– O que esta acontecendo aqui? - Jasper invadiu minha sala sem ao menos bater. Que tipo de chefe eu sou se nem ao menos imponho regras nos meus funcionários.

– Não sabe bater?

– Sei sim, mais para isso que serve se ter uma amizade a oito anos com o dono da empresa. - Jasper sentou no sofá que havia ali se esparramando no mesmo.

– O que faz aqui? Deveria estar trabalhando.

– Estamos em horário de almoço e você que suponho estar triste não saiu dessa sala e eu vim saber o que esta acontecendo.

– Não esta nada acontecendo.

– Claro que está. - O olhei. - Vi Irina no estacionamento minutos atrás, ela estava meio perdida digamos assim. Falava sozinha e estava com os olhos marejados e acho que isso tem alguma coisa relacionada ao relacionamento de vocês então me responda. O que aconteceu aqui? - Falou cruzando os braços a espera de uma resposta. O que ele queria que dissesse? Ela me deixou para variar. Me recusava a falar desta forma, dizer aquelas palavras mais uma vez não me agradavam.

– Ela veio conversar, apenas isso.

– E vocês terminaram? Acertei? - O mesmo falou convicto do que dizia.

– Pense como quiser.

– Cara veja pelo lado bom. - Serrei os olhos. Que lado bom existe na parte de alguém te largar? - Ela parentava não prestar mesmo. Você é um cara bonito, educado, bem sucedido e é uma boa companhia..

– Esta flertando comigo Jasper?

– Continuando. - O mesmo revirou os olhos me ignorando. - Você não ficará sozinho por muito tempo e irá achar uma mulher que valha a pena.

– Não, não. Cansei de relacionamentos, cansei do final que todos eles tem. Sempre os mesmos, vou aproveitar a minha vida de solteiro como nunca fiz.

– A quem quer enganar? - Serrei os olhos. - Você não conseguiria entrar em um relacionamento de uma noite.

– Porque não conseguiria?

– Porque você gosta de coisas garantidas, gosta de pisar em um terreno que você tenha a certeza de que não irá formar um buraco em baixo de você. Você simplesmente é sério demais para coisas não sérias. - Falou dando um sorriso obviou.

– Confesso que não ligo muito para noites em festas e etc, mais isso não muda a minha vontade de estar em uma. Posso muito bem me acostumar a pisar em terrenos esburacados, apenas costume. - Falei como se aquelas minhas palavras idiotas demais fizessem o mais puro sentido.

– Engane a si mesmo Cullen, porque as pessoas ao seu redor te conhecem melhor do que você mesmo. - Falou se pondo de pé.

– Você não deveria estar trabalhando? - Falei e o mesmo bufou.

– Vim também para lembrar que mais tarde tem a festa do senhor Parker. Sei que você odeia aquele velho mais precisa ir pela empresa. - Falou. - Nos vemos lá as nove. - Jasper em questão de segundos sumiu da minha sala me deixando ali com inúmeros pensamentos. Já havia me envolvidos em incontáveis relacionamentos e todos eles terminavam da mesma forma, isso me intrigava. Qual o motivo de todos terminarem da mesma forma? Sacudi minha cabeça tentando tirar aqueles pensamentos. Não precisaria e nem queria me preocupar com aquilo.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– Você vai mesmo? - Miranda perguntou enquanto se acomodava em minha cama. Miranda era a governanta da minha casa e meia mãe. Esme viajava muito e quase não a tenho presente em meus dias, então dai surgiu Miranda que cuidou de mim desde o começo de tudo, da minha adolescência até o momento que montei a empresa e sai de casa.

– Se faltar pode sei lá prejudicar a empresa.

– De que forma?

– Todos sabem por partes que não gosto do Senhor Parker então se faltar será mais um motivo para falarem de mim e da empresa. Coisas como eu guardar rancor por algo quem nem eu mesmo sei. - Falei e Miranda concordou. Antes que a mesma falasse mais alguma coisa sinto meu celular vibrar. Era uma mensagem de Jasper.

"Já estou na festa. Como sempre cheia de velhões com crianças que eles tem orgulho de chamar de suas mulheres, como se elas não traíssem eles, velhos idiotas. Espero você para tomarmos uma ou talvez duas doses. Jasper"

Sorri voltando a colocar o celular no bolso to terno.

– Tenho que ir. - Falei para Miranda que logo se pôs de pé me puxando para um abraço.

– Tenha juízo. - Falou dando uma leve batida nas minhas costas. Sorri concordando.

Estacionei o carro em frente a uma enorme casa de três andares de cor azul morto. Bem a cara do Parker que era um homem frio, ganancioso e de certa forma morto.

Segui em passos lentos e sem vontade para a entrada da casa. Atravessei a porta logo encontrando a figura de Parker. Parker era um homem de 60 anos que não gostava de assumir sua idade. Como hoje, hoje é sua festa de 61 anos mais o mesmo proíbe a todos que digam a sua real idade. Agarrada em seu braço tava uma menina que tinha a minha idade se duvidasse era até mais nova. A mesma sorria falsamente para todos que a cumprimentavam. Dei o meu melhor sorriso quando a mesma me encarou logo sendo retribuído por um sorriso claramente animado.

– Querida diga a todos que chegarem que volto em um segundo. - A menina balançou a cabeça rapidamente ainda mantendo seu olhar em mim. - Cullen?

– Sim?

– Podemos conversar?

– Claro. - Parker saiu disparado na frente me deixando para trás. Antes de segui-lo acenei para a menina que deu um enorme sorriso e também acenou.

Entramos em uma sala nos fundos da casa. Havia livros e um sofá ali, não parecia ser o escritório de Parker mais sim um canto que ele reservava para descansar ou ter silêncio absoluto. O mesmo sinalizou para que sentasse no enorme sofá branco e foi o que fiz.

– Vou ser rápido Cullen. - Falou andando de um lado para o outro. - Não quero que chegue perto da minha esposa esta me ouvindo?

– Sua esposa? Ah, esta se referindo ao jardim de infância que você tem em casa? Aliás muito simpática ela.

– Não estou com paciência para as suas ironias Cullen. Tenho homens ao meu redor que podem desmanchar rapidamente essa sua cara de "vencedor". - Falou quase gritando, graças ao som alto que estava lá fora possivelmente ninguém o ouviria.

– Porque disto? Tem medo que no final da noite eu saia com a sua mulher de prêmio?

– Não estou brincando Cullen. Conheço você a anos, sei que você não fala nada e que não perderá a oportunidade de fisgar a minha esposa e não estou com vontade de ter que me justificar com os jornais sobre o meu termino com ela. - Falou. - Se quiser sair daqui com esse nariz no devido lugar não se aproxime dela, nem mantenha contato visual com ela, se câmeras pegarem vocês trocando olhares isso irá parar nas revistas e acredite em mim você não irá gostar das consequências que isso lhe trará. - Sorri concordando com as suas palavras.

– Como quiser chefe.

– Pode se retirar, espero não ver sua cara pelo resto da noite.

– Tenha uma ótima festa de 61 anos? não é? - O rosto de Parker estava vermelho que poderia ser de vergonha ou raiva, mais provável raiva. Sorri e sai da sua sala logo me esbarrando com Jasper que já segurava um copo com alguma coisa amarela dentro.

– Onde estava? - Perguntou tomando um enorme gole da sua bebida.

– Conversando com o anfitrião. - Falei andando passando de Jasper.

– Edward já arrumou confusão com o cara? Você pode apanhar sabia? Ele tem seguranças até pra acompanhar ele no banheiro. - Falou sussurrando como se tivesse alguém o vigiando. Neguei com a cabeça.

– Ele não vai fazer nada.

– Como garante?

– Se ele me agredir no dia seguinte todos estarão sabendo, e como já estou machucado mesmo não me custa nada entregá-lo como mandante. Depois eu me mudo para o Alasca e ele fica aqui suportando o fardo de ter espancado um jovem empresário.

– Muito engraçado você. - Jasper falou. - Vamos tomar alguma coisa, você precisa ficar bêbado.

Seguimos para o bar e o garçom logo tratou de nos servir com dois copos enormes de algo que tinha um cheiro extremamente forte. Respirei tomando um gole do mesmo. Só resolvi parar depois do terceiro copo e já sentia meu corpo mais leve e animado.

– Melhor parar de beber Edward. - Jasper falou tocando em meus ombros.

– Não era isso que você me chamou para fazer? Ficar bêbado? - Falei já pegando o quarto copo daquele bebida que era misturada com outra bebida que me deixava alegre. Mas antes disto Jasper a toma da minha mão e joga fora.

– Chega Cullen, vamos embora. Amanhã você tem uma reunião e não pode aparecer bêbado. - Falou me dando um leve empurrão para fora da casa. Naquele momento senti minhas pernas travarem e por um momento meu sangue parar de percorrer o meu corpo. Jasper estranhou a minha parada no meio da casa mais não me empurrou apenas passou para o meu lado e olhou para a mesma cena que estava olhando.

– Que vadia, sabia que havia algo errado. - Falou baixo quase em um sussurro. Sabia que o mesmo estava tão surpreso quando eu estava.

Ali na minha frente estava Irina e um senhor de mais ou menos 50 anos abraçados e algumas vezes ele a beijava nojentamente. Irina ria e alisava as costas daquele velho que a mostrava para todos ao seu redor como sua propriedade. Naquele momento parecia que a minha vida inteira estava fazendo sentido. Pela primeira vez em inúmeros relacionamentos eu era o AMANTE da história. Irina se envolvia comigo enquanto estava com aquele velho? Aquilo era absurdo demais pra minha cabeça que doía por conta da bebida e do choque de realidade repentina. E eu conhecia aquele cara.

Andei em passos rápidos em direção aos dois enquanto Jasper gritava meu nome atrás de mim. Sabia que quando estivesse em meu estado sóbrio jamais fária o que estava prestes a fazer. Já que estava bêbado que isto me sirva de alguma coisa.

Quando estava próximo demais pensei no que iria fazer agora. Voltar não seria uma boa ideia para quem estava próximo o suficiente para escultar até a conversa mais baixa dos dois. Então naquele momento não seria mais o Edward cego que costumava ser.

– Senhor Newton? - Chamei e o mesmo virou depressa forçando Irina a virar com ele.

– Senhor Cullen. - Sabia bem que aquelas palavras fizeram Irina perder o equilíbrio já que seus olhos estavam esbugalhados, sua pele mais pálida do que normal e a mesma precisou se apoiar com mais força no ombro do velho.

– Como esta?

– Muito bem e você meu jovem?

– Observando e muito bem obrigada. - Olhei rapidamente para Irina que ainda mantinha aquela cara surpresa.

– O que anda observando? - Pensei inúmeras vezes se deveria dizer o que se passava na minha cabeça, então olhando para aquele velho que não considerava para poupá-lo de tal verdade e para aquela mulher que me fez perder seis meses da minha vida, não tinha absolutamente nada a perder.

– Observando que o senhor foi enganado durante seis meses já que durante esse período sua namorada, esposa tanto faz estava ou na minha casa ou na mesa do meu escritório fazendo coisas que não vem ao caso. E que mantinha uma relação comigo durante todos esse seis meses. Pois é, não vejo motivos para vim até aqui, já que não me importo com o que ela faz mais uma coisa que me incomoda é a mentira e o que ela proporciona então me perdoe mais me achei no dever e direito de informá-lo que ela o traia todo esse tempo comigo. Sei que foi errado de minha parte manter um relacionamento com ela e acredite eu agora deliciosamente percebi isto, mas, acredite senhor, eu era tão inocente quanto o senhor. - Falei dando um leve sorriso logo em seguida sendo puxado por Jasper. - Me desculpem pelo transtorno, tenham um bom resto de noite. - Acenei saindo dali deixando um senhor completamente assustado e uma vadia implorando por uma chance de explicação para trás. Estava devidamente completo, e confuso.

– Você só pode ter pirado Edward, agora eu vejo que não se pode brincar com bebida. Você viu o que você acabou de fazer? Acabou de armar um circo lá dentro e simplesmente não liga. Ela é uma vadia Cullen, não valeu a pena desperdiçar suas palavras com ela você...

– Todas tem uma razão.. - Falei.

– O que?

– Todas elas tem uma razão e agora eu percebi isso.

– Seja mais especifico Cullen.

– Todas elas diziam a mesma coisa Simplesmente não dá mais e não me davam mais nenhuma explicação e eu simplesmente deixava para lá pois não havia mais nada a fazer e agora eu vejo, vejo que elas tinham seus motivos só os esconderam de mim. - Jasper serrou os olhos. - Irina é um belo exemplo. Ela me disse que não sabia o porque de terminar e que eu não a perguntasse já que ela não sabia. E o motivo para o termino dela comigo foi o relacionamento que ela tinha antes de mim só que escondeu por todo o tempo.

– Então quer dizer que todas as outras podem ter algum motivo que simplesmente não quiseram te contar?

– Exato! Elas tem motivos só me pouparam deles.

– E você vai?..

– Eu vou descobrir cada um deles, vou entender cada um daqueles "Eu simplesmente não sei o que te dizer" e vou faze-las chorarem se for possível.

– Cullen...

– Esta comigo ou vai cair fora como sempre? - Perguntei e o mesmo pareceu pensar mais não perdeu sua pose brava que não passava nem um pouco de medo.

– Estou com você. - Sorri o vendo apertar minha mão que estava estirada em sua direção. Seria uma longa busca..