Contando Estrelas escrita por Letícia Matias


Capítulo 6
Capítulo 5




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Um carro passou e buzinou para nós. Separamos-nos e ele me olhou.

– Você é muito teimosa.

Não expressei nada. Eu estava saltitante por dentro, mas por fora, permaneci séria.

Ele deu a volta no carro e abriu a porta do carona para mim, me colocando meio que deitada no banco. Fechou a porta e deu a volta no carro correndo e entrou batendo a porta.

Ele começou a dirigir e me olhou.

Eu fechei os olhos e começou a tocar na rádio a música “RadioactiveImagine Dragons.

Soltei um sorriso, de olhos fechados, lembrando-me do que tinha acabado de acontecer.

Abri meus olhos novamente, e vi que Johnny estava encharcado obviamente e ele olhava fixamente para as ruas.

Eu tive um calafrio e ele olhou para mim.

– Está com frio¿

– Um pouco. – disse rouca.

Ele ligou o aquecedor e olhou para mim.

Sorri e fechei os olhos. Eu parecia estar flutuando, morta, ou sonhando.

Parecia mais um sonho.

Aos poucos eu fui esquentando e o frio me deixando, o banco estava extremamente confortável e eu adormeci.

Abri meus olhos quando ouvi distantemente meu nome ser chamado.

– Johnny estava fora do carro ao meu lado, em pé estendendo a mão para mim.

Confusa olhei para os lados. Estávamos numa garagem que parecia de um prédio.

Olhei para ele novamente e peguei sua mão levantando-me do banco e saindo do carro.

Eu estava meio zonza.

Ele fechou a porta do carro e trancou ativando o alarme.

Segurou minha mão e começou a me conduzir para o elevador.

Esperamos o elevador chegar em completo silêncio.

Entramos no elevador espelhado e as portas se fecharam.

– Você está bem¿ - ele sussurrou.

Olhei para ele.

– Sim.

Ele assentiu.

Eu acho que eu estou um pouquinho bêbada. – pensei.

As portas do elevador se abriram e demos de cara com uma porta no corredor. Parecia a porta de um apartamento.

Ah jura¿ - meu subconsciente zombou de mim.

Johnny abriu a porta do apartamento.

Era muito bonito. Simples e sofisticado. Parecia um apartamento de Nova York.

Na sala tinha uma televisão com uma estante marrom e por todos os lados tinham livros e mesinhas.

– Ah, sente-se. – ele disse me conduzindo ao sofá preto de couro.

Sentei-me e olhei para a enorme porta de vidro da sala que dava para uma sacada.

– Eu já volto. – ele disse.

Ele foi para o outro cômodo e eu me levantei e fui até a porta de vidro. Não ousei a abrir, do jeito que eu estava bêbada era capaz de eu cair da sacada.

Era lindo. Dava para ver Los Angeles inteira, ah... Estávamos em Los Angeles!

Todos os prédios pareciam um do lado do outro, as ruas desertas e iluminadas... Era lindo.

– Uau. – eu disse baixinho.

Senti uma mão em meu ombro e me virei.

– Você está bem¿ - ele perguntou.

– Acho que sim. Só com um pouco de dor de cabeça.

Ele assentiu e depois balançou a cabeça negativamente.

– Claro, depois do tombo que você levou, até eu estou. – ele disse e reprimiu uma risada.

Tentei ficar séria, o que não deu muito certo. Comecei a rir baixinho.

– Venha, vou lhe mostrar o quarto.

Ele passou o braço pela minha cintura e me conduziu até o quarto.

Olhei para sua mão em volta de mim e reprimi um sorriso.

Entramos num quarto maravilhoso, pequeno, mas com espaço suficiente para uma cama de casal e um banheiro.

A cama ficava logo na parede onde estava porta e havia uma janela de vidro enorme que dava para ver tudo lá fora. A chuva caindo, os postes estilo inglês e outros prédios enormes vizinhos. Logo em frente à cama, na outra parede, havia um papel de parede enorme que cobria toda a parede, um papel de parede preto e branco de um monte de arranha-céus de Nova York.

– Que lindo! – eu disse.

Ele sorriu.

– Lindo mesmo. Ah, eu deixei uma camisa minha aqui para você colocar, se troque, tire essa roupa molhada, se quiser tome um banho. Eu espero do lado de fora do quarto, quando você terminar, pode deitar na cama.

Assenti e fui para o banheiro onde tomei um banho quente e lavei meus cabelos.

Vesti a camisa social azul clara com listras brancas de Johnny e saí do banheiro.

Ele estava sentado na cama olhando para a janela.

Ele olhou para mim, e ficou olhando e depois de um longo momento eu quebrei o silêncio.

– Você já pode usar o banheiro.

Ele sorriu. Parecia cansado. Passou por mim e foi até a porta do banheiro.

– Que lado da cama você dorme¿ - perguntei sorrindo.

Ele riu.

– Eu deixo você dormir do lado da janela, só hoje.

Sorri e puxei o edredom para dar espaço para que eu deitasse.

– Ah, Mary¿

Olhei para ele.

– Essa camiseta ficou bem em você.

Sorri e abaixei a cabeça.

Ele fechou a porta do banheiro.

Deitei-me e cobri apenas as pernas.

Durante um bom tempo fiquei admirando a vista lá fora.

Ouvi o chuveiro ser fechado. Virei à cabeça para o lado vago da cama e para o lado do banheiro.

Johnny abriu a porta do banheiro e olhou para mim. Ele estava apenas de cueca Box branca da Calvin Clain.

Minha boca automaticamente se abriu e eu fechei rapidamente. Ah, bem do jeito que eu lembrava dele na piscina.

Ele veio até a cama.

– Você se importa de eu deitar na cama¿

– É claro que não! Eu acho que eu deveria dormir no sofá.

Ele revirou os olhos e pegou uma parte do edredom para ele.

Nós estávamos deitado frente a frente, olhando um nos olhos do outro.

– Boa noite Mary.

Pisquei cansada.

– Boa noite Johnny.

Ele sorriu brevemente e fechou os olhos.

Depois de uns minutos eu disse:

– Johnny, você tem um apartamento lindo, um quarto lindo... Obrigada por... Tudo!

Ele abriu os olhos e me olhou sem dizer nada.

Depois de um instante disse:

– Não há de quê.

E voltou a fechar os olhos.

Eu fiquei observando ele cair no sono. Depois virei-me para o lado da janela e fiquei pensando no beijo e em tudo o que tinha acontecido.

Fiquei olhando os prédios até adormecer, o que não demorou muito.


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