Depois que Gina saiu correndo, ela esbarrou com Dino no meio do caminho.

– O que seu irmão queria? – perguntou ele rapidamente.

– Nada, só me incomodar! – disse ela nervosa.

– Foi por minha causa?

– Foi, mais ou menos é que...

– Olha Gina, não precisa se desculpar, eu entendo. Se seu irmão não quer que a gente saia, eu vou intender, não tem problema...

– Você está usando isso como desculpa! – cuspiu ela. – Você não quer mais sair comigo porque hoje foi uma droga e está usando isso como desculpa!

– Não tem nada à ver, desculpa Gina, não é isso – disse ele sem graça.

– Então é o que? – perguntou ela.

Mas ele não respondeu.

– Olha, pra mim já deu viu, não quero mais ouvir de você! – falando isso ela recomeçou a correr e a subir as escadas, deixando Dino pra trás com raiva.

Gina já estava no sétimo andar, mas não foi para a Torre. Ela encontrou uma brechinha onde ela cabia muito bem sentada, perto da sala precisa. Ela queria ficar sozinha, estava com raiva de Rony. Por que ele tem que ser assim? Por que ele quer mandar tanto em mim? Eu odeio isso! Além de estar com raiva de Rony, ela estava com raiva de Dino também, porque ele foi um idiota. O que ele acha que eu sou? Ele acha que eu sou qualquer outra que ele já saiu! Só pode! E pensar que ele poderia me ajudar a esquece o Harry! Ah, mas que droga! Lágrimas grossas desciam pela face de Gina, ela estava chorando silenciosamente. Ela ficou ali por uma bom tempo, não sabia se foi por minutos ou horas. Mas ficou ali sozinha, como queria, sem ninguém incomodando-a.

~*~*~

Faltava cinco minutos para às novas horas. Draco saiu da sala comunal e se dirigiu para o quinto andar, onde dali pra cima faria a ronda. Não sei por que a Minerva não me deu os andares de baixa pra eu fazer a ronda, agora vou ter que subir todas essas escadas e depois descer! Que droga. Ele chegou ao quinto andar, deu a volta nele e viu que estava tudo certo. Como esses andares são compridos! Ainda bem que é só até o sétimo andar! E assim Draco continuou andando até o sétimo andar.

Por lá também estava tudo certo, não havia ninguém pelos corredores, ou saindo das salas. Quando Draco passou pela Sala Precisa ele ouviu um barulho. Será que é o Pirraça? pensou ele. Então foi se aproximando de onde vinha o barulho silenciosamente para quem ou o que estivesse lá não escuta-lo.

– Lumus – disse ele e uma luz saiu na ponta de sua varinha. Ele percebeu que nada se moveu lá dentro, então resolveu ir de uma vez para ver o que era...

– Weasley? – disse ele incrédulo quando viu quem era ela.

– Malfoy? O que você está fazendo aqui? – perguntou ela rapidamente.

– Eu estou fazendo ronda. Mas o que você está fazendo ai? –perguntou ele curioso.

– Não é da sua conta – disse ela se levantando e sugerindo que ia sair. Mas Draco foi mais rápido, colocou o braço na parede impedindo-a de sair.

– Me dá licença Malfoy – disse ela com raiva.

– Por que você está chorando? – perguntou ele olhando pra ela, o rosto dela estava muito inchado e o seu olho bastante vermelho, pois fazia horas que ela estava ali chorando.

– Eu já disse que não é da sua conta! – falou ela.

Mas ele não desistiu, continuou com o braço onde estava.

– Eu te vi com o Thomas hoje – disse ele. Nem ele mesmo sabia por que dissera isso. No mesmo instante Gina começou a chorar e, Draco não sabia o porquê.

Quando Draco a viu chorar, se sentiu mal, porque odiava ver meninas chorando. Rapidamente Gina limpou o rosto e respirou fundo. Então ela encarava aqueles olhos cinzas.

– Por que estava chorando? – perguntou ele novamente.

– Por que eu estava com muita raiva – respondeu ela.

– De quem?

– Do meu irmão e também daquele idiota do Dino. – disse ela, por uma momento Draco achou que ela iria começar a chorar de novo, mas ela só abaixou a cabeça e depois a levantou.

– Esse Dino ai que você fala é o Thomas? – perguntou ele.

– Sim – respondeu ela.

– Você estava saindo com ele? – Gina pode perceber que Draco estava muito interessado na conversa.

– Olha Malfoy, eu acho melhor eu voltar para a Torre, porque desde que eu cheguei de Hogsmeade eu não fui pra lá, daqui a pouco alguém pode sentir minha falta e vir me procurar e ...

Gina se assustou com a expressão que Draco deu, ele sorria. Aquele sorriso de desdém que Gina achava lindo.

– Weasley, amanhã é domingo. Quantas vezes você acha que vai ter a chance de conversar sozinha com Draco Malfoy? – falou ele rindo.

– Mas e se eu não quiser conversar? – sugeriu ela.

– Eu sei que quer – disse ele.

Gina sorriu balançando a cabeça para ele e disse:

– Tudo bem Malfoy, vamos ali na Sala Precisa, porque pegaria estranho se alguém nos visse conversando – disse ela ainda sorrindo, então os dois foram a direção a sala.

Os dois entraram juntos na sala, ali havia várias cadeiras, pufes, estantes com livros e outras coisas. Draco se sentou em um pube que parecia realmente macio e apontou para Gina se sentar no que estava na sua frente. Ela se sentou e os dois por um momento ficaram ali em silêncio.

– Então... – disse Draco.

– Então... – repetiu ela.

Draco resolveu ele mesmo começar a conversa, porque viu que ela estava muito quieta.

– Você ainda não respondeu a minha pergunta – disse ele.

– Que pergunta? – indagou ela.

– Se você e o Thomas estão saindo – respondeu ele.

– Bom, hoje foi o primeiro e o último encontro – falou ela dando de ombros. De certa forma Draco se sentiu aliviado ao ouvir isso.

– Por que? – perguntou ele interessado.

– Porque acho que eu não sou o tipo de garota que ele gostaria de sair – falou ela olhando pra baixo.

– Ainda não entendi – disse ele sincero.

– Bem, é que enquanto nós estávamos lá no Três Vassouras, ele meio que sugeriu para que nós fossemos a algum lugar mais reservado – disse ela corando. – Eu não gostei muito disso. O que ele pensa que eu sou? Qualquer uma? – quando ela terminou de falar já tinha lágrimas nos olhos novamente.

– Então você não foi, não é? –perguntou Draco.

– É claro que não, Malfoy! – falou ela deixando uma lágrima rolar pelo rosto.

– Não chore por causa desse trasgo! – disse ele com um tom severo, mas preocupado na voz.

Então Gina deu risada e secou o rosto olhando para ele.

– O que foi? Eu disse alguma coisa engraçada? – disse ele sério.

– Não Malfoy, é que é muito estranho me ver aqui com você, conversando normalmente – ela sorriu e olhou pra ele que por sua vez estava com uma cara ilegível.

– É, você tá certa. Se alguém nos visse iria achar muito estranho – então ele sorriu.

– Eu acho melhor voltarmos cada um para sua casa – disse ela.

– Pra que? Amanhã é domingo! – responde ele.

– Mas o que vamos fazer aqui? – indagou ela olhando em volta.

– Ah não sei... – disse ele levantando e andando na sala. – Sabe jogar xadrez? – perguntou ele.

– Você está brincando, não é? – disse ela. – Traz isso pra cá! – ela olhou procurando uma mesa e achou uma de tamanho ideal para que eles pudessem jogar. Então puxou ela até onde estavam os pufes.

Os dois ficaram ali, jogando, conversando e comendo (Draco sentiu fome e surgiu comida magicamente) por algum tempo. Gina, no meio de um bocejo, disse:

– Eu estou morrendo de sono, já deve ser muito tarde.

– É mais de uma hora da manhã – disse Draco olhando em seu relógio de pulso.

– Merlim! Já é muito tarde! Eu tenho que ir agora – disse ela se levantando.

– É eu também – disse ele. – Eu vou com você até a Torre para você não ter nenhum problema pelo caminho.

Então os dois foram até a Torre, ele se despediu dela e, cuidadosamente, continuou andando até as masmorras. Essa Weasey... ela é muito legal. Pena que é uma Weasley, isso não pode se repetir... E se eu for visto com ela? Draco Malfoy sendo amigável com um Weasley? O que os outros diriam? Sem dúvidas, isso é inaceitável e acaba por aqui. Em meio a seus pensamentos ele chegou a sala comunal da Sonserina, a sala estava fazia, então ele foi direto para o dormitório, se despiu e deitou na cama repassando seu dia mentalmente. Agora que ele estava sozinho, pensou no que tinha feito e se daria certo. Teria que esperar até de manhã, ou quem sabe até mais alguns dias. Então Draco adormeceu, um sono leve e sem sonhos.