Ele chega derrepente,

Revirando de uma vez só tudo o que se defende.

Nos faz crer em desafios,

Em eternal paixão,

Nos faz chorar de saudades,

Nos faz sofrer de ciúmes...

Ah! O amor!

Talvez seja quando ele se apresente mais forte,

E resistente...

Tão desafiador que pensamos que é pra sempre.

Que seja mesmo eterno enquanto dure!

Fabi

*

****

– Você precisa realmente ir?

– É... algumas crianças foram pra escola, não vão te perturbar muito

– Não é pelas crianças, é que eu realmente queria que você ficasse

– Jonas arranca minha cabeça se eu fizer isso - levantei me aponhando nos joelhos - agente se vê depois do trabalho na sua casa?

– No - ela quase me interrompeu - here, aqui

Concordei com a cabeça e fui em direção a saída, o velho portão de madeira e arame ainda se aguentava firme, mesmo me distanciando pude escutar Megan conversando com Samuel, algo sobre as flores.

– Se você dobrar aqui fica parecendo uma flor, se for aqui fica like a dog, um cachorro

– É muito bonito

– É mesmo, amor

Esse pequeno diálogo foi a única coisa que eu escutei antes de fechar o portão pelo qual havia acabado de passar, Megan ajoelhada na toalha estendida sobre a grama e Samuel sentado ao seu lado, admirando um pequeno origami feito de papel colorido.

Confesso que por mim ficaria a tarde inteira na Plugar, mas se Jonas não me ver na Marra pode achar que fiquei chateado por Júnior não ter sido aceito, e no momento, como o próprio Murphy me disse, eu sou apenas um funcionário.

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– E porque eu tenho que fazer isso?

– Porque eu estou mandando, *kami akan! - o indiano ordenou

Danilo segurou com dificuldade os papéis que Murphy jogou em seus braços, saiu entregando para os funcionários cujos nomes estampavam as capas dos formulários, o bom era que poderia ir embora assim que terminasse.

Em quanto fazia seu trabalho, o MarraPhone dentro do bolço começou a tocar, entregou rapidamente um dos formulários e foi atender o telefonema em um lugar mais reservado, tirou o celular do bolço e "Baylee" brilhava na tela, Danilo demorou uns três segundos até criar coragem para atender.

– Alô?! Baylee?!

Hey Dani, onde você está?

– Na Marra, eu... tô na Marra - ele gaguejou - desculpa, é que eu achei que você não...

Que eu ligaria? - ela o interrompeu - quero ir naquele parque de novo, tenho certeza que é muito mais bonito na luz do dia, right?

– A gente pode ir depois do meu expediente, é só eu terminar de entregar alguns relatórios - ele falou animado - te pego na mansão Marra?

No! Nós encontramos na Plugar, ok? A que o Davi sempre fala, Megan está lá e eu quero falar com ela um pouco, o MarraIdeia não foi nada agradável

– Nem me fale, o tio pegou pesado, então... agente se vê

A ligação foi encerrada sem mais delongas, Danilo quase voou para entregar os papéis restantes, tudo para passar mais tempo no parque com a Baylee, que a essa altura já está se arrumando.

E como prometido, assim que terminou o trabalho Danilo foi liberado, arrumou suas coisas e partiu rumo a Plugar, Ong que ele conhece desde pequeno e quase sempre que pode, frequenta, mas dessa vez tem um motivo bem mais especial.

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Manuela havia sido liberada um pouco mais cedo, uma espécie de prêmio extra por ter apresentado um projeto tão "incrível", cansada ela subia os degraus da escada estreita do seu apartamento, "34" era o número gravado na porta de madeira frágil, ela abriu com as chaves e entrou.

Colocando a bolça no cabide mais próximo, ela parecia procurar alguém entre os cômodos, até que o tão cobiçado foi encontrado, Zac estava deitado na cama vestindo apenas roupas íntimas, deu um sorriso quando notou a presença da amada no quarto.

Sem permitir que ele levantasse, Manuela sentou ao seu lado e passou os joelhos lado á lado da sua cintura, com um sorriso ela começou a beija-lo sensualmente, mordeu sua orelha e sussurrou algo lá dentro.

– Estamos ricos, nunca mais vamos precisar roubar outra vez

– Espera - ele tentou se livrar dos beijos dela - você tá me dizendo que conseguiu fazer a parada lá do... do Marra Idéia?

– Uhum... - Manuela começou a beija-lo novamente - Jonas até já marcou a reunião, caiu que nem um patinho, o próximo passou vai ser me tornar sua sucessora e entregar os arquivos que o Herval tanto quer, ai... a grana vai ser nossa

Zac sorriu com o canto da boca para a namorada, começou a retribuir os beijos por ela depositados em sua boca, passou os dedos por suas costas e tirou a blusa da engenheira ferozmente, quase rasgando a mesma, definitivamente eles estavam começando algo.

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– Hora do lanche crianças!

Todas as kids correram para dentro da Plugar, Rita teve que ajudar para que ninguém se machucasse, estavam realmente com fome, mas uma em especial, sentada na grama de costas para mim, não quis saber de ir lanchar.

Levantei e andei calmamente até ele, sentei ao seu lado e o observei brincar com um carrinho de brinquedo, tão antigo que já quase não andava mais.

– Você não vai lanchar, Samuel?

– Não tô com fome - ele estava falando, isso é incrível

– Você não comeu nada desde que eu cheguei, tá doente? - passei a mão em sua testa

– Não - ele disse rindo - é que tô triste de mais pra comer

– Triste? Mas por que?

Antes que Samuel pudesse me responder, Rita gritou por mim, quando olhei na direção da voz e á vi, fez um sinal com o dedo para que eu fosse até ela, deixei Samuel brincando e fui pra dentro da Plugar.

Rita estava perto de uma mesa de madeira rústica com alguns papéis em cima, observando o campinho de longe, um pouco distraída.

– O que foi? - perguntei

– Acho melhor não insistir pro Samuel vir lanchar, ta passando pela maior barra, tadinho

– Eu não estava... o que aconteceu?

– Tem um casal interessado em adotar o Samuel

– Mas isso é ótimo! Ele vai ter uma família

– Nem tudo é tão flores assim Megan, o casal mora em São Paulo e querem levar o menino pra lá, Samuel rejeitou todas as tentativas de visita, ele diz que quer morar aqui na Plugar

– Mas eles podem fazer isso? Podem leva-lo contra sua vontade?

– Se a justiça decidir que é o melhor... podem sim

Nossa conversa foi interrompida por Baylee, que pareceu aliviada em me ver, me abraçou e disse que estava me procurando por todo lado, Rita teve que sair para conter as crianças na cozinha, os gritos não deveriam ser um bom sinal.

– Como você tá? - ela disse me soltando

– Como você acha? Péssima, né

– É... o que o tio Jonas fez foi terrível

– Nem me fale desse aí, quero saber de Danilo, como foi o encontro?!

Haviam muitos funcionários da Plugar passando por ali, resolvemos ir para um lugar mais preservado, longe de tantos olhares curiosos, o sofá de madeira antiga ao lado do carro de açaí perto do campinho era ótimo, nos sentamos lá, estava morta de curiosidade.

– Aqui ninguém vai escutar, o Caolho tá fechado, me conta

– Well, foi like... amazing!

– Don't said! Really?! Pensei que você ia dar o maior fora nele - eu ri

– Megan! Tem alguma coisa diferente nele, you know? Ele mexe comigo, é uma coisa que eu nunca senti antes

– Isso se chama amor, finalmente você encontrou alguém por quem viver, então não deixe ele escapar! Mas se depender de Danilo, ele não vai desgrudar nem um segundo - nós duas rimos

Mas calmo que uma calmo que uma flor, Danilo se aproximou de nos duas, uma surpresa já que nunca vi ele andando por aqui, mas logo me toquei do porquê, os dois haviam combinado de saírem juntos.

– I know, vocês querem me deixar sozinha! Vão logo - eu disse rindo

Baylee se levantou e os dois caminharam de mãos dadas na direção da saída, tão like apaixonados, que me fez suspirar e observar os dois até os últimos segundo, eles atravessaram o limite da minha visão e eu fiquei sozinha novamente, esperando meu príncipe encantado voltar do trabalho.

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Se Danilo não houvesse dito para Baylee que aquele era o parque que os dois haviam visitado na noite passada, a mesma não teria parado o carro, dado pelo tio, naquele estreito estacionamento.

Novamente o parque se destacava, cheio de crianças brincando e andando de bicicleta, também haviam adultos correndo ou apenas caminhando de mãos dadas, em quanto observavam seus herdeiros ao longe.

Baylee ficou ansiosa para entrar, desligou o carro rapidamente e saiu quase que puxando Danilo pelo braço, o mesmo ficou feliz em ver a felicidade da garota. Subiram juntos os três degraus que dividiam a calçada da pequena rua de pedras, e passaram por um arco rodeado de flores que se entrelaçavam entre os espaços existente nele, "Parque M. Clara Sentiy" estava gravado no mesmo.

Nada atirado e sim querendo conquistar aquilo que, por algum motivo dentro de sua mente, é seu, Danilo colocou o braço em torno dos ombros de Baylee, envolvendo-a, a mesma não se importou, pelo contrário, segurou a mão dele que se apoiava em seu ombro e sorriu para o seu olhar, que foi retribuído com outro sorriso de dentes largos e lábios encantadores.

A cada passo que davam, mais coisas encantavam os olhos de Baylee, que respondia a todas as obras da natureza com um sorriso tão encantador quanto a mesma, mas Danilo... este só tinha olhos para uma beleza em perspectiva, os olhos de Baylee, negros como a noite mas de um brilho inigualável, os prendia como o primeiro choro de uma criança e sua mãe.

O cabelo escuro foi desobediente e caiu sobre os olhos encantadores, Baylee passou os dedos atrás da orelha, os prendendo para que pudesse continuar contemplando tudo, mas Danilo viu ali uma oportunidade.

– Eu não mereço nenhum agradecimento? Por ter te trazido aqui?

Baylee parou de caminhar e virou para Danilo, fazendo seu braço sair de seus ombros e segurarem suas mãos.

– Merece, merece sim

Baylee passou a mão sobre o ombro direito de Danilo e o presenteou com um beijo, tão delicado quanto a relva quando brota do chão, mas com o poder de fazer o coração de ambos pular de alegria.

O dia podia estar sendo ruim, a temperatura poderia estar insuportável, podiam estar cansados de um dia de trabalho, não importa quantas coisas negativas estivessem presentes no momento, o positivo sempre ganharia, pois é isso que os dois desejam, um ao outro.

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– Se você quiser fico aqui contigo esperando o Davi

– No Rita, você tem que ir pra casa descansar, eu espero Davi sozinha

– Tem certeza?

– Absoluta - menti

Rita me deu um abraço rápido e saiu na direção da sua casa, que não ficava muito longe, apenas á algumas poucas quadras, mas a lua já está pendurada no céu, iluminando parcialmente tudo o que ela consegue tocar, e eu estou sozinha na Plugar, bem não totalmente, Herval deve estar em algum lugar.

Não tive a chance nem sequer de terminar meus pensamentos, uma voz grossa e um pouco rouca invadiu a recepção vazia da Plugar, quebrando todo o silêncio existente, me dando um grande susto.

– Megan?

– Oh God! - virei rapidamente - você me deu o maior susto... Heval

– Desculpa, não era minha intenção - ele caminhou até mim - tá esperando o Davi?

– Yeah... - disse me encostando na mesa, ele fez o mesmo

– Você parece bem, digo... depois do que o Jonas fez contigo

– Nem me lembre, só de pensar já fico com raiva - ele riu - mas... como você sabe?

– Que? Ah sim! É que... passou na Parker Brasil alguns trechos, só os principais claro - ele gaguejou

Antes que o silêncio terrível e manipulador se formasse, Davi apareceu na calçada para o meu alívio, me despedi rapidamente de Herval com um simples "Bye!", e quase que corri até Davi, que me recebeu com um abraço e um pedido de desculpas, não é para menos.

Um pedido de me acompanhar até em casa foi negado, eu não iria dormir naquela casa nem like morta! No way! Ele concordou e caminhamos juntos até sua casa/garagem, a caminhada me permitiu respirar o vento frio da noite, acompanhados de pequenos arrepios é claro.

Davi fechou a porta em quanto eu me sentava no sofá antigo, depois do feito ele se apoiou na mesa e pegou uma caneta do porta-lápis, a qual ele ficou jogando de uma mão para outra, com o olhar direcionado para mim.

– Então não vai mais voltar para casa?

– Like forever?

– É, like forever - ele veio se sentar ao meu lado

– I dont know... - passei minha mão em seu ombro - acho que só por um tempo, but of course que eu vou pegar minhas coisas amanhã, só algumas

– Não sei se minha garagem está á altura de Megan Lily - ele começou a beijar meu pescoço

– Se você estiver comigo, vai estar perfeito

Retribui seus beijos e tirei meu saltos com ajuda de meus próprios pés, Davi fez o mesmo com os seus, e mais naturalmente do que nunca ele já estava sem blusa and I.... weel, digamos que o meu vestido não estava mais ali.

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O beijo foi se desfazendo o gelo ao ar livre, devagar e calmamente Danilo se distanciou de Baylee, com a mão em sua cintura ele declarava o fim daquele... podemos chamar de de encontro.

– Boa noite

– No! Fica, depois Edmilson te leva pra casa

– Se você insiste...

Baylee segurou sua mão e os dois entraram juntos na Mansão Marra, não havia ninguém na sala muito menos nas escadas. Guiado pelas mãos dela, Danilo foi parar em um quarto com as paredes roxas e diversas fotos de desfiles nos quais Baylee marcou presença, todas em quadros de moldura preta.

– Pensei que você só tivesse vindo pro desfile - Danilo disse se sentando na cama

– Tia Pam queria que eu me sentisse em casa

– Então...

– É uma réplica exata do meu quarto

– Nossa...

Baylee se sentou ao lado de Danilo, ele sorria para o seu olhar, calmamente ela foi alcançando novamente sua boca, os botões de sua camisa começaram a ser retirados um a um, Danilo nem se quer tocava nela.

– Então é verdade

– O que? - Baylee falou entre os beijos que depositava na boca dele

– Que as americanas são rápidas - ela o calou com mais um beijo

– Mas eu sou francesa