Draco chegou na biblioteca, olhou para ver se Gina já havia chegado. Nada. Ali não tinha muitos alunos, só alguns que estavam fazendo trabalhos ou coisas parecidas. Draco andou pelas estantes, pegou um livro só para disfarçar e sentou em uma cadeira de frente para a porta. Ele esperava por Gina ansiosamente, não via a hora de ver ela entrando por aquela porta e vir até ele. Ele temeu que ela recusasse o seu convite, que não viesse, que o deixasse ali esperando. Mas não, de repente ele a viu entrando na biblioteca. Não pode conter um sorriso, ela o retribuiu dando um grande sorriso e abaixando o rosto vermelho.

Draco olhou para ela, se levantou e apontou com a cabeça que ia entrar em uma das filas das estantes. Ela entendeu e depois o seguiu.

– Pensei que não viria – disse ele encarando ela.

– Mas eu vim – respondeu ela. Por um momento ela lembrou do dia em que se encontrou com Dino, que quando ela chegou ele falou a mesma coisa. Ela se lembrou daquele dia horrível que passou, fechou os olhos e sentiu o rosto queimar, então os abriu e encontrou o olhar de Draco. – Estou curiosa, por que me chamou até aqui?

– Porque eu queria conversar com você – respondeu ele sincero.

– Comigo? – perguntou ela sorrindo desconfiada.

– Weasley, não sei dizer, mas gosto de sua companhia – disse ele sentando em uma cadeira e apontando outra para ela.

– Nunca pensei que iria dizer isso, mas eu também gosto da sua companhia, Malfoy – disse ela corando.

– A gente podia conversar mais vezes, não é? – Draco não entendeu o que disse de errado ou o que fez de errado, mas Gina estava dando muita risada. Uma risada abafada porque estavam na biblioteca. – O que eu disse?

– Nunca na minha vida, eu imaginei que você desse a ideia da gente conversar mais vezes – disse ela ainda sorrindo.

– Então tá, não preci...

– Não é isso – interrompeu ela. – Achei a ideia engraçada. Mas seria legal conversar com você.

– O ruim é que as pessoas achariam estranho se nos vissem juntos – disse ele pensativo. – Conversando quero dizer – completou ele ao ver a cara de Gina.

– Eu entendi, tá bom? – disse ela rindo. – Mas é verdade, achariam mesmo. Mas o bom de se estudar em uma escola tão grande, é que as vezes tem lugares que ficam vazios...

– ...Como, por exemplo, salas de aulas que não são mais ocupadas – terminou ele.

– Exatamente – falou ela sorrindo. – Sem contar nos inúmeros lugares que tem aqui também não é? Tem aqui mesmo na biblioteca, as salas, a sala precisa... – disse ela contando nos dedos mas olhando para Draco que fazia uma cara muito engraçada.

– Sabe, se alguém um dia dissesse que eu estaria combinando de se encontrar para conversar com você, eu daria risada e diria que essa pessoa é louca – disse ele sorrindo.

– Eu também faria o mesmo – disse ela divertida.

Então ela olhou para a janela e viu que o sol estava se pondo. Sentiu vontade de ir ver o pôr-do-sol. Ela adora ver o sol de pôr quando era criança, todos os dias ela saia para fora só para vê-lo. Um velho hábito que perdeu.

– Malfoy, vamos lá fora? – perguntou ela se levantando. Ela iria mesmo sem ele, de repente ela sentiu uma saudade dos tempos de infância, quando não tinha compromisso com quase nada.

– O quer fazer lá fora? – indagou ele se levantando também.

– Ver o pôr-do-sol – disse ela sorrindo.

Draco foi vencido por aquele sorriso. Então os dois foram para o jardim. Foram para perto do lago e sentaram-se na grama.

– Sabe, quando eu era criança adora ver o pôr-do-sol. Eu e minha mãe fazíamos isso todos os dias – disse ela pensativa olhando para o nada. – Adoro como essa luz reflete na água. Essa imagem é linda. Pena que perdi o hábito – olhou para Draco, que sorriu.

– É linda mesmo – disse ele.

Os dois ficaram ali em silêncio até o sol se pôr totalmente. Depois Gina olhou pra ele e disse:

– Está esfriando, o que acha de entrarmos?

– Vamos – falou ele se levantando.

Novamente eles ficaram em silêncio e, foram assim até entrarem no castelo.

– O que vamos fazer agora? – perguntou Draco

Gina olhou para o relógio, eram sete horas.

– Que tal uma partida de xadrez? – perguntou ela.

– Só se você quiser perder – respondeu ele sorrindo com desdém.

– Vamos para a sala precisa – falou ela.

Então os dois foram rapidamente para lá, quando chegaram, era a mesma sala da outra vez, com os pufes, livros e outros objetos.

– Bom Malfoy, como amanhã tem aula, é melhor a gente não ficar até muito tarde. E não podemos nos dar a sorte de não sermos pego tão tarde como ontem – disse ela sorrindo.

– Relaxa, eu sou Draco Malfoy. Sempre dou meu jeito nas coisas – falou ele orgulhoso.

– Hum... tá bom então, Sr. Malfoy, mas que tal começar logo essa partida? – disse ela que já tinha pegado o tabuleiro e arrumado as peças.

Os dois ficaram jogando por quase duas horas, quando Gina olhou no relógio e disse:

– Agora chega, Malfoy. Já está ficando muito tarde.

– Tudo bem, Weasley. Só porque eu sou um cara legal – disse ele dando risada.

– Então vamos – Ela levantou e foi em direção a porta, Draco estava fazendo a mesma coisa.

– Vou com você até a Torre – disse ele.

– Não precisa, eu ainda estou no horário que posso ficar fora da Torre – disse ela olhando para os lados. – E também se alguém estiver por lá, é melhor que eu esteja sozinha – disse sorrindo.

– Você é quem sabe...

– Quando vamos no encontrar de novo? – perguntou ela. – Quero a revanche das duas últimas partidas.

– Não sei – disse ele olhando desconfiado para ela. – É melhor conversarmos por carta, para evitar “conversas” –terminou dando aspas em conversas.

– Sei – respondeu ela. – É melhor mesmo. Melhor vai ser a gente ir também – falou ela.

– Certo... até amanhã... Weasley.

– Até amanhã, Malfoy – sorriu ela.

Então os dois seguiram caminhos diferentes, cada um para sua casa, com seu pensamento. Gina chegou na sala comunal que ainda tinha bastante alunos, para a sorte dela. Quando chegou, ela passou despercebida por todos e foi para o dormitório, pensando em Draco e no tempo que eles passaram juntos. Quando mais tempo passava com ele, mais ele descordava com o que Harry e os outros dizia a seu respeito.

Ela resolveu ler um pouco, ficou lendo até algumas meninas aparecerem para dormir, então resolveu fazer o mesmo. Dormiu um pouco depois, com tantos pensamentos que tinha na cabeça, era difícil para dormir, mas logo adormeceu, um sono sem preocupações e leve.