Friendzone escrita por Shuu


Capítulo 2
♦ Ticket 2


Notas iniciais do capítulo

Acho que posso chamar o retorno que tive com essa fic de "domínio de shipp". É inegável que a maioria prefira o Castiel e acredito que esse tenha sido o motivo do inicio fraco da fic. (oh, sim. Estou querendo poupar a mim mesma AHEOAHEOAH)

Agradeço às duas leitoras fofíssimas (Karol Grace Jackson e Themis Hutcherson Biersack) por terem comentado. Obrigada, de verdade pela força, suas lindas.

Enfim, para os que estavam esperando (e para os que não estavam) eis que surge ele, o lindo e adorado: Castiel. É isso ai.

Boa leitura, nos vemos nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533146/chapter/2

Por essa eu realmente não esperava. Quem diria que alguém me encontraria aqui, escondida (aos beijos) com o representante de turma, e que teria ciúmes de mim? Quando foi que eu comecei a ser tão cobiçada?

— Sua garota?! — Nathaniel cuspiu irritado, apertando-me contra si. — Não tem seu nome nela, seu retardado.

Opa, ta rolando uma briga aqui e a causa sou é, né?!

— Ah, é?! — o ruivo recém chegado abriu um sorriso lateral banhado em malícia.

Tudo aconteceu muito rápido, num segundo eu estava apenas nos braços de Nathaniel e no outro havia uma boca – que não pertencia ao loiro – no meu pescoço me deixando uma marca. E então eu fui puxada como uma boneca de pano para longe do representante de turma.

— O território foi marcado o suficiente pra você? — Castiel perguntou irônico, me prendendo junto a ele.

— Território?! Ela não é um objeto, solte-a! — Nathaniel esbravejou.

O loiro me puxou pelo pulso, tentando me trazer pra perto novamente, mas as mãos de Castiel estavam firmes na minha cintura não me permitindo sair dali. Ergui um pouco minha cabeça e encontrei o sorriso de escárnio perfeitamente estampado no rosto do ruivo, aumentando ainda mais a raiva de Nathaniel. Os dedos se estreitaram um pouco mais no meu pulso esquerdo apertando o local dolorosamente, dificultando a passagem sanguínea no lugar. Resmunguei fazendo careta, chamando a atenção do ruivo.

— Solte-a, você está a machucando. — ele ordenou tirando o sorriso do rosto.

Nathaniel arregalou os olhos me soltando rapidamente. Massageei meu pulso com a mão direita ouvindo-o repetir “me desculpe” quase como um mantra.

— Não, tá tudo bem. — sorri amarelo.

Eu já estava começando a tentar processar como eu faria para sair daquela situação desagradável, quando fui erguida e jogada nos ombros de Castiel como um saco de batatas.

— Ei! — me assustei, sentindo o sangue descer (subir?) todo para minha cabeça.

— O que está fazendo com ela?! — o loiro indagou incrédulo.

Castiel não respondeu e simplesmente deu as costas, caminhando comigo por sobre os ombros. Meus cabelos caíram sobre meus olhos numa cascata escura, obstruindo minha visão, e meu corpo inteiro começou a sacudir à medida que ele andava. Levantei um pouco a cabeça, apoiando minhas mãos nas costas dele encarando Nathaniel, que se distanciava cada vez mais.

— Shuu! — ele pôs uma das mãos próxima à boca usando como um amplificador de voz. — Nos vemos no fim de semana. — e sorriu com uma expressão abatida.

Então, antes que eu pudesse responder alguma coisa, Castiel dobrou uma esquina me tirando completamente do campo de visão do loiro. Apenas senti meu coração apertar, enquanto era carregada pelo ruivo, tentando digerir os últimos (e tão recentes) acontecimentos. Meu corpo sacudiu com mais intensidade quando subimos uma escada – ou deveria dizer: quando ele subiu. Um vento forte bagunçou meus cabelos, fazendo-os ricochetear no meu rosto quando ele abriu a porta do terraço me colocando, finalmente, no chão. Devo dizer que “desembarquei” do ombro de Castiel tão delicadamente quanto “embarquei”. Aquele garoto era um poço de brutalidade!

— Me explica agora o que foi isso! — exigi, sem nem ao menos ter entendido o que ocorreu antes disso. Meu cérebro estava particularmente lento.

Seus olhos acinzentados se arregalaram por um breve momento antes dele agarrar o meu braço com força e me encarar irritado. Sinceramente não sei qual o problema, já vi que vou voltar para casa cheia de hematomas. Todos os garotos (vulgo, dois) aparentam um fetiche particular em comprimir meus membros superiores. Isso me soa tão doentio.

— Me explica você! — ele cuspiu — Você estava aos beijos com aquele engomadinho! — ergui as sobrancelhas, abrindo levemente a minha boca.

E cá estou eu, surpresa de novo. Hoje um dia tá uma caixinha de surpresas, não me admiraria ganhar na loteria.

— Isso é... Ciúmes?

Então ele se assustou, fazendo uma careta e ficando vermelho logo em seguida. Seu rosto se contorceu numa expressão resultante da mistura da raiva e da vergonha. Por um momento achei graça, chegava até ser fofo. Mas foi só por um momento mesmo, porque no segundo seguinte ele estava me lançando contra a porta (agora fechada) que tínhamos acabado de cruzar. Minhas costas se chocaram com força contra a superfície de metal, produzindo um barulho alto. Resmunguei, tentando me recompor. Aquilo doeu.

— Isso doeu, seu...!

Fui pega completamente de surpresa quando uma de suas mãos agarrou o meu rosto, erguendo-o sem qualquer gentileza.

— Você o ama? — sua expressão triste somada à pergunta me veio como um tapa na cara.

Porém antes que eu pudesse responder minha boca foi tomada com urgência. Uma de suas pernas alojou-se entre as minhas ao mesmo tempo em que seu corpo colava-se ao meu. A mão que estava em meu rosto seguiu em direção aos meus cabelos, agarrando-os com força me fazendo ofegar. Agarrei seus ombros institivamente e gemi quando ele chupou minha língua. Castiel interrompeu o beijo, forçando, com a mão que estava em meus cabelos, meu olhar para cima. Meu corpo inteiro estava quente e olhá-lo nos olhos estava me deixando realmente constrangida, eu nunca tinha feito algo daquele tipo com ninguém.

— Então quer dizer que aquele idiota não fez mais nada além de me roubar o seu primeiro beijo... — comentou mais para si, do que pra mim. — Que bom. — um sorriso pervertido lhe cortou a cara.

Minha respiração estava pesada e piorou quando ele se inclinou novamente na minha direção.

— A sua expressão — sussurrou bem próximo da minha boca. — está tão sexy que eu poderia te comer agora mesmo.

Arregalei os olhos, atônita e seus lábios deslizaram até o meu pescoço, marcando-me novamente. Com o pouco de forças que ainda me restavam, empurrei-o para longe.

— Me comer? — indaguei decepcionada. — Foi pra isso que me trouxe aqui?

Sua expressão se contorceu em pânico e ele tentou me tocar. Desviei por impulso.

— Não é nada disso, eu só... — ele se embolou nas palavras, parecendo desesperado. — Eu te amo ok? Eu não disse isso no sentido sexual, apenas... Soou errado. Eu... Desculpe-me.

A sua expressão de arrependimento me comoveu e eu me permiti uma aproximação. A declaração de amor soou tão natural que eu simplesmente não podia deixar de desculpá-lo.

— Não, tudo bem. — balancei a cabeça em negativa — Só me deixe pensar um pouco, certo? O Nathaniel também se confessou pra mim e... — fui interrompida por ele.

— E você vai sair com ele no final de semana. — ele completou tristemente, fazendo meu coração se apertar pela segunda vez naquele dia.

— E-Eu ainda não sei! — falei, surpreendendo-o. — Eu ainda não respondi nada, nem pra você nem pra ele. Ainda não decidi.

— Mas beijou nós dois. — resmungou.

Minha boca se abriu num grande “o” de incredulidade. Eu sou a vítima aqui, meu querido. Vocês que me beijaram, e não o contrário! Se bem que eu correspondi nas duas ocasiões, então...

— De qualquer forma — desviei o olhar, corada. — Eu preciso pensar sobre isso. Foi tudo muito... Rápido. E-Eu... Estou confusa, me desculpe. — olhei para os meus próprios pés, envergonhada.

Ele suspirou me dando as costas.

— Certo, estarei esperando aqui a sua resposta.

E naquele momento eu percebi que só podia utilizar somente uma das passagens para sair dessa cidade chamada friendzone.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sempre vi o Castiel como um sádico e confirmei minhas suspeitas num episódio recente, quando ele pergunta, retoricamente, à docete se ela é masoquista. Bom, subentende-se que ele seja realmente sádico. Sendo assim, sempre esperei que ele fosse agarrar a docete de qualquer jeito, machucando-a sim, por apertá-la forte demais ou segurá-la de mal jeito, enfim.

Espero ter agradado as Castietes de plantão