So Far Away escrita por Erzy, Shion


Capítulo 8
Limites - Ato inesperado


Notas iniciais do capítulo

Bem, olá pessoal! É o Shion de novo. A Erza não está novamente, infelizmente, mas vim aqui agradecer novamente para quem está acompanhando e comentando. Espero que estejam curtindo! Bem, aqui está um capítulo mais longo que o normal, mas espero que gostem. u_u Bem, estou com um pouco de pressa, então, acho que vai ficar só por isso. Boa leitura! o/



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— Sério que eu estou fazendo isso? – Pergunto olhando o foguinho, literalmente, se engasgando com a comida.

— Pra dizer a verdade, nem eu sei. – Respondeu Natsu com a boca cheia. – Nós poderíamos estar desperdiçando nosso domingo em partidas no vídeo-game, mas você veio com chantagem envolvendo comida, dizendo que iria pagar o que eu quisesse.

— Como se você não estivesse feliz em comer de graça. – Digo o óbvio.

— Claro que estou, gelinho. – Natsu abre seu sorriso costumeiro de orelha a orelha. – Mas me diga uma coisa... Esse não é o mesmo restaurante que eu disse que a Juvia iria se encontrar com o Vastia? – Perguntou colocando um sorriso malicioso nos lábios. Ele realmente estava querendo comprar briga.

— Não viaja! – Percebi que havia me alterado, fazendo com que um cabelo de chicletes confirmasse suas suspeitas que nem precisava ser suspeitadas.

— Como se eu me importasse aonde ela vai ou com quem sai. – Volto ao meu tom indiferente.

— Se não se importasse, não colocaria o cardápio em frente ao rosto toda vez que a Juvia olha para trás, e nem me faria vestir uma peruca! – O rosado apontou o dedo na cabeça indignado.

— Tá, tá. Agora cala a boca, você está fazendo muito barulho, ela pode ouvir. – Resmunguei.

Ainda não acreditava estar fazendo aquilo. Quando Natsu me disse que Juvia iria sair com um garoto, senti algo realmente estranho. Um mal estar latente, que nunca havia sentido antes. Porém, tentei ignorá-lo. Contudo, estou aqui. Espionando uma garota que eu já tinha dado diversos “nãos”, tentando de toda forma acabar com as esperanças da mesma. Sempre achei que ela não era alguém muito importante para mim. Acho que é aquela história de que só sabemos a importância de algo quando perdemos. Mas eu queria tê-la de volta. E agora, vendo que ela está saindo com Lyon Vastia, um playboyzinho mimado, dono de um cabelo estranhamente branco e olhos extremamente negros que refletiam o quão malicioso e ganancioso aquele garoto poderia ser, me dava convicção para, além de espionar, estragar aquele encontro de alguma forma.

J & E

Meu domingo foi focado em tentar estudar para vestibular e comer doces, claro, mas não houve muito resultado, infelizmente. A queda de sábado, não havia sido muito prejudicial, embora eu tenha ficado com leves dores de cabeça, mas o que o pior é que eu não estava conseguindo me focar, pois ideias para tentativas de me aproximar, ou conversar com Jellal, não paravam de vir a minha mente.

Era segunda-feira, um dos dias que mais “amo” da semana. Eu já estava no caminho da escola, observava a paisagem. O céu estava com algumas nuvens no céu, porém nada que significasse chuva. Estava adiantada dessa vez, então poderia ir lentamente até a escola. Comecei a pensar em como semana que terminou tinha sido fora do normal. Jellal ter ido para o hospital principalmente. Os olhos perdidos do azulado cortaram meu peito. A confusão estampada no seu rosto era medonha. E logo após ele desmaiou e não tive mais nenhuma informação sobre isso. Ele continuava a me tratar como os demais. Entretanto ele havia me chamado de Erza... Como ele perdeu a memória? Ele deve ter perdido. Não havia explicação para essa mudança de atitude, mas agora a pergunta era: Como ele havia a perdido?

Depois de algum tempo, cheguei à escola. Fui rápido para sala de aula, deixei minhas coisas numa banca qualquer, e fui em direção ao Conselho. Ainda estava vazio. Comecei a organizar alguns livros e papeis que estavam espalhados no lugar. Alguns minutos depois o azulado tinha chegado, parecia estar com sua expressão serena e rígida de sempre, contudo, quando notou minha presença, pareceu ficar nervoso.

— B-Bom dia, Scarlet. – Falou rapidamente, evitando olhar diretamente para mim.

— Olá, Jellal. – Falei secamente, incomodada com aquela forma de falar.

Alguns minutos se passaram em silêncio. Ele parecia estar procurando algo sobre a escrivaninha que ficava na sala. Quando começou a procurar em algumas gavetas, se pronunciou.

— Erza, eu falei com o diretor sobre a viagem à caverna.

— Hm... Ok, e?

— Ele adorou a ideia! – Respondeu ele, com certa animação. – Disse que é algo diferente. Uma cidade próxima a Magnólia tem diversas cavernas, algumas parecem ter alguns lagos subterrâneos. Porém parece estar meio difícil conseguir uma autorização para ir. Ao que parece, nossa escola não é bem vista por muita gente... – Esse último comentário me fez dar um leve sorriso.

— Bem, o que acha de irmos, Scarlet? – Disse ele, passando uma das mãos na cabeça.

— Ah... Sim. Faltam 5 minutos para aulas começarem. – Respondi.

— É... Ok. Vamos? – Disse ele. Evitando olhar nos meus olhos novamente.

— Sim. – Assenti levemente com a cabeça.

Seguimos pelo extenso corredor, ele sempre mais a frente, como se estivesse evitando uma conversa. Chegamos à sala e, como em toda segunda-feira, os alunos pareciam uns morto-vivos. Não havia aquela baderna quando chegava quinta ou sexta-feira.

As aulas passaram devagar, tivemos Português na primeira, Sociologia na segunda e Matemática na terceira. Saímos para o intervalo, porém passei os únicos 15 minutos que tinha longe de professores na sala do diretor Makarov.

— Ainda não conseguimos autorização para o passeio na caverna, ninguém quer se responsabilizar caso aconteça algo grave. Esses pirralhos fazem tanta confusão que, aos olhos da cidade inteira, Fairy Tail significa destruição e encrenca na certa. – Reclamou parecendo lembrar-se de todos os passeios escolares que já tivemos.

— E se pedíssemos para assinar um termo de responsabilidade caso algum acidente grave aconteça? Não iria expor o local e tão pouco prejudicá-lo. – Sugeri, pois os únicos termos que assinávamos era o de se responsabilizar caso algum equipamento estragasse.

— Não é uma má idéia, mas isso deveria ser feito pessoalmente, e nessa semana estou muito ocupado resolvendo tanto os assuntos dos passeios quanto os do colégio. – Disse mostrando certo cansaço em pensar nas coisas que ainda teria que organizar.

— Se o senhor quiser, posso ir até lá e conversar com o responsável, o que acha? – Não sabia se iria concordar com isso, mas não custava tentar.

— Então ligarei avisando e marcando um horário para você comparecer lá junto com Jellal, já que os dois estão responsáveis. No final das aulas, passe aqui novamente. Agora pode ir. – Disse sorrindo gentilmente.

— Obrigada! – Disse com certa animação, logo em seguida me retiro.

J & E

Já estávamos no final da última aula, contando os segundos que pareciam eternos. Teria que conversar com Jellal ainda, mas o mesmo sempre estava me evitando.

Percebi durante as aulas que Natsu e Lucy estavam pensativos demais, Gray o tempo todo olhando de canto para Juvia que estava um pouco “no mundo da Lua”. Pelo jeito, o final de semana mexeu com todos.

O sinal tocou, e a mesma animação voltou, fazendo alguns “améns” ecoarem pelos corredores. Levantei-me e guardei meu material rapidamente, tinha que falar com Jellal, mas o azulado já estava saindo porta a fora. Avisei Lucy que não poderia voltar com ela hoje, fazendo com que a loira mostrasse um sorriso malicioso, apenas revirei os olhos sorrindo. Andei em passos largos pelo corredor, até que enxerguei uma cabeleira azul. Ele estava ao lado de Ultear e Melody, melhor amiga de Ultear, ela é um ano mais nova que a morena.

— Fernandes! – Gritei chamando a atenção dos mesmos. – Makarov está nos chamando na diretoria. – Olhei para Ultear e Melody, fazendo um leve comprimento com a cabeça. Jellal se despediu delas e nos dirigimos para a sala do diretor.

O diretor explicou tudo para nós, dizendo que o único horário que ele conseguiu era hoje. Como eu e Jellal não tínhamos nenhum compromisso, concordamos. Saímos da sala e combinamos que iríamos de metrô, já que ele não gosta de usar o motorista do seu pai, mas antes ele passaria na minha casa. Ele pediu meu endereço, não fiquei surpresa, já havia aceitado que algo havia acontecido com ele, mas isso realmente me deixava abalada, sentia que a cada esquecimento, eu estava sumindo da sua vida.

J & E

Já havíamos chegado ao local que o diretor nos informou. Estávamos sentados em uma sala bem aconchegante, os tons das paredes eram neutros, muito bonitos. Durante o trajeto de vinda, eu pensei em me “aproximar” mais do azulado, mas ele disse que estava com dor de cabeça e que iria tirar um cochilo, já que era um pouco longe o local. Sabia que estava mentindo, ele é um péssimo mentiroso desde que o conheço por gente. Não insisti, mas ele não iria conseguir me evitar pra sempre, uma hora ou outra tudo seria esclarecido.

— Olá! Vocês são os alunos que o Makarov avisou que viriam? – Disse um homem de estatura mediana, cabelos castanhos assim como seus olhos. Deveria ter uns 40 anos, mas sua barba o deixava mais velho. – Wakaba Mine, prazer. – Apresentou-se, estendendo sua mão.

— Erza Scarlet. – Apertei sua mão.

— Jellal Fernandes. – Fez o mesmo movimento.

Conversamos durante um bom tempo, no começo Wakaba ficava indeciso sobre a proposta, mas no fim aceitou. Aproveitamos e deixamos marcada a data do passeio e o horário, agora só faltava fazer o comunicado com os alunos.

Na volta, discutimos sobre a organização do passeio, imaginamos alguns acidentes que a nossa turma poderia causar, tirando alguns risos tanto do azulado quanto meus. Chegamos à estação, e voltamos a pé até a minha casa. Despedimo-nos, mas continuei olhando ele se afastar, até sumir completamente.

J & E

Jellal tentou explicar para a turma sobre o passeio, mas a sala estava na maior confusão, tanto que ele e o professor já haviam desistido. Eu estava me segurando para não dar uns sacode no rosado que, como sempre, não calava a boca. Alguns já haviam notado que eu já havia perdido a paciência, outros estavam entretidos vendo a briga de Gray e Natsu. Por fim, resolvi acabar logo com aquilo.

–- NATSU!GRAY! – Eles olharam espantados, engolindo seco. – Calem a boca ou eu mesma vou ai calar por vocês. – Disse friamente.

–- A-Aye... – Aye?Mas que diabos é isso? Tanto faz, pelo menos obedeceram. Olhei para Jellal e o chamei para fazer o comunicado novamente.

.

.

.

O dia tinha passado rápido. Depois da bagunça que foi a primeira aula, com anuncio do passeio que, possivelmente, já seria semana que vem, a turma toda comemorou e, até o fim da manhã, houve conversas sobre o que poderiam fazer para se divertir na caverna, o que poderia gerar destruição. Depois das aulas, Jellal e eu fomos à sala do diretor, e o próprio solicitou mais algumas papeladas, com isso, fomos em direção ao conselho. Jellal continuava agindo de forma estranha. Não tentei muita aproximação, mas antes de sairmos, perguntei:

— Hm... Sabe, Jellal, você não tinha essa tatuagem, e me lembro de você ter dito não se interessar nessas coisas... Por que fez? É um símbolo meio... Diferente, sei lá e...

— Não é da sua conta Erza. – Replicou, com um olhar duro. Nunca tinha falado assim comigo. E, do nada, levantou e disse. – Tenho de ir, Scarlet. Até mais. – E saiu andando, pelo corredor.

Ele nunca havia falado comigo daquela forma. Travei por um longo instante. Uma agonia subia a cima do meu estômago, parando no meu peito. Eu queria gritar, mas nem conseguia fazer isso. Como aquele idiota poderia agir assim? Quem devia estar irritada sou eu! Fiquei todo esse tempo preocupada com a distância que aumentava entre a gente, e ele pouco se lixava! Nem mesmo amizade parecia querer manter. Eu já tinha aguentado o máximo que podia. Aquele garoto precisava aprender uma lição! Como ele pôde jogar no lixo assim toda a nossa amizade? Com amnésia ou não, ele deveria, pelo menos, tentar agir como age com todos, mas, quando se trata de mim, mais indiferente impossível!

Com isso segui para casa, depois de entregar os documentos para Makarov, e no dia seguinte, iria ter minha vingança.

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Já havia passado do meio dia e dez, e o azulado ainda não havia parecido. Eu estava na porta do colégio, esperando ele passar. E, em minhas mãos, segurava um bastão de ferro de quase um metro de comprimento, para enfiar, literalmente, as palavras que aquele azulado precisava ouvir diretamente na cabeça dele.

–J-

Depois do que Ultear me contou sobre a Erza, fui invadido por um remorso que não conseguia descrever. Tinha ficado mais alguns minutos na escola, porque havia me esquecido de umas coisas no conselho ontem, e demorei alguns minutos para encontrá-las, mas aqui estava eu, indo direto ao portão, quando vejo a ruiva, com uma cara extremamente mal humorada, segurando um ferro bem grande. Não sei se estaria esperando alguém, mas, se estiver, fico com pena dessa pessoa.

–E-

E ele estava vindo, andava olhando fixamente para mim. Por um momento pensei na minha aparência, porém pouco me importava agora. Eu iria poder descontar toda a raiva que sentia no azulado. Pelo menos era isso que eu achava, até que ouvi uma voz familiar me chamando alguns metros atrás.

— Erza, é você? – Chamou alguém, que, ao virar, notei ser o garoto de franja, que havia me levado ao hospital. Rogue, eu acho. Ele vinha andando de skate, usando uma calça jeans rasgada e uma camisa negra, com uma caveira estampada. Logo se aproximou, o que me deixou um pouco envergonhada. Abaixei o ferro e respondi.

— Olá... Rogue, certo?

— Acertou. – Falou ele, mostrando um leve sorriso no rosto. – O que faz aqui? Já vi alguns garotos da Fairy Tail saindo da escola, faz um tempo. Como não tinha nada para fazer, vim dar uma olhada por aqui, para ver se teria a sorte em encontrá-la. – Falou, mostrando mais um pequeno sorriso. – E não é que tive?

— Oh... Bem... – Corei, um pouco sem graça.

— Scarlet, o que faz aqui? – Perguntou o azulado, que já estava bem próximo.

— Eu estava esperando a Lucy, ela disse que talvez fosse largar mais tarde hoje... – Menti. – Acho que ela já deve ter ido... Acho que já vou indo também. Até mais, Jellal, Rogue.

— Até. – Replicou Jellal.

— Tem algum problema se eu te acompanhar até em casa? – Perguntou Rogue, saindo de cima do Skate.

— Hm... Acho que não tem nenhum. – Falei um pouco incerta.

Então fomos andando. Até que lembrei do meu objetivo, que era dar uma surra no geleia, com isso, olhei para trás, e vi algo que me surpreendeu. Ele também estava olhando. E ao notar que eu estava vendo, virou novamente, e começou a andar.

A caminhada com Rogue foi confortável. Não foi uma conversa das mais acaloradas, mas, da mesma forma, era bom conversar com ele. Até os momentos de silêncio não eram desagradáveis.

— Chegamos. – Disse sorrindo para ele. – Obrigada por me acompanhar.

— Erza, por que ainda está com esse ferro nas mãos? – Me olhou curioso.

— É mesmo. – Escondi o ferro atrás de mim, ficando um pouco envergonhada. – Vou entrando, Rogue. Até mais!

— Até, Erza! – Acenou com um leve sorriso de canto.

J & E

Lá estava eu novamente, sozinha na sala do Conselho, fazendo uma lista dos alunos que já haviam confirmado e dado o dinheiro para o passeio. Não sabia que quase todos dariam seus nomes no mesmo dia que foi dado o aviso, realmente fiquei surpresa.

Estava cansada, não dormi direito, pois estudei até tarde. Aos poucos meus olhos iam fechando, mas despertei quando a porta se abriu, saindo de lá um azulado com os cenhos franzidos. Sentou-se na cadeira, ficou em silêncio, parecia estar em um conflito consigo mesmo, então decidi quebrar aquele clima.

— Bom dia, Fernandes! – Disse como de costume.

— Qual sua relação com aquele tal de Rogue?


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Notas finais do capítulo

Ps: " -J- " Significa os pensamentos do Jellal e " -E- " os de Erza.

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