O Mal se levanta novamente escrita por O Patriarca do Santuário


Capítulo 6
Um tratado histórico - terceira parte.




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__Vamos, sim, Addae. Responde Genevieve. Mas ao mesmo tempo em que diz isso, Genevieve olha fixamente para a Arena dos Cavaleiros, no outro lado da rua. __Será que podemos olhar, daqui da rua mesmo, ali perto da entrada, já que não nos deixam entrar na Arena?

__Bom, olhar da rua acho que podemos. Não sei se vai dar para ver muita coisa. Responde Addae.

Os três se aproximam do grande portão de entrada da Arena. Um cavaleiro, trajando uma bela armadura, combinada com algumas peças de indumentária de cor vermelha, apoiado, com as duas mãos, sobre uma grande espada a sua frente, que toca o chão, monta guarda na entrada. Os três, da rua, tentam observar alguns aspectos internos da Arena, mas pouco conseguem divisar. O cavaleiro que monta guarda lhes dirije um simpático sorriso, mas não pode permitir que entrem.

__Ora, se não são os jovens aspirantes que vão para Rookgaard. Uma voz grave, em um tom simpático e amistoso, que soa familiar para Addae e Cadi, vindo de trás, na rua, surpreende os três amigos.

Addae se volta e diz: __Senhor Belloc !

__Olá senhor Belloc! Diz, por sua vêz, Cadi

__Olá meus jovens futuros guerreiros. Como vão? E quem é esta jovem que os acompanha, se me permitem perguntar....

__Esta é a Genevieve. Será nossa colega em Rook...Responde Addae.

__Oh, uma aspirante também. Uma honra, senhorita. Arturos Belloc ao seu dispor. Arturos faz um gesto de cumprimento, inclinando o corpo para a frente e segurando a ponta da aba de seu belo chapéu.

__Muito prazer, senhor. Responde Genevieve.

__Sabe, tenho a impressão de já tê-la visto antes...a senhorita é de Edron?

__Não senhor, sou de Greenshore....

__Ela está hospedada na estalagem do senhor Frodo, senhor Belloc....Diz Addae.

__Ah, então é isto. Devo tê-la visto por esses dias na estalagem. Por isso me pareceu familiar. Greenshore...simpática vila. Às vêzes negocio armas por lá. Com um velho amigo...Ulrik.

__Conheço o senhor Ulrik. As pessoas gostam muito dele por lá. Diz Genevieve.

__É um homem muito afável. Mesmo tendo uma formação militar. Mas me digam, jovens. Por que estavam parados aqui, olhando para o interior da Arena? Estão aguardando alguém sair? Pergunta Belloc.

__Estávamos só querendo ver alguma coisa lá dentro. Estamos mostrando os pontos turísticos e famosos de Thais para a Genevieve. Responde Cadi. __Não podemos entrar no interior da Arena.

__Mas podem entrar acompanhados por um cavaleiro. Responde Belloc.

__Pois é. Rebate Cadi. __Mas não conhecemos nenhum. Quer dizer, até conhecemos dois hoje, lá na torre. Mas não estão aqui.

__Ora, não seja por isso. Diz Belloc, segurando os ombros de Addae e Cadi e conduzindo-os na direção da entrada da Arena. __Os jovens estão comigo, Rheno. Diz, se dirigindo ao guarda no portão.

__Pois não, Mestre Arturos. Diz o guarda, dando passagem ao grupo.

Addae e Cadi se espantam com o que acabam de ouvir e presenciar. Entram, junto com Genevieve, na Arena, seguindo Belloc.

__O-o senhor é cavaleiro, senhor Belloc? Indaga Addae.

__Bem...Responde Belloc. __Digamos que o comércio de armas é apenas uma das minhas atividades...mas não a única, hehe...

Genevieve e Cadi observam, interessados, os detalhes internos da Arena. Cadi pergunta a Belloc: __A qual guilda o senhor pertence, senhor Belloc?

__A uma guilda sediada em Venore. Conhecida simplesmente como “ A Adaga”.

__A Adaga! Meu já me falou a respeito dessa guilda. Diz Cadi. __São especialistas em espionagem e invasões sorrateiras.

__Entre outras coisas, hehe. Responde Belloc.

Cadi indaga: __Onde fica o local no qual os cavaleiros duelam??

__Me sigam. Diz Belloc.

Belloc os conduz a um corredor lateral, que leva a um espaço ocupado por várias cadeiras, voltadas para uma grande área interna quadrada, com um pavimento de terra batida.

__Uau! Que maneiro! Diz Cadi. __Olhem só aquelas pontas nas paredes. Devem haver duelos “sanguinolengos” nessa arena.

__Hoje em dia as regras para os duelos são mais rígidas e, podemos dizer assim, mais humanas. Os árbitros, quando constatam que um dos oponentes não tem condições de prosseguir com a luta, a interrompem. Responde Belloc. __Tibianus não quer mais espetáculos de sangue. Há quem diga que ele chegou a pensar em proibir os duelos. Mas os duelos fazem parte da tradição dos guerreiros.

__Só membros de guildas podem frequentar esta arena? Pergunta Genevieve.

__Oficiais do Exército Real também. Responde Addae. __Ou seja, quando voltarmos de Rook, poderemos frequentar. Mas esta arena aqui é mais voltada para atividades dos chamados cavaleiros. Existe uma espécie de arena para os paladinos treinarem, aqui em mesmo em Thais, ali na Upper Swamp Lane.

__Mas existem assim, arenas, para magos e druidas? Indaga Genevieve.

__Que eu saiba, não. Responde Addae.

__Não, minha cara. Diz Belloc. __Não há locais semelhantes a arenas, como esta, para magos e druidas. Eu diria que nem mesmo para paladinos. Os cavaleiros são a única classe de guerreiros que têm por tradição a prática de duelos. Mas certamente há espaços para a convivência entre confrades das demais classes. Aliás esta arena aqui serve também para isso. E para treinos, também. A Arena não é apenas voltada para duelos. Na verdade, apesar do nome, não é a atividade predominante.

__Podemos ir no segundo andar, senhor Belloc? Pergunta Cadi.

__Claro, meu jovem. Vamos subir lá. Responde Belloc.

Belloc e os três amigos sobem ao segundo andar. Encontram uma grande mesa e nela, alguns cavaleiros conversam animadamente. Mais para o fundo, um outro grupo, de três cavaleiros, conversa em um tom de voz mais baixo. Um deles, ao perceber a presença de Arturos, pede licença aos outros dois e vêm receber o guia e anfitrião dos três jovens: __Arturos! Não sabia que estava em Thais. O que o traz à nossa velha capital, meu amigo?

__Gregor...prazer em revê-lo. Vejo que a velha Arena de Thais está muito bem conservada. O que não me espanta. Além de um valoroso guerreiro, sempre soube que você é um excelente administrador.

__Ahahaha....bem, o Rei pediu a este velho guerreiro aqui que cuidasse da Arena. Como passei ótimos momentos aqui ao longo dos anos, não poderia recusar. E lá se vão cinco anos nesta função. Já pedi ao Rei que nomeasse um sucessor, mas ele insiste que eu continue à frente da Arena. Mas o que o traz a Thais, meu velho amigo? Alguma missão secreta da Adaga? Ahahaha...

__Bem, digamos que estou em uma missão, assim, não tão secreta...e aproveito para comercializar algumas armas, fazendo um pequeno lucro....a Adaga vai enviar cinco jovens aprendizes para Rookgaard, neste semestre. Três de Venore, um de Edron e um de Port Hope. Eu e René viemos a Thais esperá-los e ajudá-los no que for necessário, até o dia do embarque. Devem chegar hoje no barco do Fearless.

__E como está seu jovem ajudante? Aquele “danado” dispara flechas com uma rapidez e precisão impressionantes

__René é um dos melhores paladinos que conheci em toda a minha vida. Foi discípulo do lendário e saudoso Linus Palaio, o melhor paladino de todos os tempos da Adaga.Mas eu ainda acho que René teria feito bem se aceitasse ser enviado para Rookgaard. Mas ele não quis. Quis aprender pelo “velho método”. Se bem que, certamente, foi um privlégio aprender a arte da arquearia tendo um mestre como o Palaio.

__Linus Palaio. Diz Cadi ao ouvir Arturos mencionar o lendário paladino. __Esse cara era uma lenda. Dizem que morreu em uma missão nas tenebrosas terras de Roshamuul....

Após Cadi dizer isso, Gregor tem sua atenção chamada para os três jovens que acompanham Arturos: __E quem são esses jovens aqui, Arturos? Aprendizes da Adaga?

__Não, exatamente, Gregor. Mas você não errou de todo. São, de fato, futuros guerreiros. Vão para Rookgaard às expensas do Rei. Os meus jovens amigos aqui se chamam Addae, Cadi e esta bela jovem carrega um não menos belo nome: Genevieve...Genevieve de Greenshore.

__Humm, futuros oficiais do Rei. Bem-vindos à Arena, jovens. Gregor Banorson ao seu dispor. Quando retornarem de Rookgaard poderão associar-se a esta comunidade de guerreiros e frequentar a Arena. Se até lá o Rei não me liberar do mister de cuidar disto tudo aqui, terei imenso prazer em recebê-los. Mas a jovem certamente será uma druideza ou terá o grau de maga, já que vai pelo Palácio Real...

__Exatamente, senhor. Responde Genevieve.

Cadi aponta para para uma fileira de 3 assentos, postados diante de um muro baixo, com vista para a arena propriamente dita, no andar de baixo: __Que interessante, um pequeno trono ladeado por dois assentos. Aposto que é dali que o Rei assiste os duelos e torneios, quando vem à Arena....

__Exatamente, meu rapaz. Diz Gregor. __Ao lado do Rei, ficam, por vezes, a Rainha Isabel, ou a Princesa Sasha, ou os príncipes Tibianus e Pedro. Quando não, algum convidado ilustre, do Rei, algum nobre que o acompanha ou dois membros de sua guarda pessoal, os cavaleiros dourados. E ainda, uma vez ou outra, este veterano guerreiro aqui tem a honra de ser convidado por sua majestade para assistir as lutas ao seu lado...

Nisso, Addae ouve ruidos metálicos, como de golpes de espadas, machados e maças, contra superfícies ou escudos, misturados a ruidos de mecanismos ou eixos em movimentos, vindos de uma sala em frente à escada de descida para o primeiro andar: __Que ruidos são esses? Parecem ruidos de lutas, ou batalhas....

Gregor responde: __ Ah. Esses ruidos vem do salao de treinos. Venham dar uma olhada.

O grupo atravessa o vão da porta que conduz ao salão. Lá dentro, três cavaleiros golpeiam três estátuas articuladas, que se movem sobre eixos verticiais, e assim movem também seus braços, produzindo uma espécie de ataque contra os que golpeiam seus escudos. Cada estátua é equipada com um tipo de arma de ataque: espada, machado e maça.Cada cavaleiro que treina usa, respectivamente, o mesmo tipo de arma acoplada à estátua que utiliza. Addae e Cadi ficam admirados com a destreza e velocidade mostradas pelos cavaleiros que treinam. A cada golpe que desferem, conseguem se desviar, em seguida, do contragolpe produzido pelos mecanismos de treino. Um pouco atrás dos cavaleiros, mas a frente do grupo composto por Gregor, Arturos e os meninos, quatro outros cavaleiros aguardam a sua vez de utilizarem as estátuas de treinamento.

__Caramba! Diz Cadi. __Olha só a habilidade desses caras no manuseio das armas. A gente mal consegue perceber os movimentos deles. E o contragolpe das estátuas é violento. Se algum dos cavaleiros for atingido, vai voar longe ou ficar muito ferido...

__Eu diria que esses cavaleiros estão em um nível de habilidade mediana.Precisam melhorar mais. Responde Gregor.

__Habilidade mediana???? Espanta-se Addae. __Poxa, eu mal consigo acompanhar seus movimentos.

__Filho...Diz Gregor. __Quando você estiver treinando em Rookgaard, você perceberá, ainda que esteja em um nível considerado baixo, que os limites para as habilidades de batalha, para um cavaleiro, são quase infinitos...

__Mas você está com um critério de avaliação muito rigoroso, Gregor. Rebate Arturos. __Os rapazes ali até que demonstram um bom nível de destreza. Principalmente o da direita, que treina com a maça.

__Mas ainda podem melhorar bastante. Principalmente porque pertencem à minha guilda. Rebate Gregor.

__Ah...entendi agora o porque de tanto rigor. Emenda Arturos, em tom meio de brincadeira.

Gregor grita para que os cavaleiros parem de treinar, pois o barulho das armas colidindo contra os escudos das estátuas é muito alto. Então vai em direção dos tres cavaleiros para conversar com eles. Os outros cavaleiros que aguardavam a vez para treinar, ao perceberem a presença de Gregor, abrem passagem para ele e ainda fazem uma reverência com a cabeça, em sinal de respeito: __Mestre Gregor....Diz cada um deles.

Gregor, então, passa a dar instruções aos tres cavaleiros, fazendo gestos e movimentos, como a aconselhá-los a respeito da melhor maneira de aproveitar o tempo de treinamento. Os outros quatro cavaleiros que aguardavam a vez de treinarem, se aproximam de Gregor para também ouvir suas instruções.

Perto da porta do salão, Cadi indaga a Arturos: __Senhor Belloc...a qual guilda o Senhor Banorson pertence?

__Ele é o Grande Mestre dos Leões Thaianos, Cadi.

__Leões Thaianos....Grande Mestre!! Caramba, ele é o comandante da guilda! O posto de Grande Mestre é o maior na hierarquia de praticamente todas as guildas.

__Isso. Responde Arturos. __Nosso amigo ali é um guerreiro já lendário. Não é à toa que o Rei o distinguiu com o posto de administrador da Arena dos Cavaleiros. Já serviu no Exército Real. Chegou ao posto de General antes de pedir baixa e se juntar aos Leões.Foi um dos heróis na defesa de Thais, durante o cerco dos orcs, na última Grande Guerra. Também já foi instrutor em Rookgaard durante uma época. Mas por baixo daquela “couraça” de rigor e disciplina, bate um coração generoso. Quem o conhece bem sabe disso...

__Que posto o senhor ocupa na Adaga, senhor Belloc? Indaga Addae.

__Bem...Responde Arturos. __Pertenço ao Conselho de Mestres. O conselho tem o poder de deliberar sobre alguns aspectos da vida dentro da guilda e assessora o Grande Mestre em variados assuntos...

__Não querendo ser incoveniente, mas já sendo...o senhor pode dizer quem é o Grande Mestre da Adaga? Pergunta Cadi.

__Hehe, bem, como vocês serão futuros guerreiros, acho que não há problema em passar-lhes esta informação...Diz Arturos piscando um olho para os jovens. __Abran Ironeye é o nosso Grande Mestre.

__Ironeye...o herói da última grande batalha de Plains of Havoc! Também já foi General do Exército Real. Diz Cadi.

__Isso. Completa Addae. __Se o exército thaiano não tivesse detido a marcha das hordas de criaturas que se dirigiam a Thais a partir de Plains of Havoc, para se juntarem ao cerco da cidade, provavelmente Thais teria caido. Li isso ontem à noite, no livro que você me emprestou, Cadi. Thais deve isso à legião e às guarnições estabelecidas em Venore. As tropas do Reino que lutaram naquela batalha eram compostas quase que na totalidade de venorianos. Muitos venorianos morreram na refrega.

__Inclusive este venoriano aqui quase morreu, sob os ferrões de uma aranha gigante. Diz Arturos.

__O senhor esteve em Plains of Havoc na última Grande Guerra, senhor Belloc? Pergunta Cadi.

__Sim. Eu era capitão do Exército na Segunda Legião. Sob às ordens do então General Ironeye.

__Uau! Conte-nos mais sobre a batalha. Diz Cadi.

__Prometo que contarei, Cadi. Mas será mais interessante contar quando estivermos navegando para Rookgaard. Responde Arturos.

__Ah, é mesmo. Diz Addae. __O senhor e o senhor Lizek estarão conosco no barco para Rook.

__Isso. Nada como estar no convès de um navio sob as estrelas, o vento do oceano soprando forte as velas, contando histórias de batalhas e aventuras. Isso ajuda-nos a mergulhar no clima da narração e desperta a imaginação, hehe. Embora tudo o que eu contar nada mais será do que a verdade dos fatos. Meninos...eu vi, hehe.

Os três riem ao ouvirem o que Arturos acabara de dizer.

Neste momento, Gregor termina de dar instruçoes aos cavaleiros que treinavam e volta para junto de Arturos e dos tres jovens: __Chamei a atenção deles a respeito de alguns erros de postura e posicionamento das pernas. Aproveitarão melhor o treino a partir de agora. Que tal descermos até o bar e molharmos a garganta, Arturos? Recebemos uns barris de cerveja de cogumelos, vindos de Kaz. Desce que é uma beleza. Com a iminência de um tratado com Tibianus, os anões estão vendendo cervejas para alguns comerciantes ambulantes de Thais, autorizados por eles a entrarem na Montanha. Para os nossos jovens visitantes aqui temos limonada, suco de uva ou mesmo um copo de leite, se preferirem.

__Opa...tamos nessa. Diz Cadi, secundado por expressões de satisfação por parte de Addae e de Genevieve.

__Acho que posso tomar um caneco de cerveja, Gregor. Mas não posso me demorar muito. Diz Arturos. __ Tenho que ir ao Porto esperar o navio do Fearless, que vem trazendo os aspirantes da Adaga. Aliás, René disse que me encontraria aqui mais ou menos por esta hora. Deve estar na Irmandade dos Paladinos batendo papo e se esqueceu da hora.

__Quantos jovens você disse que a Adaga está mandando para Rookgaard ,mesmo, Arturos?

__Cinco neste semestre. E vocês?

__Sete jovens, todos daqui de Thais. Diz Gregor, enquanto o grupo vai descendo as escadas.

Cadi então diz: __Nós vimos um grupo de aspirantes da Guilda dos Aventureiros que aparentemente vão fazer seus estudos na Ilha de Dawnport.

__Aff...eu manifestei ao Rei minha contrariedade quanto a ele autorizar essa nova academia dos Aventureiros. Diz Gregor. __Isso pode provocar um esvaziamento de Rookgaard, no futuro. Mas nós dos Leões continuaremos a enviar nossos aspirantes a Rook. Infelizmente Sua Majestade se deixou levar pelo argumento forte dos Aventureiros: o ouro. Pagaram uma fortuna pela cessão da ilha e pela autorização do funcionamento da academia deles. E sinceramente, nem considero esses Aventureiros como verdadeiros guerreiros. Não passam de exploradores e cartógrafos. É um trabalho útil mas a Sociedade dos Exploradores já faz isso muito bem. Mas enfim...conseguiram convencer o Rei.

__Nós da Adaga também continuaremos a enviar nossos aspirantes a Rookgaard. Diz Arturos. __Os métodos da Academia são comprovadamente eficazes. Essa nova academia dos Aventureiros ainda terá que provar às demais guildas que pode se tornar uma opção viável de treinamento e formação de novos guerreiros. Eles nos enviaram uma correspondência perguntando se não teríamos interesse em mandar nossos aspirantes à nova academia deles. Obviamente respondemos que não.

Addae diz discretamente a Cadi: __Foi isso mesmo o que você disse, Cadi.

O grupo chega ao bar localizado no primeiro andar. Sentam-se em uma mesa junto à parede oposta ao balcão. Há cavaleiros sentados em duas outras mesas. Eles cumprimentam Gregor e Arturos erguendo suas canecas de cerveja. Gregor grita para um senhor corpulento que serve no balcão: __Pescca...duas cervejas e....e...Gregor pergunta aos meninos: __O que vão querer, meus jovens?

__Suco de uva! Diz Cadi.

__Limonada! Diz, por sua vez, Addae.

__Um copo de leite, por favor. Diz Genevieve.

Pescca traz as cervejas e então Greggor lhe transmite os pedidos dos meninos: __Um copo de suco de uva e um de limonada para meus dois jovens amigos aqui...e um copo de leite para a senhorita...e pendura tudo na minha conta...

Arturos dá um grande gole na caneca de cerveja: __Ahhhhh...saborosa....encorpada...esses anões sabem produzir uma cerveja...

__Ahhh...se esse tratado que Tibianus quer celerar com os anões sair efetivamente, sem dúvida alguma uns dos aspectos positivos será a liberação plena do comércio com Kazordoon....e os estoques de cerveja de cogumelo nas cidades thaianas vão aumentar...para nossa alegria, ahahahaha! Ri Gregor.

Pescca traz as bebidas dos 3 jovens: __Aqui estão meus caros. Suco de uva é para....

__Para mim. Diz Cadi.

__Certo...limonada para o jovem aqui...e um copo de leite para a jovem. Diz Pescca enquanto posiciona os copos na mesa. Então se dirige a Gregor: __Alguma coisa para comer, Mestre Gregor?

Gregor se dirige aos convidados: __Querem algo para beliscar?

Arturos responde, drigindo-se a Pescca: __Não, Pescca, obrigado, dentro de alguns minutos terei que me dirigir ao Porto. Essa caneca de cerveja já deu para molhar a garganta. Um outro dia experimentarei alguns dos seus petiscos.

Cadi, que quase se dirigiu a Pescca para pedir algo para comer, diante da resposta de Arturos, simplesmente sorve o seu suco de uva.

Addae percebe e se esforça para não rir, e apenas bebe sua limonada.

Gregor se dirige aos tres amigos: __E então, meus jovens aspirantes, o que os levou a se inscreverem em Rookgard? Vocês tem militares na família?

__Eu sou filho do capitão Tim, que atualmente comanda a guarnição do Portão Leste, senhor. Responde, rápido, Cadi.

__Humm, o capitão Timotius Bellator. Serviu sob minhas ordens na Primeira Legião, durante a guerra contra Ferumbras. Excelente oficial. Quando pedi baixa, após a guerra, ele ainda era tenente, se não me engano. Um arqueiro habilidoso. Centenas de orcs, trolls e minotauros encontraram a morte sob suas flechas, muitas disparadas das muralhas da cidade, durante o cerco. A família Bellator tem história nas forças armadas reais. Você tem grandes generais na sua árvore genealógica, meu rapaz.

__Sim, senhor, meu pai sempre me conta histórias de alguns ancestrais dele. Responde, orgulhoso, Cadi.

__E a turma de seu pai teve um batismo de fogo, se assim podemos dizer. Continua Gregor. __Pouco tempo depois de ser incorporada ao exército, a guerra contra Ferumbras estourou. Os membros da turma mostraram grande valor, tanto nas forças armadas reais, como nas guildas. Então Gregor se volta para Genevieve: __E você, minha cara? Por que decidiu ir para Rookgaard?

__Bem... Responde Genevieve após dar mais um gole no copo de leite. __Lá em Greenshore me conhecem por ter certas...assim...habilidades....então meu pai me trouxe a Thais para ver o Mago Trimegis, no Palácio Real....e ele disse a meu pai que eu precisava ir para Rookgaard...

__Ah....Gregor dá mais um gole na cerveja. __Você provavelmente nasceu com um nível de mana grande em sua mente e em seu corpo. Trimegis deve ter percebido. Sabe, eu fui um dos que ajudou a convencer o Rei da importância de termos magos e druidas nas legiões reais. A habilidade desses sábios com as energias manais é de suma importância nas batalhas. Druidas podem ajudar a recuperar os soldados feridos e magos tem recursos de ataque muito eficientes, principalmente contra determinados tipos de criaturas. As guildas sempre tiveram bem isso em mente, mas Tibianus resistiu durante um tempo. Durante o tempo em que fui o reitor da Academia, em Rookgaard, e mesmo depois, só formávamos guerreiros nas habilidades físicas, tanto nos combates corpo a corpo como em termos de ataques a distância, apesar de haver aulas sobre as artes manais, dadas, naquela época, pelo velho mestre e druida Hyacinth. Para se obter o grau druídico e de mago, eram necessários estudos complementares com mestres no Continente. E eram praticamente as guildas que aproveitavam esses tipos de sábios-guerreiros. Mas hoje isso mudou, principalmente após a guerra contra Ferumbras....

__Dizem que Hyacinth veio ao continente, após a guerra contra Ferumbras, falar diretamente com Tibianus, para que deixasse a Academia conceder o grau druídico e de mago aos aspirantes que quisessem se especializar nessas artes. Diz Arturos.

__E veio mesmo! Completa Gregor. __Ele e o velho mestre Eclesius exigiram ser recebidos pelo Rei. Tibianus não gostou muito do que ele considerou uma certa inconveniência ou impertinência dos dois sábios. Mas convenceram Sua Majestade a mudar sua visão a respeito de magos e druidas. E Eclesius já nem era mais o Mago Supremo do Rei. Já vivia como um ermitão em uma cabana ao sul da Thais.

Addae diz, discretamente, a Cadi: __Então aquela fumaça que vimos para o oeste, no dia da caçada, deve ser da cabana do velho Mestre Eclesius.

__Exato. Responde Cadi.

Gregor se volta para Addae: __E você meu jovem, por que quer ir para Rookgaard?

__Bem... Responde Addae. __Eu sempre gostei de ler e ouvir relatos das batalhas mais famosas. E sempre me preocupei com a possiblidade dessas criaturas que habitam o mundo de Tibia conseguirem exterminar os humanos. Gostaria de ajudar na defesa das cidades e na proteção às pessoas. Sem falar que meu pai já foi oficial da guarda...

Gregor dá um gole em sua caneca de cerveja. __Hum, bons motivos. Mas quem é seu pai? Se já foi oficial talvez eu o conheça...

__Ele atualmente trabalha como ferreiro e armeiro. Ele se chama Samuel Smith, mas muitos o conhecem como Sam....

Gregor, ao ouvir o que Addae dissera, pousa sua caneca sobre a mesa, respira fundo, olha nos olhos de Addae, e diz, pausadamente: __Sabe...filho....a vida às vezes é engraçada....eu conheço, e bem, seu pai...aliás conheci tambem seu bisavô...o velho Matias Smith, armeiro e ferreiro oficial do Rei Julius IV, pai de Tibianus III.

__Meu pai aprendeu o ofício de armeiro e ferreiro do avô dele....Diz Addae.

__Sim. Completa Gregor. __Quando eu era capitão da Guarda, um pouco antes de assumir o comando da Academia, em Rookgaard, lembro-me de ver seu pai, à época um menino mais novo do que você, com uns oito anos, talvez, ajudando seu bisavô na oficina, aprendendo os segredos do ofício....mas o que gostaria de dizer é que eu, que me orgulho de ser um guerreiro experiente, com vária batalhas e missões nas costas, não tive, até hoje, a coragem de pedir desculpas a um outro valoroso guerreiro, por usar palavras inadequadas e inverídicas, ao tentar convencê-lo a não sair do Exército...

Faz-se silêncio na mesa e todos, principalmente Addae, ouvem atentamente as palavras de Gregor.

__Como você deve saber...Continua Gregor. __Seu pai pediu baixa quando ainda era um tenente...

__Os motivos ele só me disse há dois dias atrás. Responde Addae.

__E aquele episódio da luta contra as amazonas foi apenas um dos momentos em que seu pai mostrou coragem e nobreza de caráter. Durante a guerra contra Ferumbas, e mesmo após a guerra, seu pai esteve envolvido em várias batalhas e missões, Se tivesse continuado, chegaria rapidamente ao posto de General. Mas o que quero dizer é que, ao tentar demovê-lo da ideia de abandonar o Exército, chamei-o, sem que eu mesmo acreditasse nisso, de covarde. Usei de um expediente baixo para tentar atingir seus brios. Para que o Exército não perdesse um bravo soldado. Não funcionou, infelizmente...por isso, Addae, eu peço que você transmita a seu pai, e se não quiser fazê-lo, eu compreenderei....peço que você diga a seu pai que o General Gregor pede humildes desculpas pelas palavras utilizadas, com o intuito de tentar fazê-lo mudar de ideia, e permancer no Exército Real. Se eu de fato acreditasse que ele é um covarde, eu faria questão que ele pedisse baixa. Mas se eu estava tentando mantê-lo no Exército, é porque eu o considerava um soldado valoroso....na verdade eu me mostrei um covarde....por não ter tido a coragem, durante todos esses anos, de procurá-lo e pedir-lhe desculpas....

Um silêncio sepulcral continua a imperar na mesa. Então, Arturos diz: __Bem, Gregor, você demonstrou muita coragem ao confessar isso diante de todos nós...diante do filho do Tenente Smith....

Addae diz: __Mestre Gregor...eu acredito no senhor. Sei que só falou aquilo para tentar demover meu pai da intenção de sair do Exército Real. Eu sei que o senhor jamais acreditou que ele seja um covarde...

__Obrigado, filho. Diz Gregor. __É bom ouvir as suas palavras, embora isso não desculpe o fato de que eu deveria ter procurado seu pai para lhe pedir desculpas, pessoalmente...

__Eu direi a ele tudo o que o senhor disse hoje, Mestre Gregor. Eu tenho certeza que ele jamais acreditou que o senhor o considerasse um covarde. Ele deve ter entendido que sua intenção era impedí-lo de sair do Exército...

Antes que Gregor pudesse dizer algo mais, o grupo à mesa ouve passos fortes, como de alguém usando botas pesadas, se aproximando. Um jovem cavaleiro, usando um chapéu de abas, um pouco menor do que o usado por Arturos, e uma espécie de poncho caindo sobre o corpo até a cintura, chega perto de Arturos. Cumprimenta Arturos e Gregor, embora praticamente ignore a presença dos três jovens, apenas dirigindo-lhes um olhar: __Mestre Arturos....Mestre Gregor.....

__Novidades, Igor? Indaga Arturos.

Igor se inclina até poder sussurrar algo no ouvido esquerdo de Arturos. Gregor e os garotos ficam intrigados com aquela cena.

__Hum...Reage Arturos. __Nossas informações estavam corretas. Ela está vindo, realmente. Obrigado, Igor. Qualquer novidade, mantenha-me informado...

__Sim, Mestre Arturos. O cavaleiro faz menção a sair do local e se despede de Gregor, dirigindo, mais uma vez, apenas um olhar aos jovens amigos ali sentados: __Mestre Gregor....

Quando começa a se dirigir para a saída da Arena, Arturos o chama: __Igor...você por um acaso viu René por aí?

O jovem cavaleiro se volta e responde: __Eu o vi, há cerca de uma hora, entrando, com uma jovem, na Arena dos Paladinos.

__Está bem....obrigado, Igor. Arturos faz um gesto com a mão como a indicar a Igor que se retirasse. __Ah, René. Você não toma jeito. Arturos dá o último gole em sua cerveja.

Gregor indaga: __Alguma informação confidencial, ou algo que pode ser divulgado, pelo menos com os amigos? Gregor também esvazia sua caneca. __Vocês da Adaga tem um serviço de inteligência que chega a ser melhor do que o da TBI...

__Tudo bem. São informações relevantes mas vocês acabarão por saber ainda hoje. A primeira, eu diria que interessa mais à minha guilda: o navio do Fearless foi avistado, a sudoeste, perto da costa, se aproximando de Thais. Isso quer dizer que os aspirantes da Adaga estão chegando à cidade. Junto com jovens de outras guildas e aspirantes ao Exército que habitam em outras cidades. A segunda informação é que uma grande delegação de Kazordoon está a cerca de uma hora de Thais. E pasmem, amigos, o próprio Kruzak está vindo conversar com Tibianus.

__Kruzak, em pessoa??? Espanta-se Gregor. __Rapaz, a coisa e séria.

__Quem é Kruzak? Addae pergunta, discretamente, a Cadi.

__O Imperador dos Anões...de Kazordoon. Responde Cadi.

Genevieve diz: __Ah, os anões estão mesmo vindo. Eu queria tanto vê-los.

__Se estão a cerca de uma hora de Thais, deve dar para pelo menos tentar vê-los, por causa da multidão aglomerada, antes de te devolver a teu pai, Gê. Responde Addae.

Arturos continua: __A terceira informação é que, a cerca de uns vinte minutos de “distância” da delegação de Kazordoon, “distância” essa mantida para que não ocorra um contado com a delegação de Kaz, uma também grande delegação de Ab'Dendriel se aproxima de Thais. E para sinalizar a Tibianus que os elfos resolveram de fato levar a sério a possibilidade de um tratado com o Reino Thaiano, é quase certo que Eroth, Faluae e Elathriel estejam na comitiva.

__Quem são esses? Indaga Addae.

__Não sei. Responde Cadi. __Não é fácil obter informações sobre os elfos. São muito arredios, mais até do que os anões.

__São os chefes dos clãs ou castas que compõem o Reino de Ab”Dendriel. Responde Gregor. __Os Cenath, os Deraisim e os...os...como são mesmo chamados?

__Os Kuridai. Completa Arturos.

__Isso! Responde Gregor. __Os Kuridai. Guerreiros ferozes. Enfrentar esses elfos não é como fazer compras em uma mercearia. É melhor tê-los como aliados.

__Hehehe. Ri Arturos. __Uma grande verdade...

__Os elfos.... Suspira Genevieve.

__Tentaremos vê-los também, Gê. Diz Addae. __Se estão vindo logo atrás dos anões...

__E a quarta e mais surpreendente notícia... Continua Arturos. __É que um navio de bandeira carlinesa vem descendo a costa, a noroeste. E junto à bandeira, está pendurado um estandarte da Casa Real de Carlin.

__Aahahahaha!!!! Gargalha Gregor. __Que danada! Ela veio mesmo! Sua Majestade vai ter um acesso de mau humor. Aahahahahah!!!!

Addae se espanta com a reação de Gregor e pergunta a Arturos: __Qual o problema com esse navio de Carlin, Meste Arturos?

__Bem... Responde Arturos. __Quando Tibianus enviou uma proposta de Tratado para Ab'Dendriel e Kazordoon, ele foi aconselhado, no Palácio, e enviar também uma proposta para Carlin. O Conselho Real de Magos e Druidas fez ver a Sua Majestade que pegaria mal, diante dos anões e elfos, a exclusão de Carlin de um tratado de mútua defesa. Quando não porque Carlin mantém, historicamente, uma boa relação com Ab'Dendriel. Afinal, poderiam pensar elfos e anões, por que Tibianus quer assinar um tratado com eles se reluta em fazer o mesmo com um outro reino humano, que mantém, apesar das divergências e rivalidades, uma relação com Thais, em suas raízes históricas? A Casa Real de Carlin tem, em suas origens, relações de parentesco com a Casa Real de Thais. Carlin ainda tem como idioma o mesmo idioma thaiano que falamos em Thais. Pois bem, Tibianus aceitou, muito a contagrosto, o conselho, e enviou também uma proposta para Eloise. Só que ele, espertamente, incluiu na proposta a condição de que, no caso de Carlin, as tropas carlinesas ficariam sob as ordens do Alto Comando Thaiano. Uma tentativa sorrateira de trazer Carlin para a esfera de influência de Thais. Vocês sabem, aquela velha história que Tibianus, e vários de seus antecessores ao longo dos séculos... alimentam....de submeter novamente Carlin ao Reino Thaiano....o estandarte da Casa Real de Carlin tremulando junto à bandeira indica que Eloise está naquele navio....Eloise está vindo para Thais....

__Eloise em Thais, caramba. Diz Addae.

__Ah, será que conseguiremos vê-la, também, Addae? Pergunta Genevieve.

Mas é Arturos quem responde: __Pela localização do navio, é capaz de Eloise desembarcar antes da chegada dos anões e dos elfos.

__Se for assim, vamos tentar vê-la também, Gê. Diz Addae.

Então Cadi pergunta a Gregor: __Mestre Gregor, por que o senhor disse há pouco que o Rei terá um acesso de mau humor? Afinal, ele não queria que Eloise viesse, já que lhe enviou uma proposta de tratado?

Gregor responde: __Veja, meu rapaz. O Mundo das Relações Diplomáticas tem suas nuances, e armadilhas. O que o nosso prezado Rei pretendia, ao inserir na proposta a cláusula de submissão das tropas carlinesas ao Alto Comando Thaiano, era justamente fazer com que Eloise não viesse. Assim ele teria uma desculpa diante dos elfos e dos anões. Diria que tentou incluir Carlin no tratado, mas que Eloise não aceitou. Não ficaria, em tese, mal diante de seus dois novos aliados. Só que pelo jeito, a tentativa não deu certo. Eloise aceitou, pelo menos, vir a Thais. E pode apostar que ela vai conseguir se inserir no Tratado, mas sem a cláusula de submissão. Os elfos e anões não gostarão nada de saber dos termos oferecidos, por Tibianus, a Eloise. E nosso Rei terá que aceitar Carlin no Tratado, com os mesmos termos oferecidos a Ab'Dendriel e a Kazordoon. Se Eloise não viesse, os anões e elfos só saberiam do estratagema de Tibianus após terem assinado o acordo e retornado a seus reinos, quando então Carlin poderia explicar porque se recusou a participar do acordo. Romper um acordo oficial já assinado não é tão simples assim, ainda mais levando-se em conta que anões e elfos prezam muito a palavra dada.

__Hummm, entendi. Diz Cadi.

Arturos diz: __Sabe, Gregor, achei a tentativa de Tibianus pouco inteligente. Ele não teria como garantir que Eloise não informasse aos elfos, pelo menos a eles, a respeito de sua intenção de impor uma cláusula exorbitante a Carlin, antes da vinda de todas as delegações a Thais. Não duvido que pelo menos os elfos já saibam da malícia de Tibianus. Historicamente Carlin e Ab'Dendriel mantém boas relações diplomáticas e no campo militar. Tibianus vai ter que engolir Carlin e a presença de Eloise na mesa de negociações. É isso ou não sairá acordo algum, com quem quer que seja.

__Bem, Responde Gregor. __Se Eloise já informou aos elfos a respeito dos termos que Tibianus ofereceu a Carlin, de fato, Tibianus vai ficar em uma sinuca de bico. E pensando bem, é provável que já saibam mesmo...já que, como você disse, Carlin e Ab mantém boas relações. O Rei já começará as negociações um pouco acuado, com a imagem marcada de quem não joga limpo...

__Nosso Rei deveria tratar Carlin e Eloise com respeito....Diz Genevieve.

__Concordo, minha cara. Diz Arturos. __São numerosos e poderosos os inimigos da espécie humana em Tibia. Já está na hora de Thais e Carlin estabelecerem relações diplomáticas normais. Quinhentos anos após a indepedência de Carlin, os dois reinos sequer têm embaixadores regulares trocados. Nunca assinaram um tratado comercial. E infelizmente, é forçoso dizer, não é por culpa de Carlin. Gerações de soberanas carlinesas sempre quiseram estabelecer relações normais com Thais. Mas os reis thaianos jamais desistiram da idéia de submeter sua ex-colônia a Thais, novamente. E reconheço que minha cidade natal, Venore, tem muita culpa nessa história. As poderosas associações comerciais de Venore sempre solaparam os esforços de aproximação, temendo perder mercados e negócios para Carlin. Apenas, em determinadas situações, Thais e Carlin lutaram juntos em algumas batalhas decisivas, vitais para a sobrevivência e defesa de ambos. Principalmente contra os orcs. Mas, passado o perigo, as relações esfriaram....espero que a partir desse encontro, tudo passe a ser diferente....pois se Ferumbras se levantar novamente, atacará sedento de vingança...

Novamente o grupo escuta passos se aproximando da mesa. Só que desta vez os passos são mais suaves. Uma jovem amazona, trajando, da cintura para cima, uma armadura pequena e graciosa, que se amolda perfeiitamente a seu corpo, e calças justas e feitas de um tecido aveludado, que realçam os contornos de suas pernas torneadas, e botas de um tecido ou pele parecida com a das calças, traz em suas mãos uma folha de papel enrolada. Tem cabelos loiros e cacheados, olhos verdes e puxados, e sardas que lhe cobrem o rosto. É de uma beleza tal que alguns dos cavaleiros sentados nas mesas ao redor param de comer e de conversar para lhe dirigir alguns olhares. Outros erguem suas canecas e copos em cumprimento. Ela ignora ou finge ignorar o que se passa ao redor, mas acaba estampando um pequeno sorriso no canto da boca. Se aproxima de Arturos, que se levanta em um gesto de cortesia. Gregor faz o mesmo.Os meninos permanecem sentados, com o olhar fixo na amazona, como que admirando sua beleza.

__Mestre Arturos...Mestre Gregor. Diz a amazona. __Igor me disse que o senhor estava aqui, Mestre Arturos. Trouxe-lhe o contrato de aluguel. Os aspirantes ficarão no apartamento de cima, no prédio onde eu e Topsy moramos. O contrato é por sete dias. Se Bluebear demorar mais, posso prorrogá-lo. O senhorio disse que não há problemas. Olha para os meninos e, diferentemente de Igor, lhes dirige um rápido cumprimento: __Olá, crianças....Então indaga a Arturos: __São aspirantes da guilda?

__Não, Turvy. Vão a Rook pelo Exército Real. Responde Arturos. __Desculpe-me por fazê-la vir até aqui. Eu pretendia ir até a loja, mas René, que combinara encontrar-me aqui, até agora não apareceu. Igor me disse que o viu entrar na Arena dos Paladinos...vou até lá procurá-lo....

A amazona parece perturbar-se com o que Arturos acaba de dizer: __R-René está em Thais?

__Sim, embarcará comigo para Rookgaard.

__Entendo....bem, deixe-me voltar para a loja...Topsy está cuidado de seu balcão e do meu, para que eu pudesse vir aqui....Diz Turvy, em um tom um pouco melancólico.

__Não quer se sentar um pouco conosco, e beber algo? Indaga Gregor.

__Não, obrigada, Mestre Gregor...com esse friozinho até que um cálice de vinho cairia bem, mas Topsy pode se atrapalhar com os eventuais fregueses que apareçam por lá, ela entende muito de poções, mas a respeito de armas físicas pode se enrolar um pouco....eu preciso realmente voltar...

__Me desculpe mais uma vez por ter me demorado, Turvy, e ter provocado sua vinda até aqui. Diz Arturos.

__Não precisa se desculpar, Mestre Arturos. É sempre um prazer ajudá-lo, e aos novos aspirantes da guilda. Turvy faz menção a se despedir e a se retirar, quando tem sua atenção voltada para Genevieve: __Nossa, mas que lindo colar com pingente que você está usando...!

__Ah,sim, não é mesmo lindo? Responde Genevieve, segurando o pingente na mão.

__Quem lhe deu deve estar realmente apaixonado. Diz Turvy, em um tom de brincadeira, ao mesmo tempo que dirige olhares jocosos para Addae e Cadi.

__Oh, bem...não foi o caso. Responde Genevieve um pouco ruborizada. __Na verdade foi o Senhor Augustus, da Joalheria Dagomir, quem me deu o colar....como um presente por minha ida a Rookgaard. Genevieve segura os pulsos de Addae e de Cadi: __Ele deu relógios para meus dois amigos.

__Hum...que interessante...talvez eu passe por lá um dia, para ver se ele me dá um presente desses. Diz Turvy, ainda em um tom de brincadeira.

Genevieve, Addae e Cadi, um pouco sem graça, exibem sorrisos amarelados ao ouvirem isso.

Turvy então se despede: __Mestre Arturos....Mestre Gregor....foi um prazer revê-los. Qualquer dia desses, quando eu estiver menos ocupada, tomamos uns cálices de vinho.

__Será um enorme prazer, minha cara. Venha me visitar aqui na Arena por esses dias, o vinho será por minha conta...Diz Gregor.

__Mais uma vez obrigado, Turvy. Ainda devo passar lá na loja hoje. Após receber os aspirantes no Porto, vou levá-los às suas novas acomodações. E quero que você os conheça. Eles se sentem valorizados e motivados sempre que são apresentados a membros da guilda. Diz Arturos.

__Ah, leve-os sim, Mestre Arturos. Quero conhecer os novos “noobs” . Diz Turvy, ainda brincando. Se volta para os tres jovens e diz: __Tchau meninos, boa viagem para Rook. Aproveitem seu tempo de Academia. E quando voltarem, deem uma passadinha na loja Ironeye. Vão encontrar equipamentos e poções por um bom preço.

__Passaremos sim. Responde Cadi por todos, ainda exibindo um sorriso amarelo. Não consegue evitar de transparecer um certo constrangimento diante da beleza da amazona.

Turvy se retira, novamente atraindo olhares dos cavaleiros sentados nas mesas ao redor.

Arturos diz a Gregor: __Bem, meu velho amigo, tenho que ir andando, também. Preciso passar na Arena dos Paladinos para ver se encontro René. Depois vamos ao Porto. Fearless deve estar ancorando dentro em pouco. Mas antes precisamos conversar a respeito de algo que interessa aos Leões. Só vai levar um minuto....

Cadi intervem: __Podemos ir com o senhor, Mestre Arturos?

__Mas é claro, meus jovens amigos. É um prazer ter a companhia de vocês. Só peço que me aguardem aqui por uns instantes. Preciso conversar a sós com Mestre Gregor, para tratar de alguns assuntos....er...confidenciais.... relativos às nossas guildas...

Arturos e Gregor sobem juntos para o segundo andar.

Addae, Cadi e Genevieve se levantam da mesa e aguardam o retorno de Arturos, junto às cadeiras que servem de arquibancada para a Arena.

__Se aquela moça for na loja do Senhor Augustus para ver se ganha alguma jóia de presente, a sua irmã não vai gostar nem um pouco, Addae. Diz Genevieve.

__Ela estava só brincando, Gê. Responde Addae. __Se bem que a Hanna, mesmo não sendo uma amazona, quando fica com ciúmes, é capaz de enfrentar uma guilda inteira, hehe.

__Pelo que eu entendi, aquela amazona faz parte da guilda do Mestre Arturos, a Adaga...Diz Cadi.

__Foi o que eu entendi, também. Responde Addae.

__Vocês viram como ela ficou perturbada quando o Mestre Arturos disse que aquele René estava na cidade? Eu sei quem é ele. Ele está hospedado, junto com o Mestre Arturos, lá na estalagem do Senhor Frodo. Ele fica flertando o tempo todo com filha do Senhor Frodo, que trabalha na cozinha junto com o Tatius....Diz Genevieve.

__Aposto que a Turvy já deve ter sido namorada do René. Diz Addae. __Afinal são da mesma guilda.

__Ah, com certeza ela gosta ou já gostou dele. Diz Genevieve.

__Esse tal de René fica dando em cima de todas as mulheres de Thais, pelo jeito. Diz Cadi.

__Bem, que ele é bonitão, é mesmo. Diz Genevieve.

__Não entro nesse mérito. Diz Cadi, meio amoado.

__Ah, não fica assim não, Cadi. Olha, não é para vocês ficarem convencidos, mas você e o Addae também são bem bonitos. Minha amiga de Greenshore que a gente encontrou na Torre arregalou os “zoião” pra cima de vocês. Claro que o Tatius é mais bonito, ainda. Diz Genevieve, em um tom de brincadeira.

Addae ri.

Cadi diz: __Esse negócio de avaliar beleza masculina não é comigo. Claro que eu sempre soube que eu sou um cara boa pinta.

__Ih, pronto. Já ficou cheio de si. Diz Genevieve.

Addae se diverte com o diálogo dos dois.

Nisso, Arturos e Gregor retornam ao térreo.

__Bem, jovens. Vamos indo. O tempo urge....Diz Arturos.

Os 3 amigos se despedem de Gregor.

__Obrigado pela recepção Mestre Gregor. Diz Cadi. __Eu sempre quis ver como é a Arena dos Cavaleiros por dentro. Meu pai sempre me prometia que me traria aqui mas ele anda sem tempo, ultimamente.

__Foi um prazer meu jovem. Não culpe seu pai. Nos dias atuais, um oficial da Guarda anda muito atarefado. Esse tratado que está sendo negociado pode transformar o dia a dia não só do Reino Thaiano, mas de todo o Mundo de Tibia. Responde Gregor.

__Obrigada, Mestre Gregor. Gostei muito de conhecer o senhor. Diz Genevieve.

__É um sentimento recíproco, minha jovem. E é bom saber que teremos uma nova druideza ajudando os esforços de Thais, no combate às forças inimigas do Reino. Aproveite seus estudos em Rookgaard. Diz Gregor.

__Obrigado, Mestre Gregor. Até a volta de Rookgaard. Pretendo vir sempre à Arena, quando for um oficial. Diz Addae.

__Será sempre bem recebido, Filho. Esta é a casa dos cavaleiros, dos bravos guerreiros. E peço-lhe o favor de transmitir minhas palavras a seu pai. Diga-lhe que o General Gregor sempre o considerou um soldado valoroso. Se o chamei de covarde um dia, foi para tentar demovê-lo da ideia de deixar o Exército, para não perdermos um corajoso guerreiro.

__Eu direi sim, Mestre Gregor. Responde Addae.

__Se até o dia da partida, quiserem visitar novamente a Arena, digam para o guarda na entrada me chamar, pelo fato de menores não poderem entrar sozinhos. Eu os porei para dentro. Diz Gregor.

__Obrigado, Mestre Gregor. Diz Cadi.

__Então até mais ver, meu amigo. Diz Arturos, para Gregor. __Ainda faltam alguns dias para o meu embarque, e o dos nossos jovens amigos aqui, para Rookgaard. Capaz de eu vir novamente à Arena antes da partida.

__Venha sim, meu velho amigo. Não imagina o prazer que me dá sua presença. Conversar com guerreiros da velha escola é sempre um privilégio. Responde Gregor.

Após as despedidas, Arturos e os meninos ganham a Main Street.

__Vamos descer pela Farm Lane até a Upper Swamp Lane. Diz Arturos.

Cadi indaga a Arturos: __Mestre Arturos, aquela amazona, a Turvy, pertence à sua guilda, não?

__Sim. E também trabalha na filial de Thais da loja de armas e equipamentos de Abran Ironeye, nosso Grande Mestre. Como vocês podem ver, alguns membros da Adaga se dedicam ao comércio de armas. Como eu mesmo, hehe. Responde Arturos.

__Desculpe a indiscrição, Mestre Arturos....mas Turvy é ou já foi namorada desse tal de René? Pergunta Genevieve.

__Gê...! Addae cutuca Genevieve, temendo a reação de Arturos à pergunta indiscreta.

__Deu para perceber, não? Indaga, de volta, Arturos. __De fato, os dois já tiveram um “affair”. Durante um bom tempo...

__Ela ainda gosta dele....Complementa Genevieve.

__É...Arturos complementa, um pouco melancólico. __René não só vive uma vida de aventuras no que se refere às missões e tarefas da guilda...como também em relação à vida afetiva...

Cadi procura desviar do assunto: __Mestre Arturos....como o senhor consegue permissão para ir à Rook? Se não me engano, é bem difícil conseguir autorização real para visitar a ilha, caso a pessoa não seja um aluno, ou um habitante de lá...

__Fiquei quase um ano aguardando a resposta de uma solicitação para poder ir a Rook comercializar. Claro que além de comercializar, eu também pretendia, ao pedir a autorização, poder acompanhar os novatos da guilda até a ilha. As boas relações que a Adaga mantém com o Palácio Real ajudaram a conseguir a autorização...apesar das opiniões de nosso Grande Mestre a respeito de Sua Majestade não serem assim....digamos...muito favoráveis....Responde Arturos.

__Como assim, “não muito favoráveis”, Mestre Arturos? Indaga Addae.

__Bem...Responde Arturos. __Mestre Abran julga que Tibianus é muito fraco em relação a Carlin. No fundo ele gostaria mesmo de uma campanha militar contra Eloise. Destroná-la e submeter Carlin novamente ao Reino Thaiano. Acho mesmo que ele gostaria que uma nova dinastia ocupasse o trono de Thais. Mestre Abran detém o título de Duque de Venore. Eu e muitos mestres do Conselho da Adaga acreditamos que Mestre Abran gostaria de ocupar o Trono Real.

__Ah...Interfere Genevieve. __Por que é tão difícil para certas pessoas de posição em Thais aceitarem definitivamente a independência de Carlin?

__Eu partilho da mesma opinião que você, minha cara. Diz Arturos. __E a maioria do Conselho de Mestres da Adaga discorda de Mestre Abran. Acho que Thais e Carlin devem conviver pacificamente, reconhecendo mutuamente as respectivas soberanias. Não faz mais sentido, 500 anos após a independência de Carlin, Thais ficar alimentando planos para reverter isso.

__Meu pai também pensa assim. Diz Cadi.

__O meu também. Completa Addae.

__Além disso, o Conselho de Mestres da Adaga tem a convicção de que uma campanha militar contra Carlin seria desastrosa. Ainda que o Exército Thaiano seja mais poderoso que o Exército Carlinês, muito provavelmente Ab'Dendriel, e mesmo Karzordoon, se aliariam a Eloise. Isso tornaria a posição militar de Thais muito frágil e vulnerável. Fora o fato de que trolls, goblins, orcs, minotauros e outros seres mais poderosos, se aproveitariam disso para ganharem posições estratégicas no Continente e mesmo nas ilhas ao redor Por isso tenho muita esperança que esse tratado em negociação inaugure uma era de convivência pacífica entre Thais e Carlin. Diz Arturos.

__Também estou torcendo para que as negociações sejam bem-sucedidas. Diz Genevieve

__Ah, e lhes peço um favor, meninos. Diz Arturos. __Jamais comentem, diante de Gregor, o que acabei de lhes dizer a respeito de Mestre Abran. Gregor nem sempre concorda com todas as ações e posicionamentos de Tibianus, mas é um guerreiro extremamente fiel ao Rei. Se ele ficasse ao par de certos pensamentos alimentados por Mestre Abran, as relações entre a Adaga e os Leões Thaianos poderiam azedar.

__Pode deixar, Mestre Arturos. Eu sou um túmulo. Diz Cadi.

Addae e Genevieve concordam com a cabeça, após a declaração de Cadi.

Addae então pergunta a Arturos: __Mestre Arturos, o senhor disse que é de Venore, não?

__Sim, Addae....por que?

__É que o seu sotaque....não parece muito com o sotaque dos venorianos....

__Oh, isso....bem, eu nasci em Venore, é minha cidade natal, onde habito atualmente e onde passo a maior parte de meu tempo. Mas acontece que, quando eu era ainda criança, meus pais migraram para Port Hope. Meu pai era marceneiro e se estabeleceu por lá. Tive uma infância e uma adolescência muito felizes. Cresci nadando, velejando e pescando nas belas praias do Oeste de Darama.

__Sua família ainda mora lá? Pergunta Genevieve.

__Sim. Responde Arturos. __Minha mãe está bem idosa e mora com uma de minhas duas irmãs. Minhas irmãs se casaram e constituiram família em Port Hope. Meu pai infelizmente morreu defendendo a cidade contra piratas. Isso foi na guerra contra Ferumbas e eu estava no Continente de Main combatendo no Exército Real. Ele, apesar de já ser um homem idoso, na época, se juntou aos soldados e habitantes no combate aos piratas. Mas um pirata trespassou seu coração com um sabre.

Addae diz a Cadi: __Caramba, deve ter sido no mesmo ataque no qual o pai do Struggle morreu...

__Quem é Struggle? Indaga Arturos.

__É um amigo nosso que também vai para Rook. Responde Addae. __O pai dele era da tripulação do Capitão Bluebear, que estava ancorado em Port Hope na ocasião do ataque dos piratas. O pai dele também morreu defendendo Port Hope.

__Entendo... Responde Arturos. __De fato Bluebear estava em Port Hope na ocasião. Sua tripulação foi de muita ajuda para a guarnição dos soldados e para os habitantes que combateram. Os piratas tiveram informações a respeito do deslocamento de parte da guarnição para Main, para ajudar nos combates contra Ferumbras. Aproveitaram que havia menos soldados e tentaram uma invasão. Conseguiram pilhar algumas casas e lojas e queimar boa parte da cidade. Mas os soldados, auxiliados pelos habitantes e também pela tripulação de Bluebear, conseguiram afungentá-los. Mas muitos perderam a vida na refrega....como meu pai...e o pai de seu amigo.....isso foi obra de Brutus Bloodbeard, aquele miserável...

__Brutus Bloodbeard.... Repete Cadi. __Um dos piratas mais sanguinários que já singraram os mares de Tibia.

__Sim. Continua Arturos. __E o desgraçado ainda traiu sua própria espécie. Ajudou os esforços de Ferumbras, transportando orcs e outras criaturas aliadas pelos mares, na última grande guerra. Quase o tive nas mãos, uma vez, em Liberty Bay. A Adaga tinha informações de que tentaria um ataque por lá. Deslocamos para lá uns 30 guerreiros de nossa guilda. Dos mais fortes. Uma outra guilda de Venore se aliou a nós e contribuiu com mais 20 homens. Nossas informações estavam corretas e Bloodbeard ancorou seu barco em um local isolado, no oeste da Ilha de Vandura. Seus piratas vieram a noite, pelas plantações de cana, tentando pegar os habitantes de surpresa. Mas nós e os soldados da guarnição os esperávamos. Perderam quase dois terços de seus homens. Eu avistei Bloodbeard, protegido por alguns de seus homens de confiança, nos limites da cidade. Eu e alguns camaradas investimos contra eles, mas Bloodbeard conseguiu fugir pelas plantações e alcançou seu barco. Quando chegamos no local onde havia ancorado ele já conseguira zarpar. Escapou por pouco, mas perdeu muitos de seus piratas e não conseguiu pilhar nada.

__Uau... Espanta-se Cadi. __Nunca tinha ouvido e lido sobre este ataque a Liberty Bay.

__Nem tudo o que acontece ao redor do Mundo de Tibia chega ao conhecimento da população, Cadi. Diz Arturos.

__Qual o nome da guilda de Venore que ajudou a Adaga nessa luta, Mestre Arturos? Indaga Addae.

__É conhecida como “A Sombra”. Foi fundada por uma dissidência da Adaga. Mas mantemos boas relações e fazemos operações e missões conjuntas. Por ser originária dos quadros da Adaga, temos métodos de espionagem e de combate bem parecidos. Responde Arturos.

__”A Sombra”....dessa eu nunca ouvi falar. Diz Cadi.

__Eles preferem manter um certo anonimato. Diz Arturos. __Mas isso é impossível. Acabarão sendo conhecidos. No início a Adaga também queria permanecer secreta, ou discreta, mas sua fama se espalhou...

__Eles estão enviando discípulos para Rook, este semestre? Pergunda Addae.

__Creio que apenas 3...todos de Venore... Responde Arturos.

__Mestre Arturos, o senhor é casado???? Pergunta, subitamente, Genevieve.

Addae e Cadi se espantam com a pergunta de Genevieve.

Mas Arturos responde com naturalidade: __Sim, sou casado, Genevieve. E como meu pai, tenho 3 filhos. Duas moças que já se casaram e moram em Venore. E tive um filho temporão, mais jovem, da idade de vocês, que aliás está indo para Rook, pela Adaga...

Addae e Cadi se surpreeendem com o que Arturos afirma.

__Seu filho tambem está indo para Rook, Mestre Arturos??? Pergunta Addae. __Qual o nome dele?

__Victor. Será colega de vocês. É um bom menino, pelo menos na maior parte do tempo,hehe... Responde Arturos. __Ele está vindo com os outros no barco de Fearless.

__Que legal. Responde Addae. __Espero que possamos nos dar bem.

__Eu também gostaria que ele fizesse amizade com vocês. Amigos são importantes na Academia. Diz Arturos. __ Ele não conhece bem os outros colegas da Adaga que estão indo para Rook. Pelo menos não ainda.Talvez tenha se aproximado deles durante a viagem até Thais.

O grupo passa diante dos fundos do Grande Templo, na Upper Swamp Lane.

__Como o Templo é bonito, mesmo visto dos fundos. Diz Genevieve.

__Sim, realmente. O Templo de Thais é de uma rara beleza. Aquelas duas estátuas representando dois ainur são muito bem feitas... Diz Arturos. __E esses jardins também ajudam a formar um belo conjunto.

__O Templo de Venore é bonito, também? Indaga Genevieve.

__Bem, acontece que Venore é uma cidade suspensa, na verdade. Construida sobre uma área pantanosa. O Templo não tem saída para os lados, ele se comunica, através de uma escada ascendente, com o nível das ruas. Mas em termos de construção, tem seus aspectos notáveis. Venore tem como característica a riqueza da decoração de suas construções, cobertas de mármores ou outros materiais caros, como também a presença de estátuas. Reflete a riqueza e a pujança do comércio e de outras atividades econômicas da cidade... Diz Arturos.

__Um dia conhecerei Venore. Diz Addae.

__Conhecerá, sim, Addae. Quando no Exército você provavelmente será designado para unidades e postos localizados em outras cidades e vilarejos no Reino. Não ficará apenas em Thais. Diz Arturos.

A medida que o grupo se aproxima da esquina com a Harbour Street, conseguem divisar um grande prédio, localizado na mesma esquina. Uma placa colocada à porta indica a Arena dos Paladinos. Um arqueiro está postado na entrada, como a servir de sentinela.

Ao chegarem na entrada, Arturos se dirige ao sentinela: __Bom dia, Irwin...os meninos estão comigo...

__Bom dia Mestre Arturos...claro, está tudo bem, podem entrar. Responde Irwin.

Após entrarem, Arturos se volta novamente para o vigilante e pergunta: __Irwin...você conhece o René, não? Da minha guilda....

__Sim, Mestre Arturos, eu o conheço...e ele está aí dentro, se não me engano no salão de treinamentos... Responde o vigilante.

__Ah...ótimo...era exatamente o que eu queria saber...obrigado Irwin.

Arturos e os meninos entram na Arena. No primeiro salão, algumas mesas e guerreiros sentados, conversando e bebendo. Alguns acenam para Arturos, que os cumprimenta de volta. Outros olham curiosos para os jovens que acompanham o mestre da Adaga.

Arturos se dirige para um segundo salão, mais para o fundo, onde podem ser vistas mais mesas, mais guerrerros em alegres conversações. O mestre da Adaga se dirige a uma mesa, perto de um balcão,onde uma mulher, de pé, ao lado da mesma mesa, usando uma indumentária de cor verde, e uns adereços na cabeça, como penachos pendendo para trás, convesa animadamente com um grupo de guerreiros.

Ao perceber a presença de Arturos, ela vem ao seu encontro: __Arturos....o que o trás à minha “humilde” Arena...?

__Humilde nada, Elane. Responde Arturos em um tom Jocoso. __Você e Gregor estão fazendo um excelente trabalho tanto aqui como na Arena dos Cavaleiros....estão de parabéns.

__Ah...Mestre Gregor...ele e seus leões....gostam da força bruta, mas lhes falta a graça e a elegância de um verdadeiro guerreiro...como um paladino, por exemplo, ahahahahah...Diz a mulher.

__Todo os estilos de luta são úteis, e se complementam. Responde Arturos. __Claro que nada se compara à beleza e à elegância de uma bela mulher tensionando seu arco. Diz Arturos piscando-lhe um olho.

__Aahahah, Arturos, sempre galanteador...se você não fosse casado....

__Certamente você teria em mim um pretendente, hehehe. Elane, quero lhe apresentar meus jovens amigos aqui. Estes são Addae....Cadi...e Genevieve.

__Futuros guerreiros da Adaga?

__Não...estão indo a Rookgaard pela Coroa.

__Bem, de qualquer forma serão colegas dos aspirantes da minha guilda...muito prazer meninos...

__Prazer, senhora! Respondem em uníssono os 3 jovens.

__Por favor...senhora, não. Apenas Elane... Diz a guerreira.

__Se me permite...errr...Elane...qual o nome de sua guilda? Pergunta Cadi.

__Os Paladinos de Elane.

__Poxa...você tem uma guilda que leva o seu nome? Espanta-se Addae.

__Ahahah...não. Responde Elane. __Ao dizer o nome de minha guilda, algumas pessoas pensam o mesmo que você...é...qual mesmo o seu nome?

__Addae...

__Pois bem, Addae. Minha guilda foi fundada há cerca de 300 anos . Claro, que, em sendo assim, o nome da gulda não poderia ser uma referência a mim. Já não tenho mais meus quinze anos, mas também não sou tão velha assim, ahahaha.

Arturos complementa: __Na verdade, a referência ao nome Elane na guilda é uma alusão à filha do próprio Banor, o primeiro ser humano que andou na superfície de Tibia. As tradições orais e escritas dão conta, dependendo dos autores, que Elane teria sido a priimeira paladina a existir...

__Exato...Continua Elana. __Meu falecido pai me deu este nome também em homenagem à Elane original, que teria vivido em Tibia há milênios. Meu pai já foi Grande Mestre da guilda...como também o pai dele. Na verdade minha família é muito ligada à guilda, desde a sua fundação...alguns engraçadinhos gostam de dizer que eu seria a Elane original...mas é brincadeira....

__A senhora...quer dizer...a senhorita, parece ser bem jovem ainda. Diz Genevieve.

__Obrigada, querida. Mas como eu disse, pode me chamar apenas de Elane...ou mesmo de você. Também não sou bem uma senhorita. Já fui casada. Hoje sou viúva...mas a visão e a pontaria ainda estão em forma....esperem um minuto, gostaria de lhes apresentar duas pessoas...

Elane se dirige para detrás do balcão, e vai em direção a uma escada localizada na parede dos fundos do salão. Então grita para o andar de cima: __Mirna!!! Jared!!!! Desçam aqui!!!!

Addae então pergunta a Arturos: __Mestre Arturos, a guilda de Elane só aceita paladinos???

__A maioria dos componentes é, de fato, composta por paladinos e paladinas. Mas eles têm um corpo de cavaleiros, como também um de druidas e um de magos, que os auxilam em combates e em missões. Responde Arturos.

__E quando e como o marido da Elane morreu? Indaga Genevieve.

__Bem... A expresão de Arturos fica séria e grave. __Seu marido foi morto por uma terrível criatura conhecida como...Devovorga...uma espécie de demônio...em uma missão....no continente de Zao...

__Céus... Genevieve pressiona as palmas das mãos contra a boca.

__Oportunamente lhes contarei mais a respeito. Diz Arturos.

Do andar de cima vem descendo, pela escada, um casal de jovens que atende ao chamado de Elane. Aparentam ter idades próximas às dos tres amigos que acompanham Arturos. O rapaz, trajando uma espécie de armadura de couro, um belo cinto que ostenta uma fivela prateada, calças e botas de bom nível, de cor marrom, tem os cabelos raspados bem rentes nas partes laterais de sua cabeça. Mas na parte superior um grande e volumoso chumaço de cabelos castanhos, da mesma cor de seus olhos, embebidos em uma espécie de gel, formando grupos de fios aglutinados e pontudos, vergados em várias direções. A moça, de cabelos louros e lisos, bem cortados, tocando-lhe os ombros, e com uma franja que lhe chega quase às sobrancelhas, exibe belos olhos zuis repuxados nas extremidades externas. Tem um tom de pele um pouco bronzeado, parecido com o de Genevieve, como a indicar ter vindo, pelo menos recentemente, de alguma região ensolarada. Ela traja uma vestimenta típica dos arqueiros: camisa verde, com uma curta abertura na parte anterior, junto ao pescoço, amarrada por uma espécie de cadarço. A camisa tem um comprimento que alcança a parte superior das pernas. Por isso é presa por um grosso cinto de cor negra. Calças aveludadas da mesma cor da camisa e bonitas botas de pele negra.

Os três amigos ficam um pouco surpresos com o corte de cabelo do rapaz.

Elane volta para junto de Arturos e de seus três jovens amigos, trazendo os dois jovens que desceram do segundo andar e diz: __Meninos, quero que conheçam meu filho Jared e sua amiga Mirna. Estão indo para Rookgaard, também, pela minha guilda....Jared, Mirna, estes são Addae e...e...

__Cadi. Diz Cadi.

__Genevieve. Diz a jovem de Greenshore.

Os dois jovens aspirantes da guilda exibem um semblante simpático e cumprimentam Addae, Cadi e Genevieve.

Addae, então, diz: __Jared....tenho a impressão de já ter visto você em algum lugar....

__Vocês dois também não me são estranhos. Diz o filho de Elane, olhando para Addae e para Cadi.

__Quando você terminou a escola? Indaga Addae.

__Há dois anos atrás. Mas fiz os quatro últimos anos em Edron.

__Nós moramos alguns anos em Edron. Diz Elane.

__Claro. Diz, subitamente, Cadi. __Agora eu me lembro. Você foi da nossa turma até o quarto ano. Depois saiu.

__É. Eu fiz os primeiros quatro anos da escola aqui em Thais. Os últimos quatro anos fiz em Edron. Diz Jared. __Eu era da turma de vocês. Por isso vocês me são familiares.

__Você é daqui de Thais, Mirna? Pergunta Geneveve.

__Eu nasci aqui. Responde Mirna. __Mas fui com dois anos para Liberty Bay, com meus pais. No final do ano passado minha família retornou para Thais.

__O pai de Mirna faz parte do Conselho dos Mestres dos Paladinos de Elane. Durante a última grande guerra ele foi para Liberty Bay, para representar nossa guilda por lá, ente outras atividades. Diz Elane. __Por isso ela não pôde adquirir o elegante sotaque do Thaiano que é falado aqui, na Capital. Em compensação, anos de praias nos trópicos deram a ela um bronzeado invejável. Brinca Elane.

Mirna ri, um pouco desconsertada, da brincadeira de Elane.

__Elane...quantos aspirantes vocês estão enviando a Rookgaard? Pergunta Arturos.

__Fora Jared e Mirna, mais dois. Um de Venore e mais uma jovem, de Edron. Diz Elana. __Aliás, foi bom você lembrar...o navio do Fearless deve estar se aproximando de Thais, segundo informações da administração do Porto, que obtive ontem...preciso ir receber os dois jovens. Vão ficar acomodados, junto com Jared, no dormitório da Arena, aqui no segundo andar. Mirna ficará com seus pais, em sua casa, até o dia da partida para Rook...vou pedir para Galuna fechar a loja lá em cima por algumas horas, e ficar aqui embaixo cuidando do bar, enquanto vou ao Porto...espero que Fearless não se atrase...

__Ele está bem próximo de aportar, Elane. Um informante da Adaga me disse... Diz Arturos.

__Ah...se vem de um de seus informantes, Arturos, é digno de crédito. Vocês da Adaga são os fofoqueiros mais bem informados de todo o Tibia, ahahahaha.

Todos riem do que Elane acaba de dizer. Ela então se dirige para uma escada, que leva a uma loja de equipamentos, no segundo andar da Arena dos Paladinos.

Arturos diz aos jovens: __Vou até o salão de treinos para falar com René...

__Vamos com o senhor. Diz Addae.

Todos os cinco jovens seguem Arturos até o salão de treinos, que fica em frente à escada pela qual Elane acabara de subir.

__Mestre Arturos... Indaga Cadi. __Por que esse prédio se chama Arena, como a Arena dos Cavaleiros? Aqui não há um espaço para duelos, como lá....

__Acho que, tradicionalmente, tomou o nome de Arena apenas para se contrapor à Arena dos Cavaleiros... Responde Arturos.

__Não é bem assim. Interrompe Mirna. __Na verdade em um passado remoto houve duelos entre paladinos, no local onde atualmente funciona o salão de treinos. Mas os duelos foram proibidos tanto pelo Rei como pela Fraternidade dos Paladinos, pois invariavelmente terminavam em mortes. Hoje existem apenas torneios de pontaria e habilidades à distância.

Addae, Cadi e Genevieve ficam admirados com o conhecimento demonstrado por Mirna.

__Hummm... Diz Arturos. __Obrigado pelo esclarecimemto, minha cara. Eu realmente ignorava este aspecto da história da Arena dos Paladinos.

O grupo chega na entrada do salão de treinos. Da entrada podem ser vistos alvos ao fundo, como também uma estátua parecida com as que estão no salao de treinos da Arena dos Cavaleiros. Um grupo de dois aqueiros e uma arqueira disparam, alternadamente, flechas contra o alvo mais à esquerda. Colocados mas à direita, outro grupo, composto por quatro paladinos, arremessa lanças contra a estátua, que se move em torno de um eixo vertical. Os lanceiros procuram desviar suas lanças do escudo acoplado ao braço esquerdo da estátua e atingir o corpo da mesma estátua. Na direção do alvo mais à direita, Addae e Cadi reconhecem René, parado ao lado de Lana, a filha de Frodo. Lana tenta segurar corretamente um arco. René dá explicações a Lana, enquanto tenta posicionar as mãos e endireitar a postura da jovem.

Arturos, da entrada do salão, chama seu ajudante: __René!

René, ao ouvir a voz de Arturos, lhe dirige o olhar e faz uma expressão de surpresa.

Lana, olhando para trás, ao ver Arturos, Addae, Cadi e Genevieve, fica um pouco desconsertada. Devolve o arco a René, toca-lhe suavemente a face esquerda com sua mão direita, lhe susurra algumas palavras e vai em direção à entrada do salão. Ao passar pelo grupo composto por Arturos e pelos jovens, diz,apressada: __Olá Senhor Belloc...meninos.... E vai rápidamente em direção à saída da Arena, ganhando a rua, em seguida.

René vem para a entrada do salão. Também cumprimenta os jovens.

Arturos, com um semblante um pouco fechado, lhe diz: __René...você combinou comigo que estaria na Arena dos Cavaleiros às 11 horas....

René coça a cabeça e se desculpa: __Me perdoe, Mestre Arturos....eu me distraí...estava passando algumas noções inicias da arquearia para aquela jovem....

__Aquela moça não é a filha do estalajadeiro e dono do bar? Indaga Arturos.

__Sim...Lana...filha do senhor Frodo. Responde René.

__René...preciso conversar com você por uns minutos...a sós. Diz Arturos. Depois se volta para os jovens e diz: __Nos deem licença por uns minutos, meninos...já retornamos. Após dizer isso, Arturos toca suavemente no ombro de René, como a pedir que o siga. Os dois se dirigem ao canto posterior direito do salão de treinamentos.

Alguns arqueiros que estavam na entrada do salão tomam o lugar de René, postando-se diante do alvo mais à direita. Começam a disparar flechas contra o alvo.

Addae aproveita para conversar mais com Jared: __Jared, vai se especializar em que tipo de combate, em Rook?

__Combate físico e a curta distância. Responde Jared. __Mais especificamente, quero dominar bem a luta com machados. Adoro machados. Acho uma arma incrível.

__Meu pai desenvolveu uma grande habilidade com os machados. Diz Addae. __Mas eu gosto mais das espadas.

__Seu pai pertence a alguma guilda? Indaga Jared.

__Já foi oficial do Exército Real. Responde Addae. __Hoje em dia é ferreiro e armeiro...

__Você é filho do armeiro Sam??? Pergunta Jared.

__Sim...isso mesmo. Responde Addae.

__Seu pai tem fama de ser um excelente armeiro. Muitos cavaleiros nas guildas o conhecem, muitos pelo menos de ouvirem falar nele. Diz Jared.

__É...ele fez um nome no mercado de armas. Diz Addae.

Cadi direciona a conversa para Mirna: __Mirna...pela sua vestimenta, quero crer que você pretende ser uma paladina...

__Sim... Responde a jovem. __Gosto da idéia de poder atingir o inimigo a distância. Olhando para Addae, Cadi e Genevieve, Mirna pergunta: __Por qual guilda vocês vão a Rookgaard?

__Vamos pelo Exército Real. Responde Cadi.

__Hum...legal. Reage Mirna. Olha para Genevieve e diz: __Você então será uma maga ou uma druideza, não? Se vai pela Coroa....

__Sim. O Mago Trimegis insistiu com meu pai, para que ele me matriculasse em Rook. Responde Genevieve.

__Nossa...Trimegis em pessoa pediu que você fosse a Rook? Surpreende-se Mirna. __Ele deve ter visto algo especial em você. Sabe, eu acho fantásticas as habilidades de magos e druidas. Fazem coisas incríveis. Já sonhei em me especializar nas artes manais...mas acho que não levo muito jeito. Não nasci com um nível de mana diferenciado. De qualquer forma, hoje em dia adoro atirar com arco e flecha...

Cadi tenta focar a concersa com Mirna nas habiidades dos paladinos, mas neste momento, Elane desce as escadas trazendo consigo uma jovem de cabelos e olhos castanhos claros, trajando indumentárias parecidas com as suas, mas sem os adereços na cabeça e em tons cinza e vermelho, formando um belo conjunto.

Elane pergunta: __Onde está Arturos?

__Está ali no salão conversando com o senhor René, mãe. Responde Jared.

__Bem, Galuna ficará tomando conta do bar aqui embaixo, enquanto vou ao Porto receber nossos aspirantes...ah, Galuna, deixe-me apresentar você a estes três colegas de Jared e de Mirna, em Rookgaard...vão pela Coroa Real...estes são...Addae...Cadi e Genevieve.

Addae, Cadi e Genevieve cumprimentam Galuna.

__Olá, meninos...muito prazer...hum, futuros oficiais de Sua Majestade... Diz Galuna. __Algum de vocês pretende se especializar nas artes da arquearia? Galuna, como Elane, tem uma expressão muito simpática e bem-humorada.

Cadi responde: __Eu !

___Hum, este sabe das coisas. Como a Mirna, aqui. Galuna pousa a mão direita no ombro de Mirna. __Paladinos são a elite dos guerreiros.

__Há controvérsias. Rebate Jared, meio em tom de brincadeira.

Nisso, Arturos e René retornam para junto do grupo. Arturos tem uma expressão um pouco grave, enquato René transparece um certo constrangimento, como se tivesse ouvido uma espécie de preleção por parte do mestre da Adaga.Mas a simpatia de Elane logo contagia os dois.

__E então, René...quando vamos organizar aquele torneio aqui na Arena? Indaga Elane.

__Podemos organizar por esses dias antes da partida dos noobs das guildas para Rook. Responde René, já mais bem-humorado.

__Mas vamos aumentar os limites das apostas. Interfere Galuna, também animada.

__Quero voltar logo de Rookgaard para participar desses torneios. Diz Mirna.

__Eu também. Complementa Cadi.

__Um dia vocês participarão, meninos. Mas acho que já está na hora de irmos ao Porto, Arturos. O navio de Fearless já deve estar aportando, se é que já não o fez. Diz Elane.

__Sim, minha cara. Vamos indo.

__O bar é seu, Galuna. Continua Elane. __Se aparecerem arruaceiros ou outros tipos inconveninentes chame Irwin. Ou alguns de nosso amigos que estão nas mesas.

__Pode deixar que eu mesma os coloco na rua a pontapés. Responde Galuna brincando.

Todos riem.

__Mãe...eu e Mirna podemos ir com vocês até o Porto? Indaga Jared.

__Não vejo por que não. É até bom para que conheçam seus dois colegas de Rookgaard e futuramente, de guilda. Responde.

Genevieve se dirige a Arturos: __Podemos mesmo ir com o senhor ao Porto, Mestre Arturos?

__Claro que sim. Responde Arturos. __Aliás, estão chegando, com Fearless, aspirantes ao Exército Real, vindos de outras cidades.

__Entao vamos todos. Diz Elane.


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