Entre dois Mundos escrita por Pedro H Zaia


Capítulo 12
Invasão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Bom, agora minhas demoras não vão ser mais justificáveis, pois nesta semana ENTREI DE FÉRIAS, AEEE!!! [ Insira aqui os fogos de artifício e essa música: https://www.youtube.com/watch?v=-0hmmX96QvY ] :')
Infelizmente, fiquei de exame final em Físico Química Experimental, então ainda tenho uma prova quarta feira, com o conteúdo do semestre todo ;-; ( Por culpa quase exclusiva do professor mala, tendo em vista que na matéria "Físico Química (e só)" eu passei com um honorável 8,5. Essa matéria é a mesma que a outra, mas a professora faz provas que são fisicamente concluíveis em duas horas)
Agora, vou tentar (vejam bem, não é garantia kk) postar um capítulo por semana.

AAAAAHH, um aviso: Por favor, releiam os últimos parágrafos do último capítulo. Por um pequeno deslize de mouse, o último parágrafo foi parar umas três linhas acima do que deveria, e ficou um texto incompreensível. Notei há alguns dias, já pus a anotação no próprio capítulo também, mas é bom avisar aqui.
Tá, já falei de mais. Espero que gostem ;)



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Perplexo, continuei olhando boquiaberto para a pequena frota. Cinco barcos, ao todo, e no barco do centro, ligeiramente maior que os outros, estava um homem parrudo e com uma barba negra visivelmente desleixada, mesmo para os padrões vikings.

– Alvin... - Sussurrei, inconscientemente. Nunca havia visto, mas a figura batia exatamente com a descrição de Soluço. Tranquei a respiração e cerrei os dentes - de receio e de raiva.

Eu estivera prestes a tentar mudar uma visão equivocada que os Clãs tinham dos vikings, mas um grupo dos mais inescrupulosos vikings no mundo tinha que aparecer bem na hora. Segundo Soluço, Alvin era estritamente político - não gostava de sujar suas mãos com sangue. Mas também não impedia que seus subordinados, criminosos vikings condenados ao exílio (não apenas de Berk, mas de várias aldeias), o fizessem.

– Você os conhece, Dmitrei?... - Perguntou Fergus, desconfiado. Eu não respondi diretamente.

– Precisam me deixar tentar negociar. - Falei. Claro, eles já pretendiam atacar, provavelmente souberam da ameaça muito antes de mim. Mas, se eu fingisse ser Soluço e declarasse que Dumbroch e Berk já tinham uma aliança, apenas talvez eles desistissem antes de atacar.

– Então o traidorzinho os conhece! Homens, prendam-no! - Gritou o velho MacGuffin, pateticamente. Alguns de seus guardas entraram correndo no palácio ao ouvir a voz de seu comandante, mas pararam abruptamente ao ver Sombra. Montei o dragão e o incitei a sair logo dali, antes que os guardas se recuperassem do choque.

– Espere! - Gritou o rei, mas eu já havia saído por uma das amplas janelas abertas no salão.

••

Voei com Sombra por entre as nuvens mais baixas esperando não ser notado antes do necessário. O céu, já mais escuro, apenas com uma tênue claridade a oeste (à minha frente) ajudava um pouquinho.

Quando Sombra achou que não havia mais como ficar fora de vista, mergulhou com um assovio e pousou na proa do barco principal, pegando seus sete tripulantes de surpresa.

– Alvin. - Eu disse, torcendo para que minha voz e meu sotaque não me denunciassem. Eram algumas das poucas diferenças entre mim e Soluço. - Meu pai acaba de firmar aliança com os Quatro Clãs. Se não der meia volta agora, seus homens serão derrotados antes mesmo de chegar à costa.

Houve um momento de silêncio; a tensão no ar era tanta que não impressionaria se fagulhas saltassem. E então, Alvin riu.

– Então, é essa a proposta que traz, jovem treinador de dragões? - Disse ela, entre as risadas asquerosas. - Soluço, Soluço... - Ele olhava com um divertimento cruel para minha perna direita - Pensei que estivesse ocupado demais... Nas jaulas de um dos meus navios. - "Ele sabe!!!", gritou uma voz em minha mente. Antecipando seu próximo movimento, esporeei Sombra, que entendeu o recado mais rápido que qualquer um seria capaz - Derrubem o impostor! - Gritou Alvin, no momento que Sombra abria um buraco na vela do barco.

Por centímetros, escapamos de redes e machados arremessados contra nós. Depois disso, fiz sombra subir tão alto quanto as nuvens e cair em sua velocidade máxima, incendiando com eficiência os cinco navios, inutilizando seus lemes e velas.

– Vamos amigo... - Eu disse, puxando as rédeas para que voltássemos ao continente. Estranhamente, não ouvi nenhuma lamentação vinda dos barcos dos Exilados. E foi então que entendi...

Ao norte, cerca de uma dúzia de navios três vezes maiores chegavam a Dumbroch. Dezenas - não, - centenas de combatentes deviam estar chegando.

Senti meu estomago revirar... Com sorte, devia haver pouco mais que uma centena de guerreiros em Dumbroch, e cerca de duzentos chegando pelos barcos. Provavelmente, conseguiríamos vencer por vantagem estratégica, mas não sem baixas... Três mil pessoas precisavam ser protegidas. Precisávamos evacuar a cidade imediatamente.

Incitei Sombra a voar mais rápido. Se u não chegasse a tempo de começar uma evacuação...

– Mas o que?... - Me perguntei, ao chegar a Dumbroch. Dezenas de carruagens deixavam a vila em direção às florestas; algo que seria extremamente tolo se só houvesse os míseros cinco navios visíveis à oeste. Aquilo só podia significar que já sabiam da invasão; não podia dizer desde quando.

Continuei voando, tentando encontrar logo alguém que pudesse me explicar melhor desde quando sabiam da ameaça, ou pelo menos os guardas que organizavam a retirada, para tentar ajudar. Encontrei a pessoa perfeita: meu pai estava em uma parte próxima ao porto, ajudando a retirada das pessoas e, provavelmente, organizando seus homens, escondidos nos muros e telhados, prontos para atacar quando a ameaça chegasse.

– Pai! - Chamei, pousando próximo a ele, em meio às poucas pessoas que ainda deixavam as casas, apressadas.

– Dimi! Por Danu, você gosta de nos preocupar, não é? - Ele disse, me abraçando. - O Rei me falou que iria negociar com eles. - Completou, vendo minha confusão.

– Então, você sabia mesmo? - Perguntei, um tanto decepcionado. Sendo um dos mais importantes homens da Guarda, meu pai sabia de coisas que nem todos deveriam ficar sabendo. Pelo menos, ali estava a fonte da preocupação que eu vira nos olhos de meu pai.

– Me perdoe, meu filho... Não havia maneira fácil de lhe contar, ainda mais quando me disse que existem vikings decentes. Sabe, esse é um preconceito muito grande para se abandonar tão rapidamente, ainda mais...

– Na iminência de uma guerra... - Completei, compreendendo o lado de meu pai. - E você pensou que eu não entenderia quando dissesse que já tínhamos uma guerra declarada.

Dafar assentiu.

– A Rainha nos aconselhou a não vazarmos a tensão para o público, evitando o pânico da população. Duvido que nem mesmo a princesa sabia até a ordem de evacuação.

De repente, algo veio à minha mente. Da cidade, não era possível ver a costa norte, por onde os navios chegavam. Por que então estavam evacuando a cidade?

– A ordem de evacuação é só pra evitar que alguém se machuque quando vocês atacarem os navios? - Perguntei, receoso.

– Isso mesmo. Duvido que seja necessário com apenas cinco barcos vindo, ainda mais agora que você incapacitou uns dois permanentemente.

Eles não sabiam. Fechei os olhos, sabendo a resposta de minha próxima pergunta.

– Pai, quantos guardas vieram com os Lordes?

– Uma dúzia com cada um, acho. Não mais que isso. Esperávamos um ataque logo, mas não hoje. Mesmo assim, aquilo ali não vai ser problema. Estamos em vantagem numérica.

– Não são só esses... - Murmurei. - Tem mais navios, maiores, vindo para cá ao norte. Os vi voando em Sombra.

Os olhos de meu pai se arregalaram, enquanto ele dizia:

– Precisamos avisar o Rei! Só as minhas tropas estão aqui para defender a costa; todos os outros foram organizar a evacuação. - Seus olhos passaram de mim para Sombra. - Você chegará a ele mais rápido com o dragão. Eles estão nas muralhas, acompanhando a saída da população; estávamos encarando isso como uma espécie de treino. Vá. - Seu tom era o mais sério que eu já o vira usar. Enquanto eu corria até o Fúria da Noite, o ouvi gritar para suas tropas.

Sombra voou o mais rápido que conseguiu, e estávamos nas muralhas, ao lado de Rei Fergus, Merida e dos Três Lordes, em questão de segundos. Como antes, a reação do velho e gordo Dingwall foi exagerada, mas os outros não tentaram atacar, desta vez. Para tentar reparar meu desrespeito anterior com os líderes do Reino, desci do dragão e me ajoelhei.

– Meus Senhores... - Eu disse, fazendo uma reverência da forma mais polida que consegui. - Temo que a batalha paire sobre nós - Continuei, utilizando o mesmo tom polido.

– Sabemos disso, meu jovem - Disse o rei - Mas, embora seja uma batalha pequena, achamos melhor evacuar a cidade para evitar que o povo se machuque...

Atrás dos Lordes, Merida me olhava com apreensão. Ela sabia que eu não seria tolo o suficiente para avisar de uma batalha menor, como a que eles achavam que iam enfrentar.

– Majestade... Sabe, não são apenas cinquenta, sessenta homens, como você e os Lordes supõem... São centenas. Calculo cerca de trezentos, chegando ao norte, escondidos pelos rochedos e colinas.

Os quatro líderes me olharam, perturbados.

– Mentiroso! - Disse Dingwall, sem muita convicção.

– Não acredito em você. - Disse o não tão inteligente, tatuado e deplorável Lorde Macintosh. Eu e Merida reviramos os olhos.

– Escutem, por favor. O que eu ganharia fazendo com que vocês se preparassem melhor para uma batalha já ganha? - Silêncio. Porém, só vi compreensão nos olhos de Fergus e MacGuffin; sinceramente, nunca me foi claro como os outros dois Lordes haviam chegado (e se mantido) na liderança. Claro, Dumbroch era um reino novo, mas isto não justificava. Antes que qualquer um se manifestasse Rei Fergus tomou a frente.

– Lorde Macintosh, ordene que os arqueiros formem uma linha de frente ao norte da vila; Dingwall, mande que chamem Dafar, ele é meu melhor estrategista. MacGuffin, venha comigo, precisamos organizar as tropas. Filha, vá para o acampamento, com sua mãe e os meninos. Não teremos mais civis na cidade quando os vikings chegarem, mas precisamos impedir que ponham tudo abaixo.

– Mas o garotinho é um traidor! Conhece os atacantes! - Berrou Dingwall. Meu coração gelou. É claro, eles haviam suspeitado que eu conhecesse os vikings, estavam desconfiados; ainda mais depois que saí sem satisfação para negociar com eles.

– Senhores, por favor! - Merida interveio - Se ele os conheceu ou não e sua viagem não nos interessa; não agora. A mim está claro que ele não está contra nós, e mesmo que fosse um blefe, apenas faria aumentar as defesas contra uma ameaça que parece pequena.

– Minha filha tem razão, apesar de que não deveria mais estar aqui. - Ele a lançou um olhar severo - Não haveria lógica ele nos contar isto, independente de a frota atacante existir. O fato de ele conhecer o inimigo, averiguamos depois. Temos um problema maior agora.

Senti meu estomago revirar. Provavelmente, me julgariam por traição e por me aliar a vikings depois. Mas bem depois; eu tinha preocupações mais pessoais, no momento...

Estava quase certo de que Dumbroch sobreviveria ao ataque quase sem baixas; toda a estratégia de Alvin era só a parte de chegar ali escondido. Ele mesmo, provavelmente não se envolveria em batalha. Se o que diziam sobre os exilados era verdade, teriam menos organização que uma manada enfurecida de animais selagens quando chegassem à terra, e seriam controlados com pouco esforço - assim como acontecera pouco mais de duas décadas antes, quando a aliança entre os clãs fora firmada.

Portanto, permiti que me preocupasse com outra coisa: a afirmação de Alvin, quando eu estivera em seu barco.

– Pensei que estivesse ocupado demais... Nas jaulas de um dos meus navios. - As palavras do tirano ressoaram em minha mente. Montei em sombra e voei para casa, onde peguei meu arco e minhas adagas, incluindo duas um pouco mais pesadas, emprestadas de meu pai. Ao longe, escutei aos urros dos vikings... A batalha começaria logo.

Saí apressado de casa, e quando fui montar em Sombra, alguém me segurou pelo pulso.

– Alguma coisa tá te preocupando. - Disse Merida, me lançando um olhar penetrante. Eu suspirei, um tanto indignado; não conseguiria esconder nada daquele olhar

– Soluço... Eles o pegaram. Os Exilados pegaram meu primo... - Eu disse, só então notando o quanto quilo me afetava. - Preciso ajudá-lo.

Merida assentiu. Seus olhos não mostravam espanto, mas determinação.

– Então vamos. Não temos tempo a perder.

Olhei para ela, incrédulo. Merida deveria ir para o acampamento, onde ficaria segura; não devia se envolver uma batalha, por mais provável que fosse a vitória, e certamente deveria ficar longe do território inimigo... Não pude deixar de sorrir com o quão diferente dela tais argumentos soavam.

– Não, nem mesmo um segundo a perder - Eu disse, subindo em Sombra e oferecendo a mão para ajudá-la a subir. Ela segurou em minha cintura enquanto Sombra ganhava altitude, perfeitamente camuflado no céu da noite, e a batalha se iniciava abaixo de nós.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Tá meio atropelado, mas é por que fiz ele de madrugada, haha. E, para quem comentar (n gosto de pedir q as pessoas comentem, parece mendigagem :v Ah, e olá, Lara. Você é a que mais me incentiva a continuar com seus simpáticos comentários :D ) Enfim, pra quem for comentar: Gostariam que eu fizesse algum "especial de natal/aniversário"? (O Dimi faz aniversário dia 24 kk) Eu sei que não teria muito sentido, já que o natal é uma tradição cristã, e os personagens que são todos nórdicos e celtas (A própria história acontece antes de Cristo, acho... Pelo menos, antes dos Romanos), mas se quiserem, posso pensar em alguma coisa :D