So Far Away escrita por Erzy, Shion


Capítulo 3
Memórias - Pedaços de mim.


Notas iniciais do capítulo

CAAAAAAAAAAAAAAAAARAAAAAAAAAAACA! Quero agradecer a Anne que acompanha e continua comentando. *u* A Nekochibiwalker, essa diva que comentou e me incentivou mais ainda. *O* A Lana Del Rey que favoritou e comentou. MEU PRIMEIRO FAVORITOOO! *O* A ScarletLisbeth que comentou também. *U* E a Tha que começou a acompanhar. Muito, muito obrigada mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531948/chapter/3

¹"I can feel you falling away

No longer the lost

No longer the same

And I can see you starting to break"

Breaking Benjamin – Give Me a Sign

Eu havia me esquecido totalmente da aula de natação, sorte que me lembrei antes, mas mesmo assim cheguei minutos atrasada e, para Gray-sama, isso era uma eternidade.

Ele estava na beira da piscina, dando as devidas instruções para a sua turma, enquanto todos treinavam.

–- Gray-sama, Juvia teve um pequeno imprevisto, por isso chegou um pouco atrasada, perdoe a Juvia. – Eu tentava ao menos amenizar a minha situação, mas ele nem ao menos se virou ao me dirigir à palavra.

–-Se você não leva a sério seus compromissos, sugiro que deixe de participar das aulas.

–-Juvia sente mu— Tentei me desculpar, era o mínimo que eu podia fazer, mas ele me cortou rispidamente e me encarou.

–- Aliás, se você vem às aulas por causa da sua louca obsessão por mim, já vou logo avisando, não é bem vinda.

Frio.

Sempre tão frio...

Eu queria dizer que entrei para o clube sem nenhuma intenção de estar ao lado dele, mas sim, porque Juvia amava a água, como se fizesse parte dela, e que nem ao menos sabia que ele era o capitão quando me inscrevi. Mas as palavras estavam entaladas na minha garganta, e senti que meus olhos já estavam marejados.

Estava farta. Farta de ser tratada tão friamente todas as vezes que tentava me aproximar.

As lágrimas escorreram pelo meu rosto, Gray estava com os olhos arregalados, mas eu não deixaria que ele continuasse me vendo nesse estado. Engoli o choro e apontei meu dedo em sua direção.

— Você não sabe nada sobre Juvia, Gray. – Pela primeira vez, não usei o “sama”.

— Ótimo. – Falou ele, voltando à expressão indiferente, e voltando a olhar diretamente para piscina, o que só me deixou mais irritada.

Depois disso, não me controlei, empurrei o moreno em direção à água, fazendo todos os que estavam no local pararem para prestar atenção no espetáculo.

— O que pensa que fez, Lockser? – Falou ele, se apoiando nas bordas, ainda tossindo.

— O que pensa você!? Horas! Como pode agir de uma forma tão fria? Como pode ser tão insensível a esse ponto? Juvia pode simplesmente gostar de nadar, Fullbuster! Você não é o centro da vida de Juvia sabia? Juvia não faz qualquer coisa só porque é perdidamente apaixonada por Gray. Até porque, como faria isso com alguém que só despreza os sentimentos de Juvia? Sei que Juvia pode ser irritante, mas Juvia não consegue evitar. Como Juvia disse, ela é perdidamente apaixonada por você, e isso induz Juvia a fazer coisas que nem ela mesma imaginaria. Mas precisa ser tão frio? Precisa ignorar Juvia tanto assim? Qual o motivo disso? Acha que Juvia só está a fim de Gray por motivos superficiais como a sua aparência? Se fosse só por Gray parecer um verdadeiro deus grego, Juvia já teria desistido, ou até nunca teria se apaixonado, com essa sua atitude rude, fria e rigorosa. E por falar nisso, principalmente rude, e de uma forma especial quando fala com Juvia! Juvia ama o sorriso de Gray, Juvia ama a determinação, ama a forma como Gray tenta superar seus problemas, até mesmo na sua frieza Juvia vê beleza, fica encantada com o quanto Gray é forte. Não de forma física, mas Juvia já sabe de vários problemas que Gray passou, entretanto, Gray sempre seguiu em frente, Juvia sabe que ainda há marcas que não cicatrizaram. Essa dor que Gray guarda consigo. Gray, Juvia adoraria poder fazê-la sumir. Adoraria poder fazer Gray parar de chorar. Mas Juvia já entendeu que não é a pessoa adequada para isso. Mas, sabe, são esses e mais uma infinidade de motivos que fizeram Juvia se apaixonar. Juvia cansou de ser tratada de forma tão singular por Gray. Essa negação a permitir que Juvia veja um sorriso de Gray dói na alma. Juvia também tem sentimentos. Mesmo que Juvia não seja importante para Gray, precisa humilhar dessa forma? Juvia está farta, Fullbuster. FARTA. Agora Juvia vai deixar de participar das aulas, assim como Gray quer. Até mais. – Retruquei rubra de tanta raiva, de tanta vergonha e de tanto arrependimento. Eu não queria ter dito nada daquilo. Mas a dor de ser tratada de forma tão indiferente doía de uma forma extrema. Isso não vai fazer eu deixar de amar aquele moreno. Mas foi como tirar um peso do peito falar aquelas coisas. Não gosto de reprimir meus sentimentos, tanto amor quanto o ódio. Isso só me corrói por dentro. E era disso que eu precisava. Com isso, dei meia volta e fui direto para o vestiário, para se trocar e sair daquele lugar.

___x___

Lucy e eu já estávamos perseguindo aquela dupla há algum tempo. Não demorou muito para que os encontrássemos novamente. Lucy se mostrava sempre empolgada com aquela história de perseguição. Eu soube que ela deseja ser escritora, em contraste com o seu pai, um homem de negócios, extremamente realista e pragmático, Lucy é uma garota sonhadora e liberal. Torço para que ela não coloque esses acontecimentos em uma das histórias dela. Isso realmente seria constrangedor.

Jellal havia parado de olhar para trás, e percebi que não seguiam o caminho para a sorveteria, e sim, para a casa de Ultear, então deduzi que ele rejeitou seu convite, me deixando com um sentimento de alívio, fazendo brotar um sorriso em meus lábios.

Ao longe Lucy e eu escutamos uma voz e, instintivamente, olhamos para trás. Era Natsu, correndo e acenando em nossa direção. Olhei para a loira espantada, se ele chegasse mais perto, Jellal e Ultear poderiam o ouvir gritando, logo, seriamos descobertas.

–- Deixa comigo, Erza. – Ela sorria de um jeito... Maquiavélico?

–- O que vai fazer?

–- O que sempre quis. – Ela se aproxima do meu ouvido esquerdo. – Amanhã me conte tudo como recompensa por tirar o Natsu da “jogada”.

–-Jogada?

A loira saiu correndo numa velocidade incrível em direção a Natsu. O rosado começou a dar passou para trás, e quando foi dar a volta para correr dela, aconteceu algo inacreditável!

Lucy aumentou a velocidade, e quando se aproximou do rosado, ela saltou e gritou: “LUCY KICK!

Quem pudesse ver aquilo, ficaria de queixo caído, literalmente, assim como eu. A última cena que vi deles, foi Lucy arrastando um Natsu inconsciente para dentro de um beco sem saída. Ela parecia um gangster.

Depois de ver aquele espetáculo épico, resolvi voltar ao foco principal: Jellal e Ultear. Eles estavam mais silenciosos, do que há alguns minutos atrás, mas ainda pairava aquela aura calma e descontraída entre eles. Já estavam próximo da casa da morena. Era uma rua bastante longa, e o lugar ficava justamente no fim da rua. Além disso, havia poucos postes em volta, não existia nenhum lugar onde eu poderia me esconder, sem ficar a uma distância considerável. Não iria dar para ouvir nada que falassem sem ser notada... “É o fim da linha”, pensei comigo mesma, mas ainda com um grande receio no peito. Aquela sensação não havia simplesmente sumido. Ela ainda estava lá. Meu coração parecia cada vez mais pesado, a cada passo que eles davam, a cada sorriso que compartilhavam. Por que eu estava o perseguindo? Eu não conseguia parar. Eu continuava buscando aquele garoto, mesmo me causando tanta dor, mesmo ficando cada vez mais triste o ver seguindo em frente? E eu apegada a um passado, o qual parecia que ele não se importava. Por que eu fico tão descontrolada só de escutar o nome dele?

Eu precisava colocar meus sentimentos no lugar, eu precisava saber o que realmente deveria saber. E não há melhor lugar para pensar do que aquele lugar. O lugar que me recusei a ir por simplesmente me lembrar dele. Mas não conseguia pensar em outro lugar agora, pois nem em casa, eu conseguiria espairecer com calma.

Pensando nisso, decidir ir embora. Dando uma ultima olhada naquele naqueles dois, e principalmente, no azulado. Observando bem aquele rosto, aquela estranha tatuagem, e aquele sorriso que ansiava que fosse direcionado para mim. E fui em direção ao local onde “firmamos” nossa amizade. Estava indo a um morro próximo ao rio que separava as fronteiras da cidade, para com outra. Tinha uma bela vista para o por do sol, a água brilhava de uma forma incrível quando o Sol tocava o chão, eu sempre desejei morar num lugar como aquele. Trazia-me paz e conforto. Foi ali que nos vimos pela primeira vez fora da escola, e o primeiro lugar que conversamos, onde trocamos nossos números, onde compartilhamos nossos problemas. E eu já estava com saudades daquela bela imagem.

Chegando lá, me sentei na grama verde, deslizando meus dedos por ela, enquanto aos poucos ia me perdendo em minhas lembranças.

–Flash Back on-

Já era o sexto dia seguido que eu ia para aquele morro, desde que o havia descoberto. Depois do colégio, na mesma hora em que soube da notícia de que meu pai, minha única família, havia falecido pela imprudência de outra pessoa que, por estar com um grau significativo de álcool no sangue, perdera o controle de seu veículo, causando um grave acidente, e, dentre tantas pessoas, meu pai fora o escolhido para ser a vítima. O culpado não fora preso, apenas pagou uma fiança e estava livre. Injustiça! Como eu queria poder fazer algo, já que, quem deveria não o fez, foi a partir desse momento que decidi meu futuro. Quando as lágrimas começariam a teimar em cair, ouço passos, olho para trás e vejo uma rebelde cabeleira azul.

–- Olha só, se não é Erza Scarlet, a temida por todos.

–- Hora se não é Jellal Fernandes, o filho de papai paparicado por todos.

–- A minha vida não é um mar de rosas como pensa, Scarlet. -- Ao falar isso, lentamente, ele foi se aproximando de onde eu estava e sentou-se ao meu lado. Ele suspirou, e ao suspirar, olhei em seus olhos verdes, que tinham algo a mais, como uma dor indescritível.

–- E como é sua vida, Geléia? – Ele olhou com desgosto para mim, fazendo uma careta, após ganhar seu mais novo apelido, mas sorriu, e eu o acompanhei.

A imagem esnobe, ignorante, que fazia o que bem entender, só porque seu pai era um homem de grande poder que eu tinha de Jellal, era completamente diferente do que eu imaginava. Ao ouvir ele falar da pressão que sofre de seu pai. Sobre o peso que carrega nas costas, e dos poucos amigos que possui não o entenderem, achando que ele é um cara de sorte por ter o pai que tem.

Assim como ele, contei sobre o acidente de meu pai, sobre como estava difícil se virar sozinha, sem apoio familiar nenhum, já que os parentes mais próximos me rejeitaram, mas que pelo menos, tinha herdado a determinação do meu pai, e recebido o apoio de meus amigos.

Foi ali, que firmamos nossa amizade. Segredos que guardávamos apenas para nós eram agora, guardado por nós.

O céu já estava recebendo seus últimos raios de Sol, e de onde nós estávamos a vista era algo mágico diante dos olhos humanos. Azul e vermelho, uma mistura perfeita.

–Flash Back off-

Sem ao menos notar, alguém havia se aproximado de mim em passos lentos.

–- Olha só, se não é Erza Scarlet, a temida por todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* ¹I can feel you falling away

(Eu posso sentir você se desprendendo)

No longer the lost

(Não é mais a perdida)

No longer the same

(Não é mais a mesma)

And I can see you starting to break

(E eu posso ver você começar a quebrar)




Quem será que é que se aproximou da Eruza? aeuheuaheuahueahueahuaeh

Comentar não cai os dedos, fantasminhas! aeuhaeuhea

A fic depende de vocês! ;3

Não sei quando postarei o próximo capítulo, mas não vou demorar. u-u