The Beautiful Girl. escrita por Natalha Monte


Capítulo 42
Capítulo 42 - Sem sentido e Viagens


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente peço perdão pela demora. Mas é que eu tava resolvendo as coisas do emprego, pois é vou começar a trabalhar. Uhuhu
Vocês me surpreenderam no cap. Anterior com tantos reviews, eu não vou poder responder todos agora, mas esse fim de semana eu respondo. Muito obrigada. Esse capitulo é dedicado a linda da Auslly Shipper. Eu amei sua recomendação. Muito obrigada meu amor, espero que goste!



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POV Austin

Caminhei pelas ruas vazias de Miami. Eu estava mal.

A imagem das lágrimas caindo no rosto de Ally, borrando a sua maquiagem surgiam como uma explosão em minha mente.

E no fim, o dia que eu pensei que ia ser ótimo se tornou no pior dia para mim.

As palavras jogadas por ela, o jeito como me olhou e me julgou tudo isso me fez querer sumir.

Recebi uma mensagem da minha mãe.

"Eu sei que você está querendo ficar sozinho, mas está muito tarde filho, volte para casa."

Já se passavam das 23h, e Miami era perigosa. Decidi seguir o seu conselho.

Voltei, abri a porta que não estava trancada, com certeza na intenção de eu chegar. A casa estava escura e silenciosa.

Não quis subir. Não aguentaria deitar e vê-la na sua cama, alguns metros distantes de mim. Nossas varandas eram uma de frente a outra, não tinha como não vê-la e por isso não subi.

Tirei meu all star devagar e me deitei no sofá. Encarando o teto pude pensar no que tinha acontecido.

Eu tinha terminado.

Não sei se foi uma decisão precipitada, e o buraco que eu sinto mostra que eu não queria fazer isso.

Mas eu fiz.

E eu sinceramente não faço à menor ideia do que fazer agora.

Lágrimas surgiram. Como? Como nós podemos ter nos tratado daquele jeito? Desde quando ela desconfiou de mim e eu nem sabia?

Fechei os olhos com força e imagens e mais imagens surgiram em minha mente.

A casa do lago. O beijo intenso onde ela acabou sentada no balcão da cozinha. O beijo no lago, debaixo da chuva. A noite da tempestade onde ela batia desesperada na porta porque estava com medo. O jeito como me procurou pedindo refúgio em meus braços. A nossa primeira noite, onde ela foi minha. Cada beijo, carícia, e o desejo explícito em seu olhar. A mania de correr para o banheiro fugindo de mim, e o nosso incrível banho juntos.

O hospital, o jeito que ela me chamava inconsciente. Seu sorriso, e agora, o seu olhar ao me ver ir embora.

Meus batimentos eram descompassados. Como eu ficaria sem ela?

E como ela estaria agora? Será que tão mal quanto eu? Eu não aguentaria ficar ali, sem saber dela. Subi as aulas escadas devagar, ainda receoso.

As portas de nossas varandas estavam abertas como sempre. O vento deixava suas cortinas voando. E lá, apenas à fraca luz que a lua proporcionava em seu quarto, ela dormia. Não estava coberta, e parecia ter sido apagada pelo cansaço.

Ao vê-la as lágrimas que eu não queria chorar, apareceram. Não tinha como me conter. Em silêncio fui até o seu quarto. Me aproximei e lá estava ela. Seus olhos estavam inchados e o contorno deles estavam avermelhados.

Meu coração parou ao ver ela daquele jeito. Ela parecia que tinha chorado por horas. E acho que isso tenha acontecido.

Sempre com o sono pesado. Afastei uma mecha de seu cabelo e me pus a pensar. "Como viver sem você?"

Peguei seu lençol e a cobri. Me aproximei devagar e depositei em sua testa um beijo quase imperceptível.

Me levantei fechei a porta e sai.

...............................................

Não consegui dormir. Em nenhum minuto. Me deitei e fiquei a madrugada inteira olhando ela em seu quarto. Mandei uma mensagem para o Dez, às cinco da manhã.

"Ligue para ela, a acorde. Ela precisa levantar para ir a escola. E não conte comigo hoje, eu não vou."

"Você tá bem cara? Olha eu não vou te julgar por ter escondido, eu te entendo. Mas eu sou seu irmão, precisamos conversar, conta comigo tá? Vai ficar tudo bem."

Respondi a sua mensagem:

"Não estou bem, e não vou a escola hoje, depois nos falamos, obrigada irmão. "

Suspirei e fui tomar um banho. A vi pela última vez antes de apagar no sono.

POV Ally

Acho que pela primeira vez na minha vida, perdi o sono e acordei cedo. Eram umas cinco e meia da manhã.

Acordei diferente. Me sentindo diferente. Daí foi abrir os olhos e lembrar de tudo.

Fechei os olhos tentando esquecer todos os gritos e as quatro palavras que me quebraram.

Pensei em tudo. Em todas as palavras, no jeito que ele me olhou magoado quando saiu. As palavras que me disse, e principalmente as que eu disse também.

Eu desconfiei dele. Com a Piper! Eu nem o deixei explicar, e quanto ao beijo, eu... Eu não sei.

Eu tenho o direito de estar magoada. Ele não a afastou rapidamente. E eu vi isso.

Mas eu esqueci seu aniversário, e desconfiei dele. E eu não vou me perdoar por isso.

Ele me magoou, mas eu também errei.

Mas que droga! Porque tudo isso foi acontecer! E agora, como vou viver sem ele?

Me levantei e o vi deitado. Lágrimas me invadiram. Eu o amo tanto! Como vou conseguir o olhar sem chorar?

Fui tomar banho para tentar amenizar as ideias.

Sai e vesti uma calça preta e peguei a primeira blusa que achei. Era um moletom branco de manga três quartos. Prendi o cabelo do jeito que sempre faço, e passei longe da maquiagem. Eu não tinha ânimo e nem espírito para me arrumar. Peguei minha bolsa, dei uma última olhada para Austin, suspirei e sai.

Logo fui tomar café, mas eu não tinha fome. Meus pais ainda não tinhamdescido e eu agradeço mentalmente por isso. Eu queria sumir. Não queria ter que olhar pra ninguém. Afastei o prato, eu também não queria comer.

–Ally, bom dia. -Meu pai falou receoso. Quando me olhou e viu meu estado crítico ele suspirou.

–Bom dia pai. -Falei num tom baixo e me concentrei em fitar o copo cheio de suco a minha frente.

–Filha,eu... Eu sinto muito. –Engoli em seco - Não sei porque esconderam Ally, não sei que ideia foi essa a sua a de que eu não aceitaria. Eu sempre soube que a relação de vocês ia dar nisso no final. Vocês sempre foram ligados. E filha, um conselho. Peça desculpas, Sei que ele errou, mas você também. E você sabe disso. -Eu suspirei.

A campainha tocou e meu peito disparou pensando que era ele. Fui abrir a porta, mas não era o Austin, era o Dez.

–Oi Ally. -Falou tristonho e me abraçou. Correspondi ao seu abraço precisando dele. -Shi vai ficar tudo bem, vamos?

Olhei por cima de seu ombro e não vi o Austin.

–Ele não...? -Perguntou com um nó na garganta.

–Não. -Ele falou, eu assenti, peguei minha bolsa e meu pai beijou minha testa me desejando bom dia.

Nós saímos em silêncio. Dez me olhou e eu suspirei.

–Quer conversar comigo? Desabafar faz bem. -Ele disse. -Eu não vou te julgar por você ter me escondido que finalmente tinha desencalhado. -Não tive como não rir.

–Começamos a namorar na nossa viagem à casa do campo. -Ele me olhou paciente, acolhedor. -Foi tudo tão incrível, mas eu pedi a ele que nós não nos assumíssemos logo, porque Elliot tinha me pedido em namoro antes da viagem. E é verdade. Eu, eu não queria magoá-lo. Austin relutantemente concordou. Nós nos encontrávamos escondidos, e tudo ia bem. Até apareceu o projeto e o trabalho em duplas. Aquela briga entre eles foi por minha culpa Dez, Austin bateu em Elliot, por ciúme de mim. -O ruivo sorriu torto.

–Isso eu já sabia, isso é óbvio. É obvio o quanto ele te ama, mas admito que vocês dois namorando foi uma surpresa para mim. Aliás, você disfarça muito bem, ele não. -Eu suspirei cansada ao ouvir aquilo.

–Eu só pensei que fosse o melhor. -Ele me olhou sério.

–Como amigo seu, eu não vou passar a mão em sua cabeça. Você foi tola. -O olhei assustada. -Você sabe disso Ally! Que se ferrasse o Elliot! Você tinha que se preocupar com o Austin e não com ele, é muito fácil você falar dos ciúmes que sentiu dele com a Piper, quando você vivia colada com o cara que te quer também. Acho que você consegue imaginar como ele se sentiu não é? -Eu pensei e quis falar, ele me interrompeu. -Eu ainda não terminei. -Me calei. - Ele te julgou alguma vez? Reclamou por você sumir por causa do seu projeto? Brigou com você te acusando? -Eu neguei calada. -Então eu não preciso dizer mais nada. Você sabe.

–Mas ele deixou ela o beijar! Ele deixou! -Eu gritei. E Dez me encarou.

–Você por acaso o deixou explicar? -Me calei de novo. - Você está o julgando, você não sabe o que aconteceu. Talvez ele estivesse tão surpreso que não teve tempo nem de pensar! -Ele me falou.

–Eu tenho o direito de estar magoada. -Eu disse.

–Claro que tem. Mas eu tô te mostrando que você também tem culpa. Você esqueceu o aniversario dele e a aparece com o Elliot, Ally. Eu não acho que preciso estar dizendo no quanto e em quê você errou. -Eu suspirei com lagrimas querendo descer. -Espero que tome consciência disso, e pare de só jogar a culpa nele.

–E só eu errei? -Perguntei.

–Não se preocupe. Sou seu amigo, e vim falar sobre você. Eu sou amigo dele, e ele também vai me escutar. Agora vamos, o ônibus chegou. -Ele falou e eu o abracei. Ele retribuiu.

–Obrigada Dez.

..............................

Eu passei a manhã toda sentada isoladamente no fundo da sala. E nem fui pra cantina. Eu não queria olhar pra cara de Elliot, e nem muito menos na cara da Kira.

Dona Clarissa me ligou.

Disse que precisava falar comigo.

Tive que sair da sala e fui atrás dela.

A encontrei na sala de espera da diretoria.

–Ally! Nós precisamos conversar. -Achei estranho e ela me conduziu até um sofá próximo. -Ally, eu recebi uma ligação do reitor da universalidade, terá um evento de encerramento para os alunos que estão concluindo o curso. Eu enviei seus histórico há um tempo atrás, e como eu te falei, eles querem você lá. Então eles pediram que você viajasse para lá, para ajudar nesse evento.

–Mas eu... Porque eu? -Eu indaguei surpresa.

–Porque eles gostaram de você, e estão precisando de ajuda. Você já está praticamente passada Ally, pelo o que eu sei, só falta o trabalho de biologia. Você já vão se matricular nessa viagem, faz o evento e volta. Ai termina as aulas e você vai pra lá no ano que vem.

–Mas eu nem contei para os meus pais ainda, eu esqueci... -Eu disse, ela sorriu.

–Então conte, porque você tem que viajar depois de amanhã. - A viagem será de três dias. E você ficará lá mesmo, já está tudo certo. Fale com seus pais, e se prepare para se despedir das crianças. O projeto acabou.

–Eu vou sentir tanta a falta deles. -Ela sorriu.

–Eu sei, e eles também vão sentir sua falta. Assim como eu, mas é o seu futuro Ally. Espero que você decida ir, é o melhor para você. -E ela saiu me deixando sozinha com milhões de pensamentos.

Viajar por três dias. Universidade de música. Mudar para New York. Meu namoro acabado.

Apoiei as mãos na cabeça pasma.

Como minha vida virou de cabeça para baixo?

E agora, o que eu vou fazer?


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Notas finais do capítulo

Sei que o capitulo ficou pequeno, e sei que não foi tão emocionante, mas ele foi essencial para o fim da fic. E não, eu não sei quantos caps terá ainda. Espero que tenham gostado, até o próximo. E de ante mão já peço perdão se eu demorar. É que eu vou começar trabalhar a partir de quinta, e amanhã é treinamento. Beijos, amo vocês! 😍😍😘💓