Gina não entendeu o que estava acontecendo, só sabia que estava beijando Draco Malfoy. O beijo de Draco era doce, quente e muito bom. Ela não sabia o porquê mas não conseguia se afastar dele. Ele passou os braços dele ao redor da cintura dela, permitindo que suas mãos passeassem pelas costas de Gina. Ela, por sua vez, colocou seus braços ao redor de seu pescoço mexendo em seu cabelo.

Eles ficaram envolvidos no beijo pelo que pareceu séculos, mas o que não passou de minutos. Draco se afastou devagar, ainda abraçando Gina. Ela ainda estava com os olhos fechados, ele olhou para ela, como era linda e beijava bem. Ele ficou olhando para ela e sorriu. Gina ainda de olhos fechados sentia o hálito quente de Draco, querendo que ele nunca tivesse parado de beijá-la.

– Isso foi um erro, me desculpe – disse Draco. – Não vai mais acontecer.

– Esse foi o melhor erro que cometi – disse Gina não se dando conta do que falava. Então ela abriu os olhos e olhou para Draco.

Ele gentilmente tirou os braços dela de sua volta e rompeu o abraço deles.

– Você não entendeu, Weasley – disse ele que parecia irritado. – Isso não poderia ter acontecido.

– Ah, eu sei por quê. Porque eu sou uma Weasley e isso seria uma vergonha pra você se alguém soubesse que me beijou. Uma traidora do sangue – disse ela fria.

– Não é isso – disse ele. – Você nunca entenderia.

– Entenderia o que? – perguntou ela. – Quem sabe se você me disser...

– Eu não posso! – disse ele.

– Tudo bem Malfoy, vou fingir que te entendo – falou ela.

– Me desculpe Gina, mas acho que não tem outro jeito – Draco falou virando o rosto. Gina não entendeu quando ele a chamou pelo primeiro nome, Draco nem percebeu o que disse. – Acho que não poderemos mais no ver.

Foi como se ela tivesse levado um soco no estomago. Ficou sem ar, sem saber o que responder. Queria questionar, brigar, dizer que não. Mas nada saia da sua boca, depois lhe veio o pensamento de que ele queria isso porque estava com medo de sentir “alguma coisa” por ela.

Agora o que mais ela queria era sair dali, ir para bem longe. Ela não queria que fosse assim, ela queria continuar se encontrando com ele. Mas ficou com raiva dele pela decisão que tomou. Então disse:

– Você tem certeza?

– Tenho. Tem que ser assim, eu não quero que... – mas ele não continuou, o que fez Gina se perguntar o que ele não queria.

– Tudo bem Malfoy, vou respeitar sua decisão – disse ela olhando nos olhos dele. – Caso, queira... se encontrar de novo... quem sabe... é só mandar uma carta – Gina estava com os olhos vagos, não olhava na direção de Draco.

– Acho que isso não voltará mais acontecer – disse ele fechando os olhos.

– Então... adeus... Malfoy – seus olhos encheram-se de lágrimas, mas Gina respirou fundo e as engoliu.

Por que eu estou assim? pensou Gina com raiva.

Draco não respondeu, se virou de costas e encarou a parede. Ele se odiava por mandar embora a única pessoa que ele se sentia bem de verdade, sem falsidade, sem mentiras. Ele não queria isso, não queria ficar longe de Gina, mas se eles se envolvessem ela correria grande perigo, pois agora ele era um Comensal da Morte. E ele não podia correr riscos, ainda mais quando se tratava de Voldemort.

Isso não podia acontecer, ele não podia voltar atrás. Estava feito, desse jeito ela estaria melhor. Ele escutou a porta bater e se virou, Gina tinha ido mesmo. Ela foi embora. Ele se sentia horrível.

– Adeus... Gina.

Ele não soube por quanto tempo ficou ali sozinho, com seus pensamentos, mas quando saiu da sala precisa já estava escuro, então ele rumou para a sala comunal da sonserina. Tinha bastante gente por lá, o que ele fez ele querer ficar sozinho então foi para o dormitório.

Draco deitou na cama pensando em Gina e como ela estaria agora. Lembrou do beijo, não sabia porque fez isso, instinto talvez, não queria que ela fosse. Aquele beijo foi muito bom, Gina beijava bem e era linda. “Merlim! O que eu faço da minha vida? Eu odeio tudo isso que está acontecendo!” pensou ele com raiva. Draco ficou deitado até adormecer.

~*~*~

Gina encarou Draco que estava muito quieto, ela não queria mais ficar mais ali, saiu o mais rápido que pode sem dizer nada sentindo-se muito mal.

Ela chegou na sala comunal cheia de gente e subiu direto para o dormitório, deitou na cama e chorou. Chorou de raiva. “Por que ele fez isso?” pensou ela. Gina estava com raiva dele, por fazer ficarem amigos e depois dizer que eles não podiam mais se ver. Isso era ridículo, ela estava com muita raiva e chorava....

Não sabia nem que horas eram mais ficou ali deitada, não desceu nem para jantar. Gina queria esquecer tudo o que passou. Se sentia uma boba, pra que chorar por causa dele? Ficou ali deitada e adormeceu. Ela decidiu que agiria normalmente, fingiria que nada disso aconteceu. Assim quem sabe ela esqueceria Draco. Ele foi um bom amigo, se divertiram juntos, mas já que acabou, acabou. Ela não queria mais se lamentar por alguém que não quer saber dela. Já não chega o que passou por Harry.

Uma semana se passou, ela e Draco não se viram, nem se cruzaram novamente. Mais uma semana se passou e nada. Gina andava meio abatida, tentava agir normalmente na frente das outras pessoas, mas quando estava sozinha sentia saudades dos horas que passava com Draco.

Hermione já havia perguntado mais de uma vez se ela estava bem, se queria conversar ou o que aconteceu, mas Gina dizia que estava tudo bem e que não tinha nada. Um dia até Rony veio falar com ela:

– Gina, está tudo bem com você?

– Sim, por que não estaria?

– Sabe, aquele dia com o Dino, eu não quis... – começou ele.

– Não tem nada a ver... – interrompeu ela, mas Rony interrompeu ela novamente.

– Você pode sair com ele se quiser Gina – falou ele.

– Rony, eu não quero nada com o Dino. Nada mesmo – respondeu ela.

– Ah, é mesmo? – indagou ele sem graça.

– É mesmo – respondeu ela.

– Ah, que bom, me sinto melhor – Rony deu um abraço na irmã e saiu deixando-a sozinha. Ela estava preocupada, pelo jeito sua máscara não estava tampando totalmente seu rosto. Ela teria que fingir melhor.