O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 20
Uma conversa noturna - Esclarecendo as coisas


Notas iniciais do capítulo

Rasga o verbo, Sophie! Taca-lhe pau!



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Pov Sophie

– Estão mesmo achando que sou seu namorado?! - Nico riu.

Caminhávamos pelas ruas de Hogsmeate. Era noite, porém a neve branca caída no chão refletia a luz pálida da Lua, emitindo quase que uma luz própria, clareando tudo. Era muito lindo.

– Belle quer a todo custo saber quem você é, quais suas intenções comigo, aquele papo de amiga ciumenta e desconfiada. - eu ri também.

– Neste ponto, Mademoiselle Azul, eu sempre te admirei. - ele confessou - Você nunca me perguntou nada sobre minhas namoradas.

– Isso porque sei que Nicola Borboune não tem namoradas: tem encontros. E geralmente não passam de duas semanas. - eu chutei uma pedra do caminho.

– Você me conhece muito bem. - ele comentou.

– Isto, meu caro primo, é porque eu cresci com você. - eu afirmei - Embora seja muito fácil para qualquer garota olhar para você e dizer que você é um mulherengo... cafajeste... safado.... duas caras...

– Lindo, encantador, galante, atlético... - ele me cortou.

– Narcisista... arrogante... orgulhoso... levemente cruel, e totalmente.... - eu olhei para ele.

– Totalmente....? - ele incentivou.

– Chato. - eu completei.

– Mas isto é de família. - ele retrucou - Do SEU lado da família.

– Meu lado?! - eu rebati.

– Tia Agnes é sua tia-avó, não minha! - ele cruzou os braços.

Mais uma vez, ele rebateu meus argumentos, e eu não sei o que dizer. Comecei a rir da cara dele. Até do silêncio dele eu senti falta.

– Ah, é! - eu dei um soco no ombro dele.

– Por quê?! - ele esbravejou.

– Foi sua carta fofa e cheia de frufru que fez Belle desconfiar de você! - eu briguei.

– Vai dizer que não gostou? - ele disse, com seu tom sedutor, que derrete qualquer garota. Exceto eu.

– A carta até que é boazinha, mas Eric achou que você é gay! - eu contei.

– Eu? Gay?! - ele escandalizou-se - Eu já beijei mais garotas do que Charlie Sheen!

– Espero que não tenha bebido tanto quanto ele também! - eu ri.

Chegamos perto das fronteiras de Hogwarts. Eu não queria entrar por aqueles portões, pois sabia que se entrasse, só poderia ver meu querido maluco pela manhã.

– Bom, é aqui que te deixo, Mademoiselle Azul. - ele suspirou.

– Não, não vá agora! - eu segurei o braço dele - Não quero entrar nesse castelo assustador sozinha...

– Sabe que eu não posso entrar... - ele suspirou outra vez.

Eu olhei para ele, pedindo mentalmente que ele não me deixasse entrar ali. Nem que eu tivesse que dormir na neve.

– Own, seus olhinhos de gata me derretem o coração... - ele falou, doce - Mas regras são regras, docinho. Não posso...

Eu abracei ele, de lado, recostando minha cabeça em seu ombro. Estava triste por ter que entrar. Ele me abraçou forte, apenas me consolando.

– Sophie... - ele me chamou, de repente.

– O quê? - eu perguntei baixo.

– Tem alguém vindo...

Eu olhei para dentro do portão. Uma pessoa vinha, de varinha acesa. Quando se aproximou, eu notei um certo comichão em minha cicatriz, o que confirmou quem era.

– É o Harry Potter. - eu sussurrei, assustada.

– O que eu faço? - ele respondeu, no mesmo tom.

Potter se aproximou do portão. Automaticamente, eu me atirei ao pescoço do Nico, e surpreendentemente, ele correspondeu, acariciando meus cabelos loiros. Eu o segurei o máximo de tempo que pude.

Potter abriu o portão, e limpou a garganta, incomodado.

– Te vejo amanhã, meu maluco. - eu o soltei.

– Espero ansiosamente, Mademoiselle Azul. - ele beijou minha mão.

Eu beijei seu rosto, e depois o deixei partir, passando pelo portão.

– Isso... isso são horas de uma bruxa de família estar zanzando por aí? - Potter, falou, sem decidir se estava querendo parecer triste ou zangado, enquanto me acompanhava.

– Depende da família. - eu retruquei, seca.

– Olha... esse rapaz... ele não parece de confiança. - ele tentou dar uma de meu pai agora.

– Eu sei, por isso não confio nele. - eu continuei a caminhar.

– E mesmo assim, fica até tarde da noite com ele?! - ele retrucou.

– Claro! Ele é uma ótima companhia! Está sempre me fazendo rir, me tirando para dançar, e as poesias que ele escreve, ah! Não há melhores na França! - eu suspirei, apenas para provocá-lo.

– Aposto que ele não é bom em quadribol. - ele disse, e eu podia ver seu rosto corar de raiva.

– Apenas o capitão do time da casa de Noble, em BeauxBatons. - eu falei, orgulhosa.

– Mas... mas em feitiços... - Potter tentou me impressionar.

– Diretor do clube de duelos de Noble. - eu retruquei, cortando-o.

– E em....

– Olha, Potter, por que não me diz logo o que quer me dizer? Assim paramos com essa palhaçada. - eu parei, colocando as mãos na cintura e ficando de frente para ele.

Ele olhou para mim. A Lua refletia em seus óculos, mas isso não me impedia de ver seu rosto corado.

– N.....não sei do...do que você está falando! - ele gaguejou, voltando a caminhar.

– Certo. Mas pare de bancar meu pai. - eu retruquei, caminhando mais rápida que ele - O meu pai morreu.

Eu entrei antes no castelo, e não mais ele.

Eu fui até a biblioteca, e lá eu encontrei uma enorme pilha de livros sobre a mesa maior, deixada ali por alunos que não terminaram de ler.

Eu peguei a pilha com um Vingardium Leviosa, e comecei a distribuí-los em seus devidos lugares.

Este é o único lugar em Hogwarts que eu achei um pouquinho melhor do que BeauxBatons, eu disse um pouquinho. Os livros aqui são organizados por assunto, ordem alfabética e por qual disciplina ele é mais usado. Até que é bem organizado.

Eu peguei um livro da pilha, para verificar onde ia.

– Oi, Sophie. - Belle disse, meio tímida.

– Se não vai ajudar a guardar, cai fora. - eu disse, ríspida, guardando o livro.

Ela pegou a pilha toda, e começou a me seguir enquanto eu guardava os livros.

– Olha, Sophie, - Belle começou - eu queria pedir desculpa. Não é da minha conta quem você namora ou deixa de namorar. O que me importa é que você seja feliz.

– Belle, o que me mais me dói é o fato de você não acreditar em mim. Se eu disse que eu não tinha namorado, é porque eu não tenho. Sou jornalista, tenho um compromisso com a verdade. - eu suspirei - Por que é tão difícil assim acreditar em mim?

– Por que suas atitudes mostram o contrátrio! - Belle rebateu. - Fica toda alegre, cantando e dançando, o que acha que eu deveria pensar?

– Acho que deveria me perguntar, ao invés de fazer um escândalo no grande salão! - eu bufei - Todo mundo ficou me olhando como se eu fosse louca! Como se você fosse louca!

– Eu sinto muito por isso. - ela abaixou a cabeça - Prometo que da próxima vez, berrarei só no quarto.

Eu sacudi a cabeça, apenas guardando os outros livros.

– E a propósito, Nicola Borboune é um cafajeste, mulherengo, o maior pegador de BeauxBatons. Mas é meu melhor amigo, meu professor de valsa, e meu primo. - eu suspirei - Eu sei bem quem ele é. E sei também que jamais me envolveria amorosamente com ele. Eu o amo sim, eu o tenho como a um irmão, mimado e irresponsável, que sempre me diverte e me anima. E isso pode ser mal interpretado pelas outras pessoas, mas ele é meu primo, meu melhor amigo, e isso nunca vai mudar. Pode me entender, Belle?

– Nossa... - ela disse, depois de um tempo - eu... eu não fazia ideia...

– Pois agora já sabe. - eu voltei a assumir uma postura fria - Agora vê se me pergunta, antes de me julgar. Não pro Eric ou pro Potter, pergunte pra mim.

Depois disso, guardamos os livros em silêncio. Mas, apesar do que possa parecer, estávamos bem. Muito melhor agora.


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Notas finais do capítulo

Own, Sophie e Belle fizeram as pazes! :3 Potter com ciúmes do Nico...



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