Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 22
Alô


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora!
Quero agradecer à Haikuma, Jessypaiva e Stelfs! Obrigada pelos comentários, fiquei muito feliz ao lê-los



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| Lis Fontaine |

Acabada, a semana de provas passou como um furacão, e de alguma maneira eu consegui sobreviver. Nenhuma recuperação. Quase fiquei pendurada em matemática, décimos me salvaram dessa, não me preocupei bastante, afinal, já estou acostumada com isso.

As meninas sugeriram sair a noite para descontrair. Ralamos tanto que merecemos sair para algum lugar. Estou muito empolgada com isso, tento demonstrar que não, mas já pesquisei todas as lanchonetes, restaurantes e barzinhos da cidade. Elas ainda não decidiram nada, mas eu topo ir em qualquer lugar. Faz tempo que não saio com amigos, é preciso valer a pena. Comentei com a minha tia sobre isso, e ela já falou em compras.

– Que ótimo! Vamos naquela loja que você mencionou, lembra? Eu passei no endereço algumas vezes, Aigre-Doux, nome legal né?

Sorri em resposta.

– Vou pedir pros meus pais, ver se eles…

– Nãããão! Por minha conta, sério, um presente.

– Mas tia.

– Nada disso, é bom seus pais nem ficarem sabendo, você sabe como eles são. É um presente meu e ponto.

– Tia… Eu já estou morando com você, eu…

– Eu reclamei alguma vez? Querida, eu adoro ter você aqui comigo!

O brilho nos olhos de minha tia eram verdadeiros, seu sorriso não negava.

Agora estamos entrando no carro para ir à loja.

~~~

– E então, como vai ser a festa?

– Não é festa tia.

– Hmm. Aqui, chegamos!

A loja tinha uma arquitetura diferente, era vintage e vitoriano ao mesmo tempo, um letreiro luminoso que combinava com o restante dos detalhes. Uma grande vitrine tinha exposto looks modernos, clássicos, vintages e indies. Não era grande, mas havia muita variedade. As araras eram bem distribuídas e o espaço bem aproveitado. Entrei na loja prendendo o fôlego, era magnífica. Uma mistura de tudo o que eu gostava, minha vontade era jogar todas as roupas no porta malas e ir embora.

Minha tia correu dando pulinhos em direção a uma sessão anos 60, eu fui em direção a saias pretas, e botinhas.

Senti uma mão repousar em meu ombro, quando me virei dei de cara com Rosalya, que tinha as sobrancelhas arqueadas e um sorriso imenso.

– Lis!

– Rosa!?

– E aí?

Fiquei encarando-a por algum tempo, até meus olhos deslizarem para um pequeno crachá com o nome dela.

– Você trabalha aqui? - questionei surpresa

– Sim. Não sabia?

– Não fazia ideia!

– Sério? O Leigh é o dono da loja.

– O quê? Que legal! Então é ele quem costura as roupas e tudo mais?

– Basicamente…

Esse foi um daqueles momentos em que sua mente faz sucessivas sinapses e você pensa: “Meu Deus, como?”. Leigh? Costura roupas? Dono da Aigre-Doux? Uau.

– Mas então, - continuou ela, - o que deseja?

– Eu. - parei por um instante, precisava voltar aos pensamentos originais - Eu queria algo como, uma saia talvez? Que eu possa usar bastante e combinar com várias blusinhas.

– Uma peça chave?

– Isso.

– Bom, há uma infinidade coisas. Modelos de saia nós temos todos, rodadas, tubinho, camadas, longas, curtas, você decide e escolhe. Saias ficam nessa fileira de araras. Alí é o bloco de saia anos 60, depois algo mais rock, moderno, indie. Estão separadas por estilo. Cada fileira é uma de peça de roupa e cada arara é um estilo diferente.

– Entendi.

– Nós deixamos nossos clientes a vontade para escolherem o que quiserem. Então vá pegando e escolhendo sem dó.

Soltei um pequeno sorriso. A ideia de pegar tudo é tentadora.

O sistema da loja é muito legal, nada de atendentes chatos insistindo para que você leve uma roupa, eles servem mais como consultores de moda e caso você queira uma peça específica, pode encomendá-la, Leigh desenha a peça e costura especialmente para você. Mágico, não?

Escolhi umas 6 peças, e Rosalya me levou até os provadores. Comecei a prova de roupas, que a propósito teve um início péssimo. Nada ficou bom, voltei às araras e peguei mais saias. Elas eram tão lindas no cabide, e em mim ficavam horríveis. Eu vestia, dava uma voltinha e alisava, olhava de outros ângulos, fingia que estava de salto, mas nada. Minha respiração já estava ficando pesada.

Pedi ajuda a Rosalya, ela escolheu modelos magníficos. Nenhum deles ficou bom. Minha mão começou a tremer, nada dava certo. Obviamente a culpa não era das roupas e sim minha.

Eu perguntava:

– Podíamos dar uma apertada, não é?

– Mas aí estragaria a peça, não vai dar pra tirar tecido… - Rosalya respondia educadamente.

E quando não sobrava pano, faltava. Ou grande demais ou pequeno demais e se a peça servia, ficava simplesmente ridícula em mim. Era possível ver o rosto da Rosalya retorcer em desaprovação, mesmo que ela tentasse esconder de todas as maneiras.

Minha tia podia ajudar, mas ela não estava na loja, disse que precisava resolver algumas coisas e assim que eu terminasse deveria ligar para ela vir me buscar.

Desespero. Rosalya chamou Leigh. Ele bateu os olhos em mim, e sorriu, deu meia volta e foi para os fundos da loja. Voltou com uma saia preta simples, aquela saia era a coisa mais sem graça da loja, meu desespero interno era gigantesco, mesmo sabendo que não daria certo novamente, fui adiante e peguei a saia.

No provador, lentamente deslizei o pedaço de decido pernas acima. Não tinha botão ou zíper, era simples, preta, e meio rodada. Saí do provador, mas Rosa não estava lá me esperando. Andei pela loja procurando por ela e vi um rapaz, alto, loiro falando com Rosalya no caixa, dei alguns passos para trás e tentei me esconder atrás de um manequim. O garoto era muito lindo! Ele deu meia volta e no mesmo instante eu virei de costas e corri de volta para o provador. Que vergonha!

Não passou muito tempo e Rosalya voltou.

– Lis, já se provou a saia?

Saí do provador com um sorriso amarelo, não sabia ao certo o que dizer.

– Ficou linda! É a saia mais sem graça, mas em você ficou fantástica! E vai ser uma ótima peça chave.

Meu sorriso agora era verdadeiro.

– E qual vai ser a ocasião?

– Vamos sair, não vamos?

– Ahh, sim. Temos que resolver isso.

– Eu não conheço muito bem a cidade, então acho melhor vocês decidirem o lugar.

– Com certeza, conversamos com as meninas no colégio e vemos isso aí. Por que não chama o Castiel, hein?

~~~

Estava sentada na escrivaninha rabiscando quando meu celular tocou. Atendi o telefone pensando que eram meus pais, me enganei. Do outro lado da linha uma voz rouca e engasgada disse “Alô”. Havia barulho de fundo, parecia um restaurante ou metrô, não soube definir.

– Lis?

– Sim, que fala?

– Castiel.

– Ahh.

– Escuta, o que você está fazendo?

Olhei para a folha, os lápis e sujeiras de borracha.

– Eu… Estudando.

– Hmm, certo. Vou passar aí na sua casa em alguns minutos. Tchau.

– Ca…

Ele desligou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar/deixar sua opnião!
Qualquer erro encontrado na fanfic é só mandar uma mensagem que eu venho e edito ;D
Obrigada!



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