Estávamos na escola pela manhã e algo estranho aconteceu.

Matt Gi brigou com um menino e eu confesso, ele me deu medo.

Eu nunca vi ele daquele jeito.

Seus olhos eram de um azul terrivelmente frio, sua boca formava uma linha reta e suas mãos estavam cerradas em punho.

Eu juro, nunca pude imaginar aquele garoto como um monstro, a não ser em meus pesadelos. Mas lá estava ele, parecendo um assassino, terrivelmente frio e mesmo assim, tão sexy.

Eu tentei não ligar para aquilo, mas era impossível.

Bom, o dia passou e Matt Gi não trocou uma palavra comigo, ele nem me levou para casa.

Pela noite, todos já haviam ido dormir e eu estava em meu quarto, lendo um livro. Escutei batidas na janela, abri a cortina e era Matt.

Eu abri a janela e ele entrou.

–Você não está brava comigo está?

–Não.

–Você está chateada? Ouço isso na sua voz, então não minta.

–Estou. Nunca imaginei te ver daquele jeito e depois, você não trocou uma palavra comigo.

–Me desculpe meu amor, mas eu estava com raiva e não queria descontar em você.

Ele chegou perto e me abraçou, depois começou a chorar.

–Hey, calma...

–Por que você tem que ser tão perfeita?

Eu não entendi o que ele quis dizer, mas não disse nada.

Quando ele parou de chorar, me beijou. Seus lábios salgados por suas lágrimas... Sua língua pediu passagem e eu cedi.

Ele apertou minha cintura com uma força incrível.

Eu arfei, ele mordiscou meus lábios e se afastou, mais uma vez, dizendo que não queria perder o controle e eu concordei.

Saímos pela janela e sentamos nos galhos da árvore, ficamos olhando o céu até o por do sol, depois cada um foi para sua casa.

No fim de semana eu não o vi, até tentei mas sua mãe sempre dizia que ele não estava. Tinha saído com o tio ou o pai.

Pela segunda feira de manhã, meu pai não queria que eu fosse para a escola, haviam encontrado um corpo morto duas quadras para baixo da escola.

Depois de avaliarem, descobriram que era uma garota da minha sala. Ela estava com o rosto deformado, levou três facadas e estava sem um pedaço da perna.

Aquilo chocou todos da cidade. Menos Matt Gi que chegou em minha casa como se nada tivesse acontecido.

–Bom dia amor, vamos? -disse ele todo sorridente.

–Matt uma garota morreu e você chega aqui na minha casa como se não se importasse? -briguei com ele.

–Eu não sabia, desculpe.

–Tudo bem.

–Então, vamos?

–Não. Não vou para a escola hoje.

–Vamos. Agora.

–Matt, não.

–Nossa, como você está chata hoje.

–E você idiota.

Matt bateu a porta da minha casa e eu subi para meu quarto.

Pela noite o menino que havia brigado com Matt foi encontrado morto.

Ele tinha o rosto intacto pelo que o policial falou no jornal, mas estava sem um pedaço da perna e dessa vez tinha um papel ao lado do corpo. Estava escrito: "Meu mundo é você" em uma caligrafia perfeita.

Depois de uns cinco dias sem ver Matt Gi, ele não me procurava e eu o evitava. Ele finalmente apareceu, eu estava trocando de blusa, quando terminei de baixar minha blusa o peguei olhando para mim.

Ele estava de pé, de frente para sua cama, sua janela fechada e a minha também mas pela falta de sol dava para ver que ele olhava para mim.

Ele se sentou em sua cama rapidamente e abriu a janela, eu não me mexi.

Ele escreveu em um caderno: "Precisamos conversar".

Eu fiz não com a cabeça.

Ele sorriu e escreveu: "Teimosa". Eu sorri.

Ele me fazia falta.

Abri a janela e o chamei com o dedo, enquanto trancava a porta de meu quarto, apesar de não ter ninguém em casa.

–Oi -disse tímida.

–Você não sabe o quanto senti sua falta -ele me abraçou.

–Eu também senti sua falta.

O resto do dia passamos abraçados.

Depois de quatro dias, nosso romance voltou ao normal.

Íamos para a escola e os crimes haviam parado.

Estávamos na aula quando Matt Gi me mandou um papel: "Meu mundo é você", eu já tinha visto aquilo em algum lugar, mas onde?

Sorri para ele.

–Eu te amo -sussurrei.

Ele sorriu.

Pela tarde, fui a um parque com meu pai e irmão.

Um garoto bêbado, chegou e me beijou, ele era loiro, pele bronzeada e tinha músculos. Ele me beijou de uma forma, que eu acabei ficando sem saída. Finalmente consegui tira-lo de cima de mim, depois de uma meia hora.

Fomos embora quando voltei para perto de minha família.

Pela noite tomei banho e minha família saiu para um jantar, eu preferi ficar em casa.

Matt Gi entrou pela minha janela e quando eu fui beija-lo, ele me empurrou na minha cama e começou a gritar comigo, dizendo que eu era idiota, imbecil e que não o merecia.

Ele estava com aquele olhar gelado de novo, enquanto gritava e me xingava, ele quebrava tudo pelo meu quarto.