Misguided Angel escrita por Katsumi Liqueur


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Onde as engrenagens começam a se movimentar de forma lenta...

Tem vezes que eu odeio essa fic. Pq ela saiu do controle, xD Eu, quase sempre, tenho certeza que ela anda com as próprias pernas, vai pra onde quiser e ainda zomba de mim. Se bem que é muito culpa minha. James cresceu demais... Não faço idéia do que fazer com ele. =/



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BOY: On a hot summer night, would you offer your throat to the wolf with the red roses?

GIRL: Will he offer me his mouth?

BOY: Yes.

GIRL: Will he offer me his teeth?

BOY: Yes.

GIRL: Will he offer me his jaws?

BOY: Yes.

GIRL: Will he offer me his hunger?

BOY: Yes.

GIRL: Again, will he offer me his hunger?

BOY: Yes!

GIRL: And will he starve without me?

BOY: Yes!

GIRL: And does he love me?

BOY: Yes.

GIRL: Yes.

BOY: On a hot summer night, would you offer your throat to the wolf with the red roses?

GIRL: Yes.

BOY: I bet you say that to all the boys!

 

 

 

 

            Os dois dormiam entrelaçados e sem roupa quando Clara entrou no quarto que dividiam. James logo acordou, seus instintos nunca o decepcionando. Ele observava com os olhos semicerrados o que a amiga de Anna faria, tinha vontade de pedir que ela se retirasse, mas era também o local onde Clara residia. Mas a loira, ao finalmente ver a cena, decidiu se retirar por si mesma. Um belo sorriso se estampou em sua face, para ela, o melhor para Anna seria aquele ruivo lindo e, finalmente, pareciam ter se acertado. Depois, quando estivessem sozinhas, trataria de importuná-la, mas não era a hora. Enquanto saia, pegava seu celular para ligar para seu namorado e pedir que ele voltasse para buscá-la...

 

            James relaxou, ao vê-la sair, e observou a pequena adormecida em seus braços. Temia o dia seguinte, então, aproveitava o máximo aquele momento. Num sussurro ele deixou escapar que a amava, depois depositou um suave beijo em seus lábios. Anna teve um semidespertar com aquele leve beijo, seus olhos se abriram, ela sorriu e se aproximou mais do corpo de James, logo voltando a dormir. 

 

            Quando ela finalmente despertou no dia seguinte, James, pra evitar qualquer situação constrangedora, se desvencilhou dela e começou a pegar suas roupas para se vestir e ir embora. A pergunta dela, feita de uma maneira tão triste, o fez imediatamente desistir daquela idéia.

 

            - Você... Já vai?

 

            - Não... – Se voltou para ela, sentando na beirada da cama. – Achei que você que não iria me querer por aqui hoje.

 

            Ela permaneceu em silêncio por um tempo, pensando em como responderia. Sentou-se também na cama, alguns fios de cabelo caindo diante de seus olhos e ela os ignorando. Por fim, suspirou e decidiu como falar.

 

            - Eu não usei você ontem a noite, James. – Ela levantou a mão, pedindo que ele a deixasse terminar de falar. – Por favor, não encare desse jeito. Não ache que é preciso ir embora agora para me dar, sei lá, espaço para pensar. Talvez eu devesse pensar nas conseqüências, mas isso é realmente necessário? A noite de ontem não fala por si mesma? – Ela sorriu, suas mãos percorriam o lençol e ela baixou seus olhos para observe-las, seu rosto corando. – Quero dizer, ontem a noite foi ótimo, não foi? – Ela o esperou responder, porque, no fim, ele podia não ter gostado.

 

            James praticamente a avançou nela como resposta, suas mãos envolvendo o rosto dela e o fazendo erguer os olhos. Tinha um quê de predador nele agora, mas não era algo para se amedrontar, era algo mais de cunho sexual que qualquer outra coisa. Era algo que ele estava guardando dela, mas que não seria mais possível.

 

            - Ontem a noite... – A voz dele estava mais rouca que de costume e aquele novo olhar dele, tão carregado e brilhante, a fazia corar cada vez mais. – Foi perfeito. Mas eu te devo carinho, minha querida. – E aquele quê predatório também acompanhava seu novo sorriso.

 

            Ela deu uma risada e se desvencilhou das mãos dele, seus lábios se encontraram num beijo rápido.

 

            - Você não me deve nada. Mas não sou eu que vou reclamar de algo que você tem a oferecer, não é? – A mão dela foi de encontro a nuca dele e começou a acariciá-lo. – Agora, Sr. James, por acaso eu sou sua presa pra você ficar me olhando com esses olhos de lobo mau?

 

            - Não, não minha presa, mas minha rainha, no momento.

 

            - Ah, cara... – Ela enfiou o rosto no ombro dele, totalmente constrangida. – Para de falar besteira, James! Caramba!  

           

            - Quer que eu te prove? – Ele sorriu. – Bem, deixe-me pagar o que lhe devo. Vamos, olhe para mim...

 

            O ruivo a observou erguer lentamente o rosto, estava linda daquele jeito, com suas bochechas avermelhadas e aquele jeito embaraçado em que se encontrava. O alpha a beijou e, enquanto o fazia, foi a empurrando de volta para cama.

 

 

 

            Separaram-se muito mais tarde, James indo embora para seu próprio apartamento. Anna tinha que ir para suas aulas e se ele continuasse no apartamento, ela nunca se arrumaria. Foi ele por o pé para fora da porta para Luísa surgir sentada bem no meio de sua cama com um sorriso enorme.

 

            - Finalmente! Finalmente acabou com a desculpa de “só amigos’, hem!  Eu vi, você não tem como negar. A Clara também viu, apareceu ontem a noite enquanto vocês dormiam mas logo se mandou.

 

            Anna deu um tapa em sua cabeça, podia ter escolhido outro lugar. Bem, não fora exatamente uma escolha, então teria que aturar as duas no seu pé.

 

            - Deus, vocês são quentes. – A fantasma soltou uma risada. – Eu nunca fui muito fã de pornôs, mas acho que abriria uma exceção se vocês fizessem um filme.

 

            Anna ficou pasma com o que ouvira, outra vez seu rosto mudara de cor, estava quase roxo dessa vez, tamanho o absurdo que a outra falara.

 

            - E nem adianta jogar um travesseiro em mim, porque não vai acertar. Mas, falando sério, fico feliz que tenha se acertado com ele. Agora, vá se arrumar, se não, nada terá adiantado ele ir embora para você se arrumar pra faculdade.

           

            - Eu também fico feliz, mas, antes, éramos só amigos. Sim! E não ouse discordar.

 

            Anna arrumou-se de maneira mais lenta que o habitual, um atraso era certo, porém, pelo menos, ela iria comparecer. Antes que ela pudesse escapar de seu apartamento, clara entrou.

 

            - Ha! Você já está atrasada, então vai ficando aí! Mereço detalhes, já que fui expulsa de minha venerável casa ontem a noite! – A loira se fingia de séria. – Tsc, tsc. Entro no meu apartamento e me deparo com dois seres peladões, dormindo despreocupadamente, como se esse quarto não tivesse outra moradora!  

           

            - Eeer, desculpe?

 

            - Amiga, suas desculpas serão os detalhes!

 

            - Que detalhes você quer? – Anna deu um sorriso travesso, afinal, ele não pecava em nenhum aspecto.

 

            - Todos! Pena que estava tão escuro ontem a noite, o corpo dele é... – Ela fingiu se abanar com a mão. – Ele é muito gostoso!

 

            - Sim, ele é!

 

            - Safada! – As duas começaram a rir e, quando pararam, a conversa continuou. Anna ficou uns vinte minutos com a amiga, até finalmente ir para suas malditas aulas.

 

 

            James ia buscá-la na faculdade, tinha que encontrá-lo no estacionamento, mas ele já mandara uma mensagem dizendo que ia se atrasar um pouco. O alpha chegara em sua casa, tomara um banho e fora dormir, acabara perdendo um pouco da hora.

 

             Anna sentou-se num paralelepípedo e colocou seus fones, para esperar o ruivo chegar. Contudo, uma voz, uma voz que ela conhecia bem, apesar de quase nunca a ter escutado, interferiu em sua música.

 

            - Você está fedendo.

 

            Ela preferia ignorar, mas aquela não seria uma decisão sábia. Continuou calada, mas ergueu o olhar para ele.

 

            - Você fede a cachorro. – As duas mãos dele, que no momento pareciam mais garras que qualquer outra coisa, foram até seus braços e a levantaram. Depois, tudo que ela pode sentir foi suas costas batendo numa parede. Havia raiva no olhar de Eric e algo mais, uma espécie de confusão. – Eu não quero você com o cheiro dele.

 

            - Acho que posso ter o cheiro que quiser. – Ela deu um sorriso e continuou, impertinente. – E, devo dizer, o cheiro dele é muito bom. Não estou fedendo a cachorro e sim...

 

            Ele não a deixou continuar, sua mão se fechou ao redor da garganta dela, a impedindo de falar e respirar.

 

            - Eu poderia te matar agora, quebrar esse frágil pescocinho. E não há nada que você possa fazer para impedir. Você ou ele. E quando você estiver morta, ele não poderá fazer nada contra minha raça. Porque vocês não têm direitos. – Ele apertava cada vez mais, Anna se debatia, como quase sempre, mas dessa vez era inutilmente. Eric a levantava pelo pescoço, seus pés já não alcançavam o chão. – Humanos. Vocês não têm direitos algum.

 

            “Então, por que você não me mata?!” Ela queria perguntar, mas era impossível. Ele também se perguntava isso, às vezes. Mas a justificativa que era melhor destruir os membros daquela família antes de os exterminarem de vez o satisfazia.

 

            - Como eu já disse, eu não quero você fedendo a cachorro. – Ele soltou o pescoço dela, mas não movimentou seu corpo, ainda a prendia contra a parede.

 

            E a inconseqüência ainda fala alto demais, nela. Para se calar, para não responder a altura, para não ser suicida.            

 

            - Como eu já disse: eu não estou fedendo! – Era difícil falar, dificílimo. Dessa vez, ele realmente a machucara, Anna só podia pensar em como esconderia aquele enorme hematoma que apareceria. Ela fechou os olhos, ao ver as mãos dele se aproximarem, um ato reflexo, mas elas não tornaram a encostar-se a ela. Ele as colocou espalmadas ao lado de seu rosto, para impedi-la de se mexer.

 

            Antes que ela pudesse abrir os olhos, Eric aproximou mais seu corpo do dela e a beijou. Talvez ela, bem, nada de talvez, ela não deveria ter retribuído, mas lhe foi impossível. Anna não podia esperar que ele a beijasse. Mas, acima de tudo, ela não podia esperar, imaginar, como seria o beijo dele. Ela havia tido uma noite e dia maravilhosos com James, mas aquele beijo suplantava quase tudo, se é que era possível.

           

            Ela pode perceber que ele também havia se surpreendido com o beijo, ela pode senti-lo querer se afastar, mas foi a vez dela fazer algo e não deixar. As mãos dela se entrelaçaram por trás do pescoço dele e o beijo continuou. Anna sabia que estava beijando o homem que há pouco estava tentando matá-la, mas lhe era impossível parar. Era tão intenso, que unido a ter sido enforcada, ela mal respirava. Mas não desistia daquele beijo. Era puro fogo, ou mais ainda. Porque não era porque era tão intenso, mas porque era, simplesmente, bom. Isso os deixava confusos, um beijo que os conectava totalmente. Logo eles, quem diria.

 

            Não agüento mais, ela se afastou para respirar. Seus braços continuaram ao redor dele, mas Anna não se atrevia a olhá-lo. Eric que a observava estupefato e, quando falou, sua voz nunca tinha sido tão suave.

 

            - Beije-me outra vez. – Pouco depois, ele acrescentou. – Por favor.

 

            Anna queria dizer que ele que a tinha beijado, mas isso não tinha nenhuma importância no momento. Ela tocou os lábios dele com os seus e, com uma lentidão calculada, começou a beijá-lo. O vampiro correspondia no mesmo ritmo, logo, sua língua começou a procurar pela dela, mas ainda havia uma suavidade absurda naquilo tudo. Era um tanto paradoxal, um beijo tão intenso e suave. Anna jurou ter ouvido um gemido escapar dele e, então, o momento se perdeu, pois ela jurou sentir algo afiado, algo que não deveria estar ali. E, antes que pudesse fazer algo, ela sentiu o gosto de seu próprio sangue, ela sentiu sua língua ser perfurada por tal objeto afiado, por tal canino.

 

            Eric não entendeu bem o que aconteceu, num momento a beijava, no seguinte, provava aquele sangue tão particular dela, no seguinte, aquela força invisível, vinda de lugar nenhum, o empurrara para longe daquele corpo. Agora, os olhos de Anna estavam bem abertos, bem abertos e fixos no dele. E deixavam transparecer todo o ódio e nojo que sentiam. E naquele nojo, havia um pouco por si própria, por ter sucumbido.

 

            - Saia daqui. – Ela não gritava, de maneira nenhuma, sua voz era baixa, direta e tão cortante. – Vá embora, antes que eu não consiga me controlar.

 

            Era uma sensação de deja vu, embora ela nunca tivesse lhe falado diretamente e as frases tivessem um pouco diferentes, ele lembrou da noite anterior. E não foi por medo que ele se retirou, embora, ali, enquanto a observava, ele podia ter certeza que Anna era capaz de fazer algo que pudesse realmente atingi-lo... Não, não por medo. Mas por algo que via nos olhos dela, por aquele ódio que existia e que ele não podia suportar continuar encarando.

 


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Notas finais do capítulo

O início dessa chappie é a parte falada da música You took the words right out of my mouth. Eu não curto a música, mas essa parte sussurrada é linda. Vale a pena, a banda se chama Meatloaf. TBM faz parte da "trilha sonora" de Fome de Loba.

É isso, =****

Tipo, eu menti, eu gosto da música sim, xD



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