Damon estava deitado em sua cama usando uma calça de pijama preto e uma regata branca, estava meio nervoso, esperava Juliana deixar suas amigas e finalmente dar atenção a ele.

Pensava também na incógnita que parecia ser Laiana, será que ela era mesmo uma simples humana? O que ele esperava era que não fosse, pois há tempos que o normal em Mystic Falls se tornou o sobrenatural. Enquanto ele se afundava em indagações eis que surge Juliana.

A garota se recostou na porta e ficou olhando para o namorado que observava o teto do quarto. Por acaso Damon desceu as vistas e deu um leve suspiro ao notá-la ali. A menina usava um short folgado de pouco mais de um palmo e todo listrado em colorido, acompanhado de uma camisa cinza também folgada e imensa que quase cobria a vestimenta de baixo, tinha como única estampa o rosto do Pato Donald sobre o busto ao ventre, usava pantufas em forma de esquilo (para ser mais preciso, era o Theodore de “Alvin E Os Esquilos”). O longo cabelo castanho e ondulado dela recaia sobre os ombros, não era sensual, era uma cena meiga.

– Você é linda! – Exclamou Damon.

A menina não resistiu e soltou um sorriso envergonhado e tímido, mas logo o escondeu.

– Você diz isso a todas? – Perguntou ela.

– Não, só para aquelas que têm coragem de vestir um pijama da Disney aos 17 anos na frente do namorado... – Damon disse sentando-se e recostando-se em seus travesseiros.

Juliana soltou uma breve e baixa risada.

– Então não são muitas. – Ela disse ainda recostada no caixão da porta.

– Garotas assim não são fáceis de encontrar... – Disse Damon.

– Infelizmente... – Disse Juliana se aproximando da cama.

– Mas eu sou um cara de sorte, encontro uma diferente todo final de semana. – Provocou ele.

– Ah é?! – Disse Juliana pegando um travesseiro e tentando agredi-lo.

Ele riu e segurou o travesseiro.

– Pensei que você ia ficar menos agressiva com as suas amigas aqui. – Disse ele.

– Fica meio difícil quando uma delas é sua ex-amante! – Juliana exclamou e elevou uma de suas sobrancelhas.

– Hey! Eu juro que ia te contar, mas Fernanda pediu para que fosse ela a dar a notícia! Não tem motivo para você se preocupar, eu e ela... Nós... O que tivemos... ficou no passado! – Damon tentava se explicar, um pouco desesperado, temia o que ela poderia estar pensando, pois sua face estava muito imparcial.

Juliana gostou do que estava vendo. Ele transbordava medo de perdê-la, qual garota não gosta de sentir que é importante? Ela resolveu atuar um pouquinho.

– Sei... Passado... – Disse Juliana fingindo não estar convencida.

– Meu amor! Está no passado sim! Meu passado morto e enterrado antes de você! Você não tem que se preocupar! Tudo o que somos agora são apenas velhos amigos!... – Damon se aproximou dela que já estava sentada na cama e segurou o rosto da garota por entre suas mãos. – Juliana Gilbert! Eu amo você! E enquanto eu estiver vivo vai ser sempre você!

Nem é preciso falar, Juliana se derreteu toda e parou de fingir.

– Own... Eu também amo você! E sempre será você! – Disse ela entregando o disfarce e beijando Damon.

– Você estava fingindo? – Damon perguntou depois de se afastar dos lábios dela.

Juliana começou a rir.

– Você merecia sofrer um pouquinho, dormiu com duas das minhas melhores amigas! – Disse ela. (Caroline e Fernanda)

– Urgh! – Damon reclamou. – Você é uma garota má!

– Não posso fazer nada! Tenho um bom professor... – Disse ela comprimindo os lábios e balançando a cabeça.

– Eu sei que eu sou bom... Mas o bom mestre nunca ensina tudo o que sabe para seus gafanhotos! – Brincou Damon. – Eu sou muito mais cruel...

– Ah ta! – Disse Juliana realmente sem estar convencida. – E como você é mais cruel?

Damon não disse nada apenas fechou parcialmente os olhos e sorriu com malícia.

– Oh, não! Você não vai fazer isso?! – Disse Juliana.

– Vou simmm... – Disse Damon ainda com malícia.

Foi então que a garota ia se levantando para fugir, mas Damon obviamente foi mais rápido e a prendeu contra a cama começando a enchê-la de cócegas enquanto a garota caía em gargalhadas.

– Tá bom! Eu desisto! – Juliana disse com dificuldade.

– Só desiste? – Perguntou Damon ainda provocando cócegas.

– Tá bom! Tá bom! Você é o mais cruel! – Berrou a garota.

– Senhor Mestre Cruel para você, baby! – Disse Damon.

Juliana revirou os olhos, sentou-se novamente na cama e começou a retirar as pantufas de Theodore. E Damon não resistiu ao comentário:

– Eu se fosse você as guardava longe do Stefan...

– Por quê? – Perguntou Juliana intrigada.

– Ele pode confundi-las com o almoço. – Disse ele.

Juliana riu.

– Você não existe! – Ela disse.

– Ah... Eu existo sim! – Damon disse em tom provocante.

– Ah é?! – Disse Juliana um pouco receptiva enquanto os lábios se aproximavam.

Damon investiu um beijo lento, quente e úmido que foi bem recebido, mas ele se empolgou e desceu para o pescoço de Juliana.

– D-a-m-o-n... – Ela pronunciou lentamente.

Ele parou e se afastou.

– Okay, eu entendo... – Disse ele.

Juliana agradeceu fornecendo um olhar terno e um sorriso tímido. Damon revidou com um sorriso amarelo e fechado.

Ele deitou na cama e observou por um instante o teto.

– Boa noite! – O vampiro disse.

– Boa noite! – A garota disse.

Em seguida, Damon virou-se de costas e foi dormir. Juliana não gostou muito da reação um tanto fria dele, mas a aceitou.

Não é como se ele estivesse irritado, mas era realmente muito difícil para Damon não poder avançar o sinal, ele tinha quase duzentos anos e estava acostumado a saciar seus desejos sem ser repreendido. Fazia meses que ele estava namorando Juliana e desde então ele nunca dormiu com ninguém. Não era só o corpo dele que pedia por isso, seu psicológico também estava abalado. Mas ele lutaria até o fim contra essa vontade por amor a ela. Será ele forte o suficiente para lutar contra seus instintos?