O Amor Proibido escrita por ElMiguxo


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Referências Necessárias:

http://bit.ly/1tUqUtG
http://bit.ly/1odoqDu

Agradecimento especial para o Fred que pulou o dia da perna pra me ajudar porque eu sou analfabeto, a Nathália, que faz altas correção e ao Lincoln que faltou no treino de peitoral pra inventar o melhor barulho de velho existente.



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Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.

Jeremias 29:11


– Levanta, Garota Ypióca! - Exclamou o irmão, levemente irritado devido as suas tentativas sem sucesso de acordar Sasha.

– Calma, irmão. Ora, você sabe o quanto é difícil para ela, perder os pais assim tão nova e ainda ter que se mudar para outro país. Dá um tempo...

Sasha, apesar de ignorar todas as insistentes chamadas, continuava a escutar, se perguntando se não era apenas mais um estranho sonho conduzido pela cachaça. Pombas mortas que não sabiam girar, cavalos estupradores que destruíam vilarejos inteiros, fanfics sexuais de Minecraft, entre outras bizarrices faziam a menina duvidar se já era a hora certa para sair da reclusão. Apoiou um braço na cabeceira da cama enquanto afagava os míopes olhos, tentando enxergar alguma coisa.

– MEU DEUS, SUA CRACKUDA, VAI DEMORAR MUITO? - Esbravejava, esmurrando repetidamente a parede.

A porta abriu e o cheiro de caninha, antes confinado, empesteou a casa. Daquele depressivo covil saiu uma princesa, se esforçando ao máximo para esboçar um sorriso, sem nenhuma alegria. A maior parte do brilho de seus olhos azuis parecia ter sido roubado no momento da morte de seus pais, e todo o resto, ela fazia questão de esconder com seu óculos hipster. Poucos conseguiriam, dada a deplorável situação de Sasha, brigar ou culpá-la por alguma coisa. Um desses poucos era seu irmão, Santana que prosseguiu a reclamar em um tom de voz ríspido:

– Viu, nossa irmã não só se comporta como uma crackuda, mas também cheira como uma.

– O que é essa palavra “crackuda” que você tanto fala? - Questionou Carlos, que apesar da inevitável semelhança com seu irmão gêmeo Santana, era muito mais compreensivo.

– É como chamam as drogadas no Brasil... - Disse a voz doce e copiosa de Sasha, interrompendo Santana, já tentando evitar qualquer próximo sermão, adiantou – Vou tomar um banho, até daqui a pouco.

Girou a válvula do chuveiro e, ao sentir um gelado toque em sua pele, saiu rapidamente do box pondo-se a encarar o espelho enquanto a água lentamente esquentava. Pela primeira vez não conseguia se identificar com sua própria imagem. Os longos cabelos loiros, agora desgrenhados devido ao descuido, caiam sobre seus seios. Alguns restos de maquiagem que sobreviveram às diversas lágrimas faziam Sasha se sentir ainda mais insegura. Quando foi que tinham roubado toda sua confiança? Por um segundo, recompôs-se e resolveu enfrentar o chuveiro. Talvez fosse a ressaca, mas aquele momento deu a ela uma estranha felicidade. A água quente parecia abraçá-la carinhosamente e, pela primeira vez nos conturbados dias que pareciam não ter fim, conseguiu lembrar com nitidez nas palavras de seu pai:

Filha, você precisa ser forte e DAGHHH aguentar todos os perigos que te aguardam pela frente. Me desculpe ter que te abandonar assim mas eu sei que você consegue… você tem uma coisa diferente das outras pessoas… você não é só uma menina normal DAGHHH HUMABA...

Apesar de não compreender totalmente o que seu pai tinha dito, Sasha sabia que entre aqueles barulhos estranhos, semelhante aos de um homem velho, havia uma lição valiosa: precisava ser forte como nunca antes. Saindo do banho, sabia o que devia fazer. Vestiu seu jeans rasgado que ressaltava perfeitamente suas belas coxas. Escolheu sua camisa favorita, uma baby look estampada do Gilberto Gil. Para finalizar seu look transado, calçou seu all star sujo e completou com uma camisa xadrez. Olhou uma última vez no espelho e com certa confiança, sorriu.

– Eita, o banho foi bom, hein? - Brincou Carlos enquanto sua irmã se acomodava em uma das cadeiras para tomar o café da manhã.

– HAHA, engraçadinho! Eu só pensei em algumas coisas que o papai me disse antes de... você sabe...ir pro céu.

– É mesmo? O que ele te falou, gracinha?

– Ah, pra eu ser forte e alguma coisa louca sobre “humaba”...Sabe alguma coisa sobre isso?

– Hahaha, o nosso velho devia estar só delirando, talvez aquelas coisas que ele experimentou no Woodstock tenham finalmente subido a cabeça dele! Mas ele estava certo, você vai precisar superar isso, mas lembre-se que eu e Sant estamos sempre aqui pra te ajudar! Não é mesmo Santana?

– Claro, claro – Respondeu Santana da varanda, por entre algumas tragadas em seu cigarro.

– Mas irmã, deixa eu te perguntar, que história é essa de cavalos, mulheres e cabras musculosas que você ficou gritando a noite toda? Você não é chegada nessas coisas né?! Se não teremos que te levar a um psicólogo e.. - antes mesmo de seu irmão terminar, Sasha, com as bochechas coradas de vergonha respondeu – Não não irmão, são só uns sonhos bizarros que eu tenho tido.

Depois daquilo, um silêncio pairou sobre a sala. A garota, ainda um pouco constrangida mordia o pão cabisbaixa. Carlos, porém, permanecia com o mesmo sorriso, que em situações como aquela incomodava um pouco. Não se contendo, Sasha perguntou:

– Como você consegue se manter assim? Acho que nunca vi você triste...

– É claro que eu fico triste, irmã, mas ficar de cara feia não vai adiantar. E eu estou feliz e um tanto quanto agradecido por você estar viva.

– Eu queria poder ser forte igual você, irmão...

– Ah, eu tenho um negócinho lá no armário da cozinha que me ajuda no treino de bíceps e tal, se quiser eu te passo minha rotina de treino!

– Não quis dizer com 40cm de braço! Quis dizer uma pessoa inabalável e gentil como você.

– HAHA, brigado pelo elogio. Falando sério agora, alguns momentos foram bem difíceis de continuar sem surtar...quando eu e seu irmão chegamos aqui em Broklein, não tínhamos amigos, era só nós dois contra tudo. Uma coisa que me ajudou foi escrever um diário. Pode parecer bobo, mas ele foi meu melhor amigo por muito tempo... - antes de concluir seu raciocínio, ele suspirou – Eu realmente acho que você devia dar uma chance pra uma academia, sabe o que eles dizem, mente sã, corpo são!

Sasha, que nesse ponto da conversa já estava um pouco relapsa, ao olhar para cima e ver o relógio na parede constatou:

– Já tá quase na hora do ônibus da escola! Droga, eu realmente queria ficar aqui e conversar mais com você.

– Precisa de ajuda pra chegar até o ponto?

– Nah, vou tentar explorar por mim mesma, se eu me perder te ligo!

Antes de girar totalmente a maçaneta, fitou com os olhos seus dois irmãos, ao mesmo tempo que ajeitava a mochila confortavelmente nas costas.

– Até mais, brothers! - Despediu-se com um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Paz e bem pra todos! :)



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