P.O.V – Elsa

– Até quando eu iria acreditar em você? – Pitch disse colocando a taça sobre a mesa. – Você matou mesmo os guardiões. Eu me certifiquei disso… E agora quer me matar? Bloquear meus poderes para me matar? – Pitch disse de um jeito frio que fez os cabelos da minha nuca arquearem-se.

Não podia ser como ele descobriu? Droga! Medo. Ele sabe os medos das pessoas, então como ele não sabia que eu não havia matado ninguém? Melhor não pensar nisso, melhor ele acreditar que os outros estão mortos.

– Resolveu ficar calada pequena? – Ele disse rodeando-me.

Senti meus poderes libertarem-se. Senti cada parte do meu corpo irradiar gelo, meus olhos começaram a arder e eu sabia que eles deviam estar tomados pelo brilho prata que me assombrava quando pequena. O vestido se transformou em uma calça legging preta, os sapatos viraram botas de cano alto, e a parte de cima em uma blusa de manga.

– Traje de batalha vossa majestade? – Pitch disse provocando.

– Melhor colocar o seu também, vai precisar. – Eu disse quando uma espada de gelo formou-se na minha mão direita.

Pitch gargalhou e sua foice de areia negra surgiu em suas mãos.

Virei-me devagar para encara-lo. E no reflexo de seus olhos pude ver que meus olhos tinham o brilho prata.

Pitch veio na minha direção tentando acertar a foice décima para baixo, coloquei a espada entre sua foice e eu, embora minha espada fosse de gelo a pancada não causou nenhum dano. Pitch recuou como impacto. Então aproveitei e corri em sua direção, com o pé direito apoiei em uma cadeira e pulei sobre ele, dando um mortal e parando atrás de Pitch, porem o mesmo foi rápido e antes que eu pudesse acertar-lhe um golpe ele impediu com a foice.

– Você luta bem… Para uma rainha. – Pitch disse tentando acertar a foice nas minhas costelas.

– E você luta bem pra alguém tão velho. – Eu disse batendo com a espada no cabo da foice.

– Não sou tão mais velho que Jack. – Ele disse recuando depois de outro impacto entre as duas armas. – E vou viver muito mais… Enquanto ele…

Não o deixei terminar a frase, por um impulso esqueci-me que Jack não estava morto, algo na minha mente reproduzia Pitch matando Jack na minha frente, então corri em sua direção com toda raiva contida em mim, acertei seu rosto com a espada de um modo que não cortasse apenas doesse… Muito. Aproveitei o susto e com o outro pé chutei seu peito, Pitch cambaleou para trás.

– Como você ousa?! – Ele berrou parecendo realmente irritado, o local onde a espada havia batido ficara vermelho.

Os olhos de pitch brilharam num tom dourado, agora a coisa iria ficar mais difícil, mas eu não aceitaria nada abaixo da vitoria.

P.O.V – Jack

– Como é?! – Perguntei quando o brilho parou.

Eu esperava estar no campo novamente, porem dessa vez as paredes transformaram-se no céu cheio de estrelas, tons de roxo dançavam pelo azul marinho. Era como se eu estivesse viajando entre galáxias.

– E porque resolveu aparecer agora? – Perguntei demonstrando irritação.

– Apenas um recado, se quando essa flor virar gelo por completo, você ainda estiver aqui, seu corpo se transformará também, você virara uma estatua de gelo, porem… Anna irá virar guardiã em seu lugar, Elsa terá a irmã de volta.

– Porem… Eu morro. Certo? – Ele balançou a cabeça concordando. – Ah ótimo.

– Você vai saber que escolha fazer Jack… Deixe seu coração guiar você… É simples.

– Claro não é você que vai morrer dependendo da escolha. – Eu disse olhando em volta e notei que ele já havia sumido. – Que legal.

Sentei ao lado da flor e fiquei observando-a, ela congelava aos poucos, muito lentamente. Teria que pensar muito para fazer a escolha certa, bem que Anna podia parecer para me ajudar.

P.O.V – Elsa

Pitch avançou sobre mim com uma velocidade absurda, apenas o impacto das armas me fez recuar três metros quase batendo na parede mais próxima.

– É para brincar Elsa? Vamos brincar! – Pitch berrou fazendo as paredes tremerem.

Nós estávamos no território dele, uma caverna escura e fria, onde qualquer sombra causava susto. Isso! Território! Eu iria transformar aquela caverna no meu território. Gelo!

Lancei para Pitch um sorri sínico, para que ele soubesse que havia aceitado a brincadeira.

Corri na direção de Pitch passando a ponta da espada no chão, novamente pulei por sobre ele, correndo em direção ao fundo da sala de jantar versão cavernosa, passei a espada pelas paredes, Pitch me olhava como se eu estivesse louca.

– Você quer brincar Pitch? Vamos brincar, mas é a minha vez de escolher o local. – Eu disse ainda sorrindo.

E então com um movimento das minhas mãos os lugares onde a espada havia passado começaram a espalhar gelo por toda a sala de jantar, congelando moveis, objetos, comida… Tudo. Menos Pitch e eu. Ele olhava em volta chocado. Porem em pouco tempo havia se recuperado do choque e me olhava irritado.

– É pra brincar assim? Ótimo. – Pitch movimentou as mãos e meia dúzia de cavaleiros negros e bombados apareceram em volta dele.

Pensei em gritar trapaceiro, mas isso não faria muita diferença. Transformei a espada em um arco e flecha, saltei sobre a mesa e rapidamente atirei duas flechas de gelo em dois grandalhões que vinham na frente, ambos viraram estatuas de gelo, outros dois que vinham mais atrás subiram na mesa jogando comida congelada e pratos para fora da mesa.

Um deles jogou uma lança na minha direção, quando desviei da mesma vi pratos voando até mim. Um deles cortou minha bochecha, um corte fino que ardeu na mesma hora. Mirei uma flecha bem na testa do mesmo e disparei, outro que virou estatua, não muito bonita, mas não vem ao caso.

O outro vinha meio lento pendendo para um lado, parecia um zumbi coberto por areia preta, foi mais fácil me livrar deste, porem os outros dois que ainda sobravam eu não conseguia ver. Era como se eles tivessem sumido do mesmo modo como apareceram.

Pitch me olhava com um sorriso traiçoeiro, e quando percebi o que ele havia feito era tarde de mais, ambos os cavaleiros estavam atrás de mim, tiraram o arco da minha mão comum golpe com a lança negra e seguraram-me. Por algum motivo eles não congelavam.

– Gostou da brincadeira pequena? – Pitch perguntou parando na minha frente.