Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 15
É só isso. Boa noite.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/532225/chapter/15

● Nathaniel Lambert ●

Parei o carro na porta da casa da amiga de Ambre, a loira simplesmente desceu do carro e fechou a porta, nem se seu ao luxo de me agradecer. Esperei até que ela entrasse, e acelerei. Dirigi até uma cafeteria, quando entrei no local algumas garotas soltaram risinhos e suspiros. Ignorei a reação infantil das garotas e me voltei para a garçonete que anotou meu pedido. Enquanto eu esperava meu capuccino ser preparado, as garotas acenaram para mim. Ignorei mais uma vez, e agora a garçonete sorria para mim enquanto segurava meu copo de capuccino.

– Obrigado.

– Mais alguma coisa?

– Não.

A moça se retirou e o grupo de meninas veio em minha direção. Deixaram sobre a mesa um guardanapo com números de celular.

– Eu tenho namorada.

– Não tem problema. - disse uma delas.

Em seguida, saíram em fila indiana.

Passei os dedos no cabelo. “Por que, Deus?”, pensei. “Todas elas, menos a que eu quero”. Tomei um gole do meu capuccino. “A festa!”. Deixei o dinheiro sobre a mesa e sai em direção ao carro. Até encontrar o endereço de Lety, a festa com certeza já teria começado. Entrei no carro e procurei no meu celular a mensagem de texto que informava a hora e endereço da festa. Beleza. Tudo certo.

• ● •

Não foi difícil encontrar a casa. De todas as casas daquela rua, a dos pais de Lety era a única com todas as luzes acesas e menores de idade bebendo cerveja no gramado de casa. Por sorte não havia muitas casas naquela rua, todas estavam vazias e a venda. Era um novo bairro, espaçoso e amplo, bem diferente dos padrões franceses: uma mistura norte-americana e europeia. Sinceramente? Prefiro as casas tradicionais, com pequenos jardins e portõezinhos de madeira, são simples, eficientes e confortáveis.

Atravessei o gramado povoado por alunos e alguns colegas de classe e fui até a porta da casa. Quem me atendeu foi Lety, - que já estava meio alterada - a garota de cabelos azuis me puxou pela gola da camiseta e em seguida me jogou para dentro da sala.

– Bem vindo. - Lety disse com um sorriso nos lábios e vindo em minha direção.

Desviei da garota e atravessei a sala com um pouco de dificuldade, chamar a Amoris inteira para uma festa não foi boa ideia. Cheguei na cozinha são e salvo, havia bebida respingada na minha camiseta, eu provavelmente devo ter trombado com alguém. Toda aquela situação estava me irritando, fui até o bar improvisado e perguntei se tinha uma garrafa d’água, o garoto negou e disse que tudo que ele podia fazer era me dar um drink ou cerveja. Resmunguei baixinho antes de sair da cozinha. Eu estava saindo em direção a sala quando vi a cena: Lis risonha, debruçada sobre a mesa ao lado de Dake, a garota segurava um copo colorido, e Dake despejava mais bebida no copo.

O sangue subiu, e tudo que já estava ruim ficou ainda pior. Empurrei as pessoas que estavam no meu caminho, e fui em direção a garota.

– Lis?

– E aí? - Dake respondeu por ela. Ignorei o rapaz.

– Lis?

– Fala, porra! - ela disse alterada.

– Mas o que?!

Dake somente ria da situação.

– O que você fez com ela? - perguntei.

– Ué, tô mostrando pra ela como é curtir de verdade.

– Lis, você bebeu?

– Não. Vodka é de comer. - o garoto respondeu novamente.

Céus. Fechei os olhos e respirei fundo.

– Lis. Vem comigo…

– Ela não vai a lugar nenhum. Eu sou o par dela.

– Não. O par dela é…

– ...Castiel, meu par é o Castiel. - a garota resmungou enquanto erguia-se da mesa.

– E onde está aquele idiota?

– E eu vou saber? - a garota gritou.

– Lis, vamos embora.

– Não.

– Eu tô vazando. - Dake se levantou em um pulo.

Revirei os olhos.

– Lis, por favor, vem comigo. Eu vou te levar até a Iris. Ela está aqui não está?

– Sim, ela tá aqui, e eu sei onde ela tá. Ela tá se agarrando com o par dela, a Rosa também e a Violette não pode ser incomodada, por que custou pra ela conseguir sair com o Jade.

– Vem cá.

A garota passou o braço sobre meus ombros, mas isso não bastava e eu a peguei no colo.

– Você já tinha bebido antes?

– Pra você saber, eu nunca tinha ido a uma festa. Ninguém nunca me convidou. Eles me odiavam.

Engoli seco. Durante o caminho avistei Castiel conversando com alguns de seus amigos.

– Lis, posso te deixar com o Castiel?

– Tanto faz.

Vou ensinar uma lição a esse boboca”. Pensei. Dei mais alguns passos em direção ao ruivo.

– Castiel.

A face do garoto se virou para mim.

– Acho que esqueceu isso com o Dake. - acenei para Lis.

Os olhos do garoto se arregalaram, ele abriu a boca e depois fechou.

– Além de nunca ter bebido, a Lis nunca tinha ido a uma festa se quer. Ela não faz ideia de como funcionam essas coisas. Acho que você já deveria saber, afinal, quem trouxe ela até aqui e convidou ela pra ser sua parceira, foi você.

Me aproximei de Castiel, passei a garota para ele. Os olhos alheios se voltavam para o garoto, as pessoas estavam confusas e indignadas.

– É só isso. Boa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♦ Espero que tenham gostado, se possível comentem, gostaria de saber a opinião de vocês.
♦ Caso encontrem algum erro seja ortográfico ou quanto a história me enviem uma MP que eu venho aqui rapidinho e ajeito.