O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 24
Primeira noite em Vegas


Notas iniciais do capítulo

Só lembrando, porque pode ter ficado meio confuso, o pov inicial no cap passado era da Belle! Da Belle! Entenderam? Vlw flw



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Pov Sophie

Um filho. Belle vai ter um filho. Como eu pude não perceber? Mas ela estava tão bem! Voava de vassoura e tudo! Como pode isso?

– Ela já dormiu? - Eric entrou no quarto.

– Uhum. - eu gemi.

Eric sentou na poltrona do lado da cama, acariciando os cabelos negros dela com os dedos. Ele é um doce. Aprendi a gostar dele (lê-se não tentar afastá-lo) por causa da Belle. Ela o ama tanto.

– Sabe quanto tempo ela... - ele perguntou.

– Sei tanto quanto você, huski. - eu o cortei.

Ele sorriu suavemente. Como aprendemos a ser amigos, demos apelidos um ao outro, que nenhum de nós gosta. Eu o chamo de Huski, ele me chama de Veela.

– Um filho... - ele sussurrou, ainda assimilando - Um filho...

– Aquilo que você disse lá na sala... - eu sentei na frente dele, na beira da cama - ... era... verdade...mesmo?

– Sophie, pode não acreditar, mas eu sei o que ela está passando. - tem razão, eu não acredito - Minha melhor amiga passou por isso, e foi a pior coisa de se assistir. O problema dos pais, sem apoio do pai da criança... Eu não quero isso pra ela. Não quero isso pra minha Bell.

– E pra ela não passar por nada disso você assumiria um filho que não é seu? - eu perguntei, apenas para ver a reação dele.

– Assumirei um filho, e ele será meu. - Eric disse, convicto - Eu vou ver a barriga dela crescer, vou sentir o bebê se mexer, vou acordar de madrugada para procurar melancia em época de morango, apenas para ver ela comer um pedaço e vomitar denovo. Eu vou levá-la a um curandeiro para saber se o bebê está bem, quer dizer, médico; e vou comprar milhares de roupinhas com ela. E quando chegar a hora, eu vou estar lá, segurando a mão dela, no dia mais feliz da minha vida. Esse filho é meu, e desde agora e para todo o sempre, ele será meu. Meu filho.

– Faria tudo isso por mim? - Belle gemeu, chorando.

– E muito mais. - ele sorriu, acariciando o rosto dela com a mão - Porque eu te amo.

Ela sorriu, e começou a chorar, emocionada. Eu saí do quarto de fininho, deixando os dois pombinhos se amarem.

Entrei no meu quarto e fechei as portas. Ele voltou à minha mente. Aquele garoto... não posso ficar com ele.

Tirei minha luva de renda azul. Minha cicatriz não me incomodava como de costume. Estava tudo calmo. Ai... como eu queria que nada disso estivesse acontecendo... Não posso ficar com ele. Mas não posso negar o que sinto. Eu sei o que sinto. Ele mexe comigo de um jeito que eu nunca senti antes. Quando penso nele, meu coração acelera, minha espinha gela, meu estômago tem um vazio. Mas então, minha mente me lembra do dever, e que não posso. É perigoso demais. Se ele souber quem sou, ou pior, o segredo da luva? Ele não controla quem entra na mente dele, e quando Voldemort entrar na mente dele, também saberá a verdade sobre mim, me achará, e finalmente concretizará a sua vingança.

– Não! - eu gritei, em lágrimas.

Sentei no chão, abraçando meus joelhos. A vingança de Voldemort depende de mim. E eu não posso permitir.

***

– Sophie... - eu ouvi a voz dele.

Abri meus olhos. Harry estava ajoelhado do lado da minha cama, olhando para mim.

– Harry...

Ele sorriu suavemente. Tirou os meus cabelos dos meus olhos lentamente. Era bom. Bom sentir ele perto de mim. Bom essa conexão que nós temos. Essa ligação. Fatal.

– Não, Harry! - eu virei para o outro lado na cama, ficando de costas para ele. - Vai... vai embora...

– Por quê? - eu senti ele sentar na cama, do meu lado.

– Por favor... - eu sussurrei, tentando não chorar.

– Do que tem medo, Sophie? - ele sussurrou no meu ouvido - Por que foge de mim? Por que se esquiva? Você me afasta, você me abraça, você me xinga, você me beija... Você me odeia?

Ele aproximou ainda mais os lábios do meu ouvido.

– O que sente, Sophie?

– Eu sinto medo! - eu solucei, chorando - Medo de me colocar em perigo, de te colocar em perigo!

– Tem a ver com aquele que pode te achar? - ele perguntou.

Eu lembrei ter dito isso pra ele acidentalmente. Eu deixei escapar. Mas não posso fazer denovo.

– Você jurou um dia me explicar tudo. - ele sentou-se na cama - Por que não explica agora?

Eu fechei os olhos com força. Não posso fazer isso.

– Não posso fazer isso... - eu sussurrei - Não aqui... não agora... Eu jurei te contar, e vou. Mas não por enquanto.

– Vai me deixar esperar. - ele suspirou. - Ao menos, posso ficar com você?

– Quer ficar comigo? - eu virei para ele, olhando em seus olhos - Mas e a Gina?

– O que tem ela? - ele perguntou.

– Soube que ela gosta de você. - eu provoquei.

– Quem, a Gina? - ele se riu - Não, a Gina tem o Dino. E Rony morre de ciúmes da irmã por causa disso.

Eu ri. Rony deve fazer umas caras bem engraçadas ao ver a irmã com o namorado. Caras de Rony.

– E a Hermione? - eu perguntei - Tem falado com ela? Quando nos falamos, ela chamou a namorada do Rony de escandalosa.

– Escandalosa, é? - Harry deitou do meu lado, me olhando - Olha, o Rony diz que ela é muito beijoqueira, mencionou até que os lábios dele estavam achatados!

– Pareceram normais para mim, embora certos tons de batom rosa não combinem com ele. - eu disse, fazendo Harry rir.

– Então agora estamos fofocando? - Harry perguntou.

– Agora estamos fofocando. - eu confirmei.

– Não sou de fofocar, não é o tipo de coisa que eu faça... - ele comentou.

– É legal conversar. Lá em Hogwarts eu não conheço ninguém. Sinto saudades de BeauxBatons. - eu suspirei.

– Eu estou muito feliz que você saiu de lá. - ele suspirou, fazendo-me corar.

Eu apenas sorri suavemente. Harry, tão sincero... mas tão ingênuo... não pode me salvar de Voldemort.

– O que seu namorado acha de você conversar comigo? - ele provocou.

– Meu namorado não liga! - eu ri, lembrando que Nico provavelmente estava babando no travesseiro.

– Ah é? Pois deveria! - ele continuou a provocar.

– Mesmo? - eu ri.

– Claro! - ele ameaçou, me fazendo rir - Você tá sozinha, com um garoto, na cama, o que ele vai pensar?

– Seu abusado! - eu sentei em cima dele, fazendo-lhe cócegas - Idiota!

Harry ria compulsivamente, protegendo o rosto enquando eu lhe fazia cócegas no abdome. Talvez assim eu pudesse ficar com ele, como amigo.

Ele conseguiu segurar meus pulsos, e me deitou na cama, sentando em cima de mim, prendendo-me.

– Touché. - eu ri.

Ele riu mais um pouco, mas logo parou de rir. Os olhos dele me fitavam, ainda mais azuis sem os óculos. Seu rosto corou. Ele foi se aproximando de mim, fazendo minha respiração acelerar, a medida que nossos rostos se aproximavam. Eu queria. E não podia negar. Ele estava tentando.

– Não, Harry. - eu virei o rosto. - Não estrague o momento.

Ele respirou fundo, enterrando o rosto no travesseiro da minha cabeça. Oh, Merlin, por que ele tinha que ser tão fofo?

– Sai de cima de mim. - eu pedi. - Harry, está me sufocando.

– Ou o quê? - ele ergueu a cabeça, arqueando a sombracelha.

– Ou isto! - eu fiz cócegas nele outra vez.

– Não, Sophie! - ele gritou, rindo - Isso não!

Eu fiz cócegas nele até derrubá-lo do meu lado, e ainda continuei.

– Se rende? - eu perguntei, enquanto fazia cócegas.

– Me rendo! Me rendo! - ele implorou, rindo - Trégua!

– Só precisava dizer isso! - e eu dei um beijo na ponta do nariz dele.

Deitei do seu lado, olhando-o, enquanto ele recobrava a respiração normal.

– Você é a garota mais louca que eu já conheci! - ele virou para mim.

– Você não conhece a Belle, então! - eu ri.

A porta do meu quarto se abriu, assustando-nos. Era Nicola, com o cabelo bagunçado, a camisa abotoado errado e a gravata apenas em volta do pescoço. Tinha também um pé com meia e o outro sem. A ressaca começou cedo.

– Sophie? - ele resmungou, fazendo Harry olhá-lo - Tá rindo sozinha?

Harry olhou para mim, fazendo sinal com as mãos, perguntando se ele podia me ver ou não.

– Aham. Deveria tentar um dia desses. - eu dei de ombros.

– Deixe para rir amanhã da minha cara de ressaca então, - ele resmungou - Agora cale a boca que eu quero dormir.

E dito isso, fechou a porta. Ao olhar pra cara do Harry, voltei a rir, e ele também.

– Quer dizer que ele não pode me ver? - Harry perguntou.

– Não, só a Belle pode te ver, - eu provoquei - e ainda bem, ou ele teria que ver esse seu pijama horroroso!

– Retire o que disse! - Harry fez cócegas em mim - Retire!

– Nunca! - eu gritei, rindo.

Harry continuou a fazer cócegas em mim, fazendo-me rir freneticamente. Definitivamente eu poderia ficar com ele, mas apenas como amigo.

– Pare! Vai acordar a Belle! - eu implorei, sem conseguir parar de rir.

– Então retire o que disse! - ele continuou.

– Tá, eu retiro! Eu retiro! - eu me rendi.

Ele deitou do meu lado na cama, enquanto eu respirava.

– Chega de bagunça. - eu repreendi - Ou vamos acordar todo mundo.

– Tudo bem, você que manda. - ele suspirou. - Nossa, o seu namorado não liga mesmo, né?

– Nico é um doce, meu melhor amigo. - eu disse - Mas também é um tremendo mulherengo, eu jamais namoraria com ele.

Harry olhou para mim, seus olhos tinham um certo brilho.

– Ele é meu primo, Harry. - eu ri.

– Ah, que bom! Nossa, quer dizer, que legal que ele é seu primo... - ele tentou disfaçar.

– Você que pensa! Ele é um tremendo irresponsável! Já bebeu todas essa noite e ele nem tem dezoito anos! - eu comentei - Esse menino só me dá problema.

– Tá bom, mamãe, cuide do Nico, seu filho. - ele debochou.

– Vai me provocar, é? - eu ameacei.

– Não, não, não! - ele cobriu o rosto com as mãos, desesperado - Eu retiro! Eu retiro!

– Melhor assim. - eu arqueei a sombracelha.

Puxei o edredom debaixo dele e me cobri, cobrindo-o também. Ele passou seu braço por baixo do meu pescoço, e eu abracei seu abdome, deitando a cabeça em seu peito. Um amigo. Um amigo que eu quero ter. Mas um garoto que não posso permitir me amar, de jeito nenhum. Mas ele já me ama. E o pior: eu amo ele.


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Notas finais do capítulo

Own, mais uma noite fofa dos dois...



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