Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 20
Uriel, não


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, esse foi o meu mais novo e último capítulo escrito, só estava faltando postar esse. Não sei quando vou atualizar Persecutor novamente, estou batalhando - comigo mesma - para que isso ocorra em breve.
Espero que me perdoem pela demora e os "bolos" que sei em vocês.
Ignorem o capítulo editado com pressa, mais tarde eu volto e dou uma caprichada :P
Nos vemos em breve :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/532225/chapter/20

Nathaniel Lambert

No colégio estava tudo normal, como se nada tivesse acontecido, graças aos deuses do Olimpo ninguém se lembrava do pequeno alvoroço que aconteceu na festa de Lety. Não aprovo bebidas alcoólicas de maneira alguma - por motivos pessoais - mas pela primeira vez elas trouxeram algo de bom: o milagre de apagar a mente de todos. A não ser Ambre, que me lançou um olhar cúmplice ao passarmos pelas portas do colégio hoje de manhã. Ignorei e fui direto ao Grêmio. Acho que os problemas ainda não acabaram.

Entrei na sala e encontrei Melody, ela sorriu para mim e disse:

– Como foi a festa?

Foi como um soco no estômago. Rápido Nathaniel, pense.

– Tive que ir para vigiar minha irmã. - menti, apesar de ser meio verdade.

– Ah, certo, mas acabou vigiando outra pessoa, não?

– Eu teria feito aquilo por qualquer um.

Melody se calou. Procurei pelas pastas de ocorrência em uma das gavetas dos armários metálicos e desbotados. - Eu fui a festa. Sozinha mesmo. Fiquei feliz ao te encontrar, mas você estava com a Lis.

– Não eu não estava. Dakota ofereceu bebida a ela, coisas aconteceram e eu a defendi, teria feito o mesmo com qualquer um. Você sabe como odeio bebidas e bêbados.

Melody me lançou um olhar triste.

– Sei…

– Eu conheço Lis, estudamos no mesmo colégio no fundamental, só isso. Se você estivesse no lugar dela, se qualquer outra garota, inocente, novata, ou o que fosse, eu teria agido daquela maneira.

Melody sorriu, entrelaçou os dedos depois mexeu em alguns papeis que estavam sobre a mesa.

– Eu preciso guardar meus livros no meu armário e entregar essas pastas na sala dos professores, você vai ficar aqui?

– Já estou indo, são papéis que preciso tirar xerox. Não se preocupe, não vai demorar, só faltam mais algumas cópias.

– Por favor feche as portas depois que sair.

– Com certeza.

Deixei a sala e fui em direção a sala dos professores, todos me receberam com um sorriso. Toda a liga de professores tinha uma certa afeição por mim, gostam de ressaltar meu bom trabalho como presidente do Grêmio e minhas notas altas. Nunca sei como reagir aos elogios, geralmente retribuo com um sorriso seguido de um “Obrigado”. Hoje eles me ofereceram café mas eu recusei, disse que precisava adiantar algumas coisas e sai da sala assim que pude. Os professores sempre esperam o melhor de um aluno, me sinto desconfortável perto deles, sei que não sou bom o suficiente.

Saí da sala e fui absorvido pelo multidão de alunos que conversavam, fofocavam e riam. Eu não tinha muitos amigos, eram mais colegas do que amigos, eu poderia considerar Melody como amiga, mas de uns tempos para cá ela mudou bastante, força a barra e me faz perguntas esquisitas e eu sei que 100% das vezes que isso acontece, eu entro na defensiva com ela. É quase automático, fico frustrado, não quero ser grosso ou sem educação com ela.

Ah droga. São tantas coisas passando pela minha cabeça. Eu gostaria de desabafar ou conversar com alguém sobre isso, mas…

Senti uma mão repousar sobre meu ombro, em seguida uma voz que eu poderia reconhecer no meio de todo aquele barulho:

– E aí, Nath?

– Oi Uriel.

– Caramba, eu não sabia que você curtia ir a festas e tal.

– Não, eu fui por causa da Ambre, meu pai pediu pra vigiar ela…

– Mas terminou a noite com uma gata, né? Quem era a loirinha de mechas?

– Não, é só uma amiga minha… - sorri sem graça.

– Ahh, você sabe, eu não bebi aquele dia, não posso beber, dieta e essas coisas. A academia tá muito pesada, e o treinador vive me enchendo… Mas, sabe, você e aquela guria formam um casal bonitinho até, podia jurar que você tava com ela! - Uriel sorriu travesso.

– Nããão. Nunca…

– AAh, mas ela é gata. Cara, precisamos sair, não sabia que você era bom com garotas…

– Uriel, não.

– Poxa, a Melody é super caidinha por você, e cara, você nunca pegou ela! Tipo, pensa em você algumas vezes, sabe?

– Você tem razão, eu deveria pensar em mim as vezes, mas a Melody não.

– Cara, me diz, você é gay? Por que sabe, tem o Alexy e a gente podia…

– URIEL, NÃO.

– Adoro te deixar nervoso. Pode descontar em mim na nossa próxima luta. - Uriel deu tapinhas nas minhas costas. - Se você canalizasse sua raiva e descontasse ela em todas lutas, mano, você seria invicto!

Em seguida, Uriel saiu, havia luvas de boxe amarradas ao zíper de sua bolsa, elas balançavam de um lado para o outro conforme ele andava. Oh Deus, como eu gostaria de socar algo nesse momento.

~~~

Lis Fontaine

Já era segunda-feira, o domingo passou super rápido, ele foi meio chato por que eu não parava de pensar no que havia acontecido na festa, ou melhor, o que me contaram ter acontecido, afinal, eu não lembrava absolutamente nada…

Cheguei ao colégio pedindo a Deus para que ninguém comentasse algo, ou cochichasse quando eu passasse por eles - se bem que eu já estava acostumada.

Nada disso aconteceu, foi como se eu já fizesse parte do colégio, já não era mais a novata estranha, as coisas estavam normais. O que fez meu coração acelerar e saltar de alegria. Finalmente paz. Ou não, Castiel veio falar comigo, a bolsa pendurada por um dos ombros e as mãos no bolso da calça, uma blusa surrada com a estampa de alguma banda já gasta e os cabelos meio bagunçados.

– Oi.

– Oi.

Eu continuei andando até meu armário e ele ao meu lado. Como se nada tivesse acontecido… Afinal, isso é algo bom ou ruim?

– Desculpa por sexta, e tal… - fiquei surpresa ao dizer essas palavras.

– Eu quem devo pedir desculpas.

– Então eu te desculpo se você me desculpar.

– Que bom, por que eu te desculpo, já que tecnicamente você não fez nada…

Sim. Agora sim as coisas estão bem melhores.

~

Passei o intervalo com as meninas e comentei sobre a conversa que tive com Castiel.

– Ele gosta de você Lis. - Rosalya disse quando terminei de falar.

– Guria, o Castiel é problema, ele tem cara de anjo mas…

– Um pesadelo vestido de sonho, como diz a senhorita Swift.

Olhamos torto para Iris.

– Homens precisam de 3 encontros para se apaixonarem, enquanto as mulheres se apaixonam a partir de 14. - sorriu Violette.

– Tá. Se ele gosta ou não de mim, problema é dele…

Nesse momento Nathaniel passou pela nossa mesa. As meninas inspiraram todas ao mesmo tempo.

– Quem é? - perguntou Rosalya que estava de costas por onde ele passou.

– Esse tomou banho em água de rosas.

– Malbec, melhor perfume masculino.

O aroma do perfume deixou todas tontas. Sorri fraco e disse:

– Foi o Nathaniel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Assistam ao teaser (ruinzinho e mal editado) da fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=ve9JfZ1U-PY

Amo cada um de vocês, e obrigada pela colaboração :D