Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 5
Capítulo 5 - Mudança


Notas iniciais do capítulo

Olha eu voltando de uma hiatus de duas longas semanas hehehe
Espero que gostem
Boa leitura



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— Rukia —

O outono chegava de mansinho colorindo o chão do jardim de amarelo, laranja e marrom, seu ar estava um tanto melancólico junto do céu cinza cheio de nuvens carregadas, anunciando que logo choveria.

O sábado havia começado estranhamente apático e o único motivo era a ausência de Ichigo.

Ele havia tirado seu tão merecido dia de folga da semana, mas contrariam meus planos, ele havia saído sem dizer aonde ia, deixando-me sozinha mergulhada no maldito tédio.

Normalmente em seus dias de folga ficávamos conversando e lendo sob a gostosa sombra da linda cerejeira, eram esses os dias mais animados, passávamos horas e horas contando historias e passagens de nossas vidas.

Ficar ali naquele lindo jardim já não era a mesma coisa sem ele.

— Ai que drama. — Resmunguei comigo mesma.

Ichigo só passaria algumas horas fora e eu já estava sentindo como se ele não fosse voltar. Que patético.

O livro estava tão sem graça que não consegui ficar mais nem um minuto ali. Andei apressada passando rapidamente pela cozinha seguindo em direção ao meu quarto.

Queria Chappy para me fazer companhia. O lindo coelhinho branco era finalmente meu.

Havia feito o que Ichigo sugeriu, procurei pelo dono do bichinho na vizinhança com a ajuda de Byakuya, que surpreendendo-me, ofereceu-se para me ajudar quando lhe disse o que faria.

Estávamos realmente muito próximos, tanto que desejava a presença dele comigo no momento, mas sabia que Byakuya tinha suas obrigações com o trabalho.

Passei horas e horas deitada na cama com meu bichinho nos braços, estava mais calma e uma vontade imensa de escrever me tomava.

Levantei rapidamente pegando meu notebook, mas sou interrompida por batidas na porta.

— Rukia-sama, tem visita para a senhora. — Declara Ayame acanhada, ela era uma das únicas empregadas que falava comigo antes de Ichigo chegar ali.

— Obrigada por avisar, Ayame-san. — Respondo andando apressada. Talvez fossem meus pais e isso me alegrava.

Passei correndo o longo corredor adentrando a grande sala desajeitadamente ao deparar-me com um linda e elegante mulher com os cabelos castanhos ondulados.

— É... Bom dia. — Diz meio hesitante. Estava realmente muito envergonhada por minha chegada brusca.

— Bom tarde. — Corrigiu-me sorrindo de maneira gentil.

Seu olhar passava conforto e gentileza, deixando-me mais calma.

— Sim. Boa tarde. — Respondi sorrindo de volta. — A que devo o prazer de sua visita, senhora...? — Questionei a fim de saber o nome de minha visitante.

— Aizen Masaki. — Disse ainda sorrindo.

— A sim, Aizen-sama. — Falei lembrando-me de ter conversado com seu gentil marido.

— Por favor, pode me chamar de Masaki. — Declarou andando até mim.

— Ah claro. Masaki-san. — Digo. — A senhora veio para ver o jardim, não é mesmo? — Pergunto recebendo um aceno como resposta. — Vamos até lá então. Pedirei que nos sirvam um chá lá mesmo. — Declaro andando até Ayame, que nos observava em silencio, para passar as ordens.

O tempo parecia ter melhorado um pouco, o céu não parecia mais tão cinza, talvez a chuva não viesse enfim.

— Aizen-sama me disse que seu jardim é o mais belo que ele já viu. — Disse Masaki enquanto caminhávamos pela varanda.

— É muita gentileza dele disser isso, mas devo lhe disser que com certeza tenho um belo e bem cuidado jardim aqui. — Respondo adentrando o jardim.

A mulher olhava admirada em todas as direções, parecia ter gostado realmente do lugar.

— Estou sem palavras, Kuchiki-san. — Declarou sem tirar os olhos do lugar.

— Pode me chamar de Rukia. — Digo sorrindo da reação da mulher.

— Sim. Rukia-chan. — Disse sorrindo. — Seu jardim é magnifico. Sempre fui apaixonada por jardins e esse, com certeza é o mais belo que já vi. — Disse animada.

— Obrigada. Acho que Ichigo iria ficar feliz em saber disso. — Digo sorrindo.

— Ichigo? — Questiona olhando-me de uma maneira estranha. Talvez eu não devesse mostram tanta intimidade com outro homem afinal.

— Ah. O jardineiro. — Digo constrangida.

Ela parecia extremamente pensativa. Eu realmente havia cometido um erro.

— Hum. É... Vamos tomar o chá. — Declaro ao ver Ayame depositar o chá sobre a mesa que tínhamos ali.

— Sim. — Concordou caminhado atras de mim.

O clima havia ficado estranho e eu me perguntava quando aquilo iria passar. Queria muito que Ichigo estivesse ali, ele com certeza saberia melhorar o clima explicando sobres as varias plantas dali.

Sim, essa seria uma boa hora para ele chegar, talvez sua chegada mudasse tudo dali em diante.

— Ichigo —

Andava apressado pelo movimentado centro da cidade. Maldita hora que havia aceitado o convite de Grimmjow para sair em um sábado, dia em que a cidade ficava mais movimentada e ainda para ajudar parecia que logo choveria. Maldição, odiava chuva.

Devia era ter ficado em casa tomando chá com Rukia. Com certeza ela estaria brava por eu ter saído sem avisar. Será que ela estava sentindo minha falta? Talvez sim e isso fazia me sentir estranhamente feliz. Que patético.

Havia combinado com Grimmjow de nos encontrarmos em uma lanchonete que sempre íamos depois da aula e não foi difícil localiza-lo juntamente de Ulquiorra ao chegar lá.

— Yo. — Saudei ao sentar-me em frente a eles.

— E ai, seu merda. — Respondeu Grimmjow sorrindo.

— Yo. — Disse Ulquiorra calmamente.

— Então o que queria, Grimmjow? — Questionei vendo a garçonete se aproximar.

— Passar um tempo com meus amigos. — Respondeu sarcástico após fazermos nossos pedidos. — E também resolver o problema desse otário aquilo do meu lado. — Declara apontando Ulquiorra com a cabeça.

— Você não deve se intrometer nos assuntos dos outros, Grimmjow. — Diz apos suspirar cansado.

— Como é que é? Eu só estou querendo te ajudar. Merda! — Exclama irritado fazendo-me revirar os olhos. Era sempre assim. Grimmjow, mesmo sendo meio babaca, se preocupava com a gente.

— Seja mais compreensivo, Ulquiorra. — Digo suspirando. — Então qual é o grande problema do palmito ai? — Pergunto recebendo um olhar zangado de Ulquiorra.

— Você já esqueceu seu puto! — Exclama Grimmjow irritado.

— Logico. Eu deleto da minha mento noventa porcento de tudo que sai da sua boca, porque geralmente tudo o que você fala é merda. — Respondo revirando os olhos mais uma vez.

— Ora seu! — Exclama levantando da mesa.

— Calma. Calma. — Pede Ulquiorra puxando Grimmjow pelo braço obrigando-o a sentar-se mais uma vez. — Deixa que eu falo. — Declara serio.

— Okay. — Resmunga Grimmjow emburrado.

— Eu estou apaixonado por uma mulher comprometida. — Declara simplesmente.

— Agora lembrei. Ela é noiva do filho do seu patrão. — Falo olhando para ambos que concordaram com um aceno.

— Como isso foi acontecer? — Pergunto serio.

— Eu não sei ao certo. — Responde sincero. — Ela sempre foi tão doce e gentil comigo. Sorrindo o tempo todo e tagarelando sobre as estranhas receitas que pratica. No principio pensei ser somente afinidade e depois amor de irmão, mas agora vejo que não... Eu a desejo como mulher. — Continua declarando tudo rapidamente.

Aquelas palavras pegaram-me de surpresa. Tudo o que havia escutado batia com meus próprios sentimentos em relação a Rukia, mas pensar nisso era uma besteira, afinal eu não estava apaixonado por ela, não é mesmo?

— O que você vai fazer em relação a isso? — Perguntei serio.

— Nada. — Disse simplesmente.

— Viu, Ichigo? Diz pra esse anêmico que ele é idiota. — Diz Grimmjow irritado.

— Por que você não vai fazer nada? — Pergunto ignorando o azulado que estava cada vez mais bravo.

— Porque ela parece apaixonada pelo noivo e eu não tenho nada a oferecer ela. — Declara suspirando tristemente.

— Seus motivos são bons. — Digo imaginado-me no lugar dele. Talvez eu fizesse a mesma coisa se me apaixona-se por Rukia.

— Desisto! — Exclama Grimmjow. — Vocês são dois idiotas. — Dispara emburrado.

A tarde passou rápida e nem tocamos mais naquele assunto.

Queria chegar logo em casa para poder pensar em tudo o que havia acontecido, pensar em todos os sentimentos estranhos que me tomavam, mas queria principalmente conversar com Rukia embaixo da grande cerejeira onde costumávamos passar minhas tardes de folga. Só assim aquelas estranhas sensações passariam.

Adentrei a residencia pela entrada dos empregados correndo rapidamente até o jardim.

— Rukia! — Exclamo ao vê-la tomando chá ali.

— Ichigo?! — Indaga surpresa virando-se na minha direção. Foi só ai que percebi que ela não estava sozinha. Uma bela mulher a acompanhava. — Desculpe. — Pedi envergonhado. — Volto mais tarde, com licença. — Digo apressado.

— Então esse é o responsável por essa dadiva dos Deuses. — Afirma sorrindo gentilmente.

— Sim. — Responde Rukia sorrindo aliviada.

— Como se chama meu jovem? — Questiona parecendo um pouco ansiosa por minha resposta.

— Kurosaki Ichigo, senhora. — Respondo respeitosamente.

Sua expressão estava estranha, seu sorriso parecia falso e seus olhos pareciam estranhamente foscos.

— Belo nome. Significa Um protetor, não é mesmo? — Diz ainda sorrindo de maneira estranha.

— Sim senhora. — Digo olhando de esqueira para Rukia que também não entendia nada do que estava acontecendo ali.

— Bom. Esta na minha hora. — Diz sem tirar os olhos de mim. — Foi um prazer conhece-los, Rukia-chan e Kurosaki Ichigo. — Diz caminhando em direção a saída.

— O prazer foi nosso. — Declara Rukia seguindo a estranha mulher. — Venha nos visitar mais vezes. — Convida Rukia.

— Pode deixar. — Declara olhando para mim uma ultima vez.

Algo naquelas ultimas palavras soaram como uma promessa para mim, fazendo-me sentir que algo mudaria na minha vida daqui para frente. Eu só não sabia dizer se aquilo era bom ou ruim.

— Byakuya —

A sala de reuniões estava em silencio exceto pela voz de Aizen que soava explicando os prós e os contras do novo investimento que faríamos. Aquilo tudo estava um saco. Queria estar em casa conversando com Rukia.

Nossa relação estava cada vez melhor, ela já não parecia mais tão acanhada em minha companhia e isso me alegrava.

Já havia decidido fazer-la feliz e a felicidade dela seria a minha. Tudo correria extremamente bem, se não fosse por algo que me incomodava. O jardineiro.

Parecia que eles passavam muito tempo juntos e isso me deixa inseguro, afinal quem me garantiria que ela não fugiria com um mero empregado como a irmã tinha feito? Ninguem.

— É isso. — Declarou Aizen me encarrando. — O que acha, Byakuya-sama? — Perguntou ansioso.

— Faça como desejar. A reunião esta encerrada. — Declarei levantando-me. Queria chegar em casa o mais rápido possível.

— Byakya-sama? Tem certeza? — Questionou Aizen surpreso.

— Claro. Confio em seu julgamento. — Digo deixando a sala.

O caminho inteiro parecia uma tortura. Pensamentos e mais pensamentos ruins tomavam conta de mim. Sentia que algo estava para acontecer.

Estacionei o carro na garagem apressado ao adentrar as dependências de minha residencia indo rapidamente em direção ao jardim.

— O que deu em você para chegar daquele jeito, hein? — Questionava Rukia o infeliz jardineiro que tinha a face pensativa.

— Me desculpe, Rukia. — Pediu fazendo-me apertar o punho pela intimidade dele com ela.

— Tudo bem. — Disse suspirando logo em seguida. — Só seja mais cauteloso da próxima vez, Ichigo. — Continuou.

Ver como eles se relacionavam era uma tortura para mim, fazia meu estomago embrulhar. Não sabia se devia interferir ou não.

Queria manda-lo embora, queria afasta-lo dela, mas sera que isso resolveria? Será que Rukia me perdoaria? Não sabia responder nenhuma dessas perguntas e isso me frustrava.

— Vamos entrar, nanica. — Diz andando em minha direção. — Logo ira chover. — Completa ao não obter resposta.

— Sim, morango podre. — Responde sorrindo debochadamente.

Sai o mais rápido possível dali. Não queria que eles me vissem. Caminhei rapidamente até meu quarto. Precisava pensar e ali seria o melhor lugar.

Rukia nunca havia sido tão intima comigo e isso me deixava triste. Queria que ela sorri-se mais em minha companhia. Queria que ela se soltasse mais.

Era difícil admitir, mas, a verdade é que eu invejava aquele maldito jardineiro por tê-la daquela maneira.

Acho que a unica alternativa que me resta é mudar minha tática. Talvez Rukia me notasse finalmente e assim poderíamos enfim sermos marido e mulher. Sim, mudanças eram necessária e eu não me importaria de mudar por ela.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentem por favor. A fic só continuará se tiver comentários. Leitores fantasmas não se acanhem, eu não mordo.
Bjos



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