Children's Angel. escrita por Livia Herondale


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oie! Bom, eu queria agradecer a todos que comentaram! Todos! E desculpa não ter postado antes! Mas então, minha semana de provas acabou!! Uhuu * dancinha da alegria* .Ah, também queria esclarecer umas coisas :

1- O Simon é vampiro aqui.
2- A época é dos livros de As Peças Infernais.

Beijinhus de Luz!!! Boa leitura e comentem o que acharam! E quero agradecer novamente pelos comentários do cap. passado! Vocês são DIWOS.



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Clary e Jonathan já haviam avistado dali , no ponto em que se encontravam. Já estava anoitecendo e eles resolveram achar um lugar para dormir. Clary levou as mãos à testa, afim de tirar o suor que escorria ali. Estava extremamente quente , afinal era verão. A sorte deles era que haviam hotéis abandonados. Por quê? Ela não sabia. As pálpebras dela pesavam. A cabeça dela implorava por dormir.

Andaram mais um pouco e então Jonathan apontou para um casarão velho e mal cuidado. Não era pintado e dali , onde estavam, dava pra ver o teto inclinado, quase caindo. As janelas estavam quebradas e a porta mais ou menos aberta. Eles andaram até lá, as armas na mão, prontas para serem usadas se necessário. Jonathan fez um sinal para que ela fosse rodear a casa e ver se haviam outras entradas e alguém ali. Ela obedeceu. Ela passava por um dos lados da casa, que tinha mais ou menos cinco janelas destruídas em horizontal e tábuas mal presas. Aparentemente o local parecia abandonado. De fato, ele estava. Ela chegou no que parecia ser uma varanda. As cercas que estavam em volta da mesma estavam quebradas. A cor que antes era pintada de branco, agora era escassa ali. A porta estava fechada. Haviam dois balanços, ambos com as correntes enferrujadas . Ela arrombou a porta, que cedeu . Adentrou o local sem fazer muito barulho. A sala tinha dois sofás, cujas capas estavam rasgadas. A lareira era só por enfeite, Clary podia garantir. A mesinha de centro estava com jornais em cima. 1870. Era esse o ano que estava lá. Então a casa estava abandonada por 8 anos? Ou não. A capa tinha a foto de uma cidade. Ela desiteressou-se e foi ver os outros cômodos. Chegou no que se parecia com um quarto . A cama estava feita e a colcha, mofada. Era uma cama de casal. O criado mudo continha uma chícara. As cortinas tinham sido arrancadas e a janela estava com os vidros quebrados. Ali ninguém havia estado. Foi assim em todos os quartos. Mas o corredor que levava a um outro cômodo, estava manchado de sangue. Por fim, achou Jonathan na cozinha, examinando um dos armários. Ele notou a presença dela e então gesticulou uma pergunta. E aí? dizia. Ela apenas negou com a cabeça, ainda incomodada.

– E então? Algo chamou sua atenção?-ele perguntou, em voz alta, agora.

– Só um jornal, na sala.

– O que dizia?

– Um ano. 1870.

– Acha que pode ter algo a ver com o abandono dessa casa?

– Sei lá. Iremos dormir aqui?

– Sim. Não encontrei nada de suspeito. A não ser que você tenha encontrado.

– Jonathan. Eu achei uma marca de sangue.- ela viu a expressão do irmão mudar, mas logo voltar ao normal.

– Aonde?- ela apontou para o corredor que havia a levado até ali. Ele caminhou até lá e então viu. - Acha que pode ser um vampiro?

– Só há um jeito de descobrir.

Eles resolveram ficar por ali mesmo. Ele dormiria. Ela estava mais acesa, uma ansiedade diferente ali. Jonathan já havia adormecido. Sua expressão suavizou. Ele já havia engatado um sono profundo. Ela estava inquieta e seus pensamentos vagaram para onde ela menos queria que vagassem. Ás vezes se pegava imaginando a vida dela se ela não fosse diferente . Onde ela viveria? Em qual vila de Caçadores de Sombras? Iria para algum Instituto? Ou ficaria por ali mesmo? Teria os pais ainda, ela sabia. Quem sabe avós? Poderia correr por aí. Aprender a brincar como uma criança normal brincaria. Mas , por outro lado, se sua vida fosse assim, ela seria ridiculamente calma. E ela gostava da agitação; da adrenalina a cada vez que ela tinha que enfrentar algum risco. Dos golpes que, tanto ela como Jonathan, aplicavam cuidadosa e mortalmente em qualquer um que entrava em seu caminho.
Eles não enfrentariam os guardas, que queriam suas cabeças em uma bandeja. E nem a morte dos pais tão cedo. Mas isso seria inevitável. Mas o mais difícil era aturar os poderes que se desenvolviam de uma hora para outra. Da primeira vez foi no dia em que ambos os pais morreram por culpa da Clave. Ainda se lembrava da voz do pai quanto ela e o irmão perguntaram como fazer. '' Eles irão se manifestar quando menos esperarem ; quando suas emoções estiverem misturadas, será como um combustível.Vocês terão que aprender aos poucos a controlar ''.

Lembrava-se do grito de agonia que ela soltara ao ver a mãe, com os olhos verdes e sem vida, caída ao chão. Do pai morrendo ao lado dela para proteger os filhos, de apenas 14 anos. Jonathan foi o primeiro a sair do transe. Ele puxava a irmã para longe. Os pais estavam na frente. Por que, nenhum dos dois sabiam. Mas a Clave não estaria muito longe. E estariam ansiosos para ter a cabeça dos dois. Se lembrava da raiva crescente que nascia dentro de si. Eles acharam uma caverna. E então , aquilo percorreu suas veias. E então sentiu como se estivesse pegando fogo de dentro para fora. O calor ao seu redor, do irmão tentando ajudá-la, com uma
cara de espanto. De repente ela voltou ao normal. Ela sabia que havia algo diferente. O primeiro dom . Jonathan ardeu logo depois, do mesmo jeito que a irmã. Ambos saíram da caverna. A queimação nas omoplatas era forte. Estavam procurando uma explicação. Não achavam. E então, do nada os dois receberam dois pares de asas cheias de penas sangrentas. Haviam recebido o dom juntos. Memorável. Muito memorável.

Logo depois, aprenderam a controlar melhor suas emoções. Mas não era só assim que os dons vinham. Podiam vir espontaneamente. Como quando ela recebeu a invisibilidade e Jonathan ler mentes. Jonathan parecia trazer consigo um fogo . Ele irradiava calor. E ela frieza. Gelo. Ele recebeu um dom para criar amas. Ela, runas. Os dons se completavam, ela pensava.

Deixou a linha de pensamento no exato momento em que a porta começava a se abrir. Chutou o irmão e ele acordou, a cara amassada. Colocou o dedo indicador na boca, indicando silêncio. Ele se levantou, graciosamente . Parecia que já tinha ouvido os estalos que os pés faziam. Eram baixos, incrivelmente silenciosos. Eles levantaram as armas ao mesmo instante que um menino vampiro, de cabelos castanhos e alto aparece ali. Um vampiro? Não deveria viver na vila?

– O que faz aqui, vampiro?- Jonathan exigiu.- Por que não está na vila com as outras Crianças da Noite?

– Não posso ir para lá.- ele respondeu.

– Ah, e por que não?- dessa vez foi Clary que indagou.

– Eu, sou diferente.

– Diferente..?

– Sou um Diurno.

– Impossível.

– Posso andar no sol. E sou caçado. A propósito, meu nome é Simon Lewis.- ele esclareceu, estendendo a mão . Jonathan e Clary se entreolharam. Diurno? Nunca haviam visto alguém assim. Jonathan estendeu a mão para ele.

– Prazer. Sebastian Smith.

– E você?

– Sarah Smith.- Clary falou, apertando a mão estendida, que agora estava voltada para ela.


No fim, os irmãos esclareceram que não gostavam da Lei imposta pela Clave e simplesmente resolveram não viver assim. Ele acreditou. Conversaram por um tempo e então Simon disse que ali era onde ele vivia normalmente.

Eles contaram que estavam à procura do filho caçula do rei, fato que causou confusão na cabeça de Simon. Ele não sabia desse fato e não entendia o por que dos irmãos procurarem o menino. E eles não pareciam tão inclinados a responder as perguntas de Simon. Eles eram calados e reservados. Escolhiam com cuidado as palavras e não contavam nada. Isso o intrigava mas ele permanecia calado e com as perguntas longe. Estariam indo amanhã pra a vila ver se o menino estava lá. Esse era o plano. No fim, nenhum dos três caiu no sono. Ficaram conversando e os irmãos uma vez ou outra trocavam olhares significativos. Agora que tinham um companheiro teriam que manter o segredo ainda mais escondido.

No fim, acabou amanhecendo rápido. Eles puseram-se a andar. Simon achou incrível o armamento que tinham. Nunca vira nada igual. Armas de fogo. Duas. Espadas gêmeas e um número significativo de lâminas serafim e adagas. Eles andavam um ao lado do outro e Simon ao lado de Clary. Ele deu as instruções de como chegar à vila, embora eles soubessem. Depois de mais ou menos duas horas eles chegaram à vila. O primeiro espaço era destinado aos vampiros. Ele perguntou como a arma era feita. Clary olhou para Jonathan, que já tinha a resposta.

– Nós achamos essas armas em uma das nossas viagens.Mesmo que não os atingisse no coração, quando atingido pela bala, esta liberava um líquido que paralizava os órgãos. - ele respondeu, olhando pra frente. Sim, isso é demais. Ela adorava o som do gatilho sendo disparado, da sensação da arma na mão.Clary gostava de lutas, tiroteios.

– Legal.

Chegaram à entrada da vila. Vampiros. Andaram por entre as árvores, mesmo não sendo necessário. Os vampiros não andavam à luz do sol. Caminharam em silêncio, evitando as folhas secas e o barulho. Estavam atentos e com os músculos tensos. Passaram por umas casas abandonadas de três ou quarto andares. E então chegaram ao ponto em que havia a maior concentração de vampiros : o hotel Dumort. Reforçaram a atenção naquele ponto. A cerca que separava a área dos vampiros da praça já era visível.

Os irmãos andaram pacientemente até a marcação de território. Simon não emitia nenhum som à frente deles. Mas um som alto roubou a atenção de ambos os irmãos e o menino. Muitas pessoas se amontoavam , cercando a praça. A primeira reação dos dois foi se esconder.

Eles estavam vazando de todos os lugares, Clary pôde perceber. Se esgueiraram e tentaram ver melhor o que estava acontecendo. Parecia uma celebração.Mas estariam celebrando o quê , exatamente?

Se aproximaram do grande portão de ferro lotado de pessoas.

Tanto Clary como Jonathan levantaram um pouco mais as armas. Simon captou o movimento dos dois e os olhou confuso, mas não disse nada. Clary lançou um olhar a Simon : Fique aqui. Ele concordou prontamente com a cabeça. Não discutiria à toa. A menina olhou para o irmão, esperando alguma reação do próprio. Fez-se um silêncio longo. O menino deu de ombros e voltou a andar com cautela. Simon havia parado alguns passos a frente.

Eles se esgueiraram sorrateiramente entre as árvores, procurando algo . A visão se tornou mais exata.Ela abriu a boa em um ''o''. Um menino estava amarrado junto a um mastro. Um grupo de seres do Submundo, em que Clary não estava interessada para descobrir o que eram, tinham um chicote em mãos. Ela estava horrorizada. Sem esperar nenhum sinal levou os dedos ao gatilho e o acionou. A multidão entrou em alvoroço. Muitos saíam dali, espantados. A atenção de Simon foi para os tiros. Ele se espantou ao ver que o som veia da arma da menina baixa. O irmão já tinha puxado uma das espadas. Eles estavam matando as pessoas. Ele manejava habilidosamente a arma , juntamente a irmã, que agora estava com a outra espada. Ela estava de um lado, cortando as pessoas do Submundo, todas misturadas. Agora, não eram tantos. Alguns começavam a recuar. Outros já estavam correndo. Em poucos minutos , Sarah , estava correndo junto ao menino.

Clary estava com a adrenalina no corpo. Se aproximou às pressas do menininho, que chorava. Ele tinha cabelos escuros e usava óculos.

– Ei, sh..calma vai ficar tudo bem. Tudo bem.- ela tentou tranquilizá-lo. Desamarrou as pequenas mãos e os pés que o mantinham ali. - Eles te machucaram?- perguntou. Ele assentiu, ainda olhando para baixo.- Ei, olhe para mim. Não vou fazer nada com você. Prometo. Onde eles te machucaram?- ele apontou para o braço, em que linhas de sangue corriam. A raiva pareceu inflar. Sentiu os passos do irmão atrás de si e então virou a cabeça para encará-lo. Ele tinha uma feição curiosa.- Eu cuido disso.

Jonathan se agachou para olhar melhor o menino. As roupas , todas cuidadas e aparentemente limpas. As feições , conhecidas. Não podia ser ele.

– Como é seu nome?- ele perguntou.

– Max...Maxwell Ligthwood.- o menino respondeu. A boca de Clary se tornou um ''o''.- E vocês, quem são?- Jonathan demorou a responder. Se ele era o filho do rei, eles teriam que ir ao palácio e devolvê-lo.

– Sebastian Smith. E ela é minha irmã, Sarah Smith. Vamos, venha conosco. Iremos levar você de volta para sua casa.

Max pareceu exitar, olhando as armas que os dois tinham.

– Não se preocupe! Não iremos fazer nada com você!- Clary tranquilizou.- Venha, Maxwell.

– Só Max.

– Ok. Max.

Os dois encontraram Simon escondido em uma árvore. Eles contaram que era o filho do rei que estava ali. Simon pareceu surpreso, mas logo começou a conversar com o garotinho. Os dois irmãos andavam à frente, conversando com sussurros. Pareciam preocupados. Tinham nas mãos as armas .

Jonathan bolava um plano em sua cabeça, de como entregar o menino sem ser visto pelos guardas. Nem ele nem a irmã.Eles mentiram para Simon e Max. E se descobrissem? Mas sabia que estava fazendo o certo ao entregar o garoto. Eles poderiam mandar Simon entregar o menino e falar que havia encontrado-o. Mas ele nunca concordaria. Uma vez ou outra, Clary suspirava. As meias-luas debaixo dos olhos estavam mais fortes. Não duvidava que o próprio rosto estava assim. O sono e a fome e tantos outros estorvos faziam ter dificuldade de se manter ali, se protegendo e mantendo uma cara firme. Era assim sempre. Se encaminharam para a casa de Simon. Max perguntou-lhes quando voltaria ao palácio. No outro dia, Clary respondera, preocupada. Ela foi dormir. Enquanto isso, ele manteve a segurança da casa. Tentava achar um jeito seguro. Não se perdoaria se algo acontecesse à irmã. Talvez ele não suportasse perder a irmã. Já tinha suportado a perda dos pais . Observou Max conversando com o vampiro. Ele acabou fechando os olhos . Não soube o quanto dormiu até ouvir a voz da irmã o chamando.

– Vamos Sebastian vá dormir. - ele se levantou e caminhou até a cama de um dos quartos. A irmã alegou já estar descansada o suficiente. Achou estranho mas, manteve o disfarse.

Ela ficou ali, parada até a voz de Max tirar o silêncio que estava ali.

– Tia Sarah?- ele pediu.Se sentiu estranha ao ouvir Sarah. Mas mesmo assim não o corrigiu.

– Sim?

– Conta uma história pra mim?- Clary foi pega de surpresa. Não sabia que história contar.

– Que tipo de história?

– A que seus pais contavam para você quando era pequena.- a verdade é que não tinha nenhuma história. Nada.

– Não me contavam histórias. Mas posso inventar uma. Que tal? E cantar? Gostaria que eu cantasse?

– Eba! Sim! - comemorou o garoto. Ele estava se dirigindo, a passos rápidos e alegres até o quarto. Ela o seguiu. Uma antiga canção de ninar veio à sua cabeça.

Max se ajeitou na cama e se deitou, esperando Clary achar alguma cadeira e se sentar.

Ala claire fontaine m'en allent promener.Il y a longtemps que je t'aime. Jamais je ne t'oublierai.-cantou. O menino já havia fechado os olhinhos curiosos. Ela se levantou, incerta do que acabara de fazer. Saiu do quarto e voltou a guardar a casa.


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Notas finais do capítulo

E então? Até o próximo! Desculpem os erros, não tive tempo de revisar!



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