Nosso lugar de refúgio escrita por TheQueen


Capítulo 3
Agosto - 3ª Semana/Setembro - 4ª Semana


Notas iniciais do capítulo

Sorry, I'm late!

Eu ia postar na sexta, mas não deu...

Esse capítulo ficou, tipo GRANDE, mas não sei se ficou cansativo...

Boa leitura, e me desculpem os erros!



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Depois daquele dia, na manhã seguinte, a chuva havia caído novamente... Eu peguei o mesmo caminho de sempre e fui para o jardim. Esperei que a garota loira aparecesse para fazer-me companhia naquele dia maravilhoso de chuva.

E ela veio.

Mesmo que eu não saiba nada sobre ela, nem mesmo as suas preocupações, ou o seu nome... Não consigo deixar de me sentir encantada por aquela garota que ‘conheci’ á pouco tempo. Eu quero, ou pelo menos gostaria, que continuasse chovendo para que assim eu possa continuar me encantando por essa garota cada vez mais, para que eu possa entendê-la de uma vez por todas e, quem sabe, eu acabasse descobrindo coisas que eu jamais pensei que descobriria.

Tudo o que é bom dura pouco...

Tudo o que desejamos que não acabasse um dia acaba...

Infelizmente, para a minha tristeza, a temporada de chuva havia acabado. Os dias de sol começaram a surgir um seguido do outro sem em momento algum, parar e dar lugar a chuva. É claro que eu deveria estar contente que os dias de chuvas acabaram, até por que aquela garota agora não faltaria mais nenhum dia na escola... Mas eu não estava. Na verdade, eu nunca vou estar contente com isso. Talvez possa parecer egoísmo... Eu queria que continuasse chovendo. Eu queria que os dias de chuva jamais acabassem. Que a raiva das pessoas por suas roupas não estarem no varal, devido à chuva, continuasse por um bom tempo. Tempo o suficiente para que nós duas desfrutássemos da companhia uma da outra... E só um pouco á mais de tempo para que nós duas passássemos a entender e compartilhar nossos tantos motivos. De qualquer forma, eu queria mais tempo do que eu provavelmente vou ter. Então eu acho que não adianta esperar até que a chuva volte... E se ela voltar, que seja o mais rápido possível.

Como eu não ia mais para o trabalho e nem para outro lugar, nos dias ensolarados eu também comecei a ir até o meu lugar de refúgio. Eu passava horas e horas sentada no mesmo lugar vezes lendo, vezes sem fazer absolutamente nada... Ou então simplesmente imaginando o que aquela garota poderia estar fazendo enquanto eu estava ali.

Não era a mesma coisa sem ela.

Será que ela sentia falta da chuva? De se refugiar nesse lugar que passou a ser nosso refúgio? Será que ela em todos esses dias ensolarados ousou pensar algum momento em mim? Eu não sei... Mas eu só sei de uma coisa: Ela não teria tantos motivos assim para pensar em uma mulher como eu que toma bebida alcoólica em plena manhã, sem ao menos comer algo que preste.

Sim, ela não teria motivos para pensar em alguém como eu.

Ou teria?

~*~

É... Os dias sem chuva realmente continuaram...

E com isso, eu já não tinha mais desculpas bobas para faltar na escola e ir para o meu lugar de refúgio. Quando será que iria chover novamente? Quando é que eu iria voltar a vê-la? Eu acho que não será tão cedo assim... Estou me apegando demais á esses sentimentos. Eu realmente não sei o que está dando em mim. Ultimamente tenho pensado demais naquela mulher desconhecida – cujo não sei nada em relação á ela, nem se quer a sua idade, onde trabalha, do quê trabalha... Ou então o seu primeiro nome, e entre outras diversas coisas. Eu, de fato, não sei absolutamente nada sobre ela.

Mas eu gostaria de saber.

Os meus dias não tem sido os mesmos desde que a chuva parou de cair. Provavelmente eles jamais serão os mesmos sem a presença da chuva. ‘’Por que essa necessidade toda pela chuva?’’ essa é a pergunta que me fariam se soubessem da minha paixão pelas gotas d’água que caem do céu. ‘’Porque eu gosto da sua presença. É como você estar a companhia de alguém muito especial em sua vida, mas você sabe que não vai poder tê-la para sempre, e nem a todo o momento. É assim para mim. A chuva é uma das minhas únicas companhias, é como se ela caísse exclusivamente para fazer-me companhia. ’’ Assim eu responderia.

Pode ser bobagem tudo isso o que penso, mas acredito que tudo isso é mais incrível do que muitos pensamentos humanos por aí. Se pensar dessa forma é ser muito boba, pois então, eu gostaria de ser boba pro resto da minha vida, porque eu jamais vou deixar de pensar dessa forma. Não se eu desejar.

Toda vez que me deito e fecho os olhos, na calada da noite, eu fico imaginando o que a mulher desconhecida e eu estaríamos conversando se estivesse chovendo... Que roupa ela provavelmente estaria... Que tipo de comida deliciosa ela prepararia... Dentre outras coisas.

Isso até parece ser obsessão por alguém que mal conheço direito... Mas não é. É só curiosidade. Curiosidade em saber por que ela freqüenta o mesmo lugar que eu quando chove. Curiosidade em saber quais são os seus problemas, a sua história, o que a deixa preocupada... É isso o que eu quero: Saber tudo sobre ela.

Bem, mesmo que leve muito tempo, eu tentarei descobrir mais sobre essa misteriosa mulher.

...

Estávamos na ultima semana de setembro. Havia se passado um mês e uma semana desde a ultima vez que eu a vi. Sim, bastante tempo. Acostumei-me ainda mais com a minha moradia em StoryBrooke. Não fiz muitas amizades, e acho que não pretendo fazer.

Eu sempre estive sozinha mesmo, que diferença faz?

Como de esperar, o dia estava ensolarado. Era quarta feira, dia de ir á escola, como sempre. Arrumei-me sem ânimo nenhum, e desci. Meus pais estavam na cozinha, tomando café animadamente e nem notaram quando sai pela porta.

Uma hora iriam perceber.

Tomei o caminho para a escola de StoryBrooke, e em poucos minutos eu já estava dentro da sala de aula, totalmente ‘’animada’’. Os alunos, meus colegas de classe – pelo menos deveriam ser – conversavam animadamente sobre coisas que não me interessavam nem um pouco. Talvez eu fosse um tanto ‘’anti-social’’.

O professor de matemática adentrou na sala, e todos rapidamente tomaram seus lugares.

Eu não sou muito fã da matemática...

Enquanto o professor explicava coisas como seno, cosseno, tangente e diversas outras coisas, eu tinha meu olhar fixo no teto, imaginando o que a mulher dos cabelos negros estaria fazendo agora. Será que ela estaria, finalmente, trabalhando? Ou será que estaria em nosso lugar de refúgio assim como nos dias chuvosos? Por que será que justo ela – a mulher - tem que gostar da chuva tanto quando eu? Por que será que justo ela tem que ser a minha companhia nas manhãs chuvosas? E porque justo a chuva tinha que ser nosso único motivo para se encontrar? Será que tínhamos algo muito mais em comum? Talvez a chuva tenha mesmo tramado alguma coisa com nós duas... Com a chuva tudo tem uma sensação gostosa, como se ela estivesse levando tudo de ruim; suas preocupações, as suas ‘’imagens’’, seus domínios... Provavelmente tudo aquilo que te prende na indecisão. A chuva talvez seja tudo para nós duas... É como se a cada pingo que caísse do céu ao chão, contasse a nossa história. Nossa provável história.

E então... Devemos sempre nos lembrar assim que a chuva cair, para fecharmos os olhos e não só ouvi-la, mas simplesmente senti-la.

Foi naquele mesmo instante, assim que a porta da sala de aula se abriu, revelando uma figura que eu conhecia muito bem, que senti que nem mesmo o sol poderia nos impedir de se encontrar.

A mulher desconhecida, a qual vem me encantando desde a primeira vez que a vi, adentrou a sala e só parou de caminhar assim que o seu olhar se encontrou com o meu. Ela estava, assim como eu, surpresa. Sua boca estava levemente aberta e seus olhos um tanto arregalados. A sala inteira a olhava com duvida, se perguntando o porquê dela estar daquela maneira.

E eu que achava que não a encontraria mais...

Mas porque ela estava ali? Por quê?! Ela era diretora, professora ou coisa do tipo? Porque eu nunca a vi ali? Será que ele soube esse tempo todo que eu era uma aluna da escola onde ela, provavelmente, trabalhava? Então era ali que ela trabalhava? Eu não sei... Não sei de mais nada!

– Srt. Mills! – cumprimentou o professor.

Mills...

Ela tomou o lugar do professor de matemática, e olhou uma ultima vez na minha direção antes de se pronunciar:

– Olá a todos... Vocês devem estar se perguntando o porquê da minha presença, não é mesmo? – ela sorriu. Aquilo na verdade pareceu ser mais um sorriso forçado para mim... – Bem, eu... Eu vim me despedir de vocês...

Os meus colegas de classe cochicharam entre si, confusos. Eu parecia ser a única que não estava entendendo absolutamente nada.

– Como assim? – alguém perguntou.

Ela olhou para mim novamente e, baixou o olhar.

Eu queria saber o que ela estava fazendo ali... Não que ela não fosse bem vinda, mas eu estava curiosa para saber o motivo da sua vinda já que ela não parecia trabalhar nessa escola.

– Eu não sou mais a prefeita de vocês... Em breve outro alguém tomara meu lugar, e tenho certeza de que esse alguém vai ser a melhor pessoa para possuir esse cargo.

Então... Esse tempo todo eu estive ao lado de alguém importante... Alguém que servia a essa cidade... Ela escondeu isso de mim todo esse tempo... Porque ninguém nunca me disse nada?! Será porque eles não faziam ideia de que a prefeita da cidade era a pessoa que me fazia companhia em manhãs chuvosas?! Claro que sim! Eu deveria ter pelo menos perguntado a ela qual era o seu trabalho... Nada mais justo...

– Hã?! M-mas como assim Srt. Prefeita? – uma garota perguntou.

– Você foi expulsa do cargo?! – perguntou outra pessoa.

Estúpidos. Deviam deixá-la pelo menos se explicar.

– Eu abandonei o meu cargo. Só isso o que eu tenho a falar... – ela sorriu fraco. Eu tinha tantas perguntas para fazer a ela... Agora eu queria a qualquer custo saber os seus motivos. – Por favor... Não pensem que isso é um adeus, logo nos veremos novamente.

Ela saiu rapidamente da sala sem nem mesmo me olhar por uma ultima vez. Quem sabe isso tenha sido sim um adeus para nós duas?

Alguns alunos e alunas foram atrás dela, que para mim, pareceu estar longe o bastante para se quer ouvir minha voz suplicando para que voltasse.

...

– Eu não sabia nem quem ela era...

– Você não sabia?!

– Não, Ruby, eu não sabia...

Ruby era a única garota na qual eu consegui ter uma amizade, já que se parece um pouco comigo em relação a gostos.

– Deve ser porque você se mudou á pouco tempo, Emma. Tenho certeza que não conhece todos por aqui.

– Sim... Mas ela era a prefeita daqui e isso eu deveria saber, não acha?

Ruby sorriu.

– Talvez...

– Você sabe pelo menos se ela teria motivos para deixar esse cargo? – perguntei.

– Ela era muito gentil com os alunos dessa escola... Sempre sorriu para nós, mesmo que tenha aqueles que não vão com a sua cara e a criticam. Eu não sei dizer se ela teria ou não motivos, mas ouvi falar que ela estava enfrentando problemas na vida pessoal. – ela disse.

E que problemas seriam esses, afinal?

~*~

Eu sou uma estúpida.

Eu sei que eu deveria ter falado desde o começo quem eu realmente era. Eu não sei o que ela pensara de mim agora... Mas eu pensei que ela talvez pudesse saber quem eu era, afinal, eu sou a prefeita de StoryBrooke quem não saberia quem eu sou?

Não sei se voltarei a vê-la. Talvez hoje tenha sido mesmo nosso adeus, e eu nem tive a oportunidade de pedir ao menos desculpa.

Tomei essa decisão de deixar o cargo de prefeita por que foi o melhor a se fazer. Por que, primeiro: Eu nunca gostei desse cargo, embora ele me trouxesse muitas coisas boas. Segundo: Tenho enfrentado muitas dificuldades dentro e fora dele, então o melhor talvez fosse mesmo acabar de vez com isso...

Eu não me arrependo. Pelo contrario, sei que a pessoa que irá me substituir fará melhor do que eu. Isso eu tenho certeza.

Depois que eu deixei a escola, fui direto para o jardim. Lá era o único lugar em que eu poderia estar nesse momento. Assim que parei em um lugar aberto do jardim, ouvi passos se aproximando e, me virei no mesmo instante.

O que eu não esperava era que ela aparecesse por lá.

Ela me olhou e eu a olhei de volta, procurando em seu rosto, decepção ou qualquer outro tipo de sentimento. Nada. Ela não mostrou estar nem um pouco chateada, nem decepcionada.

– Se a chuva é nosso horário de encontro, e esse é o nosso lugar de refúgio... Fique ao meu lado mesmo que não chova?

Isso era uma resposta ao que eu havia falado para ela antes? Por que ela transformou-a em uma pergunta? Por que ela colocou aquelas palavras daquela forma? Eu não sei se poderia atender á um pedido desses. A verdade é que talvez nós não nos encontremos mais depois desse dia... Talvez esse tenha sido nosso ultimo encontro, e mesmo que eu não queira dizer adeus será preciso dizer pelo menos um até breve...

– Eu não sei se posso. – eu disse.

– Por quê?

– Desculpe... Eu não sei...

Como se as nossas vontades para que a chuva caísse tivessem sido ouvidas, um trovão barulhento foi ouvido por nós duas, e a tão esperada chuva começou a cair do céu ao chão. Era como se essa chuva tivesse caído apenas para nós duas. Por que sei que ela a desejou tanto quanto eu. Aquele era o nosso momento.

Corremos em busca de abrigo em baixo do telhado.

– Isso...

– Isso foi incrível... – completei-a, que riu em seguida. – Estamos encharcadas!

– Pelo menos as minhas vontades para que chovesse se realizou! – ela disse feliz. A mesma coisa que eu havia pensado.

– Que sorte a nossa, não?! – ri.

Eu não sei por que... Mas me senti extremamente feliz naquele momento. Não só porque choveu, mas porque estávamos juntas encharcadas por algo que nós duas gostamos muito.

A chuva.

...

– Fique a vontade... Não repare a bagunça. – eu disse, dando espaço para que ela entrasse em minha casa.

Após a chuva parar – nem que fosse pelo menos um pouco – convidei-a para ir se secar em minha casa, que não era tão longe assim do jardim.

– Bagunça? – ela riu. – Está brincando? Sua casa é mais organizada que a minha, e ainda por cima é enorme!

Agora foi a minha vez de rir.

– O que acha de você ir tomar um banho enquanto eu tomo o meu e faço algo para comermos? – sugeri, um pouco envergonha por perguntar algo desse tipo.

Ela hesitou, mas concordou.

– É... Bem...

– O quarto de hospedes é lá em cima, na direita. Vou pegar algumas roupas para você.

– Obrigada.

Enquanto ela subia para o quarto, esperei alguns segundos e fui para o meu separei algumas roupas e a lhe entreguei no quarto ao lado, em seguida apenas troquei de roupa.

Não me importo com o resfriado.

Assim que terminei de preparar nosso ‘’lanche’’ que não era nada tão especial assim, ela desceu.

Ela ficou muito bem com minhas roupas, isso eu não podia negar.

– O cheiro está bom, hein! – ela riu e eu a segui.

Comemos animadamente. Rindo de coisas bobas que vezes ela dizia, vezes simplesmente riamos por rir. Eu me sentia bem ao lado dela. Todos os meus problemas pareciam ‘’evaporarem’’ quando eu estava por perto... Essa garota tem controle sobre mim. Ela consegue fazer-me sorrir nem que fosse por um mero instante.

Talvez esse tenha sido o melhor dia de minha vida.

Quando terminamos de comer, ela me ajudou a lavar a louça, e então fomos sentar no sofá da sala.

Eu acho que a melhor hora para contar a ela o que eu decidi fazer e para onde eu vou, é essa. Não posso mais enganá-la de forma alguma.

Ela é boa de mais para mim.

– A comida estava maravilhosa! – ela disse pela milésima vez.

– Você já me disse isso. – rimos, e em seguida ela ficou séria.

– Regina... Aquilo que eu disse mais cedo... Eu... Eu acho que estou apaixonada por você.

Minha boca se abriu levemente, e senti meu rosto queimar.

Eu deveria já saber... Eu deveria ter previsto isso. Isso é errado. Mas o problema é que eu acho que também estava apaixonada por essa garota. No entanto, isso jamais daria certo para duas pessoas de idades totalmente diferentes.

Logo tudo isso iria acabar. Não iria dar certo.

– É Srt. Prefeita esqueceu? – eu apenas disse, com um sorriso de canto.

Ela abaixou o olhar.

Eu sei que não adianta fugir. Mas isso era a melhor solução.

– Não... Eu não me esqueci.

– Eu vou embora de StoryBrooke daqui dois dias. Eu irei para a Inglaterra.

Ela sorriu.

– O lugar em que eu cresci... E que agora o lugar em que você provavelmente construirá uma nova vida. – ela se levantou. – Eu estou indo para casa agora. Vou me trocar, muito obrigada pelas roupas.

– Emma...

Ela subiu para o quarto e desceu já vestida com suas roupas.

– Muito obrigada por tudo, Srt. Mills. Com licença.

Minutos atrás estávamos rindo e sorrindo sem nos importarmos com nada, agora estamos nos afastando de novo... Eu não deveria ter me expressado daquela forma, como se ela não significasse nada para mim... Ela significava muito mais do que pensava. Talvez ela significasse tudo para mim, e eu sei que nada daria certo para nós duas, porém, eu não poderia deixar que ela saísse por aquela porta e virasse a esquina sem ao menos entender os meus motivos.

Sem ao menos eu perceber, minhas lágrimas já desciam descontroladamente... A culpa era toda minha. Eu deveria ter feito algo á respeito... Flash dos nossos encontros, das nossas conversas animadas, passou em minha mente me fazendo chorar ainda mais.

Se a chuva é nosso horário de encontro, e esse é o nosso lugar de refúgio... Fique ao meu lado mesmo que não chova?

Era tudo o que eu mais queria: Ficar ao lado dela.

Porém, eu não poderia, mas eu poderia ao menos dizer um até breve de forma correta.

Corri descalça - sem me importar se me machucaria ou não – até a porta da minha casa que foi aberta de forma escandalosa. A chuva lá fora caía ainda mais conforme eu corria em baixo dela, sem me importar se eu ficaria encharcada ou não, novamente. Corri a rua inteira, e virei à esquina. Só parei quando avistei Emma parada olhando para a chuva lá em cima que ousava molhá-la cada vez mais.

Nem eu e nem ela nos importávamos com isso.

Ela se virou.

Sua expressão era indiferente. Eu não consegui decifrar o que ela poderia ser. Se poderia ser algo bom ou ruim...

– Emma-

– Regina – ela me interrompeu. – Eu quero que você esqueça tudo o que eu disse. Eu me dei conta de que estava errada. Para falar a verdade, eu te odeio.

Eu te odeio.

Aquelas palavras só me fizeram chorar ainda mais. Será que ela estava falando sério? Será que aquilo não foi dito da boca para fora? A culpa é toda minha!

– Não...

– Desde que te encontrei pela primeira vez... você só tem me atrapalhado. Uma pessoa que fica bebendo cidra em plena manhã, que deveria dar o exemplo para alguém mais jovem que estava sentada ao seu lado o tempo todo! – ela grunhiu em raiva. – Alguém que apenas escuta as outras pessoas falarem, e nem mesmo diz nada a respeito de si própria! Você sabia muito bem que eu era uma aluna da escola na qual você sempre freqüentou... Você deveria ter me dito que era a prefeita de StoryBrooke, assim seria tudo mais fácil... Se eu soubesse quem você era eu jamais teria te contado os meus sonhos e os meus objetivos, por que eu sei que você pensa que eu nunca vou atingi-los! Se você tivesse dito isso na minha cara teria sido menos doloroso! Mas o que você fez só foi alimentar ainda mais o sonho de alguém idiota como eu... Então vamos... Diga olhando em meus olhos que nunca vou ser quem eu quero que nunca irei conseguir ser nada em minha vida! Diga! Diga logo de uma vez!

Ouvir essas palavras, vê-la chorar dessa forma, por culpa minha, só me fez derramar-me em mais, e mais, lágrimas.

Aquilo não era verdade... Eu nunca pensei dessa forma. Eu sempre soube que Emma iria conseguir atingir os seus sonhos... Eu sempre soube.

– Não é verdade... – eu disse soluçando.

– Diga que me odeia, Srt. Prefeita!

– Você está enganada! – eu gritei em meio aos soluços e lágrimas, correndo em sua direção e abraçando-a de forma acolhedora. – Você está enganada... Em todos os meus piores dias, assim que eu acordava, eu me lembrava dos meus problemas... Mas naquele lugar, no nosso lugar de refúgio, assim que você aparecia para me fazer companhia, eu me dava conta que a única razão para suportar ainda mais tudo isso... Era por que você estava lá para me manter em pé. Você me fez acreditar em uma segunda chance...

Colei minha testa na dela e olhei em seus olhos.

Ela sorriu.

– Fique comigo, Regina...

– Por favor... Não me peça para ficar...

– Então pelo menos diga que vai voltar... Diga que jamais vai se esquecer de mim.

– Nem se eu quisesse. – sorri. - Por isso, eu quero que você batalhe muito e se torne uma Astrônoma, eu quero que você se torne o meu sonho, Emma. O sonho que eu jamais pude realizar algum dia.

– Regina... Você...

– Sim, eu sempre amei a astronomia tanto quanto você, mas eu nunca pude fazer dela, o meu futuro. Então, por favor, se torne o meu sonho. Realize-o por nós duas. Faça com que ele seja, além de tudo, o seu futuro.

Ela sorriu, e puxou-me para outro abraço. Um abraço que não foi de acolhimento, mas sim, de compreensão.

De amor.

– Sim, eu serei o seu sonho.

Na verdade, ela sempre foi, e sempre será o meu sonho.


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Notas finais do capítulo

Sim, a intenção da história era o tempo todo ser dramática, então...

Ainda falta mais um capítulo, então fiquem calmos, eu não iria acabar a história assim com uma despedida dessas u.u

Enfim, me digam se estão gostando

Beijos!