O Amor Proibido escrita por ElMiguxo


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Amigos, irmãos, simpatizantes, sejam todos muito bem vindos ao festim carnal afro-americano ficcional, temperado de muita malevolência e jeitinho brasileiro. Damos aqui continuidade a história de Sasha. Espero que todos estejam sentindo a vibe incrível desse país, pois sabemos, mais do que nunca que as aves que gorjeiam aqui não gorjeiam como lá. Apresento-lhes o capítulo 4 :D Plágio é crime



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So­mos escravos, mas o nosso Deus não nos aban­donou na escravidão. Ele tem sido bondoso para conosco diante dos reis da Pérsia: ele nos deu vida nova para reconstruir o templo do nosso Deus e levantar suas ruínas, e nos deu um muro de proteção em Judá e em Jerusalém.
Esdras 9:9

Não foi preciso esperar muito até que o ônibus escolar chegasse. Sasha subiu o degrau e dirigiu-se para o último assento, evitando trocar olhares com qualquer um dos estudantes ali presentes. Encostou os cabelos loiros na janela e colocou seus fones de ouvido. A voz de Gilberto Gil, na maravilhosa canção “A Novidade” levava a um êxtase inimaginável, e por mais que ela quisesse cantar junto todos aqueles “uh uh uh uh uh uh ahhhhhhh”, conteve-se. Não queria chamar uma atenção desnecessária no seu primeiro dia de aula. Continuou sua breve viagem despretensiosamente até que sentiu um suspeito aroma de creme de leite e constatou que tinha companhia. Sentada ao seu lado, uma menina de cabelos curtos e pretos despertou a curiosidade de Sasha. Começou a encará-la fixamente, e sem que percebesse, a pele branca, os lábios sensuais e o nariz arrebitado da garota se tornavam mais e mais sensuais. Sua cabeça agora estava tomada de estranhos pensamentos sobre aranhas brigando, que durariam até a chegada na escola.

Quando o ônibus estacionou, Sasha sentiu um frio na barriga. Sempre ficava ansiosa nos primeiros dias de aula e essa ansiedade apenas aumentava devido às circunstâncias. Ela estava em uma nova escola, em um novo país e não conhecia ninguém que pudesse ajudá-la. Seu curso de quatro anos no CCAA tinha que vir a calhar no momento. Percebendo que havia outros alunos enfileirados na administração, esperando para receber seus horários de aula, ela ligou novamente os fones e pacientemente esperou a fila.

– Pode me mostrar o meu horário, sinhô? - Pediu Sasha, em um inglês pronunciado sem muita confiança.

O recepcionista sorriu e entregou um papel com alguns inscritos impressos. No instante que a garota loira olhou para trás, viu algo que arrancou seu sorriso.

– HAHA, LOIRINHA VOCÊ SÓ PODE TÁ DE BRINQUEICHO!

SUA AULA É TO THE LEFTI, IN THE FRONT IN THE MIDDLE, MACAQUINHA!

Aquela zueira parecia interminável. Como poderiam ser tão cruéis? Não era nenhum crime ser brasileira ou ter um sotaque diferente. Naquela situação, não poderia fazer nada. Sentia mais do que nunca falta de seus pais, de alguém para protegê-la ou simplesmente apoiá-la. Seu rosto agora estava molhado com lágrimas que ela tentava esconder, com a cabeça abaixada.

– Deixem la chica em paz, pendejos! JAJAJAJAJA

A frase ecoou no corredor, criando um intimidador silêncio. Enquanto os presentes se entreolharam, a garota finalmente levantou a cabeça, enxugou o resto de suas lágrimas e viu seu defensor. Com o jeans rasgado, o gorro e a camisa deixando transparecer os resultados de seus exercícios físicos, o rapaz tinha todo o visual para encantar Sasha e provavelmente, a maioria das garotas dali. O cabelo bagunçado e loiro, tapando um de seus olhos azuis era apenas um bônus.

– QUE ESPANHOL DE MERDA É ESSE, LUKE? OTÁRIO – Gritou um dos bullies, aumentando ainda mais o clima de tensão no lugar.

– Pendejo cabron mamaguevo, eu sugiro que suma ou quebro la tua face!

– Vocês querem mesmo ser expulsos no último ano do colégio? Parem com essa briga idiota agora, seus delinquentes! - Apartando a situação, um dos monitores da escola finalmente apareceu.

– Gringos de mierda... - Resmungou Luke, enquanto virava as costas e continuava seu trajeto até sua próxima aula.

Sasha, permaneceu atordoada, culpa em parte do constrangimento que passara, mas principalmente devido a misteriosa aparição do garoto. Os alunos, que estavam dispersos no corredor, logo começaram a direcionar-se para as aulas. Todo aquele movimento passava despercebido por ela, que logo se viu sozinha no lugar.


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Notas finais do capítulo

Paz e bem para todos muito amor no coração e sucesso em suas famílias