Faltava vinte minutos para as onze horas, o trem partiria às onze em ponto.

– Certo, então primeiro vai o Harry e o Rony, logo Hermione e Gina. Depois nós já vamos atrás – disse rapidamente a Sra. Weasley.

Um minuto depois, todos já tinham atravessado a passagem e se encontravam diante do Expresso de Hogwarts, na plataforma nove e meia. Todos se despediram e embarcaram no trem, que partiu assim que o relógio bateu onze horas.

Gina dividiu a cabine com Luna Lovegood, uma quintanista da Corvinal; e com Neville Longbotton, um sextanista da Grifinória, amigo de Harry, Rony e Hermione.

Luna estava absorta contando a eles de um dia em que ela e seu pai estavam caçando gnomos no jardim, quando, abruptamente a porta abriu e eles puderam ver quem era: Draco Malfoy e seus dois comparsas, Grabbe e Goyle.

O silêncio se exalou e todos se encararam. A decepção era visível no rosto de Draco, sendo ele o primeiro a romper o silêncio.

– Onde está o Potter?

– E o que te interessa onde ele está? – disse Gina com raiva.

– Uh, quer dizer que o Potter mandou deixar recadinhos com a namoradinha dele foi? – retrucou ele.

– Eu não sou a namorada dele! E vê se cala essa boca e dá o fora daqui! – Gina quase gritou as últimas palavras.

– Nossa meninos, viram como essa Weasley é bravinha? - zombou ele, fazendo os dois que estavam atrás grunhir em forma de gargalhada.

No momento seguinte Gina já estava com a varinha em punho quando alguém à puxou para trás e disse.

– Não Gina, não vale a pena – Neville a puxou, afastando-a dos outros.

– Quer dizer então que você também quer ser o namorado dessa aí, eh?

– Malfoy, saia daqui agora! Vamos, saia! – Neville estava muito vermelho, porém decidido.

– Cala essa boca Longbotton, veja como fala comigo! Se não eu...

– Você o que Malfoy? – Uma terceira voz apareceu, era Harry.

– Santo Potter! Senti sua falta... – zombou Draco.

– Pra um monitor você anda fazendo muita bagunça, não acha? – Dessa vez foi Hermione quem falou.

– Cala essa boca, sangue ruim – Disse ele friamente.

– Olha como fala com ela! – Falou Rony, alto o suficiente para fazer Crabbe e Goyle se aproximarem com cara de quem quer brigar.

– Eu falo como eu quiser, e eu faço o que eu quiser! – Draco já estava muito irritado com tudo isso, normalmente era legal irritar Harry, mas agora ele estava sendo insultado.

– Deixa Rony – murmurou Hermione. – Vamos Malfoy, agora por favor, saia daqui. Não queremos confusão.

– Eu vou, mas eu vou porque quero. Não porque me mandaram – Falando isso, ele e os outros dois saíram de lá.

Gina percebeu que muita gente colocara a cabeça pra fora de suas cabines só para dar uma espiada no que estivera acontecendo. Então Rony se virou para ela:

– Por que ele estava aqui?

– Procurando Harry – disse ela.

– Toda essa confusão pra isso? Francamente, ele me dá nojo – bradou Hermione. – Ah, vamos voltar pra nossa cabine.

Falando isso, os três voltaram, deixando uma Gina cheia de perguntas sem respostas. Ela queria entender por que nenhum deles se gostavam. Claro que ela sabia quem era Malfoy e sua família, mas Gina tinha o coração tão mole que podia ser amiga de qualquer pessoa. Se apagava fácil demais. Não era à toa que ela era da Grifinória.

Depois do ocorrido nenhum dos três falaram muito, só depois do almoço, logo que a velha do carrinho de doces passara que eles resolveram recomeçar a falar. Mas ainda assim havia um receio entre eles de que a cena se repetisse. Porém, nada houve. O resto do dia no trem passou monótono.

~*~*~

Draco estava com raiva do que aconteceu, apesar da tarde já ter passado e todos já esquecido, ele ainda estava nervoso. Na verdade queria voltar lá e quebrar a cara de Harry, socá-lo, bate-lo, mata-lo se possível. Mas nada fez.

Algum tempo depois ele percebeu algo se mexendo em cima, onde ficavam as malas pequenas. Na hora sabia que era Harry, pois ele tinha a capa da invisibilidade e Draco imaginou que o garoto pudesse estar tramando alguma. Ou querendo ouvir conversas.

Draco fingiu não o ver. Quando o trem chegou na estação, Draco ficou por último para acertar as contas com Harry.

– Ouvindo conversas Potter? – disse ele.

E nisso ele o puxou de cima e o derrubou no chão.

– Petrifico Totalus! – e Harry estava duro feito pedra. – Sua mãe não te ensinou a ter educação não em Potter? Ah é! Ela morreu antes de ensiná-lo!

Draco reuniu toda sua força e deu um chute no nariz de Harry que quebrou.

– Isso, é pelo meu pai.

E o cobriu com a capa novamente.

– Faça uma boa viagem de volta para Londres – disse Draco com um sorriso de desdém. E saiu do trem deixando Harry sozinho, com o nariz quebrado, imóvel e ainda invisível. Ninguém o encontraria ali! Estava perdido! O que faria?

~*~*~

Momentos depois Harry aparece todo ensanguentado no Salão Principal. Hermione quase pulou em cima dele quando o viu, pois estava quase morrendo de preocupação. Harry explicou brevemente o que acontecera comeu um pouco de sobremesa pois a Cerimonia de escolha das casas já havia acontecido e o jantar já tinha acabado. Então só sobrara a sobremesa para ele.

Depois ele e Gina subiram para a Torre sem a companhia de Ron e Hermione porque os dois acompanharam os novatos até lá. Então ele foram calmamente conversando, e Harry contou detalhadamente tudo o que aconteceu.

– Nossa, esse Draco é horrível! – disse ela por fim.

– Sim! Mas, não liga muito pra isso não. E nunca chegue perto dele, ele é ruim. E por você ser uma Weasley, traidores do sangue, como os chamam, ele pode fazer algo com você.

Gina mal podia escutar isso. Harry, pedindo a ela pra se cuidar? Tudo bem que ela se conformara, ela e Harry nunca dariam certo porque ele queria outras coisas, e ela, era só a irmão mais nova de Rony, seu melhor amigo.

Mas mesmo assim, ela ficou feliz de saber que ele estava se preocupando com ela. Será que ele finalmente estaria retribuindo seu sentimento?

– É que você sabe... você é a irmã mais nova de Rony, a única e mais nova menina da família, sua mãe me mataria se algo acontecesse com você por minha culpa. Eu me sentiria muito culpado. Ainda mais se tratando do Malfoy.

O estomago de Gina despencara, tudo o que ela achava até agora acabou de se provar: sim ele só a achava a irmã mais nova de Rony, e não estava gostando dela. Só sentia medo de algo acontecer com ela, pois não queria ser culpado, muito menos chatear ninguém. Ela só deu um sorriso concordando com o que ele dissera. Não conseguia dizer nada.