Cameron - Hey, você cresceu uns 4 centímetros desde a ultima vez que nos vimos?
— Ih, é mesmo irmão, ela cresceu um pouquiiiiinho só. - os dois caíram na risada.
— Hey, calem a boca, seu imbecis. - eu ficava brava quando falavam da minha altura - Não se esqueçam que vocês dois eram muito menores na ultima vez!
— Yep, mas por algum motivo estranho, nós espichamos - disse Harry.
— Isso se chama puberdade - disse tia Melissa, colocando a mão nos ombros dos garotos.
— Então, Melissa, o que é isso tudo? - falou meu pai
— O que, as sacolas? Não espera que eu deixe vocês comendo fast food né? - ela olhou em volta - A propósito, bela casa. Tipo bela mesmo!
Ela encostou as costas no balcão. Estava usando uma blusa de manga comprida azul, calças de montaria e botas marrons. Ela mudara muito. Tinha emagrecido, provavelmente tinha terminado com o namorado. O cabelo ruivo cobre descia até sua cintura e seu rosto continuava o mesmo. Os mesmos olhos verdes escuros meio puxados, as sardas cobrindo o nariz fino e os perfeitos lábios de boneca.
— Eu vou cozinhar, Nick. Se, vocês tiverem fogão. Ou gás. Ou panelas.
— Nós temos fogão e panelas. Mas não temos gás.
— Bem, eu esperava isso. - ela revirou os olhos - O que está esperando? Vai comprar o botijão de gás, Nick!
— Mas...
— Você não espera que eu tenha comprado isso tudo pra vocês pedirem pizza?!
— Na verdade, estávamos entre pizzas e hambúrgueres! - fiz uma careta de sugestão - Podemos pedir hambúrgueres.
— Não sei não. - Harry começou a falar - Jules não parece muito em forma.
— Cala a boca - Jules retrucou, com um tom irritado em sua voz.
Nós rimos um pouco. Mas Jules olhou em volta como se todos nós fossemos porquinhos da Índia se empanturrando com um pedaço enorme de lasanha.
— Ok. Eu vou comprar o gás - Meu pai pegou a chave - Não quero confusão, Melissa!
— Tudo bem - ela deu ombros - Só uma pergunta: Já instalou a TV à cabo?
— Amanhã...
— Urgh! - ela mordeu o lábio - Lauren, você tem musica no celular? Por que se ainda não tem TV à cabo, já sei que não tem WI-FI!
— Sim, tia. Eu tenho musica. - falei em meio a risos - E, bem, eu acho que não vou sobreviver até amanhã.
— Haha! Não se preocupa, não prima. - Cameron disse - Eu ligo o roteador do celular.
— Valeu! - Cameron sabia a dor de não poder escutar musica online.
Meu pai pegou a chave e saiu. O silencio foi embora, dando lugar a um falatório enorme.
Todos colocaram os cotovelos no balcão e Jules se sentou em uma banqueta.
— Entãooooooo - começo tia Melissa - animada?
Eu bufei.
— Pra quê?
— Como assim pra que?
— Escola, maninha - tinha um ar de deboche na voz de Cameron - Escola.
— Ou... - Harry fez uma longa repetição de U's - Como eu prefiro chamar: A prisão para jovens inocentes e inofensivos!
— Haha! Eu concordo com essa! - Até que eu me assustei. Eu não costumava concordar com Harry, mas as idéias dele para nomes que explicassem o significado de escola eram muito, muito boas!
— Então quer dizer que vocês não gostam da escola? - Ela levantou uma sobrancelha
— Não é isso, mãe. - Dessa vez era Cameron insultando a escola - Nós só não gostamos das matérias, das regras, dos professores e do resto.
— Principalmente trigonometria - Falei irritada - Trigonometria é um porre!
— Pior que eu tenho que concordar! - Yep! Melissa perde um ponto para os filhos e sobrinhos!
Meia hora de conversas e risos se passaram, todos aparentemente se divertindo na cozinha. Era legal, o tipo de coisa que eu gostaria de fazer todos os dias. Eu até gostava de Los Angeles mas lá não havia ninguém da família, ninguém que realmente fosse meu amigo ou se importasse, quero dizer, além do meu pai e de Jules. Se bem que meu pai passava a maior parte do tempo trabalhando, então ia ser bom ter tia Melissa aqui. Sim, ela trabalha. Como coordenadora de uma escola primária, que só ocupava meio período do tempo dela.
Meu pai abriu a porta e chamou os gêmeos para ajuda-lo. Logo depois, tia Melissa estava cozinhando macarrão com almôndegas e Jules estava quase babando em cima da panela.
— Jules, o que você acha de esperar o macarrão ficar pronto pra você babar nele? - Um dos melhores pontos em Harry é que ele sabe como irritar Jules
— Me deixa! Eu estou com fome!
— Tio Nick, você tem deixado esse pobre garoto sem comida?
— Muito engraçado, a verdade é que Jules está sempre com fome, não importa quando.
— Verdade. - Jules concordou
~~*~~
Nós acabamos de comer e (pera, eu tenho que falar que aquele macarrão estava simplesmente incrível) batemos um papo rápido. Meu pai decidiu que tia Melissa e os meninos deviam dormir aqui. E todos fizemos um acampamento na sala. Nós tínhamos dois quartos de hóspedes, mas assim era mais prático. Apagamos as luzes e todos adormeceram de cara.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado! Caso tiverem sugestões, comentem!



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