Why Cliché? escrita por Jess Gomes


Capítulo 8
Capitulo VII


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo! Então, ai está o capitulo 7 *---* não tenho muita coisa pra dizer nessa nota, apenas que não odeiem o Peter, tem um motivo por trás de todos esses segredos hahaha enfim galera, obrigada por lerem, comentem e até semana que vem. Bjs



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– Então vocês estão namorando? – Papai perguntou pelo que parecia a vigésima vez. Eu suspirei.

– Sim, pai, estamos namorando. – Respondi, impaciente. Meu pai havia pedido transferência quando soube que mamãe estava melhor, mas enquanto esta não havia sido dada, ele vinha passar os fins de semana aqui.

– E quando, exatamente, esse namoro começou? – Logo que minha mãe soube que eu e Peter estávamos namorando e que papai viria pra casa, ela tratou de marcar um almoço para meus pais e Stevens se conhecerem.

E enquanto meu namorado não chegava, quem tinha que aguentar o interrogatório era eu.

– Ah, uma semana ou mais, pai, eu não sei.

– Você tá namorando há uma semana e o garoto só vai vir aqui hoje, Sara? – Revirei os olhos. – Por que não convidou ele antes?

– Você chegou ontem à noite. – Falei, já estressada. Quando estava cogitando a ideia de pular no pescoço no meu pai, a campainha tocou. – Eu abro! – Exclamei, correndo até a porta assim que papai fez menção de levantar. Tudo que Peter precisava pra sair correndo era dar de cara com meu pai ao abrir a porta.

– Olá. – Cumprimentei ao vê-lo. Peter usava uma calça caqui e uma camisa polo branca. Seus cabelos loiros estavam estrategicamente despenteados. Estava lindo, porém as mãos que se contorciam sem parar denunciavam seu nervosismo.

Ele me deu um beijo rápido, e percebi o quanto estava gelado. Antes que adentrássemos para a sala, segurei em seu braço. – Ei, calma. Está tudo bem, é só um almoço. – Sussurrei, esperando que isso o ajudasse. Peter apenas assentiu.

Quando chegamos ao cômodo, papai e mamãe já esperavam em pé. Percebi que Stevens ficou ainda mais tenso. – Mãe, pai, este é Peter, meu namorado. – Apresentei, e minha mãe abriu um sorriso. Papai apenas encarava atentamente o garoto ao meu lado.

– Sente-se, querido. – Mamãe disse, apontando pro sofá de dois lugares que ficava de frente pro qual ela e papai estavam. Todos nos sentamos, e eu apertei a mão de meu namorado, o desejando boa sorte. – É um prazer conhecer você.

– Digo o mesmo. – Ele respondeu, sempre educado. Após isso se seguiram perguntas banais, como “e como vai a sua família?” “qual é a sua situação escolar?” etc. etc. Durou cerca de meia hora, até que mamãe sumisse pra cozinha de repente, voltando para anunciar que o almoço estava pronto.

Ao sentarmos a mesa, papai voltou com o questionário.

– Que faculdade pretende cursar, Peter? – Indagou.

– Hm, eu não sei bem, Sr.George. Meus pais queriam que eu cursasse administração, para cuidar dos assuntos da empresa de cosméticos, mas... Não é o tipo de coisa que me imagino fazendo.

– E que tipo de coisa você se imagina fazendo? – Foi a vez de mamãe falar.

– Medicina.

– Oh! – Exclamou papai, abrindo um sorriso. – Sara também quer ser médica.

– Veterinária, pai. – Corrigi. Era incrível como esse momento estava sendo clichê. Não que eu estivesse reclamando, afinal um pouco de clichê é sempre bom. Todos nós somos meio clichês.

A conversa fluiu normalmente, e logo já estávamos todos cheios. Ajudei mamãe a retirar a mesa, e enquanto meu pai e Peter assistiam a uma partida de futebol na TV, eu e ela lavávamos a louça.

– Então – Comecei, quebrando o silêncio – O que achou de Peter?

– Ele é um bom rapaz – Sorriu – Bonito, inteligente. Acho que combina com você.

– Será que papai gostou dele também?

– Ah, Sara, você conhece seu pai. Ele se faz de durão, mas no fundo tem um coração de manteiga. Tenho certeza que ele adorou o garoto.

Após terminarmos nosso trabalho na cozinha, seguimos pra sala, aonde os homens da casa conversavam animadamente sobre a partida que aconteceria na terça-feira.

Quando o jogo terminou, Peter se levantou para ir embora. Papai se levantou também.

Peter – Enfatizou-o, a cara séria. – Foi muito bom conhecer você. Vejo que suas intenções com a minha filha são boas. – Falou e eu arqueei a sobrancelha pra ele. Se Stevens não estivesse segurando em minha cintura, eu me inclinaria de tanto rir por causa do seu tom “assustador”.

– As melhores possíveis. – Peter concordou e meu pai assentiu.

– Pois então, você está livre pra vir a nossa casa sempre que quiser. Será um prazer recebê-lo. – Percebi que imediatamente meu namorado relaxou os ombros, sorrindo aliviado. Sério? Ele tinha medo do papai? De um homem que mal chegava a altura de seus ombros?

– Pode deixar, Sr.George. Talvez eu venha no sábado que vem, pra assistirmos mais uma partida.

– Me chame de Klaus, por favor. E sim, venha, eu adoraria. – E então eles fizeram aquele toque que os homens fazem, com tapinha nas costas. Depois Peter se virou pra mamãe.

– Foi um prazer conhecê-la, Sra.George, e obrigada pelo almoço, estava uma delícia. – Elogiou e ela abriu o maior sorriso. Mamãe ama quando elogiam sua comida.

– Que bom que gostou, Peter, venha outras vezes e eu farei questão de fazê-la para você. – Respondeu. Quando finalmente acabaram as despedidas, levei Stevens até o seu carro.

– Viu, não foi tão difícil assim. – Provoquei e ele riu, me abraçando.

– Eu estava nervoso pra caramba. – Admitiu e eu gargalhei.

– É, eu percebi. – Disse. – Mas meus pais adoraram você.

– Eu também gostei deles. Só seu pai me deu um pouco de medo no início.

– Era só pra parecer durão. Quando você conhecer ele direito, vai perceber que é um amor de pessoa. – Assegurei.

– Você é um amor de pessoa. – Me deu um beijo rápido. – Mas agora eu tenho que ir. Meus pais obrigaram a mim e a Lisa a ir num jantar com uns clientes japoneses. Eles disseram que era pra “parecermos uma família feliz e unida”. – Zombou, fazendo umas caretas. Eu sorri.

– Então vá e não decepcione seus pais.

– Não decepcionar o Sr. e a Sra. Perfeccionista? Meio difícil. – Beijou-me pela última vez, e então entrou no carro, indo embora.

Entrei novamente em casa, assistindo TV com meus pais até Lisa me ligar, algumas horas depois.

– Na próxima reencarnação, lembre-me de não ser filha de pais donos de empresas de cosméticos que obrigam sua descendência a comparecer a jantares extremamente chatos com compradores japoneses. – Resmungou. – Sério, isso aqui tá completamente entediante, já quase cochilei umas três vezes. E o idiota do Peter ainda me deixa sozinha pra aturar esses orientais.

– Seu irmão não está ai? – Perguntei, arqueando a sobrancelha. Ela bufou.

– Não. O espertinho escapou dizendo que tinha um compromisso. Dá pra acreditar? Peter tem 17 anos, ele não tem nenhum compromisso sem ser encher a cara num bar com os amigos.

Fiquei um tempo em silêncio, não entendendo o porquê de Peter mentir para mim. Tentei pensar onde ele estaria, e o ciúme me dominou conforme a minha imaginação ia aumentando.

– Sara? Você está ai? – Chamou, me tirando dos meus pensamentos.

– Sinto muito, Lis, mas eu não posso fazer nada por você. – Respondi e ela suspirou.

– Sei que não. É que eu dei a desculpa que iria ao toalete e me tranquei no banheiro. Só queria conversar com alguém.

– E sobre o que quer conversar? – Eu não estava nem um pouco afim de conversar, apenas me jogar na minha cama e xingar Peter de todos os nomes possíveis por mentir pra mim enquanto tentava entender porque ele fez isso. Porém Lisa não tinha culpa da besteira que seu irmão fez, então, se ela queria conversar, vamos conversar.

– Que tal nós sairmos amanhã? Fiquei sabendo que abriram um pub no centro. Nós poderíamos chamar o Nick.

– Ok. – Respondi, com desdém.

– ‘Ok’? Sem reclamações e resmungos? Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga rabugenta?

– Ah, eu só estou afim de sair. –Menti, engolindo inteira uma barra de cereal que achei largada no meu quarto. A verdade era que eu precisava me divertir, rir e esquecer Peter. Até o dia seguinte, pelo menos. – Eu poderia chamar uma amiga minha, também. -

– Que amiga? – Lisa perguntou, e percebi uma pitadinha de ciúmes em sua voz. Entenderam agora por que eu não posso contar que estou namorando o irmão dela?

– Uma garota que eu conheci na festa de sábado passado. Carrie. – Expliquei. Carrie e eu ficamos bem amigas nessa última semana, sentando juntas em todas as aulas que tínhamos juntas e indo pra biblioteca no horário de folga.– Aliás, ela é a irmã mais nova de Laila. – Tudo bem que ela tinha me pedido pra não contar a ninguém, mas Lis era minha melhor amiga, eu sei que posso confiar nela.

– Desde quando a Laila tem irmã?

– Desde sempre, obviamente. Porém a Carrie disse que ela finge que não porque tem vergonha da família, algo assim.

– Que vadia! Vou ter que falar com Laila sobre isso. – Ela falou, e eu pulei na cama.

– Não! – Exclamei. – Se Carrie souber que eu te contei isso, ela me assassina! Você não pode contar a ninguém.

– Ai, tá bom, eu não conto. – Respondeu, bufando. Conversamos mais um pouco, até Lisa resmungar que estavam chamando-a e desligar. Aproveitei pra ligar pra Carrie – ela havia me passado seu número essa semana– e ela topou na mesma hora. Expliquei como chegar a minha casa pra irmos juntas até a mansão dos Stevens e depois desliguei.

O telefone tocou três vezes depois disso, todas sendo de Peter. Mas eu não atendi. Eu sabia que minha atitude era um pouco infantil, mas eu não queria o ouvir agindo como se nada tivesse acontecido, me chamando com aqueles apelidos amigáveis. Aliás, a única coisa que eu queria no momento era deitar na minha cama e esperar que uma explicação milagrosa aparecesse na minha mente. E foi exatamente o que eu fiz. Até pegar no sono, ainda sem nenhuma explicação.


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