Pov. Calypso

Eu estava apavorada !!! Minha filha havia saído há dias e eu estava sozinha na ilha, e o pior, nem ao menos uma mensagem de íris ela mandou... Será que ela esta bem ?? E conhece o Leo ?? Pior !! E se ela descobriu algo sobre o Josh ?? Não contei a ela sobre ele por um excelente motivo : Do que adianta tem um irmão se você nunca poderia vê - lo ?? Vocês já devem saber que o Josh é meu primeiro filho com o Leo... A questão é por que ele não pode ficar na ilha : ELE É UM MENINO !! Então Leo o levou para longe de mim, nunca mais o vi ... Meu bebezinho moreno com olhos amendoados... Sinto muita falta dele o do Leo, de ter sua companhia, suas risadas, suas piadas... Meu Zeus, eu não sou nada sem eles e sem minha filha, minha pequena Verônica... Hoje ela tem 15 anos, isso significa que o Josh deve ter 17, lembro - me da sensação de segurar Josh no colo, tão pequeno e indefeso, ele quase nunca chorava, um bebê forte. Ele tinha uma pele morena sensível ao sol, até hoje, seu ultimo olhar a mim com seus olhos brilhantes permanece na memória, ele e meu amor subindo na jangada após um beijo de despedida.

Andei pensando, será que um dia meu Leo irá retornar ?? E meu bebê Josh ?? Com a minha filha ?? Só Zeus sabe minha aflição !! Do nada sinto um raio de luz laranja como fogo gigante cruzar o céu para interromper meus pensamentos quando percebo que se trata de um deus : Hefesto. Eu então começo a conversar com ele :

– Eu não esperava essa surpresa, Hefesto. Sua presença aqui é bem vinda. - Nisso Hefesto agradece e me conta uma das maiores surpresas da minha vida :

– Não, obrigado mas eu não posso ficar por muito tempo. Vim trazer notícias sobre meus netos e meu filho, Leo. - Nisso meu coração dispara rápido, será que algo aconteceu, então Hefesto percebe minha aflição e começa :

– Eles estão seguros no Acampamento Meio Sangue, Josh e Verônica já se conhecem, sabem da verdade, ou quase toda. - Me acalmo, mas não o suficiente pois Hefesto disse que eles só sabem parte da verdade, não ela toda. Hefesto então me recomenda :

– Antes que meu filho descubra por si só e fique magoado com você, sugiro que conte a verdade toda a ele. - Como sempre, repito a mesma frase até para Hefesto :

– Eu sinto muito, mas não posso sair dessa ilha e você sabe... - Digo tristemente e Hefesto toca meu rosto, segurando meu queixo para eu olhá - lo nos olhos e diz :

– Uma mensagem de íris é mais do que bom, mas, se não enviar pense nas consequências que isso pode trazer... - E ele desapareceu, deixando a frase morrer no ar, quando me recupero decido o que vou fazer, recolho minha bolsa de dracmas e vou até o rio mais próximo a procura de um arco - íris. Quando finalmente o avisto, jogo o dracma da água limpa e declaro :

– Oh Íris, a deusa do arco - íris, aceite minha humilde oferenda e me deixe conversar com Leonardo Valdez do Acampamento Meio Sangue.

Pov. Leo

Estava eu como sempre, trabalhando em minha bancada com Festus, sua cabeça é útil em conselhos de engrenagens. Ouço alguém bater na porta e deixo entrar :

– Entre a porta está aberta... - Depois que vejo de quem se trata, Dionísio, decido que o melhor era não ter deixado entrar. Dionísio me encara quando finalmente diz :

– Valquez !!! Pare com o que está fazendo e olhe para mim !!! - Eu tenho 27 anos, eu sei me virar e outra : É VALDEZ !!! Parafusos de Hefesto o que eu fiz para merecer isso ?? Então eu encaro o Sr. D com um olhar fulminante e ele diz :

– Pare de me olhar assim, Valquez é importante, Íris veio pessoalmente te entregar uma mensagem de uma senhorita Caly. - Caly ?? Quem é Caly ?? Será Calypso ?? O que ela ia querer comigo ?? E Íris era a ultima deusa que eu queria no Bunker 9 !!! Então, vencido pela força do Dionísio de humilhar as pessoas eu me rendo :

– Mande ela entrar. - E assim é feito, uma luz colorida invade o bunker e começa a bagunçar meus projetos ótimo !!! E do nada, uma mulher alta, esguia, com um vestido longo e cabelos coloridos com borboletas entra. Ela parece mais um projeto de ninfa do que uma deusa, cada um com seu gosto e eu me pronuncio :

– Lady Íris, é uma honra ter sua presença no Bunker 9. - Ela deu um gritinho de felicidade, que tipo de deusa faz isso ?? Fiquei intrigado, depois ela se pronunciou :

– A honra é minha Sr. Valdez, fui enviada a pedido de sua amada para que os dois possam se comunicar. - Assim, Íris pega um pouco de água e forma uma espécie de espelho com a água, eu olhei atentamente ao espelho quando a imagem tremeluziu, dando forma a uma mulher de estatura baixa, cabelos presos eh um rabo de cavalo, as mesmas sardas e o rosto simpático ( menos brava ) pelo qual eu me apaixonei : Calypso. Ela me olha com seus olhos amendoados marejados, Zeus, Josh tem o mesmo olhar. Ela olha para mim e diz quase em um sussurro :

– Leo ... eu ... eu senti tanto a sua falta. - Meu coração se quebrou, se eu fosse uma máquina, ficaria com um dano permanente. Eu senti um líquido quente escorrendo pela minha bochecha, uma lágrima, eu estava chorando, de saudade da minha lindíssima Calypso. Eu tento me pronunciar mas ela me corta :

– Não, Leo, não diga nada. Eu sei que está morrendo de saudade mas temos um assunto maior a tratar que requer prioridade. Minha filha está indo ai, digo, nossos filhos. - Como assim ?? Sua ?? Nossos ?? Sem entender bem perguntei :

– Como assim Caly ?? Eu ... - Ela me cortou novamente, essa falta de conversa, esses cortes, essa vontade enorme de beijá - la sem poder pois ela está longe ... Isso estava me matando. Calypso me olha meio feliz e finalmente me explica :

– Quando você foi embora de Ogígia, eu ... eu ... estava grávida, de uma menina, nossa menina Leo, Verônica. Eu não sabia, só descobri que estava grávida novamente 1 mês depois que você foi embora. Essa semanal, ela saiu de Ogígia determinada em te conhecer e está indo ai, com o Josh e eles sabem que são irmãos. - Esbocei um sorriso, por mais que não fosse o momento certo, eu estava feliz, afinal, ela era minha filha. Teria explodido de felicidade essa hora se não fosse pelo fato de que eu não a criei, larguei Calypso grávida, sozinha, perdida no meio do nada criando uma menininha sozinha. Que tipo de monstro eu sou ?? Falei então desabafando :

– Eu ... você deveria ter me contado quando soube, eu teria voltado, criado os dois juntos, visto os primeiros passos, a primeira palavrinha dela ... E eu não vi por uma proposta de emprego idiota, me sinto horrível. Mas, sim, eu converso com os dois. - Vi o olhar triste da Caly e suas ultimas palavras de despedida comigo foram :

– Eu te amo... - E a mensagem foi cortada, senti o mundo a minha volta girar e tudo o que eu pude fazer foi cair no chão e chorar e gritar, até a dor e a culpa alojadas em mim passem, mas eu sabia que isso era impossível.