Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 6
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

♦ Obrigada a todos, alcancei meu objetivo de 150 visualizações! Porém, apenas 7 pessoas estão acompanhando a história (meu objetivo era 10). Espero alcançar minhas metas em breve!
♦ Comentem isso me anima e inspira a escrever :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/532225/chapter/6

● Lis Fontaine ●

Tive vontade de vomitar ao ver a face de Nathaniel, agora, estou presa a ele enquanto ando pelos corredores do meu mais novo colégio. Como isso é possível? Vim parar ao lado dele! Nathaniel resume meu passado, ele me fez sofrer, me fez chorar e odiar a mim mesma. Admito, nossa conversa foi a mais estranha do planeta, mas tudo o que eu podia fazer era fingir que estava tudo bem, algo em que me tornei profissional conforme o tempo.

Ele me mostrou onde era a sala de química, a presença dele me irritava, e por nada nesse mundo eu iria demonstrar qualquer sentimento. Ele parecia perdido em pensamentos, com certeza deveria estar se castigando mentalmente ou até se odiando, mas ver a cara desse idiota só fez uma pequena ferida antiga se abrir em meu peito. Lembrar de quando eu tinha 11 anos não era algo que eu gostava, posso dizer que é até pior do que lembrar de meus pesadelos ou cenas de um filme de terror, na realidade tudo aqui foi um pesadelo, só que pesadelos se mantém presos em uma dimensão, enquanto lembranças estão amarradas a você.

Terminamos o tour e ele me deu o papel com os horários, os corredores agora estavam com mais pessoas, e cada uma delas se direcionava ao seu armário, até que me lembrei:

– Eu não tenho armário?

– Oh céus, me esqueci, será que. - ele fez uma pausa - Você pode vir comigo ao Grêmio?

– Sim. Isso não me incomoda. Incomoda a você?

Percebi que isso o atingiu em cheio. Seu olhar estava vazio, eram seus fantasmas se espelhando em seus olhos. Sorri internamente, a parte boa de tudo isso era que ele estava pagando aos poucos por tudo o que havia feito comigo. Sei que é algo errado, querer devolver na mesma moeda, mas ele merecia. Ao chegarmos no Grêmio, Nathaniel foi procurar uma chave, e depois me guiou até meu armário, que infelizmente ficava em uma parte mais afastada das salas de aula.

– Vou testar a chave pra você.

Eu assenti e deixei que ele no mínimo fizesse algo por mim.

– Obrigada Nathaniel. - disse por fim quando ele testou a chave a abriu o armário.

– De nada.

– Não disse obrigada por isso.

Ele abriu a boca mas não disse nada.

– Foi uma grande gentileza de sua parte me mostrar o colégio.

– Por nada, se precisar de mais algo ou tiver dúvidas, estarei no Grêmio.

Nathaniel deu as costas e saiu. Coloquei algumas coisas da minha mochila em meu armário e gravei o horário de segunda-feira. Me dirigi a sala de aula, no caminho fui alvo de olhares e cochichos, mas os cochichos não eram sobre minha vida, não era mais um fofoca ou boato falso que as pessoas adoravam espalhar, eram dúvidas sobre quem era a mais nova estudante. Haviam algumas pessoas na sala de aula, certamente cada um deles já tinha seu lugar, então decidi esperar todos entrarem para eu poder escolher o meu. O único lugar vago era no fundo ao lado da janela, onde a minha esquerda sentava um garoto ruivo. Ele tinha uma cara de tédio e parecia imerso na música que escutava com seus fones de ouvido, sentei ao lado dele e ele me inspecionou rapidamente, depois sorriu. Minutos depois o professor chegou na sala de aula, eu estava muito ansiosa, havia alinhado caderno e o estojo em cima da carteira e minha postura estava ereta. Desviei meu olhar rapidamente para o ruivo que batucava os dedos na mesa.

O professor se aproximou do ruivo e tirou os fones de ouvido dele. Houve uma troca de olhares bem tensa e o clima ficou pesado, o menino recostou na cadeira e cruzou os braços.

– Terei que confiscar isso.

– Tsc. Pode levar, eu sempre pego de volta mesmo.

– Céus! Mas já vai começar?

O garoto revirou os olhos e pegou o caderno de dentro da mochila enquanto o professor se dirigia ao quadro e escrevia “Bem Vindos” em uma letra cursiva e redonda.

– Bem vindos novamente! Espero que estejam preparados pois esse ano será bem apertado para alguns. De qualquer maneira, nossa escola teve o prazer de receber novos estudantes e como exemplo, temos Lis Fontaine. Por favor, Lis, levante-se e venha se apresentar.

Meus músculos tensionaram por um momento, mas me levantei e fui a frente da classe.

– Olá a todos, meu nome é Lis Fontaine, eu tenho 16 anos e espero fazer muitas amizades. Meu antigo colégio era o Edouard Branly (Lycée Edouard Branly) na cidade de Dreux.

Ouvi alguns cochichos, mas ignorei e votei ao meu assento, o ruivo sorriu ainda mais quando eu voltei, a aula começou e como esperado ele puxou papo comigo.

– Ei, Dreux, é sério?

– Sim.

– Puxa! Nathaniel morava lá, talvez você devesse conhecer a loirinha, certo? Ou estou enganado?

Loirinha, haha”. Sorri internamente, escutar Nathaniel sendo difamado era música para meus ouvidos, e sem pensar duas vezes eu respondi:

– Eu o conhecia mais do que ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♦ Espero que tenham gostado, se possível comentem, gostaria de saber a opinião de vocês.
♦ Caso encontrem algum erro seja ortográfico ou quando a história me enviem uma MP que eu venho aqui rapidinho e ajeito.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Persecutor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.